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Os ágapes do Aécio e o potin da vice


Será que o futuro do Brasil pode ser decidido – ou voltar a ser decidido –  em jantares nos Jardins paulistanos?

Pois parece que a melhor fonte de informação das articulações de campanha de Aécio Neves, em lugar das páginas de política é nas colunas sociais, mais especificamente as que narram os potins (recordem-se de Ibrahim Sued, que chamava assim aos mexericos) ocorridos no apartamento do socialite João Dória Júnior.

Foi lá que, há duas semanas, o site de “ricos e famosos” Glamurama, do UOL,  se apresentou o quem-sabe-e-deus-nos-livre Ministro da Fazenda de Aécio, o indelével Armírio Fraga, naquele jantar onde se prometeu aos “papa-fina” as tais medidas impopulares que não se conta para a turma que, no dizer de Horácio Lafer Piva, “vota com o estômago”.

polAgora, novo ágape tucano no mesmo apê, e no Glamurama, diário oficial do pessoal da cobertura – um andar acima do andar de cima do Elio Gáspari – e confirma-se que Mara Gabrilli é a vice favorita do alto tucanato.

Com todo o respeito pela história de superação pessoal da deputada, é incrível que o destino de um país de 200 milhões de habitantes seja decidido nestes eventos sociais da nata financeira, com as mãos devidamente banhadas em lavanda.

A nossa Corte tupiniquim, com seus condes, barões e duques da grana, ainda acha que é possível governar um país sem povo.

E o pior é que alguns na esquerda passaram a achar que é preciso apenas ser “gestor” para bem administrar.

Muitos acham que a política é “suja”, e até é, em muita coisa que deve ser combatida.

É que não imaginam o quanto são sujos estes ambientes “limpinhos” do dinheiro grosso.

A análise é de Fernando Brito e foi publicada originalmente no Tijolaço

Randolfe Rodrigues diz que quer construir a governabilidade com o povo

Mesmo buscando aliança com o PSTU e o PCB, partidos sem representação no Congresso, e propondo fazer um governo em que o PMDB seja oposição, o senador Randolfe Rodrigues (Psol), do Amapá, acredita que pode virar presidente da República e cumprir o mandato amparado no diálogo com a sociedade. Nascido há 41 anos na cidade de Garanhuns (PE), terra natal de Lula, Randolfe é filho de sindicalista do PT, foi deputado no Amapá por dois mandatos e, em 2005, deixou o partido para fundar o Psol naquele estado, onde é adversário de José Sarney (PMDB).

Elegeu-se senador em 2010 e agora tentará se colocar como a opção verdadeiramente esquerdista para a sucessão de Dilma Rousseff, tendo como vice a ex-deputada Luciana Genro, que perdeu para o colega a indicação (Luciana também é filha de petista: do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro).

Randolfe falou ao O POVO sobre suas ideais presidenciais – e também sobre a contrariedade que sua candidatura despertou entre correligionários que não o consideram radical o bastante, como o ex-presidente do Psol cearense, Renato Roseno, que disputou a indicação.

O POVO - O que o senhor apresenta ao país que o diferencia dos outros candidatos?

Randolfe Rodrigues - Nossa candidatura é a única que vai ofertar ao povo brasileiro a chance, depois de 50 anos, de ver figuras como José Sarney e Paulo Maluf como oposição. Nenhuma das outras três candidaturas (Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos) pode oferecer isso. Esses personagens serão oposição ao meu governo. Quero que essa governabilidade seja substituída por outra.

O POVO - E como seria essa outra governabilidade?

Randolfe -Uma governabilidade com transparência, com diálogo com o povo brasileiro. Não há mal em dialogar com pessoas da política. O mal que há é falar para a sociedade um tipo de compromisso e por baixo dos panos privatizar a coisa pública, lotear os cargos. Quero construir com a cidadania brasileira uma nova governabilidade.

O POVO - O senhor quer fazer aliança com PSTU e PCB, partidos sem representação no Congresso, e deixar o PMDB na oposição. Como é que se governa assim? De que jeito um presidente do Psol faria aprovar uma matéria no Congresso?

Randolfe - Me permita devolver com outra pergunta: governar com o PMDB é governar? Não. É negócio. Eu quero governar com a sociedade brasileira. Àqueles que querem um governo com esses velhos personagens eu digo: não sou o candidato mais adequado.

O POVO - Então o governo do Psol seria de democracia direta, plebiscitária?

Randolfe - Seria um governo com participação do povo. Os representantes precisam dialogar com os representados. Não vou desrespeitar a Constituição. Vou dialogar com os mecanismos de participação direta que estão previstos na Constituição. É possível governar com a participação do povo mas também com respeito ao parlamento. Não quero fazer um centímetro além do que está na Constituição.

