Enquanto isso nos jogos do Brasil na Copa do Mundo 2014


Nesta sexta-feira, 04 de julho, como todo brasileiro que se prese e principalmente que goste de futebol, mesmo aqueles que param em frente a TV simplesmente porque é o Brasil, dedicamos ligeiras duas horas para acompanhar mais um jogo decisivo da seleção brasileira e, sempre na expectativa de obtermos mais um bom resultado, nem que seja como já vem ocorrendo desde o início da copa do mundo – sofrido, no sufoco e sem aquele futebol arte que encantava e deixava os adversários trêmulos só de ver alguns jogadores. E como de fato o foi, mais uma vez.

Todos esperavam uma vitória do Brasil para continuar sonhando com o hexa. Todos, a um só tempo - nas redes sociais, em casa na presença da família, de agregados (as) e convidados (as), nos bares, nas esquinas, etc. O adversário, a exemplo dos chilenos se mostrou durante a competição competente, compacto e com um futebol que encantou os torcedores, até mesmo os brasileiros. Portanto, as dificuldades se apresentavam antes mesmos da partida ter início. E se confirmou no desenrolar do jogo. Ontem, na casa do amigo Gutemberg e de sua esposa Risoneide, a cada lance se percebia isso. 

Torcedores altaneirenses durante jogo do Brasil contra a
Colômbia nesta sexta-feira, 04, no espaço denominado de
 Arena Farmácia Mãe Glória por João Alves.
Brasil e Colômbia. Um confronto de americanos. Mais um. As justificativas dos jogadores brasileiros, do técnico e da imprensa era a de que os colombianos jogavam e deixavam os adversários jogarem. Era um time que gostava de jogar pra frente, a todo tempo buscando o gol. E era nessa justificativa que os canarinhos do Brasil encontravam mais força para conquistar um vaga na semifinal. Afinal era a possibilidade do maior maestro do time, o Neymar desencantar e demostrar suas melhores qualidades até então dificultadas pelo esquema de jogo das demais equipes já enfrentadas, com um sistema de marcação mais pesado do que a dos colombianos. Ledo engano. A Colômbia deu espaço sim. Jogou para frente como previam os jogadores do Brasil, ao passo que a seleção brasileira, de início fez o que até então não tinha feito. Marcou o adversário nos seus domínios. A tática deu certo e o gol saiu, jogando, inclusive melhor. Porém, o futebol do Neymar, aquele já conhecido, não aparecia.

Na segunda etapa, os colombianos melhoraram, mas as boas atuações do Neymar ficavam cada vez mais ocultas. Tanto é que o segundo gol não veio dele, nem de um meio campo e muito menos de outro atacante. A zaga apareceu mais uma vez e não no seu espaço habitual, mas na defesa dos adversários. Primeiro Thiago Silva e depois Davi Luís. Não obstante, o placar escondia algo evidente. Neymar não era o mesmo dos outros jogos e os colombianos chegaram a diminuir o marcador e, por pouco não empataram.

Ao contrário do que a mídia está pregando, afirmamos que o Brasil, assim como nas partidas anteriores não jogou bem. Venceu, é verdade. Mas não convenceu. Agora, no meio do caminho vem os alemães. Um adversário muito mais difícil e com muito mais história que os chilenos e colombianos. E não é só isso, com um time bem mais entrosado e compacto. Note-se como mais uma dificuldade nesse meio de caminho, o fato de o motor da equipe, o jogador diferenciado, não estar em condições de jogo e desfalcará a equipe pelo restante da competição. Esperemos, como já e de costume, o sensacionalismo da mídia em relação a esse caso. Serão dias tocando no mesmo tema - a contusão do Neymar. Mas, continuemos na luta e que o hexa venha nem que seja pelas vias já desenhadas. Ganhando, sem convencer.

As falácias da Veja e os 20 anos do Plano Real


Vamos ouvir falar muito dos 20 anos do Plano Real, mas por motivos muito mais políticos e eleitoreiros do que por razões cívicas e históricas.

