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A volta do Renan para presidir o senado gerou grande debate |
A
volta de Renan Calheiros (PMDB/AL) para presidir o senado durante o biênio
2012/2013 gerou indignação e um extenso debate nas redes sociais.
Na
noite de ontem, 01/02, tão logo o fato da notícia ter sido consumada o ex-colega do
curso de História e especialista em História do Brasil, Cícero Garcia publicou
no meu perfil do facebook uma imagem alusiva à temática que tem chamado à
atenção dos brasileiros.
Ao
visualizar a imagem me referi dizendo que a sociedade clamou pela não entrada
do Renan, mas não foi atendida. Algumas assinaturas por e-mail, via rede social
foram feitas, todas sem efeito. O
doutorando em História Social e professor do Departamento de História da Urca,
Darlan Reis Jr. Frisou também pela não aceitação do Renan e argumentou que o
nome para o cargo de presidente do Senado seria Roberto Requião. Ele “não tem
rabo preso com o governo nem com a oposição”, completou o professor.
A
partir dai o debate começou a ganhar corpo. Océlio Teixeira, professor mestre
da URCA assim se referiu ao caso: “Mas o Renan foi eleito com o apoio da
presidente, do PT, do PC do B, enfim dos partidos que se dizem de esquerda...
ou seja, é tudo farinha, aliás, farinha não, pois farinha é coisa boa... é tudo
merda do mesmo penico... ", ao completar o raciocínio ele disse “não defendo
Requião, nem Renan, nem Agripino... são tudo merda do mesmo penico.” “Certo,
mas você sabe que sempre o partido com maior bancada escolhe o presidente. No
entanto, o problema é o PMDB”, disse Darlan.
O
fato de um dos componentes do PSOL ter sentado com membros do PSDB (caso da
foto) também foi alvo de críticas do professor Darlan. “Não defendo mas sei
discernir. O Requião não é vendido.... Nem senta com o PSDB como esse ‘psol’ aí
da foto...”, disse ele. Os partidos de
esquerda precisam ser um diferencial. Por isso argumentei que alguns membros do
PSOL envergonha a agremiação que nem sequer alcançou o poder.
“Na
realidade, a questão não são os nomes, é o sistema político brasileiro que está
velho, ultrapassado, que possibilita um cara como o Renan voltar a presidência
do senado... é preciso mudar radicalmente o sistema”, disse Océlio. Sobre essa questão cheguei a dizer que o mais viável seria novas alternativas, não
de agremiações, mas de novos líderes voltados, de fato, para as causas sociais. Para Océlio o problema reside aqui: “Aí é que
tá, os líderes personalizam a política e se apresentam como salvadores. O maior
exemplo, hoje, é o Lula que manda e desmanda no PT. Precisamos de instituições
fortes e democráticas”, disse. Absorvi o argumento do professor e frisei
que a representatividade e a função das
instituições precisam ser fortalecidas. Urge a necessidade delas serem efetivas
em suas ações.
O
caso tomou maiores proporções e acabou desembocando no Estado de Ceará. Océlio acabou
citando a manutenção da aliança entre PT/PSB. Disse ainda que os ferreira/gomes
estão mandando cada vez mais. Concordei com ele e disse que a situação é
crítica e que estamos sem alternativas. Darlan, por sua vez, tomou o senador
Eunício como suporte no debate e afirmou “Cara, o Eunício é o retrocesso total.
A VEJa dar nota boa pra ele é sintomático... Ele é um dos senadores que mais
defendem o latifúndio entre os que são contra a reforma agrária”.
A
volta do Renan para presidir o senado representa uma artimanha política e
demonstra o quão fragilizado está o nosso sistema político-partidário.