V Edição do Campeonato Municipal de MTB de Altaneira consagra Higor Gomes bi campeão


Os 10 primeiros colocados na etapa final do municipal MTB de Altaneira. (Foto: Raimundo Soares).

Com participação de apenas 13 ciclistas das cidades de Altaneira, Crato, Farias Brito, Juazeiro e Nova Olinda realizou-se na tarde de ontem (24/11) no circuito da Trilha Sítio Poças a última etapa da quinta edição do Campeonato Municipal MTB de Altaneira.

O altaneirense Higor Gomes já havia conquistado, por antecipação, o título de Campeão de 2018, tornando-se o primeiro bicampeão do certame. Higor foi Campeão da primeira edição em 2014.

Apenas os dois primeiros colocados completaram as seis voltas no circuito de 4,7 Km. O estreante William Soares não completou a primeira volta, abandonou com pneu furado.

Na disputa da etapa os ciclistas do sexo masculino são divididos em cinco categorias, divididos por faixa etária e os cinco primeiros formam a Elite Geral, independente de sexo e idade.

A décima etapa do Municipal MTB de Altaneira terminou assim:

Elite Geral:
1) Higor Gomes;
2) Francisco Serafim;
3) Leonardo Pereira;
4) José dos Santos;
5) Evandro Alves.

Elite Feminino:
1) Raquel Guedes
2) Arlineide Nunes.

Não houve participação de ciclista na categoria Júnior, já nas categorias Sub 30,Veterano A e Veterano C contou com apenas um ciclistas cada, Lucas de Brito, Bruno Roberto e Raimundo Soares, respectivamente.

Nas etapas os ciclistas disputam medalhas e ao longo do campeonato concorrem ainda a 5 (cinco) camisas nas seguintes cores:

1) Camisa Amarela: Campeão Geral - Higor Gomes;
2) Camisa Rosa: Campeão Visitante - Lucas de Brito;
3) Camisa Vermelha: Campeão Jovem - Raquel Guedes;
4) Camisa Verde: Campeão Veterano -  Luciano Ferreira;
5) Camisa Branca com bolinhas azul: Campeão Local - Bruno Roberto.

O Campeão Higor Gomes, fez a Melhor Volta da etapa com tempo de 15min57seg., o que lhe rendeu R$ 100,00 de premiação. O patrocínio da Melhor Volta foi da Construtora Cariri.

Em virtude realização da etapa regional dos jogos abertos na cidade a décima etapa contou com uma pequena participação de público e não foi prestigiada nenhuma autoridade local.

A mesa de cronometragem foi coordenada pelo professor Pedro Rafael, auxiliado por Esmeraldo Gomes e Francisco Filho. Os ciclistas altaneirenses fizeram uma homenagem ao professor Pedro Rafael colocando-o no lugar mais alto do Pódio.

O Campeonato Municipal MTB de Altaneira é patrocinado pelo grupo MegaSom e a empresa DellMaq. (Com informações do Blog de Altaneira).

O ministério de Bolsonaro é um show de horrores


Com Bolsonaro, nada de novo. (Foto: Rogério Melo/PR).

Depois de quatro anos fazendo campanha e vendendo a ideia de que mudaria "tudo que está aí", Bolsonaro foi eleito e já indicou metade dos seus ministros. Sempre que perguntado se tinha nomes em mente, o então candidato era vago, fazia questão de assegurar que seriam nomes exclusivamente "técnicos". Nada de "negociatas políticas" ou "escolhas ideológicas". Ao ler o nome dos indicados, notamos o completo oposto.

Um dos poucos nomes garantidos em ministério durante as eleições foi Paulo Guedes. O "guru" econômico de Bolsonaro tem atuado como um verdadeiro primeiro-ministro do Brasil. Sondou Sérgio Moro antes mesmo do segundo turno. Depois das eleições, atacou parlamentares e está montando sua equipe econômica como se tivesse sido ele próprio o candidato mais votado.

Guedes é fundador do banco BTG Pactual. Escolheu para presidir o BNDES Joaquim Levy, do Bradesco e ministro do desastroso ajuste de Dilma em 2015. Para o Banco Central indicou Roberto Campos Neto, do Santander. Para a Petrobras, nomeou seu amigo da Escola de Chicago, Roberto Castello Branco, que defendeu publicamente neste ano privatizar a empresa. Dois privatistas também foram nomeados para a presidência da Caixa e do Banco do Brasil.

