Casamento de Samuel e Lídia é o segundo do cariri na religião do candomblé



Cerimônia religiosa marca segundo casamento no candomblé, que se tem notícia na região do Cariri (Foto Divulgação)

Uma cerimônia cheia de emoção, beleza e espiritualidade afro, marcou mais um casamento no candomblé que se tem notícia no Cariri. Os noivos TATA MUTARUESI E MAMETU NDAMEREUÁ (nomes que Samuel Esmeraldo e Lídia Sousa receberam no batismo da religião), selaram a união em um ritual todo cantando em kimbundo e kikongo (línguas bantas) puxado com cânticos, ao som de atabaques, acompanhado pelas vozes dos filhos-de-santo do terreiro.

Essa é a segunda vez que o ato é realizado na região, visto que muitos casamentos não são divulgados, e a primeira que aconteceu no candomblé de Angola. A celebração ocorreu no Terreiro de Candomblé de Nação Angola Nzo Ngana Nzazi-Raiz Muxitu, no Bairro Limoeiro, em Juazeiro do Norte e teve como celebrante, Tata Mufumbi Kitambo do Terreiro Ndunda Ria Muxitu, Rio de Janeiro.

A celebração contou com a presença de diversos sacerdotes de umbanda e candomblé, filhos-de-santo de outros terreiros, amigos dos noivos dentre esses católicos, evangélicos, espíritas, pessoas sem religião e ateus.

A CELEBRAÇÃO

Várias divindades da religião são louvadas durante a cerimônia. O Tata Kisaba, quer dizer pai das folhas, sacerdote que encanta e conhece os segredos das folhas sagradas.  Ele entra louvando as folhas sagradas, fazendo o tapete de folhas, abrindo espaço para entrada das mães dos noivos, padrinhos, noivo e a noiva que vem acompanhada de crianças com alianças e flores.

A pedido do celebrante, as luzes do local são apagadas fazendo referência ao lado difícil do relacionamento, onde os dois terão que enfrentar na vida muitos obstáculos trevosos. O muílo (energia da luz e o sol) é louvado e o celebrante pede que os noivos acendam o fogo do amor, representado por uma panela dourada com alguns elementos para queimar.

COMUNGAÇÃO

O ritual conta ainda com uma defumação (kufumala) que é feita para encantar e purificar o caminho dos dois; as alianças; amarração com o cordão sagrado; comungação do kesu (fruto africano; noz-de-kola) que é o símbolo da vida, um dos vegetais mais importante para o candomblé, são indispensáveis no rito.

Em meio a conselhos, cânticos ao sagrado que celebram a vida, é solto um casal de pombo simbolizando a paz para o casal e um pedido para que eles espalhem harmonia para todos. No centro do terreiro, os noivos e todos envolvidos cantam e dançam pedindo coisas boas e abençoando os recém-casados.

A cerimônia foi registrada no livro de atas de cerimônias religiosas do Terreiro Ndunda ria Muxitu e o texto foi lido ao público, onde consta assinaturas dos noivos, padrinhos e todos os sacerdotes presentes como testemunhas.

A pós a cerimônia religiosa como em outras religiões, aconteceu uma recepção aos convidados e familiares. O momento ocorreu em uma chácara no bairro Tiradentes, onde houve músicas de estilos variados e buffet. (Com informações do Papo Reto Cariri).

Qual o custo da eliminação de uma liderança negra do cenário político institucional para a democracia?




E quem mudaria? Quem mudaria seria quem estivesse no sofrimento. Quem arreda a pedra não é aquele que sufoca o outro, mas justo aquele que sufocado está.  (Ensinamentos de Vó Rita, personagem do romance Becos da Memória de Conceição Evaristo)

No dia 23/07, foi publicada no portal do UOL uma entrevista com o pré-candidato Douglas Belchior, professor,  dirigente da UneAFRO Brasil, organização do movimento negro que, há 10 anos pelo menos, trabalha com educação popular e hoje conta com mais de 40 núcleos de base em funcionamento, fazendo formação política e fortalecendo as trajetórias educacionais de jovens negr@s e pobres nas mais diversas regiões periferizadas do Estado de São Paulo, a entrevista em questão tratava sobre política partidária, negritude, financiamento e distribuição de recursos em campanhas eleitorais.