O POVO - Quais seriam suas primeiras providências como presidente?

Randolfe - A primeira providência a ser tomada seria uma reforma republicana. Não é possível continuar com 39 ministérios. É preciso racionalizar a máquina pública, para que seja capaz de responder às necessidades do povo. Pra que 39? É pra atender ao fisiologismo. Não adianta ter ministério da Pesca, do Desenvolvimento Agrário que não faz reforma agrária, da Agricultura.
A ideia de governo nosso é ter um ministério que se chame “da Reforma Agrária e Agricultura”, porque reforma agrária será carro-chefe do nosso governo. Quero fazer o que João Goulart fez, desapropriar terras. O que o levou a ser deposto. Junto com essa reforma, é necessário ter um choque na economia brasileira, que inverta as prioridades: temos uma economia voltada para atender ao mercado financeiro, por isso praticamos a maior taxa de juros do planeta. Como se faz isso: recuperando a autonomia do Brasil sobre o Banco Central. Terceira medida: com o dinheiro da taxa de juros, lançar um programa para erradicar em dois anos o analfabetismo.

O POVO - Sua escolha como candidato a presidente foi e continua sendo questionada dentro do Psol. O Renato Roseno, ex-presidente do partido no Ceará, critica o senhor por representar, segundo ele, uma “esquerda repetida”, que age como o PT.

Randolfe - O partido está unificado. Tivemos 52, 53% dos votos no congresso do partido, e a Luciana teve 40%. Hoje ela é minha candidata a vice. Não existe outra pré-candidatura. No lançamento da nossa, estavam presentes todas as lideranças do partido.

O POVO - No congresso do Psol, em dezembro, Roseno discursou contra o senhor mencionando a eleição do seu candidato a prefeito de Macapá, Clécio Luís, em 2012, quando, segundo Roseno, o senhor fez aliança com o DEM e o PTB.

Randolfe -Talvez tenha faltado uma informação melhor a ele. Muita gente foi muito desinformada sobre aquilo. Não existiu aliança dessa natureza. Houve aliança, claro, no primeiro turno, com o PPS. No segundo turno não houve essa aliança com o DEM. O que houve foi que o candidato do DEM rompeu com o DEM e apoiou o Clécio. No PTB houve manifestação de apoio, mas não há nenhuma composição política na prefeitura. Houve desinformação em relação a isso. Promovida, inclusive, pelo nosso adversário no segundo turno (o então prefeito e candidato à releição Roberto Góes, do PDT).

Via O Povo

Após declarações de Guimarães, Eunício se reúne com Dilma



O senador diz que questionará Dilma sobre as declarações
do Deputado José Guimarães. 
Após o desconforto gerado pelas declarações do deputado federal José Guimarães (PT), o senador Eunício Oliveira (PMDB) levará a questão à presidente Dilma Rousseff (PT), durante reunião prevista para a noite desta segunda-feira, 17.

O encontro será no Palácio Jaburu, residência oficial do vice-presidente Michel Temer (PMDB). Além de Eunício, Dilma e Temer, outras lideranças peemedebistas devem participar da reunião, que ocorre dois dias após Guimarães ter dito que, em caso de racha na base aliada, a preferência do PT é apoiar o Pros do governador Cid Gomes.

Eunício afirmou ao O POVO Online, através de sua assessoria, que questionará Dilma sobre as afirmações do deputado e que, inclusive, levará à presidente a edição do O POVO desta segunda-feira, na qual o assunto é abordado. Eunício interpretou a postura como sinal de rompimento e entendeu que Dilma e o PT "não precisam do PMDB" na eleição. "Tudo bem. Tem tanta gente querendo o PMDB...”, emendou.

Há duas semanas, o senador já se reuniu com a presidente e disse ter sido convidado para o Ministério da Integração Nacional. Seria uma forma de agradar ao PMDB e, ao mesmo tempo, tirar Eunício da disputa estadual. O senador diz que recusou o convite.

Peemedebistas saem em defesa do senador

A tensão entre PT e PMDB no Ceará tem agitado os bastidores. Um importante peemedebista do Estado – que não quis ser identificado - citou o risco que a questão do Ceará pode ter para a aliança nacional entre as duas siglas. “Será que Guimarães sabe que o PMDB cearense tem 61 votos na Convenção Nacional (do partido) e que esses votos podem inviabilizar a coligação nacional?”, questionou e em seguida acrescentou, em tom de ameaça:
Somados aos votos do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e de Pernambuco podem colocar o 

PMDB nos braços do Eduardo Campos (PSB) ou do Aécio Neves (PSDB)”. Campos e Aécio são prováveis candidatos à presidência.