Seguindo o discurso de Bolsonaro, parte da mídia trata esses nomes como "economistas" técnicos. Nada mais falso. Os porta-vozes dos principais órgãos públicos da nossa economia são umbilicalmente ligados ao mercado financeiro, numa escandalosa porta giratória com visível conflito de interesses. Com lucros recordes sucessivos, tanto no período de crescimento quanto de recessão econômica, os bancos já vinham ditando os rumos da economia do País nas últimas décadas. É inédito, porém, o nível de controle que terão sobre a política econômica no próximo período, aparentemente sem qualquer contrapeso.

De noite, montam sua plataforma de governo jantando com grandes acionistas e nomes ligados ao capital estrangeiro, interessados na compra de ativos públicos e de riquezas nacionais. De dia, utilizam a crise econômica para justificar privatizações, reformas que retiram direitos e a venda da soberania nacional a preço de banana. Não por acaso o New York Times definiu Bolsonaro como "descaradamente pró-americano".

Na política, Bolsonaro nomeou Onyx Lorenzoni como ministro da Casa Civil. O deputado é filiado ao DEM há 21 anos, quando ainda chamava-se PFL e tinha como comandante Antônio Carlos Magalhães. Foi, na hipocrisia própria aos udenistas, um dos principais parlamentares a levantar a bandeira das dez medidas contra a corrupção, articuladas pelo Ministério Público Federal. Uma das medidas é a criminalização direta de quem receba recursos eleitorais via caixa 2.

Lorenzoni poderia ser seu próprio promotor: admitiu ter recebido 100 mil reais da JBS não declarados à Justiça Eleitoral para sua campanha de 2014. Declarou-se, porém, "arrependido" e foi perdoado pelo Deus Moro.

Outra indicação, também do DEM, é a nova ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Líder da bancada ruralista, foi uma das principais articuladoras do avanço do projeto que quer flexibilizar ainda mais o uso dos agrotóxicos no Brasil. Por conta disso, ganhou o apelido de "Musa do Veneno". Durante período na gestão estadual do Mato Grosso do Sul, deu incentivos fiscais à JBS, fechou parcerias pessoalmente com Joesley Batista e recebeu doações eleitorais da empresa no mesmo ano. Não é exatamente um nome técnico.

 Nada mais absurdo que a nomeação do até então desconhecido dos brasileiros Ernesto Araújo como chanceler. Diplomata que atua nos Estados Unidos, fã incondicional de Trump, disse que o presidente norte-americano é a salvação do Ocidente. Em blog pessoal, fez campanha aberta para Bolsonaro e atacou partidos de esquerda.

Araújo vive em uma verdadeira realidade paralela, onde o "marxismo cultural" pilota o movimento "globalista", a China segue um país maoísta e o aquecimento global é um dogma esquerdista. Seus impropérios e disparates sucessivos fazem corar só de lembrar que será essa a voz do Brasil para o mundo.

Sigamos. O novo ministro da Saúde será Luiz Henrique Mandetta, terceiro nome do DEM. Está sendo investigado por fraude em licitação, tráfico de influência e caixa 2 na implementação de um sistema de prontuário eletrônico quando era secretário municipal de saúde.

O médico já presidiu a Unimed e desde o início foi contra o Programa Mais Médicos. Difícil crer que alguém com ligação direta ao sistema privado de saúde terá algum compromisso com o SUS. As indicações da última semana foram fechadas com chave de ouro com Ricardo Vélez Rodríguez na Educação. É uma tragédia anunciada. O defensor feroz da dita escola "sem partido" é visceralmente antiesquerda, exalta o golpe militar de 1964 e rasga elogios à monarquia. Um fundamentalista que parece desconhecer a Revolução Francesa. Não é a Marx que questiona, mas a Voltaire e o Iluminismo. Trevas à vista.

Um superministro banqueiro e com a agenda mais antipopular do período democrático. Um político que assumiu ser corrupto na Casa Civil. Uma ruralista que quer liberar geral o veneno na comida na Agricultura. Um trumpista em cruzada contra o marxismo e o ambientalismo na diplomacia. Um deputado investigado e contrário ao Mais Médicos na Saúde. Um inquisidor da Idade Média na Educação. Esse é parte do time de quem prometeu "varrer" o que havia de pior na política brasileira e montar uma equipe "técnica", não "ideológica". O ministério de Bolsonaro é um verdadeiro show de horrores. (Por Guilherme Boulos, na CartaCapital).

Olavo de Carvalho “é a cabeça mais insana já produzida nesse país”, diz teólogo Leonardo Boff


Leonardo Boff criticou a influência  do “filósofo autodidata” Olavo de Carvalho na formação da equipe ministerial do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). (Foto: Reprodução/Revista Fórum).


