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A minsitra do Meio Ambiente, Marina Silva, participou do lançamento do estudo. (FOTO | Mario Agra | Câmara dos Deputados). |
Dos 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal, somente oito apresentam um plano de adaptação às mudanças climáticas. Outros seis estados estão com o plano em fase de desenvolvimento. As informações estão presentes no Anuário Estadual de Mudanças Climáticas, documento lançado nesta quinta-feira (30), em Brasília, e elaborado pelo Instituto Clima e Sociedade e Centro Brasil no Clima.
O
documento apresenta um compilado de dados que indicam os desafios e pontos
positivos de cada uma das unidades federativas em relação à crise climática e
indica o desnivelamento das unidades federativas com relação ao preparo para
lidar com os eventos climáticos extremos.
O
estado de Santa Catarina que, junto com o Rio Grande do Sul, tem maior risco de
sofrer com desastres causados pelas chuvas, está na lista das unidades
federativas que não contam com esse tipo de estudo. Além do estado catarinense,
Amazonas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba,
Paraná, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Norte e Sergipe não apresentam plano
de adaptação.
No
evento de apresentação dos dados, Marjorie Kauffman, secretária do meio
ambiente e infraestrutura do Rio Grande do Sul, questionou a legislação
brasileira com relação às situações climáticas extremas. "Quando a gente vive a calamidade, o
regramento brasileiro não cabe. Um município não pode emprestar uma máquina
para outro município fazer a limpeza depois da enchente", disse.
"Temos que rever todos esses
procedimentos a luz de um novo tempo, um tempo em que a gente sabe que esses
eventos serão mais frequentes, mais graves".
Com
relação aos tópicos abordados, os planos de adaptação climática apresentam
medidas e ações distintas em cada uma das localidades. No Espírito Santo, por
exemplo, o estudo é focado em revitalização de bacias hidrográficas, construção
de cisternas e barragens. Em Goiás, o plano aborda a conscientização da
população para a importância da hidratação, criação de áreas com fontes de água
de fácil acesso para a população e construção de cisternas.
Dentre
os compromissos climáticos nacionais assumidos pelos estados, está a Coalizão
Governadores pelo Clima, onde quase todos os estados são signatários, com
exceção de Rondônia e Roraima. "A
maior dificuldade dessa questão climática é a governança", apontou
Sérgio Xavier, Coordenador Executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas
(FBMC).
O
Anuário Estadual de Mudanças Climáticas apresenta dados de cada um dos estados
e do Distrito Federal sobre Governança e Financiamento Climático; Emissões
líquidas de Gases de Efeito Estufa; Produção de Energia Elétrica;
Vulnerabilidades às Mudanças Climáticas e Ações de Adaptação; Agropecuária e
Mudança de Uso da Terra.
COP30 e financiamento climático
No
evento de lançamento do anuário, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do
Clima, Marina Silva, ressaltou a importância dos dados às vésperas da
Conferência das Partes (COP30), que será realizada em novembro, em Belém (PA).
"O enfrentamento da mudança climática,
costumo repetir, é nosso grande armagedon, porque pode agravar todas as demais
crises", disse.
Jaime
Verruck, secretário de Meio Ambiente Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e
Inovação do Mato Grosso do Sul (Semadesc-MS), apontou a falta de recursos como
um dos impasses enfrentados pelos estados. "Os financiamentos que conseguimos hoje não são suficientes para
qualquer tipo de meta (mitigação). Temos que focar em recursos", disse. Na
avaliação do secretário, não há tempo hábil para implementar mudanças até o
momento da conferência. "O máximo que vamos chegar lá é com um conjunto de
projetos para a adaptação climática brasileira", ressaltou.
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Com informações do Brasil de Fato.
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