O que foi Grécia? Nada de importante na historia da humanidade.

 

Fragmento de cerâmica ilustrando as Guerras Médicas.  (FOTO | Reprodução | Toda Matéria).


Por Henrique Cunha Junior*

Existe uma ideologia eurocêntrica onde é produzida uma literatura sobre a Grécia que a tornou importante, por não ser comparada e contextualizada com relação aos demais povos contemporâneos e mesmo de períodos históricos diferentes. 

A Grécia nunca constituiu um grande império e muito menos reinos grandes e importantes. Os povos da região da Grécia a pesar do diminuto espaço geográfico ocupado tiveram muita dificuldade em constituir um estado único.

Muito resaltada na nossa formação universitária a Grécia clássica e helênica. Sendo que é um período que nem independência política a Grécia não tinha. O período da Grécia Clássica e Helenística foi a época, compreendida entre os séculos III e II a.C., em que os gregos se encontravam sob domínio do Império Macedônico. O período Clássico e Helenístico foi fundamental na construção da imagem que temos hoje da Grécia. Imagem que não é baseada numa informação sobre demais povos e nem numa comparação com relação a historia política, econômica, militar e cultural dos demais povos. 

O ocorre é que somente é estudada a Grécia, sem ser estudada, a Macedônia, a Pérsia, a Índia, a China, a Núbia, a Etiópia ou mesmo o Egito. Principalmente a Mesopotâmia, entre Sumerios, Babilonios e Assirios e Acadios, que corresponde a povos de desenvolvimento e importância superior aos gregos e contemporâneos da Grécia Clássica e helênica. 

A história da ciência ocidental trata como marcos do seu inicio a filosofia e matemática grega. Não nos é dado a estudar a matemática e filosofia do Egito. Nem dos povos asiáticos. Muito menos a matemática e as ciências desenvolvida no mundo islâmico. Restando pela falta de mais formações e informações que a Grécia é um fato histórico e cientifico de alguma importância real. 

O que resulta a história da Grécia é ensinada como a origem do ocidente e da civilização europeia. Sendo, portanto a origem da superioridade civilizatória pela qual é pensado o eurocentrismo e os processos de dominação geopolíticos produzidos depois do século 17, com a ideia do iluminismo europeu e da consolidação da burguesia europeia. A Grécia tem importância somente ideológica. 

Não existiu um Egito helênico. 

Uma parte considerável dos conhecimentos científicos, artísticos, arquitetônicos e da medicina que são imputados como parte do conhecimento grego forma realizados no Egito, num período da historia tratado como Egito Helênico. Existindo a suposição de o Egito teria sido durante um período histórico colônia grega. No entanto os fatos narrado sobre o Egito são relativos a invasão por Alexandre o grande, que não era grego e sim macedônico. Então o denominado período helênico é um período Ptolomaico, de faraós (mulheres e homens), com origem na cidade de Ptolomeia, que é uma cidade Egípcia. Não existindo no período ptolomaico nenhuma dependência política ou econômica do Egito com relação a Grécia. 

Muitos dos sábios referendados na literatura como gregos não o são. Exemplo é a escola de filosofia de Mileto. Mileto foi parte da Jônia, que na atualidade é região da Turquia. Sendo que a Jônia nunca foi parte da Grécia. Sendo que história pobre e equivocada que recebemos faz essa imperdoável confusão e trata os filósofos da Mileto como gregos.

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Henrique Cunha Junior é professor da Universidade Federal do Ceará (UFC). Possui mestrado em Dea de Historia - Université de Nancy- França (1981) e Doutorado Em Engenharia Elétrica pelo Instituto Politécnico de Lorraine (1983) e orienta doutoramentos e mestrados em Educação com temas relacionados a história e cultura africana, espaço urbano, bairros negros.

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