25 de junho de 2021

As Brincadeiras Africanas de Weza

 

(FOTO/ Divulgação).

Ao longo de nossa experiência com crianças e adultos nascidos em um país que vivenciou a experiência colonial, somos diariamente bombardeados por imagens depreciativas acerca do continente africano. Anos atrás estivemos na escola pública para dialogar sobre resistências ao colonialismo em Angola. Antes de iniciarmos, perguntamos aos alunos o que vinha à mente quando eles ouviam a palavra “África”. Para nossa surpresa, eles disseram palavras soltas como “pobreza”, “miséria”, “Aids”, “selva”, “safari”, “leão”, “fome” e “escravidão”.

Observamos que, para aquelas crianças, a África havia sido apresentada circunscrita a um espaço homogêneo, estereotipado, relegado ao desprezo. Chinua Achebe, no livro “A criação de uma criança sobre o protetorado britânico”, aponta que as imagens depreciativas a respeito da África não têm origem somente na ignorância, como muitas vezes somos levados a pensar. Para o intelectual, trata-se de uma invenção deliberada, concebida para facilitar o tráfico transatlântico de escravizados e também a colonização. Nos dias de hoje, essas imagens contribuem para a naturalização do processo de escravização que marca nossa história e apaga as narrativas de complexidade social e resistência. Além de impedir que o Brasil reconheça e assuma sua africanidade como parte genuína de sua formação.

Diante desse cenário, surge o livro “As Brincadeiras Africanas de Weza” idealizado e executado pelo Coletivo Luderê Afro Lúdico, escrito por uma de suas integrantes, Sheila Perina de Souza, ilustrado por Whitney Machado e publicado pela editora Kitembo. Ele é fruto do projeto “Ludicidade e Africanidades: Espaço Afro Lúdico para Crianças”, fomentado pelo Programa de Valorização Cultural Cidade de São Paulo (VAI).

O livro busca presentear as crianças com um novo olhar sobre alguns países do continente africano, diferente do olhar estigmatizante hegemônico presente na sociedade brasileira. Um olhar de quem vai à África em busca de sua ancestralidade,  conectado com sua afro-brasilidade, característica inerente a sociedade brasileira.

No livro, a personagem principal chama-se Weza, na língua kimbundo falada em Angola significa aquela que veio/voltou. Weza é uma menina reluzente de pele escura e cabelo crespo curtinho, juntamente com suas duas mães, seu irmão e com ajuda de seu caderno afrolúdico, ela relembra e ensina as brincadeiras que aprendeu em suas viagens por Angola, Moçambique, África do Sul e República Democrática do Congo. Weza também compartilha palavras e expressões do português angolano e moçambicano e de outras línguas africanas, bem como aspectos das tradições culturais dos países visitados.

Convidamos a todos para ingressar nesta aventura de Weza conosco!

Aproveite para nos acompanhar em nossas redes sociais, por onde estamos realizando alguns sorteios e atividades sobre brincadeiras e literatura infantil.

Facebook e Instagram –Ludereafroludico

E-mail: ludereafroludico@gmail.com

Lucas Matheus Pereira Cruvinel – psicólogo, mestre em Psicologia Social pela PUC-SP e membro do coletivo Luderê Afrolúdico

Sheila Perina de Souza- pedagoga, Doutoranda em Educação pela USP e membro do Coletivo Luderê Afroludico.

Thais Cristina Porfirio Rodrigues –  Psicóloga e Educadora Social, pós-graduanda em Psicopatologia e Saúde Pública pela FCMSCSP e membro do Coletivo Luderê AfroLúdico

____________

Publicado originalmente no Geledés.

Ato em defesa da história negra pede saída de Sérgio Camargo da Fundação Palmares

 

(FOTO/ FCP).

A saída imediata de Sérgio Camargo da presidência da Fundação Cultural Palmares (FCP) é a principal reivindicação do ato virtual que aconteceu na noite da quinta-feira (24), com a participação de ex-presidentes da fundação, ex-ministros da Cultura, parlamentares e movimentos organizados contra o racismo.

O ato foi acompanhado do lançamento de um manifesto contra o expurgo de 54% do acervo de livros da Palmares e outras medidas contra a população quilombola promovidas pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido).

