11 de novembro de 2022

Enem: cinco temas de Redação que podem cair na prova

Caderno de provas do Enem 2021 — Foto: Ana Carolina Moreno/G1).

Para fazer uma boa redação do Enem, é preciso conhecer bem o modelo de correção do exame. A banca confere cinco competências diferentes, que precisam ser contempladas pelo estudante em seu texto.

O GLOBO convidou cinco professores, especialistas na prova, para criarem textos com temas possíveis para a prova deste ano.

Tema: Parcerias entre indústrias e universidades

Em 2015, a fim de garantir um futuro mais justo para o mundo, a comunidade internacional comprometeu-se com um pacto de 17 metas que deverão ser cumpridas até 2030. Nelas, os 157 países signatários definiram objetivos para a industrialização inclusiva e estabeleceram, como uma das principais ações, tornar sustentável o setor secundário. Entretanto, no Brasil, é possível apontar uma série de obstáculos à construção de infraestruturas industriais resilientes e, consequentemente, ao cumprimento integral do acordo. Torna-se fundamental, dessa forma, destacar que um dos principais entraves está na relação da indústria com a universidade.

Nessa perspectiva, os polos de pesquisa são essenciais para o desenvolvimento de possibilidades sustentáveis. A USP e a Universidade Presbiteriana Mackenzie são exemplos que têm apontado soluções para questões como a da promoção da eficiência energética ou da responsabilidade com o entorno, preocupações concatenadas a outros tratados, como o Acordo de Paris. Posto isso, à medida que há um plano de adoção de tecnologias socioambientais, faz-se necessário o setor ampliar o investimento na produção científica.

Ademais, quando a indústria absorve as inovações sustentáveis produzidas pelas universidades, por conseguinte, ocorre um impacto positivo na sua rentabilidade. Aliás, empresas que têm se preocupado com o nível de biodegradabilidade do produto fabricado e com processos industriais limpos agregaram um valor social maior à marca e estabeleceram diferenciais na venda. Dessa forma, falta à própria indústria nacional compreender que investir em ciência não contribui somente para atingir as metas de sustentabilidade impostas pelas agências externas e órgãos de controle e avaliação, mas também para a sua competitividade no mercado internacional.

Em síntese, a alocação de recursos em ciência e educação deve ser entendida como uma implementação do acordo global. Para alcançá-la, cabe ao setor secundário, em parceria com o Ministério da Educação, apoiar redes e laboratórios universitários que desenvolvem pesquisas relacionadas à industrialização inclusiva e sustentável, por meio de financiamentos de projetos, bolsas de estudo e patrocínios em eventos acadêmicos. Essas ações poderão colaborar na formação de jovens estudantes, criar situações de troca de conhecimentos entre indústria e universidade para formar uma visão crítica e responsável a respeito da problemática. Assim, a universidade poderá ser a mais importante parceira na melhoria das capacidades tecnológicas, sociais e ambientais de setores industriais brasileiros.

Por Luis Octavio Alves, professor de Produção de Textos e Storytelling do Colégio Presbiteriano Mackenzie São Paulo, em parceria com Cassia Dutra, professora de Produção de Textos e Análise Linguística do Colégio Presbiteriano Mackenzie São Paulo.

Comentário dos professores: Colocamos no texto os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODSs), plano de ação assinado pelos países da ONU. Na maioria dos temas do Enem, esses objetivos podem ser usados, o que conta como repertório. No ano passado, o tema da invisibilidade era um objetivo detalhado por um ODS. Isso já aconteceu em anos anteriores. Outro ponto importante: é preciso estar atento aos conectivos, que não precisam ser arcaicos, mas bem usados.

Tema: Insegurança alimentar

No curta-metragem brasileiro “Ilha das Flores”, premiado com Urso de Prata no Festival de Berlim, observa-se, de forma bem pragmática, o drama da insegurança alimentar vivido por milhões pessoas no país. Entretanto, a gravidade da situação não tem servido de estímulo a mudanças significativas e céleres em relação a esse triste cenário. Tal fato ocorre em vista da falta de políticas públicas em alimentação e da desigualdade social no país.

