Candidato homofóbico, defensor de um “Kit macho”, causa revolta e vergonha alheia


Defensor da polêmica proposta sobre a criação de um “kit macho” nas escolas públicas brasileiras, o candidato a deputado federal pelo PSDB Matheus Sathler, de Brasília, usa a internet para ampliar o diálogo com os eleitores. Na rede, ele diz que a “desestrutura familiar” leva mulheres a trabalhar fora e que analisa projeto de lei “anti gay” vindo da Rússia. No horário eleitoral desta sexta-feira (22/8), ele chamou atenção, na TV, para as bandeiras da campanha.

O candidato publicou, no Facebook, foto junto a crianças: “a criançada já está sabendo que kit macho é ‘menino só pode gostar de menina e as meninas só de meninos’”. Sathler também se diz contra a presença de mulheres e homossexuais nas forças armadas e policiais. A realidade de mulheres que trabalham fora de casa “deve ser corrigida nas próximas gerações”, de acordo com ele.

Em vídeo publicado no Youtube, o candidato explica que registrou em cartório as principais promessas de campanha, como doar metade dos vencimentos, se eleito, para trabalhos de recuperação de “crianças vítimas do estupro pedófilo homossexual”. “Kit macho” e “kit fêmea” são outras promessas registrada, segundo o vídeo.

Constrangimento no PSDB

As declarações radicais e homofóbicas constrangeram o PSDB. O presidente regional da sigla no DF, Eduardo Jorge, disse que vai proibir Matheus Sathler de usar o horário da legenda para defender essas propostas. “Ele disse umas bobagens, foi chamado pelo partido e se retratou. Já dissemos que retiraríamos a candidatura dele se essa situação persistisse”, afirmou. “A posição do PSDB é de tolerância e de respeito”, garantiu o tucano. O candidato ao Governo do DF, Luiz Pitiman, afirmou que não conhece Matheus Sathler nem tem informações sobre as propostas apresentadas durante o horário eleitoral.

Diretor do Grupo Elos LGBT, Evaldo Amorim disse que vai acionar a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais para enviar uma carta de repúdio ao PSDB. “Esse discurso é um retrocesso na construção de uma sociedade mais igualitária. É absurda essa história de cartilha para ensinar menino a gostar de menina, as coisas não funcionam assim. A orientação sexual é inerente ao ser humano”, acrescenta o militante.


Com Correio Braziliense/Pragmatismo Político


Estado do Ceará possui mais de quarenta comunidades quilombolas


A Fundação Cultural Palmares disponibiliza em seu sítio listagem contendo o número de comunidades como remanescentes de quilombos, ou simplesmente comunidades quilombolas, por Estado.

Em publicação datada do último dia 20 de agosto no Diário Oficial da União – DOU, o Estado da Bahia, conhecido como o espaço social mais negro do Brasil, teve certificado por parte da Fundação Palmares mais 22 comunidades descendentes de quilombos.


Já o Estado do Ceará possui até o momento 42 (quarenta e duas) comunidades reconhecidas e certificadas por esta mesma fundação. A região do cariri cearense formada por 27 (vinte e sete) municípios insere neste rol quatro espaços sociais, a saber: Araripe, Potengi, Porteiras e Salitre. Sítio da Arruda, Sítio Carcará, Souza, Serra dos Chagas e Renascer Lagoa dos Criolos compõem essas comunidades, respectivamente. As duas últimas, inclusive estão localizadas em Salitre. Confira todos os grupo quilombolas devidamente certificados no Ceará clicando aqui.

Mapeamento das Comunidades Rurais Negras e Quilombolas realizado pelo
GRUNEC e a Cáritas Diocesana. Foto/Reprodução.
O Grupo de Valorização Negra do Cariri – GRUNEC e a Cáritas Diocesana de Crato – CE realizaram um importante trabalho com comunidades rurais de algumas cidades da Região do Cariri, Estado do Ceará. O material refere-se ao Mapeamento das Comunidades Rurais Negras e Quilombolas do Cariri.