Uma parte do Brasil, uma parte de nós é africana. É importante reafirmar essa parte em nós. A criação da Fundação Cultural Palmares foi criada para preservar a nossa história. O que antes era sangue, suor e lágrima, hoje ainda é sangue, suor e lágrimas”, acredita Gilberto Gil, ex-ministro da Cultura.

O expurgo de livros para supostamente combater o viés ideológico, de acordo com Sérgio Camargo, deve ser seguido também da retirada de obras de artes e documentos históricos da fundação; o que, na opinião de parlamentares, representa um ato de censura, obscurantismo e racismo.

 “A cultura é revolucionária e faz mal aos olhos do capitão do mato a serviço de um governo que nos odeia”, aponta a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ).

Já o deputado federal Bira do Pindaré (PSB-MA) acredita que as ações de Camargo à frente da Palmares refletem sobre ele mesmo. “Quem nega a si mesmo dá pena. Ele se auto-anula com esses atos contra a memória da Fundação Palmares”, diz. 

Ao todo, seriam retirados 5.175 livros dos mais diversos autores. “Em 1978, a carta de princípio do MNU definiu como prioridade a defesa do povo negro e da nossa história. E é isso que estamos fazendo hoje, de cabeça erguida, pedindo a saída de Sérgio Camargo”, pontua Iêda Leal, do MNU (Movimento Negro Unificado).

No Brasil, existem mais de 6 mil comunidades quilombolas e nem 60% delas estão certificadas. Entre as atribuições da Fundação Cultural Palmares, o reconhecimento e certificação destes territórios é de grande importância para a preservação da história afro-brasileira. Entretanto, na gestão de Sérgio Camargo foi autorizado o desmatamento dentro de terras quilombolas.

As comunidades quilombolas são fundamentais para a preservação ambiental. Para nós nunca foi fácil. Não acredito que alguém com atos tão cruéis contra o seu povo consiga dormir em paz”, lamenta Antônio Crioulo, da CONAQ (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras e Quilombolas).

O ato virtual foi organizado pela Frente Parlamentar de Incentivo à Leitura da Câmara Federal, pela bancada negra da Câmara Federal, entidades da sociedade civil como a Conaq, Uneafro Brasil, Favelas em Luta e Associação Brasileira de Imprensa e fundações de apoio de sete partidos políticos.

Os ex-presidentes da República José Sarney e Fernando Henrique Cardoso gravaram depoimentos de apoio ao resgate da Fundação Cultural Palmares.

No Rio de Janeiro, uma sentença da 2ª vara federal de São Gonçalo, em caráter liminar, proibiu que a Fundação mantivesse a decisão de retirar obras do acervo, mesmo que seja para doação. A liminar é em resposta à ação civil pública apresentada pelo coletivo Direito Popular, que é coordenado pelo advogado Paulo Henrique Lima, o Ph Lima. O argumento da ação é que a retirada das obras lesa o patrimônio público. A decisão judicial estabelece pena de multa pessoal de R$ 500 pela doação de cada item do acervo e intima Camargo a oferecer explicações sobre os atos em 15 dias.

_______

Com informações do Alma Preta.

Rejeição a Bolsonaro dispara: ‘Ele não governa, opera com base no caos’

 

Com apenas 23% de aprovação, a pesquisa mostra que o governo está apenas com o apoio do núcleo duro de bolsonaristas, analisa o cientista político. (FOTO/ Marcos Corrêa/PR).


A pesquisa do instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), divulgada na última quinta-feira (24), aponta o presidente Jair Bolsonaro com uma rejeição de 62%. Ele seria derrotado no primeiro turno das eleições presidenciais de 2022. O derretimento de Bolsonaro, na avaliação do cientista político Claudio Couto, mostra que o modus operandi do governo federal, baseado no caos, não é aceito.

Com uma das piores gestões sobre a pandemia de covid-19 no mundo, Bolsonaro é desaprovado por 66% da população. Além disso, 50% dos brasileiros acham o governo ruim/péssimo. Já o percentual dos que dizem que o governo Bolsonaro é ótimo/bom caiu de 31% para 23%. “É uma queda consistente na avaliação do presidente. A avaliação de ruim e péssimo subiu 11% e isso foi uma migração de quem o achava regular. Ou seja, não há uma avaliação intermediária, mas uma piora na percepção”, avaliou Couto, em entrevista à Rádio Brasil Atual.

