5 de julho de 2015

A hipocrisia midiática: Vocês não são todos Maju


Quando o garoto negro é arrancado da loja na Oscar Freire, vocês não são todos Maju.


Por Fabio Luiz no Facebook e reproduzido no Geledes


Quando a propaganda sugere que a garota negra precisou ser adotada pra ter acesso à educação e refrigerante, vocês não são todos Maju.

Quando um apresentador em Black Face faz um Rap pra vender biscoitos, vocês não são todos Maju.

Quando vocês dizem que tal pessoa tem cabelo “ruim”, vocês não são todos Maju.

Quando vocês seguram suas bolsas no elevador do shopping, vocês não são todos Maju.

Quando vocês não me cumprimentam no hall do prédio, ou trancam o portão ao me ver chegando, não são todos Maju.

Quando vocês dizem que racismo não existe, e uma pessoa que “deu certo” como eu não deveria pensar ou falar sobre isso, vocês não são todos Maju.

Quando, na minha própria agência bancária, demoro 10 minutos pra ser liberado na porta giratória, vocês não são todos Maju.

Quando eu tento pegar táxi num ponto onde não me conhecem, vocês não são todos Maju.

Quando a criança negra aparece bem menos na tela do comercial de suco, ou de fralda, vocês não são todos Maju.

Quando eu sou o único pai “de cor” nas atividades da escola da minha filha, vocês não são todos Maju.

Quando a família de negros que a TV apresenta, numa obra de ficção bem torta, é formada por bicheiros, beberrões, advogados corruptos e mulheres promíscuas, e vocês acham que esse é o toque de realidade da obra, vocês não são todos Maju.

Quando insistem com as piadas de macaco, “preto” só é bom sambando e jogando bola, vocês não são todos Maju.

Quando vocês acham mesmo que são todos lordes britânicos que magicamente apareceram num país da América latina e aqui vivem, vocês não são todos Maju.

Quando não reconhecem os efeitos da escravidão sobre descendentes da diáspora africana, vocês não são todos Maju.

Quando acham que nossas guias coloridas e o nosso batuque são uma afronta ao Deus — impávido colosso da imaginação de quem torceu textos bíblicos pra condicionar mentes, vocês não são todos Maju.

4 de julho de 2015

No Brasil não há racismo, não é mesmo Maju Coutinho? Pergunte ao diretor de jornalismo da Globo




“O racismo é sempre de pessoas sobre pessoas, e ele existe aqui como em todas as partes do mundo. Mas não é um traço dominante da nossa cultura. Por outro lado, nossas instituições são completa- mente abertas a pessoas de todas as cores, nosso arcabouço jurídico-institucional é todo ele ‘a- racial’. Toda forma de discriminação racial é combatida em lei”.

“A grande tragédia que as políticas de preferências e de cotas acarretam é o ódio racial. O sentimento de que o mérito não importa esgarça o tecido social.”

“Depois do casal original, tomamos gosto pela mistura e nos tornamos avessos a interdições raciais. Somos todos misturados. Não somos racistas.”



Os trechos acima são do livro “Não Somos Racistas”, de Ali Kamel, diretor geral de jornalismo da Globo.

Jornalista Maju Coutinho é alvo de racismo.
É pouco provável que a jornalista Maria Júlia Coutinho tenha lido a obra. Maria Júlia, Maju, foi alvo de ataques racistas na página do Jornal Nacional no Facebook em um post sobre previsão do tempo. Ela é a “moça do tempo”.

A escumalha a chamou de, entre outras coisas, “macaca”, “preta imunda” e “rolo de fumaça”. Uma besta afiançou que ela só está na TV por causa, veja só, das cotas. No Twitter, Maju chegou a responder a um sujeito. “Beijinho no ombro”, escreveu.

Alguns de seus colegas se manifestaram. Glória Maria, por exemplo, disse a um colunista da revista Época que esse tipo de agressão não é novidade. “O que ela está passando hoje, eu vivi no Fantástico. Recebia os comentários por cartas e, depois, por e-mails. Não era uma declaração pública e vinha diretamente a mim, atingia a minha alma e meu coração.”

Bonito, mas, como naquela feliz expressão inglesa, too little, too late. Muito pouco, tarde demais. O que fez Glória diante dessa covardia de que ela alega ter sido vítima nesses anos todos? Avisou as autoridades competentes? Tentou emplacar matérias sobre o assunto?

Fez alguma coisa?

Nem uma coisa e nem outra. Se não é de hoje que isso ocorre, inclusive com alguém da emissora, onde alguma as denúncias? Nem um mísero Globo Repórter? A resposta tímida de Maju espelha, de certo modo, um velho receio de gritar contra o absurdo.

À guisa de solidariedade, a equipe do Jornal Nacional gravou um vídeo. “Fofo” é uma boa definição. Os apresentadores do JN, William Bonner e Renata Vasconcelos, aparecem numa sala de reuniões.