Sob esse viés, é fundamental a percepção de que, no Brasil, em função de a produção do agronegócio ainda estar muito voltada às commodities – mercadorias destinadas prioritariamente aos grandes mercados consumidores para a fabricação de outros bens diversos –, a população fica bastante prejudicada em termos do acesso aos alimentos e tal situação promove impactos significativos, no que diz respeito ao agravamento do quadro da insegurança alimentar brasileira. Nesse sentido, o documentário “10 bilhões – O que tem para comer?”, lançado em 2015, identifica-se um desafio real e atual, o qual envolve a cadeia do agronegócio, traduzido pela dúvida acerca de como alimentar a população mundial em 2050. A essa discussão, associa-se também a incerteza da existência de alimentos para países como o Brasil. Dessa forma, é notória a necessidade do combate à fome no país.

Ademais, é crucial ressaltar que a insegurança alimentar tem como uma das causas a desigualdade no Brasil. Nesse contexto, na obra “Amar Elo”, protagonizada pelo rapper Emicida, sinaliza-se um país repleto de disparidades sociais, principalmente, em relação aos negros que, historicamente, foram excluídos e, em consequência, não tiveram acesso a diversos espaços na sociedade. Tal cenário gera um efeito dominó, uma vez que a injustiça social provoca o afastamento de oportunidades que poderiam garantir melhores condições de vida às pessoas e não a vulnerabilidade social vigente, que se traduz, hoje, em insegurança alimentar invariavelmente. Assim, percebe-se que a fome passa a antagonista dentro de uma narrativa construída ao longo da história, cujo desfecho dramático é bastante conhecido pelo povo brasileiro.

É evidente, portanto, que a insegurança alimentar é uma realidade lamentável no país. Para combatê-la, é mister que o Ministério da Agricultura, órgão responsável pela gestão de políticas públicas de estímulo à agropecuária, integre desenvolvimento sustentável e abastecimento de mercado, por meio de controle econômico e de reestruturação de investimentos, a fim de extinguir a fome. Além disso, é vital que o Estado subsidie pequenos produtores, principalmente, das áreas rurais, com o fito de fortalecer o setor produtivo nacional. Somado a isso, vale lembrar que a manutenção de programas como o Bolsa-família é essencial, em caráter assistencialista, com o objetivo de se reduzir, consideravelmente, a situação de miséria em que vivem muitos indivíduos. Dessa maneira, a abominável realidade retratada no documentário “Ilha das Flores” não mais chocará a sociedade, visto que passará à ficção.

Por Tatiana Nunes Camara, professora de língua portuguesa e produção textual do colégio Mopi

Comentário da professora: É fundamental que o candidato atente à frase-tema contida na proposta de redação e observe as palavras-chave nela contidas. Na sequência, é importante que ele retome tais termos na elaboração da sua tese. Além disso, o estudante deve observar a qualidade de seus repertórios e se eles dialogam, de forma produtiva, com os argumentos apresentados já na introdução do seu texto. Outro aspecto importante é a análise crítica que o candidato precisa realizar, com o intuito de costurar com coerência o argumento ao repertório, o que trará unicidade ao texto. Por fim, destaco a atenção especial à proposta de intervenção na conclusão da redação, no que tange ao cumprimento dos 5 elementos que a compõem: agente, ação interventiva, meio/modo, finalidade e detalhamento.

Tema: Endividamento

A série “Round 6” narra a história de pessoas que, desesperadas por dinheiro e altamente endividadas, submetem-se a um jogo mortal em busca de um prêmio milionário. Mesmo ficcional, a obra evidencia uma triste realidade presente na contemporaneidade brasileira: o endividamento. Nesse sentido, compreender os fatores que potencializam esse preocupante cenário de crescente descontrole financeiro torna-se urgente.

Diante disso, cabe analisar o consumismo presente no país. Inegavelmente, essa marca dialoga com o fato de sermos um povo altamente ligado às mídias e influenciado por elas. Decerto, quando o assunto em questão é o consumo, o que se observa é um imaginário popular levado a crer na íntima ligação entre o comprar e a felicidade. Essa construção se deve à máxima capitalista do lucro e ao favorecimento do sistema a partir desse estímulo ao gasto desnecessário. A consequência direta é um cenário de propagandas persuasivas e capazes de criar necessidades de consumo; a indireta, uma população endividada, que parcela no cartão suas frustrações e seus anseios.