Com apenas 23% de aprovação, a pesquisa mostra que o governo está apenas com o apoio do núcleo duro de bolsonaristas, analisa o cientista político. “Ele não governa, ele opera com base no caos. Ou seja, meio milhão de brasileiros morreram, a economia não andou, as políticas públicas foram devastadas e não sobra país”, criticou Claudio.

Eleições de 2022

A mesma pesquisa do Ipec coloca o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva superando Bolsonaro em 26 pontos percentuais e estaria próximo de vencer em primeiro turno se as eleições presidenciais fossem hoje. Lula lidera a preferência do eleitorado com 49%, enquanto Bolsonaro aparece com 23%.

Claudio Couto diz que a margem é “surpreendente”. “Ainda tem 16 meses para a eleição, mas se fosse hoje, Lula venceria no primeiro turno. Até pouco tempo atrás, Bolsonaro aparecia como vitorioso em segundo turno, mas ele tem sofrido um desgaste grande. Com a investigação da CPI e a corrupção na compra da Covaxin, tendemos a ter um desgaste ainda maior”, afirmou.

Os demais nomes tidos como potenciais candidatos não ultrapassam dois dígitos. Por exemplo, Ciro Gomes (PDT), teria 7%; João Doria (PSDB), 5%; e o ex- ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), com 3%. Na análise do cientista político, a única chance de presidenciáveis que se colocam na “terceira via” é a partir de um impeachment de Bolsonaro.

Apesar da rejeição, Bolsonaro ainda resiste nos 23% do eleitorado, e a única chance que esses candidatos têm é se tirar Bolsonaro do jogo. Ontem, saiu uma matéria que estaria se construindo uma aliança de empresários e políticos de direita pelo impeachment do Bolsonaro, pois abriria espaço para a terceira via. Vimos indagações de que só havia esquerda nas manifestações contra o presidente, enquanto a centro-direita não organizou nenhum ato próprio contra Bolsonaro. Eles não estão se mexendo, diante disso fica mais difícil criar uma candidatura de terceira via”, aponta Claudio Couto.

A consulta foi feita presencialmente, com 2.002 eleitores, em 141 municípios, entre 17 e 21 de junho. Antes, portanto, de estourar o escândalo da compra superfaturada em mais de 1.000% da vacina indiana Covaxin, que será debatida hoje na CPI da Covid.

___________

Com informações da RBA.


24 de junho de 2021

Coletivo Camaradas realiza oficina para o uso de redes sociais e plataformas digitais

Bibiana Belisário. (FOTO |Reprodução |Whatsapp).


Durante o mês de junho, o Coletivo Camaradas vem realizando Oficinas de Desenvolvimento Territorial, relacionadas a comunicação e a metodologias de gestão participativa. A iniciativa contempla representantes das organizações que atuam no Território Criativo do Gesso e ocorre em parceria com a Federação de Entidades Comunitárias do Cariri - FEC e a Comissão Cearense do Cultura Viva. 

Não pode-se falar em desenvolvimento territorial sem a participação efetiva de seus atores, ou seja, das pessoas que constroem cada espaço. Em um mundo hiperconectado e com a agravante de uma pandemia mundial, os meios de comunicação online se tornaram urgentes. Para a continuidade e execução dos trabalhos de uma comunidade, faz-se necessário a integração destes a esses suportes. 

No intuito de gerar autonomia e facilitar o uso de ferramentas tecnológicas, ocorrerá nesta sexta-feira (25), a oficina "Redes sociais e plataformas digitais", ministrada por Bibiana Belisário, gestora cultural e graduanda em jornalismo pela Universidade Federal do Cariri - UFCA, onde irá apresentar recursos e exemplificações para a utilização e criação dentro de canais como o Google Meet, o Youtube e o Instagram. 

As vagas são limitadas e prioritariamente destinadas para as organizações que atuam no Território Criativo do Gesso, composto pelos bairros Santa Luzia, Pinto Madeira, São Miguel, Palmeiral e Centro; os pontos de cultura e as entidades comunitárias do Cariri, sendo 02 vagas para cada organização. 

