Movimentos Sociais realizam 24º Grito dos Excluídos em Crato durante feriado da “Independência”


24º Grito dos Excluídos é realizado em Crato. (Foto: Nelzilane Oliveira).

O feriado da Independência é há 24 anos o dia da já tradicional manifestação do Gritos dos (as) excluídos (as) idealizada e organizada por movimentos sociais, sindicatos, associações, sociedade civil e ONGs. O tema norteador deste ano faz um alerta para o combate à desigualdade social e aos privilégios.

Painel com fotos de legisladores que votaram a favor das
reformas que retiraram direitos de trabalhadores.
(Foto: Nelzilane Oliveira).
Na cidade de Crato, na região do cariri cearense, a caminhada ocorreu junto ao desfile cívico, segundo informou Nelzilane Oliveira. Durante o ato e sob a temática "Desigualdade gera violência. Basta de privilégios”, as pessoas gritaram contra a violência à mulher, contra o feminicidio, contra o genocídio da juventude negra e ainda repudiaram os legisladores que votaram contra os trabalhadores. "Quem Votou não Volta", disseram. Um painel com fotos daqueles que votaram a favor das reformas que retiraram direitos de trabalhadores e trabalhadoras foi exibido com o apoio da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce) e do Sindicato dos Servidores Municipais de Carto (SindsCrato).

O Sindicato dos Trabalhadores/as Rurais, por exemplo, participou do grito clamando por Reforma Agrária e Reforma Política. Além do sindicato, movimentos sociais como a Associação Cristã de Base (ACB), Cáritas Diocesana de Crato e o Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec) estiveram entre os realizadores do grito.


Professora pede para criança de 4 anos prender ou alisar o cabelo


Professora recomenda prender ou alisar o cabelo de aluna de quatro anos. (Foto: Arquivo Pessoal).

Ao buscar a filha na escola, a cuidadora Janaína Oliveira, de 32 anos, foi surpreendida por um pedido de uma professora. “Ela me chamou de canto e perguntou se tinha como eu dar um jeito no cabelo da minha filha porque as crianças não estavam se adaptando a ela e estão xingando ela na sala de aula”, afirma.

Em resposta à professora, Janaína disse que não iria modificar ou alisar o cabelo da filha de apenas quatro anos. “Não tem como você prender ou fazer uma trança”, teria pedido a educadora. “Disse que não porque ela gosta de usar o cabelo solto e como tem o couro cabeludo sensível, toda vez que prendo, machuca a cabeça dela”, disse.

Segundo Janaína, a professora teria dito também que ela própria alisava o cabelo. “Respondi que eu também aliso, mas não alisaria o cabelo da minha filha sendo que ela tem só 4 anos.” O episódio ocorreu na quarta-feira (22) na Escola Municipal de Educação Infantil Estrada Turística Do Jaraguá, na zona oeste de São Paulo.

Na sexta-feira (24), Janaína afirma que procurou a diretora para pedir uma explicação sobre a conduta da professora. “Pediram para eu esperar uma semana. Depois fizeram uma reunião com a diretoria, os professores e a professora.”

A escola realizou uma reunião de mediação de conflito para ouvir a família e a professora. “Me informaram que ela seria encaminhada para fazer um teste psiquiátrico para verificar se poderia continuar dando aulas”, disse a mãe. “Perguntaram se eu queria trocar minha filha de horário ou de sala, mas achei que não seria bom para ela”, afirma Janaína.

Ainda segundo a mãe, a professora teria dito que a menina reclamava que os colegas a chamavam de feia. “Em casa, minha filha reclamava que ninguém brincava com ela.  Repete isso desde o começo do ano e chora antes de ir para a escola. Com certeza tem alguma relação com o preconceito”, afirma Janaína.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação afirmou que a DRE Pirituba (Diretoria Regional de Educação) lamenta o episódio ocorrido em 22 de agosto e informa que abriu procedimento disciplinar contra a professora envolvida.

Em reunião feita nesta segunda-feira (3), pela Comissão de Mediação de Conflitos, a DRE acolheu a família e prestou todos os esclarecimentos. Além disso, está realizando ações pedagógicas com os alunos da sala em que a criança estuda, onde estão sendo abordados temas como o respeito à diversidade. Os pais já informaram à direção escolar que não querem que a criança seja trocada de sala ou período para que não haja prejuízo pedagógico.” (Com informações do Geledés).

"Partido Novo é o PSDB Personalité”, diz presidenciável Guilherme Boulos


Guilherme Boulos. (Foto: Reprodução/Revista Fórum).


Em seu perfil no Twitter, o candidato do Psol à Presidência da República, Guilherme Boulos, criticou as propostas do Partido Novo e de seu candidato, João Amoêdo.

Partido Novo é o PSDB Personalité. Posa de limpinho na política para manter o clube dos privilegiados na economia. Essa história a gente já conhece e não tem nada de nova”, escreveu Boulos em seu microblog.

O Partido Novo, cuja campanha promete uma postura diferente dos outros partidos, advoga mais privatizações e menos participação do Estado na economia. (Com informações da Revista Fórum).


Fóssil de dinossauro encontrado em Santana do Cariri está entre material destruído em incêndio no Museu Nacional


Réplica de Fóssil raro de dinossauro da espécie Santanaraptor Placidus, encontrado em Santana do Cariri em exposição no Museu Nacional. (Foto: Y. Félix/Arquivo Pessoal).