Além disso, é fundamental destacar o aumento do desemprego e seu impacto na renda do trabalhador brasileiro. Inegavelmente, desde 2015, uma crise financeira, capaz de limitar o acesso a oportunidades no mercado de trabalho e de ampliar as disparidades socioeconômicas, já era observada. Acontece que a chegada da pandemia e a negligência governamental em torno de seu enfrentamento intensificaram o problema e potencializaram o cenário de reduzida empregabilidade. Como consequência, acessar direitos mais básicos, alimentação, por exemplo, tornou-se um privilégio, o que levou parcela significativa da população a parcelamentos e a dívidas no cartão de crédito. Prova disso é que, segundo a Confederação Nacional do Comércio, o endividamento mínimo das famílias brasileiras chegou a 76,6% em fevereiro de 2022.

Evidencia-se, portanto, uma realidade de crescente endividamento nos lares brasileiros. Para reverter esse cenário, cabe ao Ministério da Educação, em parceria com as secretarias e a grande mídia, o fomento da educação financeira nas escolas, nas redes sociais e na televisão aberta por meio da criação de cursos populares com economistas e matemáticos. Tais cursos contarão com práticas didáticas que simulem a realidade, entendendo as diferenças existentes nas diversas classes sociais, bem como com “lives” e diversas propagandas educativas nos intervalos do horário nobre, a fim de iniciar um processo de organização monetária que contemple a sociedade como um todo. Além disso, compete ao Congresso Nacional a ampliação de projetos de transferência de renda à população mais marginalizada. Desse modo, a partir de importantes ações, será possível construir uma realidade brasileira sem a necessidade de jogos mortais para lidar com o endividamento.

Por Roberta Panza, professora de Redação do Colégio pH

 

Comentário da professora: O texto apresenta dois bons repertórios socioculturais: um dado estatístico e uma série televisiva, esta já no início do texto; traz uma escrita dentro dos preceitos gramaticais, sem desvios e com complexa construção sintática; faz uso de um repertório diversificado de recursos coesivos e apresenta 3 operadores argumentativos entre parágrafos (diante disso, além disso e portanto). Além disso, constrói uma tese clara na introdução e dois bons argumentos com forte embasamento e justificativa argumentativa; configura autoria, ao escrever propostas de intervenção para os dois problemas apresentados e ao retomar no desfecho da conclusão a série que inicia o texto, construindo um texto circuito; e desenvolve uma proposta completa com agente, ação, meio, detalhamento e finalidade.

Tema: Envelhecimento da população brasileira

A Revolução Industrial, iniciada a partir do século XVIII, foi um marco na evolução da longevidade em todo o mundo devido aos avanços da Medicina e do surgimento de infraestruturas de saneamento básico de higiene. A partir desse contexto, observa-se, no Brasil, o aumento da expectativa de vida da população, o que traz inúmeros desafios para o País. Dessa maneira, é necessário analisar as consequências de tal quadro na vida do cidadão.

Sob esse viés, observa-se uma inversão da pirâmide etária brasileira, a qual faz com que a população economicamente ativa (PEA) diminua ao longo dos anos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a esperança de vida dos brasileiros era de 76,8 anos em 2020, o que leva a uma preocupação com os fundos previdenciários, uma vez que, sem o devido planejamento, há o risco real de muitos cidadãos não terem assegurado o direito de receber sua aposentadoria. Nesse sentido, é inadmissível que o Estado se omita diante dessa questão.

Ademais, é evidente o impacto da longevidade no Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar dos avanços tecnológicos na Medicina, um população predominantemente idosa necessita, obrigatoriamente, de maior atenção à sua saúde. Essa necessidade é, inclusive, reafirmada no Estatuto do Idoso, o qual assegura tal direito de maneira gratuita e de qualidade a essa parcela social. Em função dessa demanda, os hospitais serão pressionados e, sem os investimentos necessários, haverá o comprometimento dos serviços hospitalares.