Professor emérito de Ética, Filosofia da Religião e Ecologia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, o teólogo Leonardo Boff criticou a influência do “filósofo autodidata” Olavo de Carvalho na formação da equipe ministerial do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).

Podemos medir a cabeça do novo presidente pelas nomeações que fez a pedido de Olavo de Carvalho: o ministro das relações exteriores e o da educação. Olavo é a cabeça mais insana já produzida nesse país. Não possui formação séria nenhuma. Diz os piores palavrões como o c. de sua mãe”, tuitou Boff, sobre as indicações de Ernesto Araújo, para Relações Exteriores, e do colombiano Ricardo Vélez Rodriguez, para Educação, feitas pelo guru intelectual da família Bolsonaro.

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Olavo disse que não tem mais nenhum ministro “no bolso” para indicar. O pseudo filósofo também já afirmou que o único cargo que aceitaria seria o de embaixador nos Estados Unidos – apesar de, segundo ele, Bolsonaro já ter oferecido os ministérios da Cultura e da Educação.

Eduardo Bolsonaro, deputado reeleito pelo PSL, disse, após as eleições, que quer levar os parlamentares do PSL para os Estados Unidos para terem aulas com Olavo. “É nossa base filosófica”, disse o filho do presidente eleito. (Com informações da Revista Fórum).

Trajetória de Dandara dos Palmares impulsiona identificação, diz Zuleide Queiroz


Zuleide Queiroz, do Grupo de Valorização Negra do Cariri, afirma que a trajetória de Dandara dos Palmares impulsiona identificação / Foto: Natinho Rodrigues - (Reprodução - Diário do Nordeste).

Figura emblemática na luta pela liberdade junto a Zumbi e Ganga Zumba, Dandara faz parte da história de outras mulheres e movimentos negros no Ceará.

Quantas histórias adormecem sob o jugo da cegueira social? De quantos personagens e fatos não falamos simplesmente porque nunca foram apresentados a nós? Mais especificamente, quantas mulheres nossa memória negligencia quando a pauta do dia é resistência, bravura, luta? Sobrevivência.

Elas são inúmeras, filhas de várias partes do Brasil e do mundo. Personagens concretas de realidades opressoras, com força capaz de transgredir o decurso do tempo e inspirar uma fortuna de atividades. Não à toa, neste Dia da Consciência Negra - data criada em 2003 e instituída, por lei, em 2011 - o Verso dá destaque à figura de Dandara dos Palmares, símbolo-mor de coragem, protagonista quase apagada do registro oficial do Brasil Colonial. Não nestas linhas.

Nesse movimento, a travessia que propomos é de imersão no ofício de mulheres cujo sangue transborda energia e cuja melanina é pigmento de obstinação. Influenciadas pela irrefreável figura de Dandara, revitalizam trabalhos e conferem fôlego novo a expressões diversas. São ícones a levantar bandeiras que partilham semelhante apelo: desafiar lacunas antigas e promover reconhecimento ao lugar do negro, ao lugar da negra. Avante à luta!

No sangue, na memória

Se de geração em geração herdam-se traços, Dandara é mãe da resistência. No dia em que Zumbi teve a cabeça degolada num golpe, um ano e nove meses já teriam passado desde a morte da força feminina do Quilombo dos Palmares. A história da figura apontada como mulher do herói palmarino permanece cercada de incertezas e poucos registros, mas justifica e empodera o confronto das mulheres negras com tudo que as subjugam até hoje.

Relatos afirmam que Dandara teria se jogado de uma pedreira ao abismo, em fevereiro de 1694. A decisão extrema transparece a recusa da mulher de se entregar às forças militares que cercaram o famoso quilombo, onde viviam cerca de 30 mil pessoas distribuídas em aldeias. Não há registros do local onde a matriarca nasceu, nem da sua ascendência africana. Estudos levam a crer, contudo, que sua origem é brasileira e que ela se estabeleceu no Quilombo dos Palmares ainda quando criança. Além dos serviços domésticos, ela defendia como podia o seu povo e os três filhos que teve com Zumbi.

Líder das falanges femininas do exército negro palmarino, Dandara é descrita como uma verdadeira heroína. Ela dominava técnicas da capoeira e teria lutado ao lado de homens e mulheres em inúmeras batalhas e consequentes ataques à sua comunidade quilombola, situada na Serra da Barriga, atual região de Alagoas. De acordo com Zuleide Queiroz, professora da Universidade Regional do Cariri (Urca) e integrante do Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec), a personagem é referência, homenageada por grupos feministas pelo instinto de coragem e maternidade.

