![]() |
Lula se tornou simbolo da política partidária por sua militância sindical ainda durante a ditadura civil-militar |
Reproduzimos
abaixo excelente texto de cunho reflexivo publicado no portal de comunicação
Tijolaço que faz alusão ao papel importante de um dos maiores ícones da
história política recente do Brasil.
O
artigo intitulado “O papel de Lula não é de sombra. É de luz” nota-se que o
ex-presidente ainda é tido como a principal referência popular e um dos que
possuem ferramentas ideológicas para tecer críticas a desgastada direita destes
pais que foi responsável direta e indiretamente pelas mazelas do Brasil,
principalmente dos pequenos municípios do interior dos estados.
Vamos ao texto
Lula
é, infelizmente, a última referência popular remanescente do enfrentamento
deste país à ditadura e da reconquista democrática.
Outros
ícones, dos mais variados matizes ideológicos, já se foram, levados pelo
implacável tempo.
Milhares
dos que lutaram - e cumprimos, agora, o quarto final de nossas vidas – estamos
aqui. Mas, além de não sermos símbolos, muitos estão cansados, entregues ou
relativizando as coisas, como compete aos avôs fazerem aos netos.
Por
isso mesmo, é a Lula, mais a que a qualquer um, a quem compete o papel de
dizer, com todas as letras, que a quebra das regras democráticas é, hoje, a
única esperança da direita para retomar o poder que perdeu pelas urnas e pelas
urnas não consegue recuperar.
Não
porque, no horizonte visível, existam sinais de um golpe militar (ou
civil-militar) a nos ameaçar.
Mas
porque só a violência, a conflagração nas ruas pode instilar na população, com
o poder de ampliação que a mídia dispõe, a ideia de que o Brasil está vivendo
um caos econômico e social.
Não
será a polícia militar – ou a federal, como na sua miopia o Ministro da Justiça
acena – quem vai acabar com o fenômeno dos black blocs e seus correlatos, menos
capazes de adotar o discurso a la Marina de “democratizar a democracia”.
Se
é fato de que é preciso compreender que parte de sua origem – além do
infantilismo pequeno-burguês que atravessa eras – está no vazio que se formou
com a perda de identidade dos partidos e da política, não é menos imperioso
mostrar – talvez até resignificar – o que pretendem e para onde rumam as forças
progressistas que assumiram, há 11 anos, o comando deste país.
Não
é preciso sermos selvagens, nem descorteses, nem intolerantes para
evidenciarmos que somos diferentes.
Nem
precisamos – aliás, não devemos nem podemos – atirar à margem os que pensam
diferente e nem mesmo os que, não importa suas ligações com o passado, por
quaisquer razões não desejem ou ajam para ser obstáculos ao novo.
Mas,
sim, necessitamos que a população seja esclarecida e numa escala muito maior do
que nós, com nossos parcos meios, tentamos fazer nos limites que nossas
precariedades e nossa pequenez permitem.
É
a Lula – e ele parece demonstrar cada vez maior percepção disto – que compete
este papel didático que tantas vezes foi negligenciado.
Quantas
vezes o PT e outras forças progressistas, integradas ao Governo, esqueceram do
que ele próprio, Lula, disse ontem no plenário da Câmara?
“Mantendo
sempre um pé nas instituições e outro nas ruas, começamos ali a caminhada que
nos levaria à eleição para a Presidência da República em 2002.”
Registro
outro trecho desta fala de Lula para refletirmos sobre o que disse antes:
“(…)essa
juventude tem que saber que faz apenas 25 anos que nós estamos vivendo no mais
longo período de Constituição contínua deste País. E esta Constituição e este
País — por conta desse aprendizado democrático, coisa que não aconteceu em
muitos países do mundo, mesmo onde houve revoluções — permitiram que um simples
operário torneiro mecânico chegasse à Presidência da República e exercesse o
seu poder em sua plenitude duas vezes”.
Pois
essa juventude não saberá – e se confundirá – se o operário torneiro
mecânico lhe disser isso e mostrar como
– mesmo que sem tanta plenitude – o exercício do poder abriu novos caminhos
para ela e para o país?
Lula
encarna a legitimidade pessoal para fazer isso.
Manifestação,
enfrentamentos com a polícia, até uma prisão arbitrária e ilegal ele próprio
sofreu. Não há black bloc que possa falar em repressão perto dele.
Mas,
para que seja compreendido, ele tem de falar.
Muito
e cada vez mais claramente.
Mostrar
que se, como disse, Marina e Serra são sombras sobre Eduardo Campos e Aécio
Neves, ele é luz sobre Dilma.
Porque
se o povo entender que a desestabilização da democracia é o único jogo que
resta à direita brasileira, estes grupinhos voltam a ser o que sempre foram:nada.
Mas,
sem este enfrentamento na consciência popular, eles podem ser um degrau para a
impensável volta do Brasil ao passado de exclusão e dependência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ao comentar, você exerce seu papel de cidadão e contribui de forma efetiva na sua autodefinição enquanto ser pensante. Agradecemos a sua participação. Forte Abraço!!!