O Coletivo Camaradas é uma organização política que atua desde 2007 na cidade de Crato - CE. Composto por artistas, estudantes, ativistas, produtores culturais, pesquisadores e professores, atua no campo das artes, da literatura, da organização popular e das políticas públicas para a cultura.

Para realizar a inscrição na oficina "Redes sociais e plataformas digitais", acesse o link: https://forms.gle/VowTm9y5gdCL3gKJ8

----------------

Texto encaminhado ao Blog por Alexandre Lucas, Colunista.

Biografia de Sueli Carneiro é sopro de mudanças

 

Biografia de Sueli Carneiro é sopro de mudanças Coluna Jurema Wernek (FOTO/ Cássia Roriz).

Maio foi um mês que começou contraditório, com marcas de vida e de morte, de raiva e desapontamento. Logo em seus primeiros dias, tinham ido embora, perdidos para sempre, mais de 410 mil dos nossos e das nossas para a covid-19. Fomos também impactados pela tragédia em Saudades (SC), onde criancinhas de pouco mais de 1 ano foram mortas esfaqueadas, junto a duas de suas professoras, por um jovem de 18 anos. No Rio de Janeiro, uma incursão policial descontrolada (para dizer o mínimo) na favela do Jacarezinho deixou 28 mortos, a maioria jovens negros e pobres, e uma legião de pessoas traumatizadas. E ainda, depois de 53 dias de internação, um dos maiores comediantes do país morreu de covid-19, e parecia que o sorriso morria com ele. 

Em minha cabeça, plena das vozes de mulheres negras, o que reverberava era a voz de um homem branco: Carlos Drumond de Andrade. No poema “Mário de Andrade Desce aos Infernos”, está dito: “(…) No chão me deito à maneira dos desesperados. / Estou escuro, estou rigorosamente noturno, estou vazio, esqueço que sou um poeta, que não estou sozinho, preciso aceitar e compor, minhas medidas partiram-se, mas preciso, preciso, preciso (…)”. Tantas dores e perdas a voz do poeta embalou…

Nossas medidas ainda estão partidas. Os números não dizem nada das histórias das vidas perdidas e que não conseguimos mais narrar. São Paulos, Marias, Anas, Franciscos que poderiam ainda estar entre nós. A raiva e o desapontamento que sinto é reflexo da negligência e da incompetência daqueles que têm o dever de agir por meio de políticas públicas para garantir o direito básico à vida e à saúde. Eles são os responsáveis por essas perdas e dores que parecem não ter fim.

Por isso vivi o lançamento da primeira biografia de Sueli Carneiro como mais que um feito histórico grandioso. Continuo Preta (Cia. das Letras, 296 págs., R$ 59,90),  escrita por Bianca Santana e lançada em 11 de maio, era – e é – um jeito de respirar, de dizer que nem tudo é sufocação e desespero. Em tempos em que a falta de oxigênio leva embora os nossos e as nossas, respirar esperança e nutrirmo-nos de resistência são combustível para seguirmos lutando por saúde, a nossa, em meio ao caos que foi instalado no Brasil de 2020, e exacerbado em 2021.

Imagine uma mulher negra pobre nascer, em 1950, em uma São Paulo segregacionista. E crescer em um Brasil excludente e racista como primogênita de uma família de seis irmãos, com seu pai e mãe. Todos pretos, pobres, sobre quem a sociedade desigual despejava, e ainda despeja, profecias autorrealizáveis de pobreza, baixa escolaridade, uma vida de sacrifícios e morte precoce. Pois bem, essa mulher negra, aos 70 anos celebrados ainda no início da pandemia – que parece não acabar nunca –, compartilhou sua história de vida como denúncia e recusa contundente às apostas racistas, afirmando: “Eu ainda estou aqui!”.

Na trajetória de Sueli Carneiro, o que é escuro é traduzido como resistência e luta e é cheio de possibilidades de mudança, contradizendo o poeta. Em seu caminho, tudo é espelho, reflexo de quem vem antes, oportunidade de autoconhecimento coletivo como mulheres negras, como mulheres, como brasileiras e brasileiros, como humanidade.