Na Câmara Municipal, os vereadores do PMDB Vitor Valim e Carlos Mesquita também passaram a adotar postura mais crítica em relação ao prefeito Roberto Cláudio (Pros) e a Cid, ao mesmo tempo em que elogiam Eunício. Na Assembleia Legislativa, o maior apoiador do senador é seu sobrinho Danniel Oliveira (PMDB).

Via O Povo


Dilma escolhe o adversário



O "cara de pau" só pode ser o governador de Pernambuco
Na festa de comemoração, no dia 10, dos 34 anos de vida, o Partido dos Trabalhadores parece ter tomado uma decisão importante quanto ao rumo da batalha presidencial pela reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Os petistas indicam que farão do governador de Pernambuco, o presidenciável Eduardo Campos (PSB), o principal adversário nessa etapa inicial da corrida eleitoral.

Despida dos rituais da Presidência, Dilma discursou na festa petista com os recursos de um velho truque de palanque. Mandou chumbo na oposição. Mas entre os oposicionistas havia um alvo preciso, Eduardo Campos, ao qual se dirigiu sem dar o nome. Ela falou genericamente aos “pessimistas” descrentes do Brasil.

Eles têm a cara de pau de dizer que o ciclo do PT acabou, que o nosso modelo se esgotou”, atacou a candidata. Quem primeiro desfraldou a bandeira foi Eduardo Campos. Ex-aliado e ex-ministro de Ciência e Tecnologia do governo Lula, inscreveu-se com esse prelúdio na lista de presidenciáveis. Na sequência apoiou-se em discursos a respeito de uma “nova política” e outras melodiosas aos ouvidos conservadores.

Fazer de Campos um adversário preferencial não nasce de revanchismo de petistas gerado pela troca de camisa nem é temor do enfrentamento com o tucano Aécio Neves. A razão é outra. Os petistas usam conhecida tática comum em certos momentos do jogo eleitoral. Ela permite ao candidato mais forte escolher o adversário de sua conveniência.

Tudo indica que essa possível opção por Campos tem uma lógica guiada principalmente pelos números das pesquisas. A mais recente, de meados de janeiro, circulou restritamente por não ter sido registrada no Tribunal Superior Eleitoral. Nela há somente uma variação. A pequena queda do tucano de 15% para 13%. O porcentual de Dilma gira em torno dos 43%, onde está empacada. Campos patina em torno de 8%.   

O confronto com o socialismo maroto do PSB mantém o nome de Eduardo Campos no noticiário. Dá mais visibilidade e força uma disputa secundária entre ele e Aécio Neves. Caso Marina Silva assuma a posição de vice na chapa do PSB, como é esperado no partido dele, talvez agregue ao porcentual de Campos votos suficientes para superar o candidato tucano.

A situação de “lanterninha”, a despeito de outros candidatos de menor porte eleitoral, pode não ser uma situação definitiva para o tucano. O PSDB tem potencial de votos. Minas Gerais e São Paulo podem ajudar Aécio a retomar a posição de agora. Entre os eleitores mineiros, ele projeta, com convicção, uma maioria absoluta. E Marina, as pesquisas já mostraram, tem intenções de voto bem razoáveis entre os paulistas. A serem confirmados nas urnas, porém.

Esse tripé do Sudeste, formado pelos três maiores colégios eleitorais do País, decidirá a peleja entre os dois principais adversários de Dilma. Nessa etapa também estará sendo definido o curso da eleição.

Haverá segundo turno? Os números de agora indicam que não. Se a maré mudar, Eduardo ou Aécio teriam mais condições de apagar a estrela do PT em 2014?


A Análise é de Maurício Dias e foi publicado originalmente no Carta Capital

Jogos ocultos de Eduardo Campos



Reproduzimos abaixo excelente análise do jogo eleitoral deste ano na sucessão ao palácio do planalto a luz do cientista político Antonio Lassance, publicado no site Carta Maior. No texto, Lassance demonstra o porque do Eduardo Campos ser o candidato pelo PSB mesmo com menos intenções de voto do que Marina Silva.


Vamos ao texto

Por mais paradoxal que pareça, a Eduardo Campos pode interessar até mais uma vitória de Dilma Rousseff, com a ajuda de sua mão em um eventual segundo turno, do que uma candidatura de Marina Silva voando pelo PSB - mesmo que Marina demonstre mais intenções de voto em pesquisas. A razão maior é muito simples. Ele quer ser um protagonista, e não um coadjuvante em 2014. Se não puder vencer, Campos não abre mão de, pelo menos, ser um dos grandes responsáveis por decidir a parada das próximas eleições presidenciais.