O mapeamento realizado em 2010 visitou 25 comunidades em 15 municípios e objetivou visibilizar a população negra, bem como produzir um material que pudesse servir de base para futuras pesquisas e, sobretudo, para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para esta população. O presente trabalho constitui-se importante ferramenta de estudo e, claro, de suporte didático para serem utilizados nas aulas de História, Sociologia e Filosofia.

Confira o vídeo abaixo

                             

Marcha Negra repercute fora do país e reúne cerca de 50 mil pessoas


Pelo menos 50 mil pessoas saíram as ruas em todo o país na II Marcha Nacional contra o Genocídio do Povo Negro que aconteceu em pelo menos 10 Estados e teve repercussão em 15 países, segundo as primeiras avaliações dos seus organizadores. O protesto teve seu ponto forte em cidades como Salvador, S. Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Vitória, Belo Horizonte, Porto Alegre e Manaus, com passeatas que alteraram a rotina dessas cidades.

Em S. Paulo, cerca de mil pessoas compareceram ao vão do MASP, na Avenida Paulista para participar da manifestação, segundo estimativa da própria Polícia Militar. A passeata desceu pela Rua da Consolação em direção ao Theatro Municipal, no centro, onde em 1.978, foi fundado o Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial (MNU), uma das entidades mais antigas do movimento negro brasileiro em atividade.

Brasília

Em Brasília, a manifestação ocorreu na Praça Zumbi dos Palmares, no Conic, e reuniu cerca de 400 pessoas de acordo com estimativa da Polícia Militar do Distrito Federal. A manifestação na capital federal reuniu representantes de movimentos sociais, grupos religiosos, artistas e pessoas que enfrentam o racismo diariamente e percorreu as ruas no entorno da Rodoviária de Brasília, um dos pontos mais movimentados da cidade, de onde saem ônibus para as demais regiões administrativas do Distrito Federal e entorno.

"O objetivo da Marcha é dar visibilidade à questão. Quem está marchando aqui são as pessoas da periferia, dos assentamentos. Queremos dar vez para aqueles que estão à margem, que não falam", disse uma das organizadoras, Layla Marisandra, do Fórum da Juventude Negra. "No DF, não é diferente dos outros Estados. Aqui temos um cordão invisível que divide as asas [Sul e Norte] do entorno e das [cidades] satélites. Tem uma população que só vem ao centro para trabalhar".

Violência policial

Em S. Paulo, os manifestantes gritaram palavras de ordem contra a violência policial que atinge prioritariamente negros e pobres no Brasil. “A morte negra hoje, no Brasil, já atingiu números de guerra civil. A cada 25 minutos morre um negro neste país”, afirmou a coordenadora nacional do Movimento Quilombo, Raça e Classe, Tamires Rizzo.

Segundo o Mapa da Violência 2014, morreram, proporcionalmente, 146,5% mais negros do que brancos no Brasil, em 2012, em situações como homicídios, acidentes de trânsito ou suicídio. Entre 2002 e 2012, esses números mais que dobraram, segundo o estudo elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, com apoio da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, da Secretaria Nacional de Juventude e da Secretaria-Geral da Presidência da República.

Cantor de rap e estudante de geografia, Tiago Onidaru disse que vê de perto as consequências da violência. “A gente perde vários irmãos na comunidade. Se não é um amigo nosso, é amigo de um amigo”, contou o jovem de 27 anos, que também reclamou da representação do negro nos meios de comunicação. “É uma ausência de representação, e quando tem é para ridicularizar", disse o rapper.

Na manifestação, em Brasília, as histórias de violência e preconceito eram muitas. A técnica de enfermagem Lourdes Pereira, de 49 anos, teve o sobrinho Flávio Rogério, de 20 anos, assassinado pela polícia, em Teresina. "Meu sobrinho morreu por um pré-julgamento da polícia. Esse julgamento é um racismo disfarçado", afirmou. Ela é moradora da Cidade Ocidental, município goiano no entorno de Brasília. Negra, Lourdes disse que "sente na pele a diferença. Quando vamos procurar emprego, por exemplo, e não somos escolhidas e a diferença não está no currículo."