Financiamento de campanha é, definitivamente, uma questão dura a ser enfrentada, calcanhar de Aquiles do sistema político brasileiro, muito já se debateu sobre a questão e poucas ações de modo a produzir avanços do ponto de vista democrático foram encaminhadas. A temática abordada na entrevista, justamente, tocou em uma das questões fundantes, muito cara à política brasileira, sobretudo nestes momentos de organização interna dos partidos tendo em vista o início do período eleitoral, qual seja, como os recursos do fundo partidário são distribuídos entre as candidaturas nas legendas partidárias.

O debate enunciado por Belchior, na entrevista, não nega um debate mais aprofundado a respeito de como se pensar um sistema eleitoral mais democrático, gastando menos dinheiro, sendo mais efetivo em comunicação de propostas do que em marketing pessoal levando em conta o fato de que, mesmo que seja do ponto de vista retórico, há um consenso  na sociedade brasileira sobre a necessidade de renovação de propostas que encaminham um projeto nacional e que tal empreita não pode prescindir de nov@s quadros e lideranças políticas.

Daí surge uma questão que se pressupunha capital para o campo progressista: como fortalecer lideranças políticas que representem a inovação do ponto de vista da representatividade e ao mesmo tempo estejam vinculadas a um tradição de luta social orgânica, quadros que performassem na disputa da política institucional os setores mais vulnerabilizados da sociedade brasileira nas suas formulações, conteúdos e métodos mesmo em um cenário adverso.

Cenário político esse que, de maneira sintética, poderia ser caracterizado pela principal liderança política popular brasileira presa sem nenhuma prova concreta que o condene; com apenas 45 dias oficiais de campanha eleitoral; com objetivas perseguições aos partidos do campo popular e os mais diversos expedientes mobilizados para se criminalizar a militância social; a ausência de interdição social dos discursos  de ódio sustentadores de considerações apressadas e simplórias do estado de coisas em que se vive aliado a compreensões politicas dos mais variados tons os quais perpassam o liberalismo econômico e o conservadorismo moral; e a descrença da população na política institucional de maneira geral.

Ingenuidade histórica acreditar que nesta conjuntura, preocupações tão importantes tal como democratizar a acesso da população negra, indígena, mulheres e LGBTs  aos poderes da política institucional centralizariam as agendas partidárias a ponto de os partidos políticos se debruçarem por sobre os seus funcionamentos e repensassem os mecanismos viciados de distribuição de recursos internos para fazer, inclusive, com que as representações das populações mais vulnerabilizadas da sociedade brasileira obtivessem estruturas suficiente para realizar, no âmbito da política eleitoral,  o potencial pleno das experiências acumuladas em mais de 300 anos de sujeição e luta para garantir vidas historicamente sufocadas.

Lamentavelmente, neste momento singular de reorganização histórica do campo progressista, após um golpe institucional que parece não cessar nunca, a necessidade premente de se discutir uma proposta alternativa, progressista e que se centralize à partir da garantia da vida, um dos principais instrumentos estratégicos desse período, o PSOL não ter a grandeza política e a generosidade revolucionária necessária para suportar os questionamentos, que não dizem respeito apenas a ele próprio, muito embora Douglas Belchior cerre fileiras neste partido, ampliar o debate, rever posicionamentos e abrir mão do papel histórico, transformador da política nacional, que lhe caberia.

O que se viu no último período, em particular nas redes sociais, foram exemplos cabais de tentativas de desconstrução da legitimidade de uma liderança social do movimento negro com 20 anos de história de luta,  que entre tantas outras que poderiam estar na disputa, foi uma das que resistiu e sempre vocalizou a denúncia, a  construção e as proposições das  formulações construídas por forças políticas negras.