A história da figura apontada como mulher do herói palmarino permanece cercada de incertezas e poucos registros, mas justifica e empodera o confronto das mulheres negras com tudo que as subjugam até hoje. 
(Reprodução/Diário do Nordeste).
"A decisão dela foi marcar a história. Foi uma atitude claramente pensada, não em função da força, do medo ou da violência, características facilmente atreladas ao machismo. Foi no sentido de educar as próximas gerações. Tudo ou nada!", partilha, emocionada.



A trajetória de Dandara dos Palmares também impulsiona identificação. Com divergências do ativismo relacionado às mulheres brancas, o feminismo negro levanta pautas específicas. Enquanto as mulheres brancas buscavam equiparar direitos civis com os homens brancos, mulheres negras carregavam nas costas o peso da escravatura, ainda relegadas à posição de subordinadas; isso, porém, não se limitava apenas à figura masculina, pois a mulher negra também estava em posição servil perante a mulher branca.

Segundo Zuleide, a partir dessa percepção, o exemplo da líder de Palmares, assim como o de outras heroínas com pele de cor forte, é a base para a autonomia feminina negra. "Se antes víamos a luta das mulheres brancas pelos direitos, hoje nos reconhecemos na reconstituição da história de Dandara. É a nossa ancestralidade".

É com o intuito de resgatar e reverberar essa posição de luta que o Grupo de Valorização Negra do Cariri (GRUNEC), entidade sem fins lucrativos, promove no interior do Estado a busca pela igualdade étnica/racial e a autoestima da população de cor negra na região caririense, onde foram encontradas, atualmente, 26 comunidades quilombolas, a maioria lideradas por mulheres. Zuleide afirma que Dandara está presente, sim, no coração e no sangue, de toda mulher negra, filhas das mulheres que se jogaram no precipício no decorrer da história.

Batuque para Dandara

Em 2016, durante cortejo no carnaval de rua, o Maracatu Nação Fortaleza homenageou Dandara dos Palmares ao levar a bravura histórica da guerreira para os olhos e ouvidos do público. Com loa reverenciando a personagem, os brincantes entoaram em alta voz: “Ê Ê Ê Dandara/ O tambor já tocou, Calunga mandou chamar/ Vai ter gira no terreiro, iaiá/ Batuque para Dandara/ Luz que alumiou a força dessa nação”.

Ao conferir destaque à mulher, o grupo buscou acrescentar novos elementos ao desfile carnavalesco por meio de uma contribuição cultural e artística focada no respeito à luta feminina, trazendo à tona a trajetória de um ícone ausente nos livros de História e consolidando um ponto de referência para todas aquelas identificadas com a estrada de resistência de Dandara.

Conforme registrado no site oficial do bloco, “‘Salve a Guerreira Dandara’ nos remete a um Brasil do período colonial e da resistência do Quilombo dos Palmares, enriquecendo a proposta do Maracatu Nação Fortaleza ao trazer as cores vivas da cultura afro-brasileira para as vestimentas e adereços; o toque ancestral dos tambores saudando uma rainha negra e sua luta pela liberdade; a presença do simbolismo incorporado na Calunga; e os elementos do universo Brasil-África como referência na montagem do desfile”.

           


Coletivos de mulheres negras no Ceará refletem força revolucionária de Dandara dos Palmares

Feminista, anti-racista e anticapitalista: assim é definido o Instituto Negra do Ceará - Inegra por Margarida Marques, uma das integrantes do projeto. A organização não-governamental tem como projeto político a luta contra o preconceito e a discriminação racial, sexista e de classe. Munida desse objetivo, a empreitada busca fortalecer a construção afirmativa da identidade feminina negra e propor políticas públicas que contribuam para a promoção da igualdade de gênero, raça e classe.


Zuleide Queiroz: "Reconstituir a história de mulheres negras é entender de onde vem a nossa força interior para diante de todas as diversidades". (Reprodução/ Diário do Nordeste).

Os negros e negras vivem em condições de exclusão social como consequência do processo de escravização e de uma abolição que nunca se concretizou. Assim, eles são aqueles que vivem em piores condições de vida, ganham menores salários e são as maiores vítimas da violência”, situa Margarida.