A potência de termos a biografia de uma mulher negra disponibilizada para todo mundo é poder espelhar o que existe, quem existe e existiu a partir do fio condutor daquela história de vida. A partir da vida de uma grande ativista e intelectual como Sueli Carneiro, encontraremos outras ativistas e intelectuais potentes como Lélia Gonzalez, Beatriz Nascimento, Fátima Oliveira, Luiza Bairros, que, de diferentes formas, imprimiram marcas na trajetória da biografada e já partiram.

E veremos também Nilza Iraci, Lúcia Xavier, Sônia Nascimento, Conceição Evaristo e muitas outras que ainda estão aqui como tantas, como você e eu. Há ainda muitas vidas que precisam ser narradas. A história escrita e registrada de Sueli é um capítulo fundamental da história de todas nós, para todas e todos, abrindo caminho para a reflexão e a ação que precisam nos levar a mudanças na sociedade do medo, do caos e da invisibilidade. Maio terminou, a luta não.

______________

Por Jurema Werneck, na Revista Marie Claire.

Olinda aprova Estatuto de Igualdade Étnico Racial

 

(FOTO/ Divulgação).

A 22ª Sessão Ordinária deste ano na Câmara Municipal de Olinda trouxe um marco para a luta do movimento negro na cidade. Por unanimidade, o Estatuto de Igualdade Étnico Racial foi aprovado no início da tarde desta terça-feira (22). O Projeto de Lei foi idealizado pelo vereador Vinicius Castello (PT) em parceria com entidades da luta racial e membros da sociedade civil organizada como forma de garantir o acesso democrático à participação política e aos direitos constitucionais. 

Intitulado como um ‘mandato antirracista’ dentro da casa, a gestão do vereador mais jovem eleito no município afirma que a chegada do Estatuto visa promover medidas concretas para atender e promover projetos. Além disso, ações destinadas a combater a discriminação étnico-racial e superar as desigualdades históricas para as populações negras, indígenas e ciganas também serão implementadas.

“O estatuto é um marco, ele contempla não só a raça, mas também a etnia. A sua importância é dada pelo fato de ser um marco na cidade que restabelece direitos das pessoas que são ignoradas constitucionalmente. É uma ação de inclusão, popular, que viabiliza o diálogo ainda mais amplo com a sociedade civil, o que segue com o curso feito pelo mandato, que é antirracista”, declara Castello, em conversa com a Alma Preta Jornalismo.

O parlamentar ainda ressalta a importância da inclusão de povos ciganos, comumente não inseridos nas construções de estatutos de igualdade. “É de comemorar essa inserção dos povos ciganos como um simbolismo do que se acredita enquanto pluralidade da sociedade e o resguardo dos direitos para todos. Quando falamos de inclusão, é preciso dialogar com todas as pessoas. Que a inserção como essa possa ser replicada em outros municípios e estados. Temos orgulho de sermos o que somos, mas é vergonhoso vivermos em um mundo onde os negros, indíegenas e ciganos são tratados como seres inferiores”, finaliza. 

Com o feito, Olinda se tornará a 5ª cidade a aprovar um estatuto neste mesmo perfil. Via assessoria de comunicação, o mandato de Vinicius Castello afirma que o município tem fincado as suas raízes na cultura e religiosidade negra, indígena e cigana, portanto, acredita que é de extrema necessidade que essas culturas sejam fortalecidas e protegidas. 

Descentralizando a responsabilidade de criação de políticas públicas que atendam à população negra, indígena e cigana no município, agora, o projeto segue para sanção do Prefeito Professor Lupércio (SOLIDARIEDADE).

________________

Com informações do Alma Preta.


Câmara aprova projeto que ameaça futuro de indígenas em benefício de ruralistas


Indígenas do acampamento "Levante pela Terra" acompanharam a aprovação do PL 490. (FOTO/ Paulo Motoryn).

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, por 40 votos a 21, a tramitação do Projeto de Lei (PL) 490, que inviabiliza a demarcação de terras indígenas e promove a abertura dos territórios ao agronegócio, à mineração e à construção de hidrelétricas. Esse é o primeiro passo para que uma matéria vá a votação em plenário. Veja como votou cada parlamentar.

Retrocessos

O PL 490 abarca outros 20 projetos de lei com diversos pontos considerados como retrocesso para as populações indígenas, como o Marco Temporal e a tentativa de regularizar a mineração.