Uma das perversidades do racismo contra negros é considerar pessoas negras menos inteligentes, pouco afeitas aos pensamento lógico racional e incapazes de formulações políticas, quando observamos  a maneira pouco digna pela qual o debate enunciado por Belchior percorreu, no sentido de potencializar desqualificações metodológicas e, como bem considerou a advogada e militante do Movimento Negro Beatriz Lourenço, ausente de coragem em não enfrentar o mérito da questão, demonstra de maneira exemplar como o racismo opera no jogo político-narrativo nos partidos.


A título de exemplo do que ocorreu na última semana, no intuito de materializar, exatamente, o expediente racista dessa política-narrativa é possível destacar a maneira pouco honesta com a qual o professor Maringoni, militante histórico da esquerda brasileira, filiado e com atuação de revelo no PSOL, tentou encaminhar o debate.

Como pode ser observado no post, o intelectual demonstrou a sua pouca sensibilidade e compreensão da complexidade da sociedade brasileira e  de como o racismo é um força promotora de morte. No intuito de desqualificar Belchior e o trabalho da UneAFRO- Brasil que, por meio de um edital público promovido por uma organização internacional, conquistou a possibilidade  de receber recursos para custear algumas atividades destinadas a estudantes negr@s e pobres como transporte e lanche, além de recursos mínimos para o funcionamento de uma secretaria diminuta, que causaria espanto se comparado a qualquer grande ONG financiada pelas mesmos tipos de instituições, as quais tem em seus conselhos intelectuais renomados, via de regra, brancos, ligados a instituições públicas de ensino e pesquisa, que constroem suas respectivas carreiras acadêmicas teorizando muito de como o mundo deve vir-a-ser, por vezes, engajados em partidos políticos e com gordurosos pró-labores, mas pouco sensíveis e incapazes de traduzir o sofrimento do povo em proposições políticas  efetivas e que superem os sofrimentos destas coletividades; boa parte das vezes, distanciados e pouco sensíveis do cotidiano subalternizado da vida.

Esse episódio da vida pública nacional, também, demonstrou, enquanto sociedade, nossa pouca compreensão histórica da política brasileira, nossa pouca atenção ou talvez, interesse em aprender com os erros passados.  Como se sabe, a memória de uma sociedade é muito mais aquilo que se narra, os motivos que foram relevantes para se escolher os fatos que foram narrados e as forças sociais que legitimam a narração. Cabe, portanto aqui, um esforço de recontar um passado recente, momentos iniciais de disputa interna do campo democrático e construção da Nova Republica que, costumeiramente, foi deixada ao lado, porém, sempre que possível retomada pelo Movimento Negro.



Lélia Gonzales, uma mulher negra resistente, uma das militantes de maior expressão do movimento negro dos anos 80, filiada ao PT desde 81, em 1985, entregou sua carta de desfiliação, tendo como um dos argumentos centrais o fato do partido, mesmo tendo em suas fileiras homens e mulheres negras alinhados com a estratégia, suas formulações e protagonismo nunca eram centralizadores do processo político do partido mais popular da história do Brasil, escreveu:

Afinal, foi graças ao PT (às suas propostas) que me decidi a entrar na vida político-partidária, acreditando na possibilidade de inovação dentro da mesma. Disso, não poderei me esquecer; embora sabendo que os caminhos são tortuosos e que a luta não pode deixar de continuar junto com e em favor dos explorados, oprimidos, discriminados e que a luta não pode deixar de continuar junto com e em favor dos explorados, oprimidos, discriminados. Com respeito de sempre, as saudações cordiais de quem sempre buscou estar nas lutas dos discriminados. (GONZALES, Lélia. 1985)

É chegada a hora do campo progressista, dos partidos políticos de esquerda observarem o seu passado recente, reconhecerem que os erros históricos não são prerrogativas exclusiva do governo Lula ou a sua adesão a um projeto nacional Neo-desenvolvimentista; enfrentar suas singulares  dificuldades em reconhecer o RACISMO e o PATRIARCADO como forças construtoras das desigualdades nacionais e que impõe suas dinâmicas às CLASSES SOCIAIS;  que um projeto alternativo de soberania nacional, geração e distribuição de riquezas só faz sentido se a garantia da vida de todas as pessoas for o fim; que há de se ter coragem para enfrentar e criar estratégias que incidam sobre os poderes internos aos partidos de forma a construir mecanismo para que os militantes da base, @s negros, as mulheres, @s LGBTs sejam reconhecidos como formuladores políticos legítimos, não apenas operadores da política;  e que o reconhecimento de tal legitimidade se dá, inclusive, não apenas, por meio de condições estruturais de promover os debates, as proposições, as lideranças e, por que não, estrutura robusta para se participar do processo eleitoral; reconhecer que não é possível assumir o erro histórico, como acontecera no passado, de tornar insustentáveis a permanência de lideranças negras, mulheres, LGBTs dos partidos, das organizações e coletivos dos movimento sociais.