Isso ficou claro na capa desta semana da Veja. Uma bomba relógio sugeria que a estabilidade econômica – o principal feito do Plano Real – está prestes a explodir por culpa sabemos bem de quem, na visão da Veja.

A mensagem central dos que lembrarem efusivamente o Real é exatamente esta: a inflação está aí e temos que tirar os petistas do poder.

É, naturalmente, uma falácia eleitoreira.

As duas décadas do Real merecem algumas considerações que só o tempo permite.

A mais importante é que quem criou a hiperinflação – num determinado momento a taxa voava a 80% ao mês, sob o ministro Mailson da Nóbrega, hoje dando aulas de economia por aí – foi o mesmo grupo que hoje quer voltar ao poder.

Numa definição mais ampla, os conservadores. Ou, numa linguagem que me é mais cara, o 1%.
Repito: o 1% fez a hiperinflação e hoje, cinicamente, tenta se apresentar como detentor da fórmula de debelá-la.

A inflação, no início dos anos 60, era uma coisa. Com a ditadura militar, o problema virou crônico e crescente graças a uma das mais desastrosas invenções econômicas da história brasileira: a correção monetária.

O criador foi uma das figuras mais reverenciadas da direita brasileira: o economista Roberto Campos, Bob Fields para a esquerda, homem forte da economia do primeiro governo militar, o do general Castello Branco.

Campos criou um monstro. A correção monetária, que deveria proteger o dinheiro, acabou por se tornar um combustível impiedoso para a inflação.

Planos e mais planos econômicos fracassaram na tentativa de liquidar a inflação por conta, antes e acima de tudo, do mecanismo de correção criado por Roberto Campos.

Sempre houve, também, uma má vontade potente do 1% em enfrentar para valer a inflação. Por motivos óbvios: o 1% sempre ganhou muito com a inflação.

Quem perdia com a inflação eram os pobres, que não tinham sofisticadas aplicações financeiras à disposição para proteger seu patrimônio esquálido.

A inflação era um fator a mais de desigualdade no Brasil. Os ricos – sobretudo os bancos, mas não só eles – ganharam muito dinheiro com ela.

Alguém tinha que ceder para que a estabilidade viesse – mas a elite só aceitou fazer alguma forma de sacrifício quando a situação se tornara simplesmente insustentável.

Foi aí que entrou em cena o Plano Real.

Outra vez: a doença econômica fora criada exatamente pelos conservadores que hoje fingem ter a exclusividade da cura. Mais que isso: pretendem não ter nada a ver com a origem do mal.

O PT, por mais erros que tenha cometido nestes doze anos de poder, já mostrou que é absolutamente capaz de controlar os preços. As estatísticas mostram que a inflação média sob FHC foi maior do que sob Lula e sob Dilma.

Mais que tudo, duas décadas depois, o maior drama econômico nacional está longe de ser a inflação.

O real pesadelo se chama desigualdade social.

Esta deveria ser a prioridade nacional nestes dias: reduzir a abjeta iniquidade que marca o Brasil.

Os níveis de desigualdade brasileiro equivalem aos da Europa de 100 anos atrás.

Números recém-publicados mostram que no processo de redução da desigualdade dos últimos anos o 1% não perdeu nada.

O que o Brasil exige, hoje, é um plano – já que falamos do Real – que retire a sociedade dos extremos de opulência e miséria.

Via Diário do Centro do Mundo

URCA vira palco de discussões sobre africanidade e papel da mulher negra


A Universidade Regional do Cariri – URCA foi palco de uma intensa discussão nesta quinta-feira, 03/07, sobre africanidade e também no que toca o papel que a mulher negra ocupou durante o período escravocrata e as suas diversas formas de resistir a essa condição.

Em mesa redonda professores debatem sobre "os mundos da África no Brasil". Foto: Profª Beatriz Benevenuto.
A temática teve início pela manhã através de uma iniciativa do Núcleo de Pesquisa em Ensino de História e Cidadania – NUPHISC da referida instituição de ensino superior que promoveu uma mesa redonda com o propósito de discutir “os mundos da África no Brasil”. As professoras Simone Pereira da Silva, Marcela dos Santos Lima, ambas da URCA e Maria Firmino, da Secretaria de Educação do Município de Juazeiro do Norte, trabalharam o assunto a partir da vertente religiosa e que foi mediada pelo professor Joaquim dos Santos.