O rapper Divino Monteiro, o Dino Black, traduz o sentimento em versos. "Meus irmãos só marcam presença lá se for para lavar banheiros ou lavar o chão. Me doi em pensar em tanta exploração. Tem preto otário achando que acabou a escravidão. Pode crer que não", diz na música "Onde Estamos". "Quando o negro entra, é o primeiro suspeito. Isso acontece comigo: basta eu entrar em um ônibus que todos me olham, basta entrar em uma loja que acham que eu vou roubar alguma coisa", diz o rapper, que é morador da Candangolândia, região administrativa do Distrito Federal.

Manaus

Em Manaus, a Marcha aconteceu no bairro Cidade Nova, zona norte, e contou com a participação de nove instituições que lutam pelos direitos dos negros, além de grupos de Hip-hop, capoeira, grafite e outras manifestações artísticas. Apesar do pouco número de manifestantes (cerca de 500 segundo as avaliações), os organizadores acreditam ser um avanço no Amazonas, Estado que não tem tradição na luta do movimento.

Segundo Luiz Gonzaga Fernando Costa, do Instituto Ganga Zumba, o Amazonas é um Estado onde ocorrem com frequência crimes de racismo contra negros apesar da maioria da população ter origem indígena. "Precisamos expor esses casos de violência e nosso movimento é para agregar e não segregar”, disse Costa.

Um dos motes da marcha foi “Reaja, ou seja morto” e para Rosiete Barros, membro da Rede de Educação Cidadã, em muitos casos a violência contra os negros parte de quem deveria proteger. “Há uma forte incidência de abuso policial para com os jovens negros. Mas isso começa desde a escola, pois as instituições não ensinam a história da cultura negra e ainda há uma barreira contra as religiões de matriz africana”, disse Rosiete.

Um dos membros da Federação de Umbanda e Cultos Afro-Brasileiros do Estado do Amazonas (Fucabeam), Cristiane Floriza, ressaltou que a intolerância religiosa com as religiões africanas parte de muitos professores e chega a ser motivo de crimes contra sacerdotes. Para ela, o preconceito é fruto do desconhecimento, por isso, essa cultura deveria ser apresentada na escola, mas muitos professores se opõem por causa de suas crenças pessoais.

Só neste ano, três homens sacerdotes da umbanda foram assassinados no Amazonas. Não podemos colocar uma indumentária ou colocar um pano na cabeça que já somos tachados de satanistas”, destacou Cristiane.

Na avaliação de Jéssica Santos, representante do Fórum da Juventude Negra do Amazonas (Fojune), os jovens negros da periferia de Manaus são os que mais sofrem com a violência por parte dos policiais. Ela afirma que há intimidação nas próprias delegacias, onde a Lei 7716/1989, que pune os crimes de racismo é ignorada.

Belo Horizonte

Em Belo Horionte, cerca de 200 manifestantes se reuniram na rua Aarão Reis, ao lado da Praça da Estação, a partir das 15h. O trânsito chegou a ser interrompido nas proximidades da Rua S. Paulo e Avenida Amazonas, na região central da capital mineira.

Portando cartazes e gritando palavras de ordem, os manifestantes denunciaram o fato de que mesmo após 126 anos da Abolição, os negros brasileiros continuam lutando por cidadania plena.


As fotos são creditadas por Reginaldo Bispo/Jornal O Tempo(BH) e José Cruz/Agencia Senado e foi Publicado Originalmente no Afropress

Em mensagem, UNESCO fala do Dia Internacional de Lembrança do Tráfico de Escravos e de sua Abolição


O Dia Internacional de Lembrança do Tráfico de Escravos e de sua Abolição é particularmente significativo em 2014, aniversário de 210 anos da independência do Haiti e aniversário de 20 anos do programa educacional e cultural Projeto Rota de Escravos da UNESCO, um projeto pioneiro que ajudou a acelerar pesquisas e propagar o conhecimento sobre a história da escravidão e suas consequências.

