Como você quer aparecer na foto?



Por Alexandre Lucas, Colunista

A imagem é uma construção histórico-social, portanto, carrega a diversidade e complexidade do olhar humano. A maneira como enxergamos as coisas nos remete para além da visualidade e da aparência. A imagem vem sempre agregada a conceito, narrativa e visão social de mundo. Se consideramos esses aspectos, logo, atestamos que a imagem não é neutra, a partir da sua composição e do seu contexto, construída intencionalmente ou de forma inconsciente existe uma dimensão política.

A imagem é componente inseparável da vida humana. É impossível pensar a vida sem a imagem, dito isto, podemos afirmar que ela só existe a partir da existência humana.

A disputa política no campo dos espaços e das ideias, se compõe também pela contestação e narrativas de imagens. A realidade social e seus contrastes tem uma estética política e de poder.

É fácil constatar a estética política e de poder, hegemonicamente alinhada à classe dominante. Podemos pegar como exemplo a forma como são apresentadas as candidaturas para cargos executivos e legislativos, predominantemente existe um ritual de embelezamento da imagem: escolha de luz, maquiagem, tipo de roupa, postura corporal e esboço de sorriso. Se pegarmos imagens nas redes sociais de grupos de amigos ou de casais podemos verificar uma preocupação com a composição: Espaços, roupas, objetos, aspectos do rosto e da postura corporal que vão variando a partir de nichos e classes sociais, existe uma tendência de demonstrar nestas imagens uma situação de bem-estar. 

A construção da imagem é parte da construção ideológica e reflete os interesses e as relações de poder da classe dominante. Se compreendemos a ideologia como um conjunto de ideias, crenças e posições de um grupo sobre o outro reproduzida a partir dos mecanismos simbólicos da comunicação e da estética, a partir da forma e do conteúdo.

Essas questões nos colocam diante da necessidade de refletir sobre a empatia da imagem, a partir da condição humana dos excluídos, oprimidos e explorados.

Na imagem que aparecemos descartamos a possibilidade de sermos vistos com o aspecto de sujo, triste, doente, com roupas rasgadas, preso, sem ter como se alimentar, dormindo na rua, ou seja, na condição de vulnerabilidade e exclusão social. Certamente não é neste tipo de imagem que desejamos aparecer.  

Imaginemos a seguinte cena: você ou alguém da sua família tendo uma foto publicada em redes sociais recebendo uma cesta básica porque não tem alimento em casa. Como você se sente não tendo condições de manter a sua própria vida? Essa é a imagem na qual você quer aparecer?

Expor os seres humanos em situação de vulnerabilidade, com a intenção declarada de aparecer bem na foto, caracteriza ato de coisificação da vida humana alheia. 

Empatia também deve transitar nas imagens que construímos cotidianamente. Se existe uma estética de alinhamento ideológico para manutenção das relações de exploração, opressão e alienação, o nosso caminho deve ser inverso, deve pautar a imagem da esperança, da utopia, do protagonismo popular e da defesa intransigente da vida humana. Reproduzir o discurso visual do dominante, como algo natural é negar a luta pela emancipação humana.   

Bolsonaro é reprovado por gestão da pandemia e considerado responsável por demora na vacinação

 

Além de aglomerações e críticas a máscaras e vacinas, o presidente também fez ironia com o sofrimento, imitando uma pessoa com falta de ar. (FOTO/ Reprodução).

A pesquisa CNT/MDA divulgada nesta segunda-feira (5), que mostrou perda de popularidade do atual presidente e distanciamento em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também mostra rejeição na condução da pandemia. Agora, o governo Bolsonaro é reprovado por mais da metade dos entrevistados, 57,2%, e o resultado aponta para um crescimento contínuo dessa rejeição. A desaprovação era de 39,1% em outubro do ano passado, subiu para 42% em fevereiro último e agora deu um salto de 15 pontos percentuais.