"O Projeto traz uma série de questões de flexibilizar a posse em relação à terra, esse Marco Temporal descarta qualquer possibilidade de alguns povos que têm questionado via judicial, via administrativo", explicou a coordenadora da Frente Parlamentar Indígena, deputada Joenia Wapichana (REDE-RR).

Deputada indígena impedida de falar

A aprovação do PL foi marcada pela tensão entre a presidente da CCJ, Bia Kicis (PSL-DF), e os deputados contrários ao PL 490. Única indígena no parlamento brasileiro, Wapichana foi impedida de concluir as falas. Ela demandou a participação de representantes dos povos originários na sessão, pedido que foi vetado.

Cordão anti-protestos

A votação se deu com as ruas no entorno da Câmara sitiadas pela Polícia Militar (PM), que montou um forte esquema de segurança como forma de evitar protestos. A mobilização desta terça-feira (22) resultou em dois indígenas com ferimentos graves e um policial ferido na perna.

Do lado de fora, a sessão da CCJ foi acompanhada por manifestantes do "Levante pela Terra", acampamento que reúne mais de 850 pessoas de 45 povos originários de todas as regiões do Brasil há mais de duas semanas na Esplanada dos Ministérios.

Inconstitucionalidade

Com o apoio de ruralistas e bolsonaristas, que têm pressa na aprovação, o texto do relator, Arthur Oliveira Maia (DEM-BA), pode ser considerado inconstitucional, já que tem a pretensão de mudar a Constituição no que diz respeito ao direito do usufruto exclusivo da terra em relação aos povos indígenas.

O artigo 231 da Constituição reconhece que "as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se à sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes".

____________

Com informações do Brasil de Fato.

23 de junho de 2021

Abandono digital de idosos é tema de evento online realizado pela subsecção Sobral da OAB

 

(FOTO/ Reprodução).

O abandono digital é um tema frequentemente abordado com relação a crianças, mas que, principalmente com o aumento da imersão tecnológica experimentado na pandemia da Covid-19, a observação dos idosos nesse contexto também merece atenção. Para tratar desse assunto, a subsecção Sobral da OAB, com apoio da ESA e da CAACE, realiza evento online na quinta-feira (24/6), às 19h30.

O evento é realizado por meio da Comissão de Educação Jurídica da Subsecção Sobral da OAB e traz para a pauta a importância da inclusão digital dos idosos e da orientação sobre os riscos do ambiente virtual, evitando golpes e explorações e tornando possível que esse público use a internet a seu favor.

Para abordar os assuntos, a advogada Patrícia Novais Calmon, presidente da Comissão da Adoção e do Idoso do IBDFAM-ES, participa do evento como palestrante. A live conta ainda com a contribuição da advogada, especialista em Direito de Família e Sucessões, e presidente da Comissão de Saúde e Atenção ao Idoso da subsecção Sobral da OAB, Geanny Vasconcelos, como debatedora.

A programação é gratuita e aberta ao público, com inscrições e transmissão pela plataforma de cursos da ESA Ceará. Para participar, basta inscrever-se gratuitamente em cursos.esace.org.br.

Live: Abandono digital de idosos

Data: 24/6/2021

Horário: 19h30

Gratuito

Informações:

E-mail: oabsobral@gmail.com

Whatsapp:  (88) 3614.1544

Realização: Subsecção Sobral da OAB, da ESA e da CAACE. Comissão de Educação Jurídica da Subsecção Sobral da OAB. ESA-CE.

Palestrante:

Patrícia Novais Calmon

Advogada. Mestranda em Direito Processual pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Presidente da Comissão da Adoção e do Idoso do IBDFAM-ES.

Debatedora:

Geanny Vasconcelos

Advogada. Professora universitária e enfermeira com residência em saúde da família. Especialista em Direito e Processo do Trabalho e em Direito de Família e Sucessões. Presidente da Comissão de Saúde e Atenção ao Idoso e Conselheira da Subsecção Sobral da OAB. Representante da Subsecção Sobral da OAB no Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa de Sobral-CE.

________

Texto encaminhado ao Blog por Gabriela Vieira, Assessora de Comunicação da ESA-CE.