A história do tráfico de escravos registra não somente seu sofrimento mas também sua luta vitoriosa pela liberdade e pelos direitos humanos, simbolizada pela insurreição de escravos de São Domingos da noite de 22 para 23 de agosto de 1971. Essa luta reforça a consciência sobre a igualdade de todos os homens e mulheres que é herança direta de todos.

Essa visão emancipatória deve servir de guia aos nossos esforços em prol de construir uma cultura de tolerância e respeito. Os programas educacionais e culturais da UNESCO e seu apoio a pesquisas históricas têm por objetivo destacar a riqueza das tradições produzidas pelos povos africanos em meio à adversidade – na arte, na música, na dança e na cultura de maneira  geral –, criando laços indissolúveis entre povos e continentes e transformando irreversivelmente a cara da sociedade. Essa herança tem valor inestimável para uma vida pacífica em nosso mundo globalizado às vésperas da Década Internacional para os Povos de Ascendência Africana (2015-2024).

A transmissão dessa história é condição essencial para uma paz duradoura baseada na compreensão mútua entre povos e na plena consciência dos perigos do racismo e do preconceito. Ela também nos ajuda a continuar nossa mobilização contra formas modernas de escravidão e tráfico de pessoas que ainda afetam mais de 20 milhões de pessoas em todo o mundo.

Leal às palavras de Aimé Césaire, que disse, sobre a Cidadela no Haiti: “a essas pessoas, obrigadas a se ajoelhar, urgia um monumento para que se erguessem”, a UNESCO contribui ativamente com o projeto de um Memorial Permanente à Lembrança das Vítimas da Escravidão e do Tráfico Transatlântico de Escravos, a ser estabelecido na sede das Nações Unidas.

Conclamo os países-membros e os parceiros da UNESCO em escolas, universidades, na mídia, nos museus e nos lugares de memória a observar este Dia Internacional e a dobrar seus esforços para garantir que o papel feito pelos escravos na conquista do reconhecimento de direitos humanos universais seja conhecido mais a fundo e mais amplamente disseminado.


Texto do UOl listando belas candidatas reforça a ideia de as ver como adornos, diz Laura Reis


Na última quinta-feira (21), o portal UOL Eleições 2014 publicou uma matéria onde lista “as mais belas candidatas” que disputam votos neste ano, gerando críticas por parte de militantes feministas.

Foto: Reprodução/Captura do site Uol Eleições 2014
O texto, escrito pelo jornalista Vinícius Segalla, considera a presença dessas candidatas uma forma de tornar o horário de propaganda eleitoral mais “palatável”. Para Segalla, elas “mostram que belos traços, sorrisos encantadores e sensualidade são características que sobram, também, na política nacional”.

A candidata a deputada estadual de São Paulo pelo PSOL Isa Penna, uma das mulheres presentes na lista do portal, publicou em sua página do Facebook uma nota onde exige que sua foto seja removida da matéria, que considera machista e desrespeitosa. “Esse tipo de matéria só demonstra mais uma vez como é essencial que, nós mulheres, ocupemos cada vez mais os lugares públicos e políticos da nossa sociedade, para demonstrarmos para este tipo de pessoas que podemos sim lutar pelos nossos direitos, que temos que ter o protagonismo na tomada de decisões que envolvam toda nossa comunidade e que nossas ideias devem ser levadas em conta. Nossa participação na sociedade não pode ser resumida à de objeto sexual, e iremos enfrentar a mídia e grandes interesses para provar isso”, declarou Penna.

Segundo o professor universitário Moisés Saraiva, a exigência da candidata Isa Penna é uma questão delicada no âmbito jurídico. “Há dois grandes direitos em conflito: um que é o da liberdade de imprensa, principalmente no caso de ser uma candidata a deputada estadual, e o direito a honra e a imagem”, explica.