Campos avalia que pode haver segundo turno, e que o candidato preferencial das oposições pode ser ele. Esteja sua previsão certa ou errada, o mais importante é saber que é com ela que o candidato trabalha no momento. E mesmo que não seja Campos o escolhido para enfrentar Dilma em um eventual segundo turno, o terceiro lugar na disputa seria um grande trunfo para quem quer fortalecer-se politicamente.

Se terceirizasse a cabeça de chapa para Marina Silva, Campos abdicaria do controle sobre a estratégia do PSB na campanha e ficaria refém de Marina e de sua Rede. Abriria mão de ser o fiador maior do candidato vencedor, se houver segundo turno.

Como eleições são feitas não apenas para se eleger presidentes, mas também governadores e montar as coalizões dos governos (o federal e os estaduais), Campos teria seu papel e o de seu partido diminuído se não estivesse à frente da candidatura. Ele quer a Presidência, mas precisa, acima de tudo, sair com o PSB maior do que entrou em 2014.

Uma votação expressiva de Marina seria uma vitória claramente imputada a ela, pessoalmente, e não ao PSB. Terminada a disputa, o partido de Marina, a Rede, seria formado e roubaria a cena. A cena, deputados, senadores e talvez até alguns governadores.

Os planos do pré-candidato do PSB dependem da amarração de três fatores: a aliança tática com o PSDB nos palanques estaduais; convencer Marina a ser sua vice; e ter votos suficientes para ajudar a forçar um segundo turno. Se ficar em segundo, melhor para ele, mas ficar em terceiro também lhe interessa. Ver Marina em seu lugar, nem pensar. É o pior dos mundos para Eduardo Campos, só comparável a uma vitória de Dilma Rousseff em primeiro turno.

O interesse de forçar uma eleição em dois turnos explica o movimento recente de Campos de trazer o PSDB para seu governo em Pernambuco e para o governo do PSB no Piauí. O gesto foi feito para agradar os tucanos nacionalmente e diminuir o temor que têm de serem apenas um trampolim para Campos, que se projetaria em estados governados pelo PSDB.

Tais temores se ampliaram desde a filiação de Marina Silva ao PSB, em outubro de 2013. A jogada fez os tucanos sentirem que Campos estava pisando sobre suas cabeças. Para Aécio Neves, suas chances de ir para o segundo turno aumentam com Campos e diminuem muito com Marina. Mais uma vez, os fatores envolvidos favorecem a opção pelo nome do governador de Pernambuco e tornam a escolha por Marina contraproducente para o PSB.

De todo modo, Campos precisa colar em Marina. Pouco conhecido no país, precisa dela como vice. Quer o seu “recall” - o retrospecto da eleição passada que tornou Marina muito conhecida do eleitorado. No entanto, a vice, que era dada como certa, tornou-se depois uma séria dúvida.
Marina também sabe fazer cálculos e tem seus próprios interesses, que são um pouco maiores do que os de apenas servir de perfume à candidatura de Campos.

As alianças do governador, dentro e fora de Pernambuco, criaram uma saia justíssima para a Rede e deixaram no ar um sentimento do tipo: “façam o que Marina diz, mas não façam o que o Eduardo faz”. A dobradinha que melhora a imagem de Campos trouxe desgastes à de Marina, conforme várias pesquisas atestaram.

Marina cogitou voltar atrás na ideia de ser vice. A informação, antecipada por Carta Maior e que, depois, se tornou notícia corrente, criou um problema na candidatura do PSB. O preço pago por Campos para evitar o recuo foi negociar com a Rede a disputa por São Paulo. Campos rifou o chefe do PSB no estado, que já estava nos braços do governador Geraldo Alckmin e seria vice na chapa do PSDB.

Em troca, a Rede quer lançar ou Luíza Erundina (PSB-SP). Uma segunda opção aventada é a do vereador Ricardo Young (PPS-SP), também vinculado à Rede. Erundina ainda resiste a perder o mandato de deputada federal para cumprir o papel de D. Quixote. Young tem resistências internas do próprio PPS, principalmente do presidente nacional, Roberto Freire, aliado contumaz do PSDB paulista.

Eduardo Campos e Marina Silva podem estar juntos na mesma equipe, mas são tão parceiros quanto eram Fernando Alonso e Felipe Massa na Ferrari. São tão próximos quanto eram Michael Schumacher e Rubinho Barrichello. A função de Marina Silva é a de se conformar com a segunda posição.