Ela conta que o Inegra atua no Estado desde 2003 como desdobramento de um coletivo de 13 mulheres negras. Hoje, integra o Fórum Cearense de Mulheres (FCM), a Articulação de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB) e a Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB). Entre suas principais realizações, está a Jornada pela Saúde da População Negra; o projeto Fulô do Mandacaru; e atuação no tema do encarceramento feminino, com apoio do Fundo Brasil de Direitos Humanos.

De acordo com Margarida, “superar uma realidade de opressão significa entender um outro projeto social e econômico, de inclusão, tolerância, justiça e reparação social e histórica dos que construíram a riqueza desse país através da mão de obra escravizada e foram deixados às margens do direito e da cidadania”.

Em semelhante engajamento, o Movimento Negro Unificado (MNU) atua no País há mais tempo, gestado em plena ditadura militar, em junho de 1978. Porém, foi apenas em 7 de julho do mesmo ano que a organização foi lançada publicamente, num ato realizado nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo, lançando as bases para a luta em todo o Brasil, inclusive no Ceará.

Dentro desse recorte, o destaque recai também sobre o Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec), entidade sem fins lucrativos que conta com a participação de Zuleide Queiroz. O projeto foi formado em 2001 com o objetivo de promover a autoestima da população negra na região caririense, propagando também a consciência sobre afrodescendência ao valorizar a história e cultura do povo.

Encontro

Nesse sentido, em tempos onde a união é cada vez mais necessária para mudar panoramas de opressão, é que vai ser realizado, nos dias 23 e 24 deste mês, o I Encontro de Mulheres Negras do Ceará, no Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB). A reunião tem caráter duplo: tanto comemora os 30 anos do primeiro Encontro Nacional das Mulheres Negras, realizado em Valença, no Rio de Janeiro, quanto prepara o terreno para a edição nacional de 2018, marcado para acontecer em Goiânia, de 6 a 9 de dezembro.

A inscrição para a etapa local pode ser feita online a partir de link disponibilizado no facebook, na página do evento. A participação custa um valor simbólico de R$ 5 e deve reservar aos interessados um encorpado debate sobre a atual conjuntura cearense no que toca ao movimento negro, imprimindo força e maior alcance aos projetos no segmento.

Tanto Dandara como todas as mulheres negras de ontem e hoje que lutam e resistem contra o racismo,  as injustiças sociais e o machismo, nos inspiram e nos fortalecem. Resgatar as memórias delas e tornar conhecida suas lutas é importante em especial às novas gerações, pois é uma maneira de recontar nossa história, escrita de maneira a invisibilizar a luta do povo negro”, reitera Margarida Marques.
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Texto publicado originalmente no Diário do Nordeste com o título “A grande influência de Dandara dos Palmares”.


Golpe de 1964 deve ser comemorado, disse o novo ministro da Educação


(Eduardo Bolsonaro/Divulgação/ Reprodução/ Portal Gauchazh).

Anunciado como nome à frente do Ministério da Educação no governo de Jair Bolsonaro, Ricardo Vélez Rodríguez, já defendeu o golpe de 1964 em um dos textos publicados em seu blog em abril 2017. Intitulado de "31 de março de 1964: é patriótico e necessário recordar essa data", o texto destaca que "esta é uma data para lembrar e comemorar. A esquerda pretende negá-la. Mas não pode".

Em outro trecho, o futuro ministro escreveu: "64, vale sim afirmá-lo, nos livrou do comunismo. Nos poupou os rios de sangue causados pelas guerrilhas totalitárias que, na Colômbia, por exemplo, no conflito que ora se encerra, ceifou mais de 300 mil vidas e obrigou a sair do país a mais de 5 milhões de colombianos, no longo período que vai de 1948 até os dias atuais. Não tivessem os militares brasileiros agido com força para desmantelar a "República do Araguaia", teríamos tido o nosso "Caguán" (o território "livre" do tamanho do Estado do Rio de Janeiro, situado no coração da Colômbia e a partir do qual as Farc chegaram quase a balcanizar o país vizinho)". 

E completou: “Nos treze anos de desgoverno lulopetista os militantes e líderes do PT e coligados tentaram, por todos os meios, desmoralizar a memória dos nossos militares e do governo por eles instaurado em 64 (...) Felizmente a opinião pública, incluindo as Forças Armadas, reagiu em tempo e os petralhas não conseguiram implantar esse embuste marxista, que tinha como única finalidade fortalecer o PT de forma a que se tornasse o "novo príncipe" hegemônico apregoado por Gramsci, a fim de garantir a definitiva instalação de Lula e a sua caterva no poder. Sabemos hoje que a "revolução" pretendida pelo PT consistia em roubar sem nenhuma oposição". (Com informações do portal Gauchazh).