Assim, a aprovação, que era de 57,1% em outubro de 2020, caiu ligeiramente, para 54,3% em fevereiro, e agora despencou para 39%. Ou seja, em um intervalo de nove meses, que coincide com a piora da pandemia, a situação se inverteu, e a gestão do governo na crise sanitária passou a ser vista como negativa. Outros 3,8% não sabem ou não responderam, número estável. A avaliação, portanto, influencia as intenções de voto, pois Bolsonaro perde para Lula tanto num primeiro (41,6% a 26,3%) como em um segundo turno (52,6% a 33,3%).

Responsabilidade com vacinas

Outro dado da pesquisa desfavorável ao presidente é que os entrevistados seguem elogiando os governos estaduais, para os quais Bolsonaro tentou transferir responsabilidades. A aprovação manteve-se praticamente estável, agora em 58,8%. A desaprovação, também sem alteração significativa, é de 36,7%, enquanto 4,5% não sabem ou não responderam.

Para completar, quando se pergunta sobre quem é o principal responsável pela demora na vacinação, quase metade (49%) aponta o presidente da República. Em segundo lugar, bem atrás, “todos eles” – o que inclui presidente, governadores e prefeitos. Os governadores são mencionados por apenas 5,6% e os prefeitos, por 1,4%. Para 5,2% dos entrevistados, não houve demora.

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Com informações da RBA. Clique aqui e leia na íntegra.

Comissão aprova reserva de 40% do Fundo Nacional de Cultura a artes negra e indígena

 

Comissão aprova reserva de 40% do Fundo Nacional de Cultura a artes negra e indígena. (FOTO/ Reprodução/ Nova Escola).

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 765/19, que reserva 40% do Fundo Nacional de Cultura (FNC) a iniciativas vinculadas à cultura e à arte negras e indígenas. Pelo texto, os projetos vinculados à cultura e à arte de povos negros deverão priorizar comunidades quilombolas.

De autoria do deputado Bacelar (Pode-BA), a proposta altera a Lei Rouanet, que destina incentivos fiscais à cultura nacional por meio do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac).

O parecer do relator, deputado Frei Anastacio Ribeiro (PT-PB), foi pela aprovação do PL 765/19, e pela rejeição do PL 1630/21, apensado. O parlamentar ressalta que a distribuição de recursos para o financiamento de atividades culturais ligados aos povos negros e indígenas tem tido baixo grau de aprovação.

"A predominância da cultura branca europeia no Brasil contribuiu de forma decisiva, ao longo dos últimos séculos, para construção de um padrão conceitual que nega a ideia de nação miscigenada e de que inexiste a prática do racismo no País", disse.

Segundo o relator, a contribuição dos africanos e de seus descendentes na cultura brasileira passa pela dança, música, religião, culinária, idioma, entre outros aspectos. "A influência indígena na cultura brasileira não é menos importante do que a de matriz africana", completou.

Tramitação

A proposta tramita em caráter conclusivo e ainda será analisada pelas comissões de Cultura; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

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Fonte: Agência Câmara de Notícias

Ex-presidentes da Fundação Palmares afirmam que atual gestão está voltada para desmonte

 

Ex-presidentes da Fundação Palmares, Carlos Moura e Zulu Araújo lamentam atitudes da atual gestão, apontando diversionismo e autoritarismo (FOTO/ Reprodução)

Por Nicolau Neto, editor

Como se não bastasse à retirada de ícones da luta antirracista no Brasil e da promoção da história e cultura negra da lista de personalidades da Fundação Cultural Palmares (FCP), o atual presidente, Sérgio Camargo, promoveu mais uma ação que descaracteriza por completo o objetivo da entidade. Camargo resolveu excluir do acervo por “teor marxista”, “perversão”, dentre “incômodos”, obras da Fundação.

Incômodo mesmo foi atitude do Sérgio Camargo gerou em Carlos Moura e Zulu Araújo, dois ex-presidentes da FCP. Segundo a RBA, eles classificaram as ações do atual gestor como obscurantista, além desviar a atenção para um incessante processo de “desmonte” da instituição, criada em 1988 (Lei 7.668).

Um relatório divulgado pela Palmares permitiu perceber que fato houve um “desvio da missão” da fundação, pois há na lista obras de autores considerados insuspeitos de Marxismo, a exemplo de Celso Furtado, Maria da Conceição Tavares e até o folclorista Câmara Cascudo. Existe ainda, como apontou a entidade má conservação, porém, os autores enquadrados neste item não estão na lista do “desvio institucional”.