Saraiva, que ensina Direitos Humanos no curso de Direito da Universidade Regional do Cariri (URCA), considera que a matéria é sexista e reduz as mulheres à condição de “objetos a serem degustados”, mas a grande dificuldade do caso seria a superação dos valores machistas naturalizados no próprio sistema judiciário. Na opinião de Saraiva, “ao solicitar que sua foto fosse retirada, por se sentir ofendida, objetificada, entendo ser possível discutir, a nível judicial, a retirada, principalmente após o decurso de prazo razoável do pedido feito pela candidata ao site”. Mas adiciona: “dentro de um contexto de uma sociedade machista, homofóbica, preconceituosa em sentido amplo, vejo que um processo por parte da deputada poderia não ser deferido, haja vista que há até juízes que não reconhecem a exploração sexual de crianças e adolescentes femininas por serem profissionais do sexo”.

Para a militante feminista Laura Reis, a matéria é machista porque apresenta as candidatas como adornos. “Vivemos ainda em uma sociedade que exige beleza das mulheres como uma obrigação e na qual as mulheres são, sempre e primeiro, avaliadas pela sua aparência para só depois serem julgadas pelo que têm a dizer”. Ainda analisando a escolha das fotos, Reis salienta que o padrão de beleza ali representado também evidencia o racismo no Brasil: “O fato de que o número esmagador de mulheres que figuram em uma matéria sobre beleza sejam brancas apenas evidencia a permanência de um padrão racista e eurocêntrico de beleza, que exclui a real diversidade étnica brasileira”, completa.

Até o fechamento dessa pauta, o site UOL Eleições 2014 não havia removido a foto da candidata Isa Penna e nenhuma nota foi publicada a respeito.

A análise é Jarid Arrais e foi publicado originalmente na Revista Forum

V Artefatos da Cultura Negra do Ceará será realizado em setembro


A população afrodescendente no Brasil desencadeou inúmeras iniciativas para superar a exclusão e as práticas racistas, dentro e fora do sistema educacional, que atravessaram o século XX. Como parte desse processo político de luta por educação de qualidade e antirracista é que nos anos de 2003 e 2004 o movimento negro brasileiro recoloca em pauta o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana no país, tornando obrigatório no currículo oficial da Rede Nacional de Ensino de acordo com a Lei 10.639/2003 e nos termos de suas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (Parecer CNE/CP 03/2004 e Resolução CNE/CP 01/2004).

A Lei nº. 10.639/03 alterou a LDB nº. 9.394/96 nos seus artigos 79A e 79B que até então não propunha em seu corpo legal a obrigatoriedade da discussão das questões voltadas à temática. Diante desse contexto e movidos pelo desejo de se promover uma educação de combate ao racismo é que nasceu, no ano de 2009, a proposta do Artefatos da Cultura Negra no Ceará, o qual se encontra na sua V edição.

Este ano o Seminário V Artefatos da Cultura Negra no Ceará intitulado “Formação de Professores para a Educação, Cultura e História Africana e Afrodescendente” tem como proposta fundamental realizar, durante quatro dias, formação do corpo docente da educação básica, assim podendo subsidiá-los no tocante ao conhecimento das contribuições deixadas pelos africanos e afrodescendentes e que ficaram esquecidos ou ocultadas no decorrer do processo histórico nacional. Dessa forma, é que se coloca a necessidade de realizar anualmente o evento, pois leva-se em consideração as requisições da lei aqui em discussão e, consequentemente, sugerindo propostas que visam superar as carências, deixadas durante o processo histórico, acerca da produção cultural de africanos no Brasil.

O evento está programando para ocorrer entre os dias 3 (três) e 6(seis) de setembro nos seguintes locais: Universidade Regional do Cariri – URCA, Campus Crato-CE e no Instituto Federal do Ceará – IFCE, Campus Juazeiro do Norte.