Portanto, é importante atentar para os desafios que o aumento da esperança de vida impõe à sociedade brasileira. Assim, cabe ao Ministério da Cidadania revisar as falhas no sistema previdenciário por meio de uma reunião com especialistas em Economia, para que os idosos tenham uma aposentadoria justa. Além disso, o Ministério da Saúde deve ampliar o acesso dos cidadãos aos serviços públicos de saúde. Tal ação deve ocorrer a partir do investimento em infraestrutura hospitalar, a fim de assegurar esse direito aos mais velhos. A partir dessas mudanças, a longevidade impulsionada pela Revolução Industrial não mais representará uma perspectiva problemática.

Pela Equipe de Redação do Colégio Qi

Comentário dos professores: É muito importante que o candidato observe o começo e o final do texto e perceba que recuperar o repertório utilizado (citação/ alusão) é uma boa estratégia para conquistar a banca em relação à competência 2. Na maioria dos problemas sociais, existe a participação tanto do poder público quanto da população, portanto usar o Estado e a sociedade como argumentos junto à tese representa uma boa alternativa para uma introdução mais prática de ser refletida no desenvolvimento. Utilizar expressões conectivas no início de cada parágrafo e entre as frases internas do texto é muito relevante para a competência 4, que avalia a qualidade e a quantidade das conexões empregadas.

Tema: Educação financeira

De acordo com o filósofo Kant, o homem é fruto da educação que recebe. Inegavelmente, tal máxima se confirma quando observamos o cenário brasileiro: por não terem acesso à educação financeira, os brasileiros sofrem com obstáculos para gerenciar e, consequentemente, ampliar a própria renda. Nesse cenário, tal problema ocorre por conta de questões políticas e culturais, que precisam ser combatidas.

Com efeito, é inegável que há um descaso governamental acerca da situação. Segundo Rousseau, as leis existem para encaminhar a justiça ao seu objetivo. Ocorre, porém, que a realidade nacional se afasta dessa premissa: mesmo que uma lei institua desde 2010 a educação financeira como conteúdo transversal a ser tratado nas escolas, são raras as instituições que orientam acerca do tema. Tal contexto se dá por conta da histórica precarização da educação pública e da evidente dinâmica conteudista que domina o sistema educacional do país. Por conseguinte, crianças e adolescentes desinformados acerca de como gerir as próprias finanças se tornam adultos inadimplentes no futuro.

Além disso, outro fator que interfere nesse contexto é o elitismo em torno da discussão. Apesar de ser inegável a recente democratização do acesso a informações sobre o tema, principalmente na internet – a partir de Youtubers como Nathalia Arcuri e Nath Finanças, por exemplo -, a compreensão acerca de produtos e conceitos financeiros ainda é restrita, de maneira geral, a certo grupo socioeconômico. Isso ocorre, muitas vezes, por conta da mentalidade de que esse tipo de educação deve ser destinado a quem tem altos rendimentos e de que estaria vinculado simplesmente à gestão de ações e outros investimentos. Assim, por desconhecerem noções básicas de economia, muitos indivíduos se encontram em condições de descontrole financeiro que podem prejudicar não só o presente, mas dificultar a velhice de muitos, visto que, nesse período, é necessária certa reserva para que se possa ter uma aposentadoria com qualidade de vida.

Torna-se evidente, portanto, que o problema é grave e deve ser combatido. Nesse sentido, é urgente que o governo aplique a lei que institui a educação financeira como conteúdo obrigatório em todas as escolas. Por sua vez, a mídia – já que é uma instituição com forte papel social – deve divulgar mais informações sobre o tema por meio de reportagens e notícias que abordem os benefícios de saber movimentar as próprias finanças. Essa medida tem o intuito de democratizar esse tipo de conteúdo e, com isso, diminuir a percepção de que apenas pessoas com muita renda precisam dessas orientações. Com a execução dessas propostas, é inquestionável que a premissa kantiana será percebida de forma mais positiva.