A expressão “jogos ocultos” ou “jogos intrincados” (“nested games”) se tornou comum na Ciência Política para explicar razões que a própria razão comum desconhece. Em geral, algo que parece inexplicável, ou que só tem razões abjetas, como as dos sete pecados capitais da maldade humana (da soberba à inveja, passando pela cobiça), na verdade pode ser melhor elucidado se entendermos o grande tabuleiro no qual um ator está inserido, e a maneira como ele move suas peças.

Cada movimento é feito com o respaldo de um conjunto de outras peças e movimentos do próprio ator, mas também levando em conta os lances dos adversários. Um movimento óbvio e previsível é, muitas vezes, o menos recomendável. É por isso que Eduardo Campos, mesmo sendo uma escolha com menos intenções de voto, é candidato a presidente, e não se fala mais nisso. Marina Silva será, no máximo, sua vice.

Quem viu o Programa de Governo de Aécio Neves?



Com a desistência de José Serra na véspera, Aécio tinha tudo para fazer do lançamento de seu “pré-programa” de Governo um acontecimento.

Afinal, era o início do voo solo do candidato da maior força de oposição do país, agora inconteste representante dos tucanos na disputa.

Tudo foi cuidadosamente montado, até o cenário parecido com o de eventos eleitorais americanos. 

Aécio Neves lança seu pré-programa de Governo para disputa do Palácio do Planalto em 2014. 

E o resultado…Bem, o resultado você viu qual foi.

Ou melhor, não vou, porque não foi.

A ausência de uma menção sequer ao pré-sal, apontada por Saul Leblon em texto indicado aqui, foi uma lacuna no meio do nada.

Até a Folha, que aplaude qualquer crítica ao atual governo, tachou de “sem inspiração” a fala do mineiro.
Sorridente, arrumadinho, mas incapaz de fixar alguma ideia na cabeça de alguém: pronto para o que disse ser esquecido em dez minutos.

E olhe que Dilma Rousseff e Eduardo Campos, adversários de Aécio, não são propriamente donos de um desempenho pessoal  de estrelas.

Aécio tem o discurso do velho, do passado, do pretender apontar maravilhas num período do qual os brasileiros se recordam como pesadelo.

Lembro-me do Tio Ivo, da vila de subúrbio onde passei minha infância, que – cardíaco – jogava com a garotada de “beque parado” e delá nos orientava, aos gritos. Dependendo de quem estivesse com a bola, no time adversário, ouvíamos a sua voz: “larga, deixa sozinho que a Natureza marca”.

Aécio, sem adversários internos e assumindo um clima de amizade ajantarada com Eduardo Campos, está sendo marcado pela natureza da tucanagem.

Eles não tem o que dizer ao Brasil.


Via Tijolaço

Candidato a presidência pelo PSOl deve ser escolhido no IV Congresso Nacional da agremiação




III Congresso Nacional do PSOL em 2011
Aproximadamente 700 militantes do Partido Socialismo e Liberdade - PSOL chegarão nesta sexta-feira, 29, à Luziânia, município de Goiás, para participar do maior fórum deliberativo da legenda, o IV Congresso Nacional. O evento está previsto para ter início as 19 horas, no Centro de Treinamento Educacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria – CNTI e vai reunir, até domingo, 1º de dezembro, militantes do PSOL, entre delegados e observadores eleitos nos congressos estaduais, de todas as regiões do país.

Realizado a cada dois anos, o congresso deste ano terá entre os principais objetivos debater a atuação do PSOL nas eleições gerais do ano que vem e especialmente definir quem representará o partido na disputa à Presidência da República. Até o momento, já foram lançados oficialmente como pré-candidatos os nomes do senador do Amapá, Randolfe Rodrigues, da ex-deputada federal do Rio Grande do Sul, Luciana Genro, e do ex-candidato a prefeito de Fortaleza em 2012, Renato Roseno. Caberá aos delegados e às delegadas presentes no 4º Congresso Nacional decidirem qual dos três será o nome para disputar o principal cargo do Executivo brasileiro.

A pauta do 4º Congresso Nacional do PSOL inclui, ainda, o debate sobre conjuntura nacional, internacional e a tática para o período; modificações estatutárias; eleição da Direção Nacional, Conselho Fiscal, diretor presidente da Fundação Lauro Campos e Comissão de Ética. No domingo, 1º, além de escolher o candidato à Presidência da República, os delegados também elegerão o próximo presidente nacional do PSOL e os demais membros da Executiva e do Diretório Nacional, que ficarão à frente do partido nos próximos dois anos.

Abertura

A abertura contará com a presença de dirigentes nacionais do partido e de parlamentares federais, estaduais e municipais, além dos militantes que participarão do evento.