O advogado Carlos Moura, primeiro presidente da FCP, destacou que a criação da Palmares levou mais de duas décadas e que foi fruto de reivindicação, principalmente na década de 70. “Foi a concretização de um sonho do movimento negro, na perspectiva de se ter no organograma do Estado brasileiro um órgão destinado a preservação da cultura afro-brasileira”, disse ele ao passo que lamentou o desmonte que vem ocorrendo.

Já Zulu Camargo, trouxe a lume o objetivo da Fundação que é “preservar, valorizar e difundir as manifestações de origem negra, no sentido de promover a inclusão do negro na sociedade brasileira”. Para ele, a exclusão de livros não corrobora para o acesso a informação e que a atitude “revela intolerância, em grande medida uma estupidez e uma tentativa de censurar o conhecimento.”

Os ex-dirigentes criticaram e apontaram ainda a tentativa de esvaziamento da entidade em suas funções.

Associação Cristã de Base completa 39 anos

 

Mais um ano que brotamos do chão nossas esperanças em dias melhores que cheguem em nossos lares luzes de alento em dias tão difíceis que atravessamos do ano passado até o momento. Nos solidarizamos com as famílias que perderam entes querido nessa pandemia acometidos pelo coronavírus. 

Na caminhada por um sonho coletivo, de muitos corações engajados e muito trabalho nos dedicamos em ver uma transformação de vida no cenário tão batido de escassez, fome e miséria. Foram anos que passamos para ver o país sair do mapa da fome, anos de muito esforço coletivo para levar melhores condições de vida aos povos do semiárido. 

A ACB nasceu da luta de um grupo que se desprendeu de um coletivo ligado a igreja, mulheres e homens que passaram pela Ditadura Militar e tiveram em seus corações o desejo de ver o povo da zona rural com uma vida digna. Foram anos de muita batalha, muitas pessoas passaram pela escola ACB, é assim que muitos a chamam, uma verdadeira escola. Escola que em sua trajetória pode ver voos de muitos que por ela passaram, pessoas que seguiram rumos que foram trilhados o início de seus aprendizados nesta escola que esteve sempre ligada aos ensinamentos de Paulo Freire, na valorização da sabedoria popular. 

Cada uma e cada um que por essa escola passou pode deixar parte de si e levou um pouco da instituição em sua vida. Ano passado tivemos a passagem de nosso querido Jeová que será sempre lembrado por seu legado e alegria. Agroecologista, plantador de árvores, militante, lutador, pai, amigo e sonhador. Jeová brotou no Céu. Aqui na Terra semeou sonhos e deixou muitas saudades. Partilhou sabedoria por onde passou.

Os mais experientes que ainda fazem parte dessa caminhada são fonte de sabedoria e partilham suas experiências ao longo desses 39 anos de luta e resistência. Nomes que carregam traços de uma instituição que segue rumo ao bem viver, que na roda da vida traz a agroecologia como engrenagem que une os ensinamentos do povo e do tecnicismo das universidades.

Mais um ano sem nossa tradicional comemoração realizada na Feira Agroecológica do Crato, momento que nos unimos com associadas e associados, parceiros e amiges.

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Texto de Nelzilane Oliveira, comunicadora popular da ACB.

Escritora Nezite Alencar conversará sobre poesia e cangaço

 

Nezite Alencar. (FOTO | Reprodução | Whatsapp).

Nesta segunda, 05, às 16h30, pelo Instagram: @projetofalacao, a escritora Nezite Alencar participará de live para falar sobre sua trajetória e aproximação com a literatura. 

Toda segunda o projeto Falação que  é desenvolvido pelo Colégio Municipal Pedro Felício Cavalcanti, em parceria com a rede municipal de Ensino do Crato e escolas que compõe o Território Criativo do Gesso traz um trabalhador ou trabalhada da palavra para uma conversa. O objetivo é contribuir para uma cultura leitora, através da aproximação de pessoas que escrevem, suas obras e a comunidade escolar.  