Por Marina Ferraz, professora do Colégio e Curso AZ, parceiro da Plataforma AZ

Comentário da professora: A redação apresenta a problemática a partir de uma máxima do filósofo Kant, na introdução, a qual configura repertório sociocultural legitimado, pertinente e produtivo. No desenvolvimento, argumenta acerca da falta de educação financeira no Brasil, relacionando a falta de atuação do governo e certa mentalidade da população como causas do problema. Nessa etapa, também são usados repertórios como a frase de Rousseau e referências a figuras públicas como Nath Finanças e Nathalia Arcuri. É importante frisar que basta uma referência legitimada, pertinente e produtiva para atingir a pontuação máxima no que diz respeito ao repertório. Na conclusão, o texto apresenta duas propostas: a primeira, curta; já a segunda, completa, pois apresenta todos os elementos exigidos pelo Enem. A proposta completa traz dois detalhamentos, do agente e do efeito, mas basta um para atingir a pontuação máxima nessa competência.

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Com informações do Geledés e do Extra.

10 de novembro de 2022

Sílvio Almeida, Douglas Belchior, Anielle Franco e Preta Ferreira fazem parte da equipe de transição

 


Anielle Franco, Silvio Almeida, Preta Ferreira,  Douglas Belchior, Nilma Nilo Gomes e Givâbia da Silva foram alguns dos novos nomes anunciados hoje pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, coordenador-geral da equipe de transição durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (10).

Ao todo foram anunciados 36 nomes que farão parte de mais sete grupos temáticos: Comunicações; Direitos Humanos; Igualdade Racial; Planejamento, Orçamento e Gestão; Indústria Comércio e Serviço; Pequenas Empresas; e Mulheres.

No grupo da transição que cuidará das políticas voltadas às mulheres, estarão Anielle Franco, Roseli Faria, Roberta Eugênio, Maria Helena Guarezi, Eleonora Menicucci e Aparecida Gonçalves.

Da Igualdade Racial, foram nomeados Nilma Lino Moraes, Givania Maria da Silva, Douglas Belchior, Tiago Tobias, Ieda Leal, Martvus Chagas e Preta Ferreira.

Dos Direitos Humanos, os responsáveis serão Maria do Rosário, Silvio Almeida, Luiz Alberto Melchert, Janaína Barbosa de Oliveira, Rubens Linhares Mendonça Lopes, Emídio de Souza, Maria Vitória Benevides.

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Com informações da Mídia Ninja.

Plataforma online gratuita forma multiplicadores de direitos humanos

 

Foto: Anne Frank Institute


No mês de luta nacional e internacional contra o racismo, fascismo e antissemitismo, o Instituto Plataforma Brasil (IPB) passa a oferecer a formação gratuita Anne Frank e seu tempo na plataforma Centro Anne Frank Educação. O lançamento traz questões como o contexto histórico, social e político do surgimento do nazismo, as ideias que embasaram as ações de discriminação, intolerância, aversão à diversidade e o genocídio para uma reflexão para os dias de hoje.

A formação Anne Frank e seu tempo busca dar instrumentos para educadores e jovens multiplicadores de todo o Brasil desenvolverem atividades educativas utilizando os materiais já disponíveis na plataforma , como “Quem foi Anne Frank”, a “Linha do tempo” e a visita virtual ao “Anexo Secreto”.

Segundo Lucia Chermont, doutoranda em História Social pela UNESP e integrante do time de autores do curso, a formação é importante para fazer com que as pessoas reflitam que muitas das coisas que aconteceram – discriminação, exclusão, preconceito e racismo – ainda acontecem.

Tudo que é construído pela humanidade, pode ser desconstruído formando pessoas críticas que tenham esse alerta de ver e não ficar indiferente frente a determinadas situações”, explica Lucia Chermont.

A plataforma educacional foi desenvolvida pelo IPB, com apoio do Consulado Geral do Reino dos Países Baixos em São Paulo, e disponibiliza conteúdos educacionais online e gratuitos. Os materiais oferecem diversas possibilidades de atividades, que abordam temas relacionados ao preconceito, discriminação, igualdade de direitos, diversidade, democracia e cultura de paz. Tudo isso baseado na história de Anne Frank e no contexto histórico em que ela viveu – durante a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto.