Acesso da imprensa

A organização do 4º Congresso Nacional do PSOL informa que o acesso de jornalistas, repórteres fotográficos e cinematográficos ao evento será liberado somente às 17h do domingo, 1º, quando já terá sido eleito o novo presidente do PSOL e definido o candidato ou a candidata à Presidência da República. Nesse horário, os profissionais credenciados poderão conversar com os novos dirigentes do partido e com o(a) candidato(a) escolhido(a).

A assessoria de imprensa do PSOL solicita a confirmação prévia de todos os profissionais da imprensa, por meio do e-mail: imprensa@psol50.org.br.

Via PSOL50



Randolfe do PSOl defende renovação na política e lança seu nome com pré-candidato a presidência




Senador defende renovação na política e diz que os
concorrentes "não representam o desejo das ruas".
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) anuncia nesta quinta-feira (21) que coloca seu nome à disposição do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) como pré-candidato do partido à Presidência da República em 2014.

Randolfe, que ganhou expressão nacional após participação na CPI que investigou os esquemas do bicheiro Carlinhos Cachoeira, em 2012, pretende apresentar uma "proposta de renovação da política brasileira, apontando uma alternativa popular e socialista para o Brasil".

Segundo a assessoria do senador, ato desta quinta-feira contará com a presença do presidente do PSOL, deputado Ivan Valente, do deputado federal Jean Willys (RJ), do prefeito de Macapá, Clécio Luis, e da ex-senadora Marinor Brito. Também comparece o deputado estadual do Pará Edmilson Rodrigues.

Em documento a ser entregue ao PSOL com o anúncio de sua candidatura, Randolfe diz que “as candidaturas até agora apresentadas para o pleito do ano que vem representam, mesmo que com matizes diferenciadas, a continuidade dos atuais modelos de sociedade e política econômica".

— Por caminhos diferentes, essas candidaturas defendem a manutenção do superávit primário, o pagamento religioso da dívida pública, a continuidade da ciranda financeira, o modelo depredador de crescimento econômico e a criminalização dos movimentos sociais. Não representam o desejo das ruas e não promoverão as mudanças requeridas.

Competição

A "proposta de renovação" apresentada por Randolfe se baseia em medidas como a defesa da tarifa zero e da garantia de maior participação financeira da União nos investimentos em educação e saúde. O senador também defende o repasse de 18,5% da Receita Corrente Líquida da União para a Saúde, além da suspensão dos leilões do petróleo, inclusive da área do pré-sal.

Randolfe quer "a recuperação da primazia da Petrobrás" na exploração dos recursos energéticos nacionais. Antes de consolidar sua pré-candidatura, contudo, o senador terá de se entender com a ex-deputada federal Luciana Genro, que lançou pré-candidatura à Presidência pelo PSOL exatamente para contrapor a plataforma de Ranfolfe.


Via Portal R7

Serra volta no seu melhor estilo: com desprezo por quem é fraco




Ontem, José Serra apareceu “de surpresa” numa visita de Geraldo Alckmin na zona leste de São Paulo.

Hoje, fez uma palestra para empresários gaúchos.

Voltou, e com seu velho estilo de desprezo por quem é fraco.

Chamou, de novo, o Mercosul de “bobagem”, reclamou de fazermos “fru-fru” com a Bolívia, “um exportador de coca” e, perguntado sobre um acordo comercial com a Palestina, debochou: ”Nem sei se (lá) tem economia”.

Mas o mais flagrante foi a resposta que deu à pergunta sobre se tentaria ser candidato.

Segundo a Folha – aliás cheia de matérias sobre ele – questionado sobre sua intenção de concorrer, “Serra citou o exemplo do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, que definiu sua candidatura meses antes da votação em 2007, para afirmar que não vê a necessidade de precipitação”.

Uma semana depois de se encolher pelos cantos do PSDB, desprezado e humilhado, Serra volta, de “dono do pedaço”.

Aécio, Aécio, falta de aviso não foi…



Via Tijolaço

Pesquisa Ibope repõe Dilma e aumenta apetite de Serra por candidatura





A pesquisa Ibope/Estadão deu o resultado que todos esperavam num grau que, provavelmente, ninguém esperava.

Nem tanto porque Dilma, com 38%, continuou a subir (de 30% no Ibope anterior e de 35% no Datafolha do mês passado).

Mas porque Marina pagou o preço de sua ausência oportunista do debate político. Com 16%, perdeu 6 pontos em relação ao Ibope anterior e até dez, se considerado o Datafolha.