O preço do não enfrentamento radical ao racismo pelos partidos de esquerda foi: por mais de trinta anos o sufocamento de um debate progressista sobre a garantia da vida e segurança pública no Brasil, o que resultou nos mais de 60 mil homicídios anuais que a sociedade brasileira tem de conviver e fazem de nosso país apenas um ensaio débil de uma pretensa e frágil democracia.

Por todas as pessoas que foram sequestradas do continente africano e morreram na travessia do Atlântico.

Por todas as pessoas que aqui chegaram e foram forçadas ao trabalho compulsório;

Por todas as pessoas que sofreram as torturas dos corpos e das almas;

Por todas as mulheres negras e indígenas estupradas;

Por todas as crianças forçadas ao trabalho para sobreviver;

Por todas as mães dos filhos mortos pelo Estado;

Por todas as mulheres negras que sofrem violência doméstica e no parto;

Por todas as pessoas presas que foram impossibilitadas de construir caminhos para a vida distante do cárcere;

Pelo direito à vida livre das amarras do racismo, do patriarcado, da lgbtfobia e do capital;

Por tod@s os povos colonizad@s do mundo;

Por Zumbi dos Palmares, Dandara de Palmares, Maria Firmina dos Reis, Cruz e Souza, Lima Barreto, Antônio Conselheiro, Mariguella, Oswaldão, Helenira Rezende, Dadá (Maria Sérgia), Carolina Maria de Jesus, Guerreiro Ramos, Luana Barbosa, Matheusa, Amarildo, Marcos Vinícios, Lélia Gonzales, Beatriz do Nascimento, Clóvis Moura, Abdias do Nascimento, Milton Santos, Eduardo Oliveira, Amilton Cardoso, Virgínia Bicudo, Neusa Santos, Sabotage, Marielle Franco  e tant@s outr@s. (Por Adriana de Cássia Moreira, no Negro Belchior).

Chapa de Camilo Santana terá novamente Izolda Cela como candidata a vice-governadora


Camilo e Izolda. (Foto: Reprodução/Blog do Eliomar).

Nada de mudança na posição de vice da chapa pró-reeleição do governador Camilo Santana.

A professora Izolda Cela, ex-secretária estadual da Educação, continuará nessa condição. Fontes do PDT asseguram ainda que a foto dela ao lado do governador já está até feita e será uma das peças da decoração que o partido vai expor durante a convenção de domingo, no Ginásio da Faculdade Ari de Sá.

Discreta, Izolda foi, aos poucos, ganhando não só a confiança do governador, mas de toda a equipe e de lideranças dos partidos aliados. Camilo sempre deu a entender que gostaria de manter essa parceria.

Em entrevista ao Blog, ele chegou a dizer que a manutenção de Izola na vice será algo “natural”. (Com informações do Blog do Eliomar).

Conheça o livro “Esse cabelo”, de Djaimilia Pereira de Almeida



(Foto: Reprodução).