Simone em uma exposição oral chegou a compartilhar um trabalho de pesquisa que vem desenvolvendo sobre as manifestações do reisado nos municípios de Crato e Barbalha, na região do cariri, a partir das contribuições negras. Em um relato minucioso a professora demonstrou a riqueza e a diversidade como que se apresentam.

Já a professora Marcela apresentou dados de uma pesquisa de gênero realizada a partir do campo religioso Umbanda. Na pesquisa foi trabalhado o feminismo e dentro deste o imaginário da mulher ameaçadora, dona e senhora do corpo. Marcela relata e explica que a pesquisa científica foi feita a partir do seu espaço de pertencimento e desenvolve o que ela chamou de oralidade da pesquisa através do seu pai de santo Daniel de Xangô, da Casa de Oxossi e, claro, da entidade da umbanda. De forma sintetizada ela partilhou a conceituação de umbanda e suas linhas, em direita e esquerda, assim como a origem da palavra pomba-gira.

Nessa mesma linha de raciocínio Maria Firmino discutiu a história do povo banto e a rota de migração feita de forma forçada por intermédio do tráfico negreiro para o Brasil. Ainda aqui, Firmino lembrou da diáspora negra e de forma categórica afirmou ser este o maior genocídio da história da humanidade. Como filha de santo, ela contou sua experiência de fazer parte do Candomblé e os preconceitos que sofre no cotidiano, fruto, inclusive da falta de conhecimento da história do povo negro e suas manifestações culturais.

Este signatário (foto ao lado – Profª Beatriz Benevenuto) ressaltou sobre a importância de se pesquisar e compartilhar trabalhos em momentos como esse relacionado ao povo africano, ao povo negro. E mais importante ainda é variar as formas e as linhas de pesquisa que venha a tentar compreender a relevância dos negros e das negras africanos (as) nas mais diversas linhas, cultural, social e organização política. Deve-se levar em consideração ainda que tão necessário quanto essas pesquisas, esses estudos é saber como fazê-lo. Sendo assim, é preciso buscar contar a história dos africanos pela vertente africana, quebrando preconceitos e estereótipos que sempre acompanhou a história negra contada pela visão do europeu, do opressor. E por último, há que se pensar em estratégias que possam colaborar com o cumprimentos por parte dos municípios da Lei 10.639/03 e 11.645/08 que tornam obrigatório o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira e indígena nas escolas.

A professora de História da rede pública do município de Iguatu, Beatriz Benevenuto ao comentar sobre a mesa redonda pontuou “durante as apresentações e os debates, o sentimento era de como é bem mais proveitoso saber mais a respeito da cultura e religiões africanas através das experiências de pessoas que vivem tal cultura e religião, isso desmistifica muita coisa, muitos estereótipos arraigados na história do povo brasileiro que é essencialmente africana”.

A tarde este signatário esteve com o Grupo de Mulheres Negras do Cariri Pretas Simoa. Tínhamos como objetivo analisar e debater sobre obra de Ângela Davis - "Mulher, Raça e Classe”. Em pouco mais de duas horas de discussão foi apresentado os quatro primeiros capítulos do livro, a saber, O Legado da Escravatura: bases para uma nova natureza feminina; O movimento anti-escravocrata e o nascimento dos direitos das mulheres; Classe e raça no início da campanha dos direitos das mulheres e Racismo no movimento sufragista feminino. Ficou acordado que na próxima segunda-feira, 07 de julho, haverá um novo encontro de formação para a completa análise da obra.

Em sessão solene Câmara homenageia Leonel Brizola


A Câmara dos Deputados fez homenagem, nesta quarta-feira (2), a Leonel Brizola, para marcar os 10 anos da morte do líder trabalhista. Além da sessão solene, quando os deputados do PDT destacaram a trajetória política de Brizola, foi aberta a exposição "Brizola: tempos de luta!".

