Eunício ao lodo do vice-presidente Michel Temer durante evento em Brasília. Foto: Valter Campanato/ABR. |
O
deputado federal José Guimarães (PT) subestimou ontem a “ameaça” do senador Eunício Oliveira de levar à direção nacional do
PMDB o impasse sobre a aliança governista no Ceará. Isso porque, segundo o
deputado, rumos da união entre Planalto e peemedebistas serão discutidas
diretamente com o líder maior da legenda, o vice-presidente Michel Temer.
“A aliança é tratada nacionalmente. Claro que
eles (grupo de Eunício) têm peso, mas aliança com o PMDB quem trata é o Temer,
e se depender de mim vai manter”, disse Guimarães. A declaração foi feita
ao O POVO antes de jantar previsto entre Eunício Oliveira, a presidente Dilma
Rousseff (PT) e lideranças do PMDB no Congresso.
Entre
outros assuntos, o encontro teria como pauta recentes manifestações do próprio
Guimarães, que declarou publicamente - em encontro político em Sobral, na
região Norte do Estado - intenção do PT cearense em apoiar candidato lançado
por Cid Gomes (Pros). “O Lula me disse
que a Dilma deve ser grata e apoiar o Cid”, disse o deputado.
A
postura foi interpretada como sinal de rompimento por Eunício, pré-candidato ao
Governo. Segundo ele, a postura de Guimarães significa Rousseff e o PT “não precisam do PMDB” para as eleições
de outubro. “Tudo bem. Tem tanta gente
querendo o PMDB...”, emendou.
“Prioridade é aliança”
Apesar
do impasse, José Guimarães afirma que a prioridade do PT no Ceará ainda é
manter aliança com o Pros e PMDB na sucessão de Cid.
“O PT não tem objeção a nenhuma candidatura,
nem uma (candidatura) interna do partido, se fosse o caso. Se o governador
escolher Eunício como o seu candidato, nós o abraçaremos de corpo e alma na
mesma hora”, diz. O deputado não esconde, no entanto, sua preferência pelo
candidato de Cid no caso de um rompimento da base aliada do Estado. “Acho pouco provável um rompimento com Cid”,
avalia.
Colocando
“panos quentes” sobre a discussão da
sucessão de Cid, o parlamentar afirma não existirem tensionamentos na base
aliada no Estado, apenas “futrica
política”. “O que precisamos ter é
maturidade para não gerar uma crise na divergência”.
Opinião pessoal
Por
outro lado, o presidente do PT em Fortaleza, Elmano de Freitas, avalia que
posição pelo apoio ao candidato do Pros é “opinião
pessoal” de Guimarães, que não deve ser confundida com posição dos petistas
no Estado. “O próprio Guimarães só tem
maioria com apoio do Ilário Marques e José Aírton. Tudo ainda pode mudar até
abril”.
Procurado,
Eunício disse -através de sua assessoria de imprensa - que não iria comentar as
declarações de Guimarães.
Via
O Povo