O
PSDB do Ceará é uma das siglas que mais têm sofrido esvaziamento e debandada de
filiados e, com isso poderá ver sua situação se agravar até os primeiros dias
de outubro. Dos três deputados estaduais da sigla, pelo menos dois – Fernando
Hugo e Téo Menezes – dizem que deverão trocar de ninho. No bojo da
insatisfação, está o silêncio do ex-senador Tasso Jereissati, o único
considerado por eles capaz de fortalecer o palanque tucano em 2014.
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Silêncio de Tasso deixa tucanos no Ceará sem saída |
Com
ausência de Tasso nas discussões os demais membros estão vendo a situação em
2014 ficar complicada é o que percebe Hugo. Mas ele negou qualquer hipótese se
aproximação com o PT: “O PSDB sem Tasso não tem representatividade de peso. E
nós, até agora, não temos nenhuma sinalização dele, nem uma expectativa de
reunião. Então, estamos nós, tucanos, a 30 dias de tomar decisões importantes”.
Questionado sobre os possíveis rumos, disse considerar todos os blocos, com
exceção dos alinhados ao PT.
O
Deputado Federal Raimundo Gomes de Matos estuda a viabilidade de trocar o PSDB
pelo Solidariedade, caso a nova sigla consiga se concretizar, mas ele ainda está evitando discorrer sobre o
assunto. O parlamentar reconheceu o problema no qual a sigla tucana está
mergulhada. Questionado sobre a reação de Tasso ao possível desmonte
partidário, o deputado disse que o líder-mor dos tucanos tem se mantido sereno.
“Ele diz que a situação serve para se saber quem são os oportunistas do
partido”, relatou.
Só observando
No
fim de agosto, Tasso voltou a ser “assediado” pelo senador e provável candidato
do PSDB à Presidência da República Aécio Neves, que esteve na Região do Cariri,
onde ponderou sobre a importância da participação do cearense na disputa de
2014. A popularidade do ex-senador tem sido confirmada nas últimas pesquisas de
intenção de voto, divulgadas no primeiro semestre deste ano, nas quais ele
aparece em primeiro lugar nas sondagens estimuladas (quando é apresentada uma
lista com o nome de possíveis candidatos).
Tasso,
que havia anunciado aposentadoria da vida pública, mudou de tom. “Não vou dizer
que desta água não beberei”, tem afirmado, quando perguntado sobre possível
candidatura. A decisão dependerá, entre outros fatores, dos arranjos
partidários nos próximos meses. Sem as candidaturas de Eduardo Campos (PSB) e
de Marina Silva à Presidência, o PSDB corre risco de ficar isolado
nacionalmente. (Hébely Rebouças)
Saiba mais
A
legislação eleitoral determina que a criação de novos partidos e a troca de
políticos entre legendas devem ser oficializadas até um ano antes da eleição,
ou seja, 5 de outubro.
A lei também permite que um parlamentar migre
para um partido novo sem perder o mandato.
Em
outras situações, as direções partidárias podem requerer o cargo e repassá-lo
ao suplente da sigla ou coligação. O Ministério Público também pode questionar
a mudança. Isso porque o entendimento da Justiça Eleitoral é de que o mandato
pertence ao partido, e não ao sujeito.
Ao longo de setembro, há expectativa de que
alguns acordos sejam feitos, no sentido de permitir que o parlamentar troque de
legenda sem risco de ficar com as mãos abanando.
Redação
do INFORMAÇÕES EM FOCO via O Povo