O amuleto

 

Alexandre Lucas. (FOTO | Acervo Pessoal).


Por Alexandre Lucas, Colunista 

Os dias estão cheios de pouca graça e as trilhas precisam ser refeitas. O mato cresceu e preencheu as passagens. Na mesa, os versos também crescem, mas a felicidade fica de castigo.

O escritor escreve romances de açúcar, enquanto as nuvens formam imagens efêmeras. O descanso vai sendo adiado, mesmo assim o mato cresce.

O horário passa, o escritor resolve incluir o amuleto para recompor a história. Mastiga um chocolate Ouro Branco, sorri, enquanto lê uma declaração de carinho. Escorre algumas lágrimas amarelas. A alegria passou perto.

O amuleto é de rocha dura, mas a crença é mais forte ainda. O desejo pede calmaria para comer tranquilamente o poema da rua,  como se chupasse uma manga madura, onde   mãos e  rosto se amarelassem de prazer.

O escritor não acredita em amuletos, observa os passarinhos voando solitários e escreve novos horizontes para o mesmo céu.

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