Desde 2006, o IPB é o representante oficial da Anne Frank House no Brasil e, por meio dessa representação, o instituto promove atividades educativas pontuais em todo o país, e oferece um plano de desenvolvimento continuado – o Programa Educativo Anne Frank.

Essa parceria já promoveu mais de 1800 atividades em diversos estados, como exposições, palestras e círculos de diálogos.

Conheça o Centro Anne Frank Educação: https://ipbrasil.org/centroannefrankeducacao/

Conheça a formação Anne Frank e seu tempo: https://online.ipbrasil.org/cursos/cursos-ead

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Com informações da Mídia Ninja

9 de novembro de 2022

Após gritaria bolsonarista, Defesa não vê fraude eleitoral. Urnas são ‘orgulho nacional’, afirma TSE

 

Forças Armadas também avalizam sistema eletrônico de votação, o que desarma o discurso do atual president.  (FOTO | Reprodução).

Depois de meses de alarde por parte do atual presidente da República e parte de seus assessores contra o sistema eletrônico de votação, o próprio governo acaba de reconhecer que o processo eleitoral brasileiro foi correto. O Ministério da Defesa confirmou no início da noite desta quarta-feira (9) que entregou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) relatório produzido pela equipe técnica das Forças Armadas.

A Defesa informa ainda que o relatório “foi produzido por uma equipe composta por oficiais de carreira especialistas em gestão e operação de sistemas de tecnologia da informação; em engenharia de computação e de telecomunicações; em defesa cibernética; entre outras”. Assim, o documento “apresenta observações, conclusões e sugestões relacionadas, especificamente, ao sistema eletrônico de votação, conforme as atribuições definidas pelo Tribunal às entidades fiscalizadoras”. O ministério tornou o relatório público em seu site (https://www.gov.br/defesa/pt-br), além do Instagram.

Legalidade e democracia

“É importante ressaltar que o trabalho dos militares se norteou pela estrita observância da legalidade, pela elevada capacidade técnica e pela colaboração com a Justiça Eleitoral”, diz ainda a nota da Defesa. Dessa forma, o ministério e as Forças Armadas afirmam reforçar seu compromisso com o povo, a democracia, a defesa da pátria e a garantia do poderes constitucionais, “da lei e da ordem”.

O relatório traz ressalvas, no entanto. “Primeiro, foi observado que a ocorrência de
acesso à rede, durante a compilação do código-fonte e consequente geração dos programas (códigos binários), pode configurar relevante risco à segurança do processo. Segundo, dos testes de funcionalidade, realizados por meio do Teste de Integridade e do Projeto-Piloto com Biometria, não é possível afirmar que o sistema eletrônico de votação está isento da influência de um eventual código malicioso que possa alterar o seu funcionamento.” Com isso, pede investigação à Justiça Eleitoral.

Sem fraude ou inconsistência

Imediatamente, o TSE divulgou nota para afirmar que recebeu “com satisfação” o relatório do Ministério da Defesa. E lembra que outras entidades também não apontaram existência de fraude ou inconsistência no sistema eleitoral. “As sugestões encaminhadas para aperfeiçoamento do sistema serão oportunamente analisadas”, diz o tribunal.

“O TSE reafirma que as urnas eletrônicas são motivo de orgulho nacional, e que as Eleições de 2022 comprovam a eficácia, a lisura e a total transparência da apuração e da totalização dos votos”, acrescenta a nota, assinada pelo presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes.
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Com informações do RBA.

7 de novembro de 2022

Movimentos negro e indígena defendem demarcação de terras e luta contra o racismo na COP-27

 

Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas e a Coalizão Negra por Direitos estão na COP-27 (Foto: Reprodução).

A Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-27), iniciada neste domingo (6) no Egito, vai contar com a participação de diversos militantes brasileiros. Entre eles estão delegações da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), da Coalizão Negra por Direitos e da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq).

A COP também contará com a presença do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que aceitou os convites de governadores da Amazônia Legal e da presidência egípcia para participar do evento.

A Apib tem como pauta central a demarcação de Terras Indígenas (TIs) no país. A associação afirma que as TIs “são as áreas com maior biodiversidade e com vegetação mais preservadas, visto que são territórios protegidos e manejados pelos povos originários”.