"Um romance surpreendente que mistura memória, imaginação e crítica social com humor e leveza na medida certa, mas que também discute temas atuais e fundamentais como racismo, feminismo, identidade e pertencimento. Esta é a história de uma menina que chegou em Lisboa, aos três anos de idade, saída de Luanda, na África, e das suas memórias ao longo do tempo – porque não somos sempre iguais aos nossos retratos de infância –, mas é também a história das origens do seu cabelo crespo. Sua autora, Djaimilia Pereira de Almeida, está despontando como uma promessa da literatura contemporânea, e virá ao Brasil para participar da Festa Literária Internacional de Paraty, a FLIP, com grande destaque na imprensa. Falar de cabelos é uma bobagem? Não, até porque, segundo a narradora deste livro, “escrever parece-se com pentear uma cabeleira em descanso”; e visitar salões de beleza é uma boa forma de conhecer hábitos, de aprender a distinguir modos e feições e até de detectar preconceitos. “Esse Cabelo” narra as aventuras de um cabelo crespo – curto, comprido, amado, odiado, que se embrenha por memórias e histórias num convite ao leitor a desembaraçar todos os nós. Cabelo e escrita, identidade e ação. Da raiz às pontas, estamos assistindo também à narrativa da relação entre vários continentes e a uma geopolítica em constante transformação."



Analfabetos em Historia Africana são racistas



Analfabetismo é não saber ler e o pior não saber raciocinar sobre a realidade dos fatos históricos, pois os desconhecem em profundidade e ficam difundido as máximas racistas anti a população negra por diversos motivos. Muitos realmente desconhecem e propagam informações erradas que perpetuam os racismos ou que servem de informação para nutrir os racismos contrários ao bem viver e a estabilidade física, psíquica e econômica da população negra. Outros conhecem e subvertem, produzem a divulgação distorcidas dos fatos, produzem analises superficiais e saem falando repetições da superficialidade com a eloquência de quem sabe e anunciam nos meios de comunicação o que sambem que esta errado e que defende os seus interesses passados, presentes e futuros.

Professor Dr. Henrique Cunha.
(Foto: Professora Dra. Cícera Nunes)
Porque estou falando isto? Devido às tramas e marcadores de reorganização das estruturas racistas e dominadoras de grupos de europeus conservadores e de parte dos seus descendentes que em razão dos avanços dos movimentos negros, da visão dos grupos humanitários e democráticos, se organizaram para lutar contra. Dentre as pautas que produziram ganhos para as populações negras como cotas se destacou o processo de revermos as historia da África e dos Africanos. Sim rever em razão que o racismo cientifico tinha introduzido muitas distorções e mentiras que precisavam ser revistas. Diziam que os países Africanos no passado não tinham cultura, não tinham escritas e muito menos civilizações. Tudo erros e mentiras históricas feitas como verdade por uma literatura racista que ate hoje é utilizada e que serve de base para livros errados como Casa Grande e Senzala. Por isto precisamos do passado e devido esse fator existem muitos novos conservadores brasileiros dizendo que precisamos esquecer o passado. Bom que os que têm dito que precisamos esquecer o passado mentem, porque eles mesmo não querem esse esquecimento para si e somente para nós, vejam que as heranças econômicas que eles recebem são as principais lembranças documentais do passado que eles não querem de maneira alguma esquecerem.

A nova estratégia racista tem divulgado a informação de que não é necessário as reparações históricas para os povos africanos, pois os próprios africanos venderam seus pares para os escravistas criminosos. Temos ai uma necessidade de aprofundamento da historia e de não trabalharmos a historia na sua superfície e nem no seu analfabetismo racista.

