O
forró é filho do coco e da embolada, primo do aboio, do martelo e da toada,
parente dos poetas cantadores e da literatura de cordel”, diz Alceu Valença. “Suas matrizes foram desenvolvidas no mais
profundo sertão nordestino, resultado da herança ancestral mourisca, lusitana,
africana, com aquele balanço que só o brasileiro tem. Por isso eu digo que o
forró é meu canto, que canta meu povo e os segredos da vida.”
A
celebração do cantor e compositor pernambucano nas redes sociais ocorre porque,
ontem (9), o forró foi declarado patrimônio imaterial do Brasil. A decisão,
unânime, foi do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan),
atendendo pedido feito 10 anos atrás pela Associação Cultural Balaio Nordeste,
da Paraíba. Para a presidenta da entidade, Joana Alves, foi o “batismo” das
matrizes desse gênero, símbolo do imaginário nordestino, que reuniu nomes como Gonzagão,
Dominguinhos, Jackson do Pandeiro, Carmélia Alves e tantos outros.
Super gênero
Daqui
a três dias, por sinal, se comemora o Dia Nacional do Forró. A data foi
escolhida em homenagem a Luiz Gonzaga, que nasceu em 13 de dezembro, e
tornou-se lei em 2005 (11.176), assinada pelo então presidente, o pernambucano
Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo ministro da Cultura, o baiano Juca Ferreira.
A partir de projeto da deputada Luiza Erundina, paraibana.
O
Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan considerou o forró um “super gênero”. Isso porque reúne vários
ritmos, como baião, xote, xaxado, chamego e quadrilha, entre outros. O
instituto iniciou uma pesquisa em 2019, nos nove estados do Nordeste, além de
Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Bens
culturais de natureza imaterial, diz o Iphan, são aqueles que dizem respeito a
práticas e domínios da vida social que se manifestam em “saberes, ofícios e modos de fazer”. Além de celebrações, formas de
expressão “cênicas, plásticas, musicais e
lúdicas” e lugares.
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Com informações da RBA.