A exposição apresenta em imagem uma síntese da vida
política de Leonel Brizola. Foto: Agência Câmara.
A exposição, que foi inaugurada imediatamente após o encerramento da sessão solene, apresenta em imagens uma síntese da vida política de Leonel Brizola, ressaltando seus principais eixos de luta: a Campanha da Legalidade, o exílio, suas atuações como governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul e suas ações em prol da Educação como governante.

Leonel de Moura Brizola nasceu em Carazinho (RS), em 1922, e marcou a política brasileira por quase 60 anos. Em 1959, aos 37 anos, elegeu-se governador do Rio Grande do Sul. Em 1961, após a renúncia do presidente Jânio Quadros e com o veto militar à posse de João Goulart, então vice-presidente, liderou a Campanha da Legalidade, em prol do restabelecimento das prerrogativas presidenciais. As ações de Brizola acabaram forçando seu exílio no Uruguai, em 1964, por ocasião do golpe militar.

Brizola volta ao Brasil em 1979, com a anistia. Em 1980, funda o Partido Democrático Trabalhista (PDT) para dar continuidade ao movimento trabalhista de raízes getulistas oriundo do antigo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

No Rio de Janeiro, elege-se governador duas vezes (1983-1987 e 1991-1994). Sob inspiração do antropólogo Darcy Ribeiro, implanta no estado os Cieps (Centros Integrados de Educação Pública), programa de educação integral que se tornou referência nacional. Brizola faleceu em 21 de junho de 2004.


Via Agência Câmara

FIES é ampliado e atenderá estudantes de mestrado e doutorado


Henrique Paim, Ministro da Educação, anunciou nesta terça-feira, 01/07, que o Fundo de Financiamento Estudantil – FIES foi ampliado e atingirá também a pós-graduação. Segundo informações constantes no sítio do Ministério da Educação - MEC, Paim teria afirmado que o sistema será aberto ainda nesta semana para adesão das instituições privadas e, posteriormente, para adesão dos discentes. Tão logo se cumpra essas duas etapas, a inscrição manterá fluxo contínuo. “Existe uma demanda importante, principalmente de alunos de cursos de mestrado profissional”, chegou a ressaltar o ministro.

Paim frisou também que o financiamento já estava previsto há algum tempo e que, durante o período, houve definições para a nova modalidade, incluindo a integração entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes, assim como o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE, agente operador do FIES.

Conforme consta ainda no MEC, Jorge Almeida Guimarães que ora responde pela presidência da Capes, arguiu essa iniciativa corrobora para atender atende a uma demanda antiga das instituições não públicas. Para ele esse representa “um passo importante para que os estudantes matriculados nos cursos de mestrado e doutorado dessas instituições se candidatem ao financiamento. Este é mais um avanço na reconhecida pós-graduação brasileira”.

Jorge Guimarães argumentou também que a iniciativa deverá ampliar a apresentação de propostas de pós-graduação stricto sensu dessas instituições à Capes e estimulará, também, a expansão de cursos de mestrado profissional, pois os estudantes dessa modalidade serão contemplados igualmente como os matriculados em mestrados e doutorados acadêmicos.

FIES

A possibilidade de financiamento para os cursos não gratuitos de mestrado acadêmico e profissional e de doutorado foi introduzida pela Lei nº 11.552/2007, que alterou a Lei do Fies (Lei nº 10.260/2001), condicionado, entretanto, à disponibilidade financeira do fundo. A partir de agora, as instituições mantenedoras com cursos recomendados pela Capes poderão aderir ao Fies da Pós-graduação. A portaria que regulamenta a adesão das mantenedoras foi assinada pelo ministro durante a cerimônia.

A nova modalidade do Fies terá 31,6 mil potenciais beneficiários, matriculados em mais de 600 programas de pós-graduação stricto sensu ofertados por cerca de 170 instituições privadas. O Fies da Pós-graduação não atenderá cursos de especialização (lato sensu) nem cursos de ensino a distância. Alunos já contemplados com bolsas da Capes pelo Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares (Prosup) não poderão solicitar o financiamento.