Vamos aos fatos. Não existe venda sem compra, e não existe produção de decorrências sem uso da compra. Ou seja, mesmo que africanos tenham vendido seus pares, quem comprou e usou a mão de obra africana, produziu o sistema do escravismo criminoso nas Américas e enriqueceu com isto foram os europeus e seus descendentes. As reparações são pelas decorrências dos usos criminosos e das fortunas acumuladas, além dos prejuízos imensos sofridos pelas populações negras no Brasil e nas Américas. A maior divida é sobre os prejuízos acumulados, pela persistência das condições impostas pelo escravismo criminoso. As reparações são uma proposta dos movimentos pan-africanistas, mas elas foram aceitas pela maior parte dos países democráticos em convenções internacionais como legitimas. Portanto os grupos no Brasil conservadores, tanto de esquerda como da direita, e pasmem, mas tem muitos dos membros da esquerda que não querem as reparações históricas, esses grupos estão disseminando uma campanha dizendo que os africanos foram responsáveis por venderem os demais africanos. Devemos ter cuidado com o analfabetismo histórico mesmo de historiadores brasileiros famosos, eles estão reforçando os parâmetros do racismo antinegro e do uso da historia sem profundidade. As pessoas se aproximam de nós com a trama de que eu ouvi dizer, e não de eu quem estou dizendo, sim eles não assumem as precariedades de informação e de formação que estão produzindo. Temos que esquecer o passado é falado em vozes altas mesmo nos corredores das universidades brasileiras, nas reuniões de professores nas escolas que não implantam as leis sobre a historia e a cultura africana e agora nas igrejas evangélicas que operam em favor do racismo religioso antinegro.
Vejamos mais fatos importantes. A venda, a compra, o uso e os benefícios e malefícios do uso. Olha na esquina da minha casa sempre tem alguém vendendo droga. Eu não compro, pois é ilegal, causa sérios prejuízos a saúde e aos sistemas da sociedade. Ponto, não eu não compro. Entretanto tem os que compram. Os que compram e que ficam viciados e destruídos pela compra. E não pesam as consequências para suas famílias e para a sociedade como um todo. Mas quem é estava na esquina vendendo? Não é ele que produziu o sistema do trafico e nem é ele que vai ficar rico vendendo a droga. Quem aparece, vai preso e fica fixado são os que estão nas esquinas vendendo. Os reais usuários dos lucros da droga ficam escondidos. Repito os reais usuários dos lucros e não das drogas são os que são responsáveis pela tragédia. Não que com isto se elimine a culpa dos participantes, entretanto não eles que tem que reparar a sociedade e pagar para reconstrução do que esta sendo destruído de vidas humanas. Assim que é necessário sempre um aprofundamento dos fatos históricos para compreendermos a totalidade dos acontecimentos. Nas economias não existe apenas quem vende. Existe que criou o sistema, existem os mantêm os sistemas e quem fez fortuna como o sistema e é responsável pela reparação. O comercio de africanos foi um fato autorizado pelos papas no século 15, criados pelos invasores do continente africano, e mais que invasores destruidores do continente. Para quem não sabe é bom dizer que os europeus e os turcos criaram ampla rede de fortalezas e prisões em todas as partes do continente para protegerem os seus comércios. Que exércitos foram mantidos e financiados por investidores europeus para as invasões dos países africanas e para exploração do comercio, ou seja, para exploração inclusive do escravismo criminoso. Os invasores, em 4 séculos, destruíram mais de 100 grandes cidades africanas. O sistema europeu impôs as nações e aos reis africanos a participação nesse comercio infame e o mando europeu. Os reinos impérios e cidades que não se submeteram foram simplesmente arrasadas e aniquiladas.

Portanto cuidado com o supostos analfabetos sobre a historia africana eles podem ser difusores de justificativas racistas sobre escravismo criminoso e sobre a não necessidade da reparação histórica. Ações e processo econômicos como forma de reparações já existem em muitos lugares da Europa, como consistentes iniciativas economicamente, infelizmente tais processos consistentes economicamente não existem no Brasil. (Por Henrique Cunha, no facebook).

Barbaridades de Bolsonaro em entrevista pouco importam a muitos eleitores


(Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress).

Jair Bolsonaro falou uma montanha de barbaridades em sua entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda (30). Mesmo assim, Jair Bolsonaro provou que sua competitividade pode ser maior do que a certeza dos que dizem que ele murchará assim que a campanha começar por conta de seus míseros sete segundos nos blocos de propaganda na TV.

Não importa que demonstre não dominar nenhuma proposta para as áreas de economia, educação, saúde, ciência e tecnologia… Aliás, as soluções que dá aos problemas do país não sobreviveriam a uma sessão de interrogatório do coronel Brilhante Ustra, o finado torturador-açougueiro da ditadura, autor do livro que repousa, segundo Bolsonaro, em sua cabeceira. Ele se esquiva de perguntas e inventa números. Mas sabe se comunicar. Fala para uma parte dos extremistas o que eles querem ouvir. E conversa da maneira que uma parte menos radical dos eleitores entende, mesmo que discorde. Com isso, vai preenchendo medos, ansiedades e sensação de vazio com essa conexão. O conteúdo, nesse caso, é menos importante que a forma.