Um fóssil raro de dinossauro da espécie Santanaraptor Placidus, encontrado em Santana do Cariri, no Ceará, e outro de crocodilo, descoberto na Bacia do Araripe, estão entre os materiais do Museu de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri (Urca) que estavam emprestados ao Museu Nacional, e podem ter sido destruídos pelo fogo que tomou o antigo palácio da família real, neste domingo (2).

Um incêndio de grandes proporções destruiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, Zona Norte do Rio. O fogo começou por volta das 19h30 deste domingo (2) e foi controlado no fim da madrugada desta segunda-feira (3). Mas pequenos focos de fogo seguiam queimando partes das instalações da instituição que completou 200 anos em 2018 e já foi residência de um rei e dois imperadores.

De acordo com o paleontólogo e professor da Urca, Álamo Feitosa, dezenas de materiais que pertenciam ao Museu de Paleontologia estavam emprestados ao Museu Nacional, para contribuir em pesquisas de mestrado, doutorado e pós. Além dos fósseis, peças de aranhas, escorpiões e plantas. Alguns eram descobertas em fase final de estudos, ainda sem publicação científica.

É comum a gente ceder material pros alunos, é uma cooperação. O empréstimo ocorre dentro de instituições parceiras, o Museu Nacional era meio nosso irmão mais velho, era uma relação muito boa de trabalho, de pesquisa”, explica o professor.

O material estava no Rio de Janeiro há mais ou menos um ano, com exceção do Santanaraptor Placidus, mas já estava retornando para que os trabalhos fossem enviados para publicação, segundo Feitosa.

Pesquisador da Urca, Y. Félix afirma que a espécie de dinossauro encontrada aqui é uma das descobertas mais importantes do país. "Foram encontrados tecidos moles fossilizados, músculos preservados. Talvez seja um dos mais bem preservados do mundo", reforça.

O nome Santanaraptor Placidus foi dado em homenagem ao nome da cidade onde o fóssil foi descoberto, à atividade predatória do animal (um raptor, ou caçador) e ao professor Plácido Cidade Nuvens, ex-reitor da Urca. (Com informações do G1).

Dois séculos de História e Memória se foram....


Incêndio no Museu Nacional destrói cerca de 20 milhões de peças. (Foto: Agência Brasil).

Dois de setembro de 2018 entrará para a História como um dia em que parte desta foi apagada. Como professor de História, assisti aquele incêndio tomado por forte angústia. Foi desolador.

A sensação de impotência foi tão grande quanto a de ver um amigo, uma amiga ou parente partir sem nada poder fazer para evitar. Ver duzentos anos de História e Memória sumirem sem deixar rastros é algo que desanima qualquer pessoa, imagina quem dedicou e dedica sua vida a estudar, analisar e refletir sobre as mudanças, as rupturas e as permanências na História pela História. Qualquer profissional da área que se prese já visitou e levou consigo seus estudantes para museus, pois são espaços de historicidades.

Museus são espaços de infinitas possibilidades; são, outrossim, lugares de afeto, de desvelamento de desigualdades e de afirmação de poder, de memória. Museus são, portanto, sinônimo de História. A destruição de ontem foi uma perda irreparável porque com ela, gerações futuras terão negado o direito de ver e conhecer parte do passado.

Levantamentos expõem que foram 20 milhões de peças e documentos destruídos. O Museu Nacional era o quinto maior do mundo em acervo. Parte relevante da história da humanidade se encontrava ali. Cito o fóssil de Luzia, a mulher mais antiga do continente americano com cerca de 11 mil anos. Então não foi só um prédio destruído; foram dois séculos de história que desapareceram e terão consequências desastrosas para as pesquisas e para pesquisadores/as.

O incêndio foi só uma ponta no iceberg em um país que governantes não possuem nenhum apego pela história e pela memória. A ausência de investimentos em educação, cultura e em patrimônio público revela o quanto nosso país relega o conhecimento histórico e despreza espaços que o revelam/desvelam. Afinal de contas, o Museu Nacional já vinha sofrendo com esse descaso. Primeiro foram os cortes de gastos fruto de medidas de um governo sem legitimidade e sem nenhum preparo para a gerência dos recursos públicos, como a desagradável PEC do Teto dos Gastos Públicos congelando investimentos em áreas como educação e cultura. Em decorrência disso, veio a suspensão das visitas ao público. Recentemente, apenas 1% dos acervos estava disponível para visitação.

Faltam-me palavras para expressar tamanho desolamento; tamanha tristeza. As crianças, os adolescentes e os jovens infelizmente não terão mais a oportunidade de conhecer e admirar aquelas tão raras obras; Pesquisas em andamento não serão concluídas e a nossa relação passado-presente ficou seriamente comprometida. Mas isso não me surpreende, pois estamos em um país que não valoriza o passado, muitas vezes até desconhece e não são raros os casos que o negam. O Brasil nem teve ditadura civil-militar. Os Africanos e indígenas nem foram escravizados. São só alguns exemplos desses emaranhados de pessoas despossuídas de historicidade. Vivemos em uma nação que tem medo da História. Então, é preferível apaga-la.

___________________________________________________________________________Artigo escrito por este professor e blogueiro para publicação no Jornal da Confraria, Edição de Segunda-feira, 03 de setembro de 2018.