A queda de Marina foi um reativante para os apetites de José Serra. Ele, é claro, sabe que não vence Dilma em condições normais. Mas espera que, ultrapassando Marina e continuando à frente de Aécio, fica na posição de “stand-by”, à espera de um desastre na economia que reavive as chances da oposição. Ou, como está, de olho na decisão do TSE na próxima terça-feira: a Marina cair da Rede, ele vem para o picadeiro.

significativas foram as expressivas diferenças  obtidas por Dilma nas simulações de segundo turno (43% a 26% ante Marina, contra um empate técnico de 35 a 34% no Ibope anterior, e 45% a 21% contra Aécio Neves e massacrantes  46% a 14% frente a Eduardo Campos). Mostram que Dilma vai dissolvendo a imagem de rejeição que se tentou construir para ela.

Curiosamente, a frase de Eduardo Campos hoje, em O Globo, de que se Dilma piscasse, deixava de ser candidata e Lula assumiria a candidatura, diante dos resultados do Ibope, se volta contra ele: com 4%, é ele quem vai ter sua candidatura ameaçada.



Via Tijolaço

Deputado Chico Alencar, do PSOL, publica carta sobre cogitação de seu nome a presidência




Reproduzimos abaixo carta do Deputado Chico Alencar, com assento no legislativo federal pelo Partido Socialismo e Liberdade – PSOL, sobre a cogitação de seu nome para representar a sigla na disputa da Presidência da República em 2014. A carta foi publicada também no Blog do jornalista Jorge Alexandre Lucas.


Vamos a ela

Deputado Chico Alencar diz que o objetivo central da
sigla é ocupar espaços no legislativo, sobretudo
na Câmara Federal.
SOBRE SER PRESIDENCIÁVEL - Chico Alencar

Camaradas:

1. Agradeço a grande honra de ter sido lembrado para esta bela, dura, desafiadora e tentadora missão. Minha gratidão vai especialmente para a APS Novos Rumos, para o Coletivo Rosa Zumbi, para o ex-Enlace e para a APS Corrente Comunista, segmentos do PSOL que levantaram essa ideia. E para os que, militantes ou não, individualmente, simpatizaram com a possibilidade. Destaco que em momento algum houve qualquer pressão indevida: apenas o bom debate político, a ‘cobrança' saudável;

2. Desde o início coloquei-me aberto a esta reflexão, e tentei fazer dela uma oportunidade de encontro ‘desarmado' e diálogo construtivo entre TODAS as correntes do nosso partido. Também pensei bastante nas capacidades e limitações que teria para cumprir tal tarefa (sei que essas decisões, em última instância, serão sempre pessoais e intransferíveis);

3. Destaquei que a candidatura majoritária nacional do PSOL tem que ser do partido inteiro (obviedade que não se realizou em 2010, absurdamente), e expressão de um programa básico nacional (que, aliás, as teses ao IV Encontro Nacional já esboçam, com alto grau de concordância entre os diversos textos, mas valorizar pontos de aproximação não tem sido o nosso forte). Só assim ela será capaz de colocar na cena pública questões cruciais para os rumos futuros do nosso país e do que lhe dá sentido: o povo que aqui habita;

4. Abri, na contramão do timing das decisões exigidas a quem dirige a máquina partidária, uma consulta sobre a oportunidade da candidatura. Ouvi os grupos que constroem e/ou se referenciam no nosso Mandato: a equipe que o faz, cotidianamente; os componentes do Conselho Político; as pessoas que nos acompanham mais de perto, chamados de ‘Amigo(a)s do Mandato'; meu entorno familiar e afetivo. Todo(a)s, vivamente interessados, contribuíram diretamente - cerca de duas centenas de cidadã(o)s! - com suas opiniões generosas e instigantes, ajudando democraticamente na minha decisão (ou aprofundando as dúvidas...). A estes também sou muito grato. Traduzindo em porcentuais, o retorno foi de 61% mais favoráveis a uma recandidatura a deputado federal, 21% animados com uma candidatura presidencial e 19% em dúvida;

5. A proposta do encontro entre correntes para construção de uma candidatura unitária não teve êxito. Ao contrário, em função da dinâmica do IV Congresso, ela até refluiu, consolidando o que considero um ‘blocamento' bipolar e um discurso, crescente nesses períodos, de crítica ácida ao caráter quase ‘destrutivo' do antagonista, caso o adversário mantenha ou venha a ter a hegemonia na Direção Partidária;

