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Dia dos pais: com carinho, seu filhão

 

Por Nicolau Neto, editor

Meu amado pai. Lembro bem de quando me colocava no "tuntum" e íamos para a praça da Capela São José assistir o Jornal Nacional. Por muito tempo lá em casa não teve TV. Era criança, mas recordo bem. A praça Manoel Pinheiro de Almeida era a única que tinha uma Televisão e passávamos algumas horas da noite assistindo.

Recordo também que para os passeios, às vezes pela manhã e outras a noite, meu pai tirava um pente do bolso (ainda hoje ele tem esse hábito) e penteava o cabelo e depois penteava o meu. Só depois desse ritual a gente saia. Quantas memórias.... Todas demonstram o pai carinhoso que foi e é.

Da roça também tenho algumas recordações. Na "barragem", nos terrenos de seu Ivan (prefeito por várias vezes em Altaneira) na época, meu pai tinha plantações. Plantava milho e feijão há alguns anos lá. Em 2004 estávamos limpando. Chovia muito. Meu pai olhou pra mim e disse: "vamos esperar a chuva passar naquela casa. Depois a gente volta." A casa a qual ele se referia era uma próxima a roça. Era grande, calçada alta e de degraus. Disse de imediato. Vamos sim. A chuva nada de passar. Ele ficou no quarto e eu na sala. Por várias vezes ele chamou para perto dele, no quarto. Eu resolvi ficar. Olhar atento para o horizonte na esperança da chuva parar. Não, ela não parava. Olhei para o telhado e pedaços de barros caiam no chão. Contei pra ele. Mais uma vez ele me chamou para o quarto. Dessa vez lhe disse: vou já. Quando volto a olhar para o telhado só lembro-me de ripas, caibros e telhas vindo em minha direção. Paralisado, ainda deu tempo de pensar para onde correria, se para quarto onde estava meu pai ou para fora da casa. Escolhi a segunda opção. Não me lembro de mais nada. Simplesmente desmaiei debaixo dos escombros.

Meu pai me conta que ficou apavorado. Gritava por mim e não ouvi minha voz. Correu pra fora e não me via. A única imagem que via era barro, tijolos, telhado e madeiras no chão. Ainda gritando meu nome, conta, começou a escavar com as próprias mãos até me encontrar desmaiado.

Da barragem até a casa dos meus pais é muito distante. Mas ele me colocou nos braços até lá. Só retomei os sentidos horas depois. Até hoje sinto problemas na coluna fruto desse acidente. Mas ainda hoje não me esqueço da força, da firmeza e do amor imenso que meu pai teve naquele momento.

Hoje essas características continuam. Sempre carinhoso, ele quer que eu esteja em Altaneira todo dia. Mas sempre que posso eu lá estarei pra vê-lo e pra ver também a nossa heroína, a mamãe.

Para meu pai, João Nicolau da Silva.

Com carinho, seu filhão.

A foto é de hoje, dia dos pais.

Ceará atinge marca de 1 milhão de doses aplicadas contra Covid-19

João Nicolau, pai deste editor, tomou a 1ª dose da vacina contra a Covid-19, em Altaneira. (FOTO/ Daiane Nicolau).

O Ceará chegou a marca de 1.041.224 doses aplicadas de vacina contra a Covid-19 desde o início da campanha de imunização no Estado, em janeiro deste ano. O número foi divulgado pela Secretária de Saúde (Sesa), na tarde desta quarta-feira, 31, e corresponde a dados colhidos em todos os munícipios cearenses, até às 12 horas de hoje. Ao todo, 79,8% das doses distribuídas foram aplicadas.