Se a gente fala de justiça climática, a gente não pode esquecer dos povos indígenas e da justiça social. Nós, povos indígenas, temos responsabilidade nessa proteção”, afirma Wal Munduruku, umas das participantes da cúpula.

Para ela, a presença de Lula no evento é uma oportunidade. “A gente precisa fazer urgentemente com que ele [Lula] assuma esse compromisso de demarcação de terras e de não liberação de mineração em territórios indígenas”, defende.

A importância da manutenção dos territórios já existentes e da demarcação de novas terras indídenas pode ser demonstrada com dados. Um cruzamento de informações realizado pela APIB em 2022, em parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental do Amazonas (Ipam), com dados do MapBiomas, aponta que no Brasil 29% do território ao redor das TIs está desmatado, enquanto dentro das mesmas o desmatamento é de apenas 2%.

Dinamam Tuxá, coordenador executivo da APIB, vai participar do painel “Transição governamental e política socioambiental brasileira” no dia 9 de novembro.

Movimento negro

A comitiva da Coalizão Negra por Direitos leva à COP-27 a denúncia sobre o racismo ambiental que existe no Brasil. Entre os principais pontos da pauta do grupo estão a redução das desigualdades para que o país alcance a justiça ambiental, implantação de metas ambientais que levem em conta as ameaças à população negra, a valorização dos territórios quilombolas e a escuta das pautas do Sul Global.

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Com informações do Geledés.

6 de novembro de 2022

Roda Viva entrevista o professor e escritor Hélio Santos nesta segunda-feira (7)

 

(FOTO | Reprodução | TV Cultura).

Doutor em Administração pela Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA-USP) foi precursor do sistema de cotas para negros nas universidades nos anos 90. A lei, implantada no governo de Dilma Rousseff, completou dez anos em 2022, mas ainda é polêmica e será tema de discussão no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Há vinte anos, quando publicou o livro "A busca de um caminho para o Brasil: A trilha do círculo vicioso", esteve no centro do programa. Agora, ele acaba de lançar a coletânea "A resistência negra ao projeto de exclusão social - Brasil 200 anos". São 33 textos de autores negros e negras como Sueli Carneiro, Ana Maria Gonçalves, Conceição Evaristo, Kabengele Munanga, Djamila Ribeiro e Michael França.

Santos critica a falta de iniciativas de apoio do governo à população negra, a exemplo do que foi dado aos imigrantes: "Esse apoio era necessário, pois eram colonos que vinham ocupar um país gigante (...) O absurdo é que essas iniciativas não tenham sido também destinadas aos negros, que já estavam no Brasil. O nosso apartheid se desencadeia a partir daí”.

Ele também é o fundador do Instituto Brasileiro da Diversidade e presidente do Fundo Baobá - entidade que defende ações para a equidade racial. Foi o presidente‑fundador do Conselho da Comunidade Negra de São Paulo em 1984, coordenou o Grupo Interministerial De Valorização da População Negra no âmbito federal (1966/2001), e presidente do Conselho do Fundo Baobá. Atualmente, preside o Conselho Deliberativo da Oxfam Brasil e do Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais (CEDRA).

Com apresentação de Vera Magalhães, o programa irá ao ar às 22h, na TV Cultura, site da emissora, canal do YouTube, Dailymotion, e nas redes sociais Twitter e Facebook.

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Com informações da TV Cultura.

Lucena é eleita presidenta do Sindicato dos Servidores de Altaneira pela terceira vez

 

Eleita nova diretoria do Sinsema. Lucena (ao centro) junto com Gilson e Michelly. (FOTO/ Divulgação/ Sinsema).

Por Nicolau Neto, editor

Maria Lúcia de Lucena, professora, foi eleita neste sábado, 05, para seu terceiro mandado como presidenta do Sindicato dos Servidores Municipais de Altaneira (Sinsema) com 74,5% dos votos.

Lucena que voltará ao cargo depois de quatro anos decidiu no último processo eleitoral apoiar o também professor José Evantuil para presidir a entidade sindical. Com o apoio devolvido - já que ele não quis disputar a reeleição - e sem chapas concorrentes, ela recebeu 91 votos dos 122 sócios (as) aptos a votarem.