É triste, mas venho escrevendo a mesma coisa neste espaço há mais de dois anos. Parte das elites intelectual, social e política segue tratando-o como morbidade passageira e não entende esse tipo de conexão que ele estabelece. Essas elites chamam os eleitores de Bolsonaro de ignorantes e acham que a inércia democrática e o recall das eleições passadas irão mudar o cenário na hora certa. Com isso, não se preocupam se trabalhadores e o restante da classe média estão entendendo o velho discurso que eles próprios seguem usando. Apenas se preocupam com as alianças para ganhar tempo de TV e em dizer aquilo que consideram racional. O problema é que apenas a razão, neste caso, não nos libertará.

Pois a racionalidade abandonou o debate político brasileiro há tempos. E o que ficou foi o fígado da ultrapolarização.

(Já a elite econômica recebeu o recado e entendeu: Bolsonaro entregará a economia para o mercado se vencer. E, com isso, parte dele abandonou Geraldo Alckmin. Essa parte da elite se esqueceu que somos craques em estelionato eleitoral e em mudanças de posição no day after.).

Mais uma vez, é irresistível comparar a situação com a de Donald Trump. Uma parcela da imprensa e da classe política tinha grande dificuldade de imaginá-lo despachando no Salão Oval. Quando percebeu que o negócio era sério e tentou mostrar quem ele era e o que significava o seu discurso, já era tarde. Hoje, parcela considerável da imprensa e da classe política brasileira tem dificuldade de imaginar Bolsonaro sentado na cadeira do Palácio do Planalto. Dizem que ele não conta com tempo de TV, palanques em locais importantes e que isso é balão que se esvazia.

Bolsonaro não é Trump e o PSL não é um Partido Republicano na democracia bipartidária norte-americana. Mas Trump não foi eleito por ser misógino e preconceituoso, mas por conseguir tocar eleitores de Estados-chave da federação norte-americana ressentidos por serem órfãos econômicos da globalização. Tocar os eleitores, essa é a chave.

No Brasil, os temas comportamentais e morais, apesar de fazerem sucesso nas redes sociais com a extrema-direita, não serão o fiel da balança do voto. São insuficientes para levar o centro do espectro político e eleger alguém. Para a massa, os dois principais temas da campanha serão os mais de 13 milhões de desempregados e os mais de 62 mil homicídios anuais.

Bolsonaro tem uma resposta para a segurança pública que passa por armar a população e apoiar a letalidade policial. Na geração de empregos, contudo, vai mostrando que a qualidade de vida do trabalhador é menos importante que o desenvolvimento econômico. Na entrevista, afirmou que. fiscalização do trabalho atrapalha a geração de emprego no campo. Fiscalização que libertou mais de 52 mil escravos desde 1995. Pelo visto, bom mesmo era antes da Lei Áurea, quando havia pleno emprego.

Mas ao falar de suas propostas, mesmo que de maneira vazia, de forma que o cidadão comum sinta que estabelece com um candidato um canal de comunicação sobre suas frustrações e dificuldades, conquista votos. Afinal, as pessoas querem alguém que fale para elas. Mesmo que não fale nada.

A falta de resposta decente dos atuais governantes à necessidade de empregos e à garantia de segurança pública pode jogar o Brasil não mãos de qualquer um no ano que vem. Um ''salvador da pátria'' que demonstra orgulho por não ter apreço pelas instituições, por exemplo.

Bolsonaro sabe conversar com um público que quer saídas rápidas e fáceis para seus problemas e que precisa de alguém que lhe entregue uma narrativa – mesmo que inconsistente – para poder tocar sua vida. Narrativa que os partidos tradicionais solaparam em oferecer.

O melhor para Bolsonaro é que, agindo como azarão e não representando nada além dele mesmo, não precisa ganhar nada. Por isso está livre para fazer o que for preciso para ganhar. Inclusive passar por cima da democracia ao afirmar que as eleições deste ano estão sob suspeição por falta do voto impresso. Mas a lisura do processo será questionada apenas se ele não ganhar, claro. (Por Leonardo Sakamoto, em seu Blog).