6. A posição que defendo, junto com outros valorosos companheiro(a)s, expressa na tese ‘Para o PSOL continuar necessário', está evidentemente secundarizada no debate nacional - como, de resto, o debate político sobre a conjuntura mundial e nacional. As questões ali colocadas, embora respeitadas, não repercutem muito. O que parece galvanizar é a disputa - magnificada, em vários momentos - sobre a ‘encruzilhada' do partido, que, de acordo com o ponto de vista de cada setor, ou cai no fisiologismo corrompido e no adesismo à ordem, situando-se como mera ‘esquerda do governo e/ou do PT' e aberto a alianças com a direita, ou no esquerdismo sectário, baluartista, autoproclamatório e isolacionista, como ‘um PSTU com um pouco mais de densidade eleitoral'. Já nós entendemos que - sem afrouxar no combate aos desvios, cuja gravidade os episódios recentes no RJ revelam, em tons dramáticos! - é preciso construir um espaço democrático de convivência respeitosa entre os grupos internos, sem blocamentos definitivos e perspectivas catastróficas, evitando despender tanta energia com o ‘inimigo interno' - sempre o mais fácil de atacar, por sinal (até em abomináveis agressões). Reconheço que esta visão tida como ‘conciliadora demais' é hoje, no PSOL, minoritária (talvez não entre os nossos 105.331 mil filiados nacionais, mas certamente entre os militantes que participaram dos encontros de base. Estes somaram menos de 10% deste total nas convenções de base, o que deveria nos preocupar: por que nossos debates internos, por mais animados que sejam, atraem poucos filiados e até, em alguns casos, os desestimulam?);

7. A conjuntura que se abre nos é mais favorável, como em nenhum outro período de nossa existência de oito anos. Seria uma irresponsabilidade colocar tudo a perder por procedimentos incompatíveis com nosso ideário, por nossas querelas internas e, fixados nelas, por um insuficiente debate político sobre o mundo ‘lá fora', com suas complexidades. As chamadas ‘Jornadas de Junho', ainda que marcadas, naquele momento massivo, pela rejeição à política e aos partidos, vai se decantando e acolhendo com simpatia o que pareça nova forma de se fazer política. O PSOL, em certa medida, é identificado como portador dessa possibilidade;

8. Este cenário relativamente promissor não elide - ao contrário, acentua - nossa imensa debilidade orgânica. Para além do problema das práticas apequenadas e manipuladoras, aqui e ali, temos Diretórios impedidos de receber o Fundo Partidário. Mesmo a campanha majoritária de Plínio, tão parca de recursos, ainda não teve a prestação de contas aprovada. Mais que dolo, há inexperiência, descuido (alguns consideram que essas tarefas administrativas não são ‘revolucionárias', e as relegam ao último plano) e incompetência;

9. É imperativo também se repensar as formas do dinamismo partidário, nesses tempos em que os núcleos presenciais, sempre serão importantes, perdem espaço para os grupos de debate na internet (dispensando os autofágicos). Urge capacitar o partido com instrumental teórico para melhor inserção e incidência nos conflitos da sociedade de classes do século XXI e para superar nosso dilema ‘partido de quadros X partido de massas', falso mas repetidamente proclamado;

10. Para a disputa institucional de 2014, junto com as candidaturas e o programa, insisto que é preciso definir nosso objetivo central de ocupação de espaços, em especial nos Legislativos, sobretudo na Câmara federal - minha inclinação de contribuição, inclusive para possivelmente (mas não seguramente) ampliarmos a bancada fluminense, já que não se apresentaram muitos nomes com significativa densidade eleitoral. É importante constituir frentes de luta mais relevantes nos parlamentos. Elas são instrumentos de reverberação dos movimentos sociais, propagação de nossas propostas e crescimento do partido, pequeno mas com vocação de grandeza. Claro que candidaturas majoritárias nos estados, aos governos e ao Senado, junto com a candidatura presidencial, ajudarão muito nisso, em sua tarefa realística de marcar posição e acentuar nossa identidade. Para esta peleja não faltam nomes capazes, como os já colocados dos ex-deputados federais Luciana Genro e Milton Temer, do ex-vice de Plínio, Hamilton de Assis, e do ex-candidato à prefeitura de Fortaleza, Renato Roseno. O mundo acadêmico militante, que não entrou no silêncio acrítico na Era Lula, pode ser procurado: um Vladimir Safatle ou um Ricardo Antunes agregariam também muita qualidade na campanha que se avizinha, por sintonizados e comprometidos com os movimentos vivos dos trabalhadores e da juventude.

Ao fim e ao cabo, com a certeza cerzida no provisório de toda escolha, amparo-me na sabedoria oriental milenar (que nossa racionalidade cartesiana pouco valoriza), que me chegou em uma das respostas à consulta: "não há de fato uma decisão certa a ser tomada. O certo é decidir e seguir em frente com a escolha".

Em frente!
Vamos juntos.
Chico Alencar

Rio de Janeiro, 15 de setembro de 2013