O Artefato está sendo promovido pela URCA, através do Departamento de Educação, IFCE, Universidade Federal do Ceará – UFC, por intermédio do Programa de Pós-Gradução em Educação, além do Grupo de Valorização Negra do Cariri – GRUNEC e durante o evento haverá Minicursos, Palestras, Mesas Redondas, Oficinas, Visitas Pedagógicas e Lançamento de Livros.

Presidente da AUNA classifica como difamatória e mentirosa postagem do blog “A Pedreira”


O blogueiro Júnior Carvalho publicou na tarde desta quinta-feira, 21 de agosto, em seu blog “A Pedreira” artigo em que acusa o presidente da Associação Universitária Altaneirense – AUNA, o universitário Cláudio Gonçalves de descumprir um dos princípios fundamentais de quem ocupa qualquer órgão que tenha como principal objetivo o interesse coletivo, o bem comum – a saber, a transparência.

De acordo com informações do “A Pedreira”, Cláudio Gonçalves não vem apresentando as prestações de contas da entidade representativa da classe universitário. Segundo Júnior, as informações para tal afirmação foram colhidas junto a alguns membros da AUNA. “Em conversas com alguns universitários, todos foram unânimes em afirmar que desconhecem e não lembram a última vez que viram a prestação de conta da atual diretoria”, frisou o blogueiro. Júnior, no entanto, não cita quem os cedeu às informações.

Na noite desta quinta-feira, 21, o presidente da AUNA (foto ao lado) se utilizou da rede social facebook para se manifestar sobre o caso exposto. Em nota publicada nos grupos “Jovens Politizados” e “Altaneira-Ceará”, Cláudio Gonçalves classificou o artigo como difamatório e mentiroso e argumenta que todos os primeiros finais de semana do mês é realizado reuniões com o grupo de Universitários Altaneirenses e nestas sempre procura ter a maior transparência possível com os estudantes que formam a entidade estudantil.

Cláudio afirma que rejeita a atitude de Júnior Carvalho. “Na oportunidade repugno tal ação do servidor público anteriormente citado que usa de uma ferramenta tão importante para difamar pessoas de bem e que têm um histórico de luta em causas sociais”.

Alguns membros da AUNA entraram no debate iniciado nas redes sociais. Segundo Emanuelle Teles na última reunião em que participou, referente ao mês de junho as contas foram apresentadas e de forma clara. “Só posso afirmar que as reuniões universitárias que participei todas as prestações de contas foram explicadas e passadas para todos os universitários terem acesso, inclusive a ultima reunião que participei foi no mês de Junho a qual a prestação que foi repassada foi referente ao mês de Maio. A amiga Flavia Regina sempre apresentou as prestações de forma clara e aberta para todos”, frisou.  “As reuniões em que estive presente, sempre foram feitas as prestações de contas...”, pontuou Cassia Alves.

Toda via, a falta de transparência foi mais uma vez levantada. Desta vez por Eduardo Amorim, acadêmico de direito. Ele sustenta que pediu cópia das atas mas nunca foi atendido. Porém, essa ação foi contestada por Givanildo Gonçalves. “Sempre que estive presente nas reuniões da Auna houve antes de qualquer outra pauta a prestação de contas, o colega Eduardo não esteve presente nas últimas reuniões, sendo assim não haveria condições de entregar o material solicitado! Da mesma forma aconteceu com Robson Cardoso, solicitou a ata e na reunião seguinte foi entregue”, comentou. Para Givanildo, “cabe agora ao presidente investigar quem afirmou, com tamanha imprudência, essa difamação e tomar as medidas cabíveis”.

O blogueiro Raimundo Soares sustentou que é importante que as prestações de contas se tornem públicas, pois evitaria inquietações como essas. “Se as prestações fossem públicas não haveria esses questionamentos. Não custa nada a entidade manter um blog e apresentar mensalmente a prestação de contas e não apenas ficar restrita aos participantes da Assembleia”, pontuou.