Quatro das seis etapas do Campeonato MTB de Altaneira foram vencidas por Higor Gomes


Quatro das seis etapas do campeonato MTB
de Altaneira foram vencidas por Higor Gomes.
(Foto: Raimundo Soares Filho).
Com participação de 31 ciclistas de Altaneira, Crato, Juazeiro e Nova Olinda realizou-se na manhã de ontem (29/06) no circuito da Trilha Sítio Poças a sexta etapa da quinta edição do Campeonato Municipal MTB de Altaneira.

O altaneirense Higor Gomes venceu mais uma etapa, a quarta em 2018, dessa vez com o tempo de 1h41min54, Lindevaldo Ferreira ficou em segundo e Lucas de Brito chegou na terceira colocação. Jefferson Gomes e Leonardo Pereira completaram o Pódio na quarta e na quinta posição, respectivamente.

O Campeão cearense, João Filho, com problemas na bicicleta, abandonou a prova após concluir a primeira volta. Apenas os quatro primeiros colocados completaram as seis voltas no circuito de 4,7 Km.

Na disputa da etapa os ciclistas do sexo masculino são divididos em cinco categorias, divididos por faixa etária e os cinco primeiros formam a Elite Geral, independente de sexo e idade.

A sexta etapa do Municipal MTB de Altaneira terminou assim:

Pódio da Elite Geral.
(Foto: Raimundo Soares Filho).
Elite Geral:
1) Higor Gomes;
2) Lindevaldo Ferreira;
3) Lucas de Brito;
4) Jefferson Gomes;
5) Leonardo Pereira.

Elite Feminino:
1) Raquel Guedes
2) Thais Amorim;

Junior:
1) Saulo Brito;
2) Kaio Ruan;
3) Heron Macário.
Sub 30:
1) Fernando Gomes;
2) Vandeilton Bento;
2) Henrique Ferreira.

Veterano A:
1) Esly Neto;
2) Bruno Roberto;
3)Paulo Robson.

Veterano C:
1) Luciano Ferreira;
2) Ninja;
3) Beto Ciclo.

Nas etapas os ciclistas disputam medalhas e ao longo do campeonato concorrem ainda a 5 (cinco) camisas nas seguintes cores:

1) Camisa Amarela: Campeão Geral que tem como líder Higor Gomes;
2) Camisa Rosa: Campeão Visitante; Lucas manteve a lideranças dos ciclistas de outras cidades;
3) Camisa Vermelha: Campeão Jovem; Raquel Guedes é a líder dos ciclistas com até 23 anos de idade;
4) Camisa Verde: Campeão Veterano; Luciano Ferreira manteve a lideranças dos ciclistas com idade de 40 anos acima;
5) Camisa Branca com bolinhas azul: Campeão Local; Lindevaldo Ferreira consolidou a liderança entre os ciclistas altaneirenses.

O Campeão Higor Gomes, fez a Melhor Volta da etapa com tempo de 14min57seg., o que lhe rendeu R$ 100,00 de premiação. O patrocínio da Melhor Volta foi da Construtora Cariri.

A sexta etapa contou com uma boa participação de público e foi prestigiada pelo ex-prefeito Delvamberto Soares, pelo ex-vice-prefeito Mundim Soares e pelos vereadores Antonio Leite e Flávio Correia.

Antes da largada os atletas fizeram um minuto de silêncio em homenagem ao ciclista Zé Airton falecido este mês e ao final da etapa foi a pedido do Ninja o empresário Beto Ciclo fez uma oração, no que foi acompanhado pelos demais ciclistas.

Ainda em homenagem ao falecido foi entregue ao Campeão da categoria Veterano C, Luciano Ferreira, um Troféu com o nome e a imagem de Zé Airton.

A mesa de cronometragem foi coordenada pelo professor Pedro Rafael, auxiliado por José Valdson e Paula Mirian.

O Campeonato Municipal MTB de Altaneira é patrocinado pelo grupo MegaSom e DellMaq. (Com informações do Blog de Altaneira).