Segundo informações do atual presidente, José Evantuil, o processo eleitoral ocorreu de forma tranquila e a eleita terá a companhia na diretoria do professor Antonio Pereira Cruz, popularmente conhecido por Gilson Cruz (Secretário Geral), das Servidoras Ângela Michelly (Secretária de Finanças), de Antonia Maria (Secretária de Assuntos Jurídicos) e Política Sindical), além do servidor Jesualdo Alves que exercerá a função de Secretário de Política Socio-cultural e Comunicação.

O presidente Evantuil informou ainda que 19 sócios não compareceram e houve 1 voto branco e 1 nulo.

Construção da candidatura

Em contato com o Blog, Lucena afirmou que “não tinha pretensão a candidatura, porém foi procurada pelo professor Gilson e que este destacou que iria lançar sua candidatura. Gilson sugeriu que fosse realizada uma pesquisa de intenção de voto”, disse. “Aceitei a proposta dele e encomendamos a pesquisa”, complementou.

Lucena é eleita presidenta do Sindicato dos Servidores de Altaneira pela terceira vez. (FOTO/ Divulgação/Sinsema).

Na pesquisa, frisa Lucena, “o meu nome foi o mais votado. Então Gilson sugeriu que nos aliássemos para montar a chapa. Eu como cabeça por conta da maioria expressiva dos sócios e sócias que indicaram meu nome. Procurei as pessoas que foram votadas e perguntei se iam se candidatar. Todas responderam que não”, pontuou.

A professora mencionou ao Blog ainda que esperou até o último dia de inscrição para fazer montar a chapa. “Porque acho que outras pessoas poderiam estar à frente do Sindicato”, finalizou.

Ao ser questionada sobre seus principais desafios no novo mandato, ela citou a busca por conquistar a confiança dos servidores para se filiarem ao Sindicato; prosseguir com as reivindicações do atual presidente Evantuil; tentar terminar a construção do espaço e lutar pelos direitos de todos os servidores.

Lucena já ocupou o cargo para qual foi eleita em duas outras oportunidades: nos mandatos de 2011 a 2014 e de 2015 a 2018.

Como foi a última eleição

Em 04 de novembro de 2018 o professor José Evantuil venceu o servidor público Manoel de Sousa, conhecido popularmente por Nézio, com ampla vantagem. Naquele episódio, Evantuil obteve 61% dos votos, depois de apuradas 100% das urnas em cédulas de papel. Já seu opositor ficou com 38% dos votos. Brancos e nulos somou 1%.

5 de novembro de 2022

Blog Negro Nicolau atinge marca de 7 milhões e meio de acessos

 

Por Valéria Rodrigues, Colunista

O Blog Negro Nicolau é uma mídia negra livre. Foi construída com a missão de ser um espaço de comunicação de denúncia de todos os casos de segregação racial e ao mesmo de propor uma narrativa distinta da veiculada pelos polos de comunicações tradicionais, esteriotipada e que não questiona as estruturas racistas. O Blog oferece uma narrativa que destaca de forma afirmativa o povo negro deste país. É uma mídia de denúncia, de combate e de enfrentamento ao sistema, mas também de empoderamento, de identificação e de afirmação.

A mídia antirracista não é um projeto individual. Ela conta hoje com seis colunistas: a professora e cientista social Josyanne Gomes, a bióloga e agente social Valéria Rodrigues, a professora e ativista negra Maria Raiane, a historiadora e ativista negra Karla Alves, a estudante de direito Maria Marina e o pedagogo e artista-educador Alexandre Lucas

Segundo o professor e editor do Blog, Nicolau Neto, o projeto “Colunista” dentro do Blog surgiu “porque a gente acredita que a escrita é uma forma de liberdade, de empoderamento. A ideia foi fazer com que as pessoas se sintam corresponsáveis pela construção (através deste Blog) de uma cidade, de um estado e de um país menos desigual e menos intolerante; com equidade racial e de gênero”, disse. “Afinal, é essa a finalidade maior deste projeto”, complementou.

Nicolau Neto gravou um vídeo de agradecimento em seu canal no YouTube (veja abaixo):