Nezite Alencar nasceu no sítio Olho D’água dos Glauteres, em Campos Sales, mas atualmente reside no Crato. Trabalhou na Educação durante 40 anos como Professora do Ensino Fundamental e como Coordenadora Pedagógica. Fundou o Centro Educacional Enéas Arrais, escola Comunitária onde foi voluntária por mais de dez anos.

Graduada em História pela Universidade Regional do Cariri (URCA) e Pós-graduada em História do Brasil. Pesquisadora do Cangaço e membro da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC). Escreve poesia desde a adolescência e tem vários paradidáticos publicados. É membro da academia dos Cordelistas do Crato, com mais de 40 folhetos publicados.

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Texto encaminhado ao Blog por Alexandre Lucas, Colunista.

#3JForaBolsonaro encheu as ruas do país e dominou as redes sociais

 

As ruas centrais de Curitiba, São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro foram totalmente ocupadas. (FOTO/ Reprodução).

Este #3JForaBolsonaro, dia nacional de protestos contra o presidente Jair Bolsonaro realizado neste sábado (3), encheu as ruas de 312 cidades brasileiras de todos os tamanhos. E de 35 outras localizadas em 16 países do Exterior. Logo cedo, desde as 8h, manifestantes já estavam se juntando a outros. Com faixas e cartazes com mensagens de rejeição ao presidente, associando os efeitos de sua necropolítica com os mais de 500 mil mortos em todo o país. Por isso reivindicam vacina para todos e pagamento de auxílio emergencial até o final da pandemia. Eram grupos de todos os tamanhos, tomaram as principais ruas e avenidas. No total, mais de 800 mil pessoas. Ou seja, muito distante dos “gatos pingados nas ruas”, como prefere desdenhar o governo no alvo dos protestos.

Nas redes

De acordo com a campanha Fora Bolsonaro, o #3JForaBolsonaro movimentou também as redes sociais ao longo do dia. Segundo dados analisados pelo professor Fabio Malini, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), a tag #3JForaBolsonaro foi contabilizada em mais de 500 mil postagens no Twitter. E dominou a rede. Comparada à manifestação nacional de 19 de junho, havia presença de 25% de bolsonaristas interagindo com o conteúdo. Hoje foram apenas 9% – o que pode apontar para uma redução das atividades do bolsonaristas em defesa do governo nas redes sociais.

Em participação no ato da Avenida Paulista, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) disse que, a cada nova manifestação, o presidente fica “com mais medo”. E pelo jeito, o povo tem cada vez mais vontade de derrubar esse governo nas ruas.
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Com informações da RBA.


Juazeiro do Norte recebe 3º ato Fora Bolsonaro

3J Ato Fora Bolsonaro em Juazeiro do Norte. (FOTO/ Leandro Medeiros).


Por Nicolau Neto, editor

Pela terceira vez em menos de dois meses, ativistas, professores/as, movimentos sociais, representantes de sindicatos e de partidos políticos de esquerda saíram às ruas contra os retrocessos do governo federal e pedirem o impeachment.

No cariri cearense, o 3º Ato Fora Bolsonaro foi realizado na manhã deste sábado, 03, no Centro de Juazeiro do Norte que se somou as mais de 340 Mobilizações em todo o país.

As ações são foram organizadas pela Frente Povo Sem Medo, Povo na Rua e Frente Brasil Popular e além das finalidades já mencionadas, visavam também cobrar a vacinação de toda à população, o Auxílio Emergencial de R$ 600, marcar posição contrária à PEC 32, da Reforma Administrativa) e o PL nº 490, que prejudica a Demarcação de terras Indígenas.

Segundo o fotógrafo Leandro Medeiros, "a permanência de Bolsonaro na Presidência da República é um grande risco à saúde pública" e por isso mesmo "as manifestações pelo Fora Bolsonaro apresentam riscos bem menores do que não fazermos nada em nossos lares".

O professor Darlan Reis Jr (URCA), que participou do ato, foi um dos primeiros a divulgar em sua redes sociais e, de acordo com ele, cerca de 200 pessoas marcaram presença.