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Comitiva de Adelita Monteiro em bate-papo político com Nicolau Neto na "Conceito Livraria Café", em Nova Olinda. (Foto: Pablo Luan, estudante de Jornalismo na UFCA). |
A
artesã, ativista política e pré-candidata à deputada federal pelo Partido
Socialismo e Liberdade (Psol), Adelita Monteiro, está cumprindo agenda pela
região do cariri.
A
agenda “Adelita pelo Cariri” começou
nesta quarta-feira, 11, e será concluída no domingo, 15, tendo como destino
Várzea Alegre, Assaré, Potengi, Crato e Juazeiro do Norte. Segundo o produtor
cultural e ativista Técio Nunes, um dos articuladores do movimento, a ideia é construir
com a base uma nova forma de fazer política. Ele afirmou que estava programada
uma roda de conversa com agricultores familiares de Altaneira, mas que foi
adiada.
Na
manhã desta quinta-feira, 12, foi a vez do município de Nova Olinda receber
Adelita. O grupo constituído de 4 integrantes passou pelo museu do artesão
Espedito Seleiro e depois realizou um bate-papo político com este blogueiro,
professor e ativista dos direitos civis e humanos das populações negras. Em uma
conversa descontraída no espaço “Conceito
Livraria Café”, a pré-candidata à Câmara Federal falou acerca do que a
motivou em participar do pleito. Segundo
ela, o Brasil tem o congresso mais conservador da história e o momento não é
nada animador. “Precisamos enquanto mulher
e mulher do campo da esquerda progressista ocupar esses espaços. Só assim
poderemos construir um país com mais equidade”, disse ela se referindo a
sub-representação feminina na política brasileira.
Nicolau que foi convidado para a conversa afirmou que o Brasil passa por uma
grave crise de representatividade política e que as últimas pesquisas
presidenciais tem mostrado que o conservadorismo e o reacionarismo representado
pela direita e extrema direta e o campo progressista estão muito próximos. A
prova disso é o Lula e o Bolsonaro em primeiro e em segundo lugar nas
pesquisas, respectivamente. “Bolsonaro
com suas frases feitas cheias de ódio, de misoginia, racismo e homofobia está
conseguindo falar de uma forma que a população entende. As pessoas que se
identificam com essas ideias preconceituosas lhe entendem, sabem o que ele está
dizendo e o acompanha”, disse.
“Falar de política para o povo, para as pessoas mais humildes, principalmente nas pequenas cidades do interior, em uma linguagem que eles possam entender, é um dos principais desafios da esquerda. Conseguindo isso, estaremos dando um grande passo para podermos ocupar os espaços de poder. Mas, antes, faz-se necessário ocupar os espaços das periferias e das pequenas cidades dialogando com as bases sem academicismo”, destacou Nicolau.
Técio
endossou as palavras de Nicolau, mas ponderou não saber se Bolsonaro faz isso
por estratégia ou se por falta de conhecimentos dos principais assuntos.
Na
mesma linha de raciocínio, Adelita argumentou que a linguagem utilizada pelos
membros do partido é alvo de constante debates e que entende ser esse um dos
alicerces de sua pré-campanha. “Por isso,
estamos visitando os municípios para conversar com quem realmente deseja mudar
o pais para melhor. Nosso maior desafio é discutir política com quem não quer”,
frisou. Ela mencionou que essa é a segunda vez que concorre a um cargo
político. A primeira vez foi em 2010 disputando um assento na assembleia
legislativa do Ceará. “Muitas pessoas
perguntam se não seria mais fácil concorrer para deputada estadual. Mas a ideia
não é apenas concorrer por concorrer, queremos mudar o congresso nacional.
Queremos ser uma voz atuante em defesa dos menos favorecidos na Câmara Federal”,
disse.
“O
chamamento para conversar com você, Nicolau, é porque entendemos ser uma pessoa
que pode somar conosco nessa caminhada, principalmente no debate sobre raça,
sobre a negritude e as relações étnico-raciais nos espaços políticos.
Precisamos nos fortalecer e isso precisa ser feito a partir dos municípios”, disse
Técio Nunes.
O
bate-papo teve alguns encaminhamentos conforme elencados a seguir:
1
– Formação do Psol em Altaneira (possibilidade);
2
– Formação de um grupo de debates e articulações para a divulgação de temas
geradores da campanha de Adelita, assim como para apresentação de sugestões;
3
– Inclusão de Nicolau no grupo/partido visando a implementação das discussões
de raça, gênero e relações étnico-raciais;
4
– Ficou acordado encontros para o mês de agosto nos municípios de Altaneira e
Nova Olinda.