Oi, a gente queria dar um recado pra vocês”, diz ele. Em seguida o iPhone de Bonner focaliza o time ao fundo, que segura uma folha de papel com a hashtag “Somos Todos Maju”. 

A palavra racismo ou racista não é sequer mencionada. Maju deve ter sido vítima, para um desavisado, de um atropelamento na Barra da Tijuca.

O programa Esquenta tratará do assunto com um samba chamado “A Culpa é das Cotas” e, na semana que vem, estará tudo resolvido.

            

3 de julho de 2015

OAB confirma: redução da maioridade é inconstitucional e tema pode ir para o STF



Ele classificou como inconstitucional a aprovação do projeto pela Câmara um dia depois de proposta sobre o mesmo tema ter sido rejeitada pela mesma casa.

"Constitucionalmente, a matéria rejeitada não pode ser votada no mesmo ano legislativo. A redução da maioridade, que já possuía a inconstitucionalidade material, porque fere uma garantia pétrea fundamental, passa a contar com uma inconstitucionalidade formal, diante deste ferimento ao devido processo legislativo”, disse Coelho. 

Tanto pelo seu conteúdo, quanto pela forma de sua aprovação, a PEC não resiste a um exame de constitucionalidade. Se for aprovada pelo Senado, iremos ao STF com uma ação direta de inconstitucionalidade para que o Supremo faça prevalecer a hierarquia e a autoridade da Constituição”, acrescentou.

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) também divulgou nota classificando como “grave” o procedimento adotado pela Câmara ao votar, na madrugada de quinta-feira, uma emenda idêntica à proposta reprovada pelo plenário na noite de terça-feira. “Além da constitucionalidade material da PEC 171/1993 ser alvo de questionamento junto ao STF, a medida adotada pela Câmara fere o regimento legislativo e representa inconstitucionalidade formal à proposta”, afirma a entidade de juízes.

A emenda aprovada pelos deputados foi fruto de um acordo entre líderes partidários favoráveis à redução da maioridade penal, capitaneados pelo PMDB mas assinado pelo PSDB, PSC, PHS e PSD. Eles retiraram da proposta que foi rejeitada na primeira votação sobre o tema a possibilidade de redução da maioridade para os crimes de tráfico de drogas, terrorismo, tortura e roubo qualificado, por exemplo. Assim, eles puderam colocar a matéria em votação.

O acerto foi classificado como um golpe por parlamentares contrários à matéria. Outros entenderam que a manobra regimental fere as regras da Casa. Com isso, alguns deputados prometem acionar o STF (Supremo Tribunal Federal) para questionar a apresentação da emenda aprovada.

O presidente da OAB afirmou que se a proposta aprovada em primeira votação na Câmara passar no Senado, o órgão irá ao STF (Supremo Tribunal Federal) com uma ação direta de inconstitucionalidade. "Temos de ter a clareza que a alteração tópica da redação de uma PEC não é suficiente para retirar um fato: a matéria foi rejeitada em um dia e aprovada no dia seguinte. É justamente esse fenômeno que a constituição proíbe", destacou a OAB.

"A OAB reitera sua histórica posição sobre o tema, considerando um equívoco colocar mais alunos nas universidades do crime, que são os presídios do país. Mais adequado é aumentar o rigor de sanção do Estatuto da Criança e do Adolescente, aumentar o prazo de internação, ampliar o período diário de serviços comunitários para quem comete delitos, obrigar a frequência escolar e o pernoite em casa, além de investir na inclusão de todos", disse em nota.


2 de julho de 2015

Personalidades Negras que Mudaram o Mundo: Jurema da Silva Batista


Graduada em português e literatura pela Universidade Santa Úrsula, Jurema da Silva Batista teve forte atuação da área da política partidário brasileira. Destacada mulher negra começou a vida nesse campo como presidente da Associação de Moradores do Andaraí no de 1979.

Na década de 80 do século passado participou da criação do Partido dos Trabalhadores – PT, no estado do Rio de Janeiro. Em 2002, como deputada estadual, veio a presidir a Comissão de Combate à Discriminação de Etnia, Religião e Procedência Nacional. Três aos mais tarde foi indicada como uma das 1000 (mil) mulheres do mundo a concorrer o Nobel da paz. No ano de 2007 foi convidada para presidir a Fundação para a Infância e Juventude – FIA do Rio de Janeiro.

Jurema Batista faz parte do Movimento Negro Unificado – MNU, onde atua na função de coordenadora de formação política. Atualmente, ela exerce o cargo de Gerente de Segurança Alimentar na Secretaria de Assistência Social, da qual é funcionária de carreira.

Segundo apurou o portal Palmares, entre seus projetos mais importantes estão a garantia da gratuidade do teste de DNA para famílias pobres, o projeto de lei que cria o Dia de Lembrança do Holocausto, o programa que mantém a Feira de Tradições Nordestinas em São Cristóvão e o projeto Rio Charme que permite a permanência do baile charme no Viaduto de Madureira. É autora da lei que garante 40% de negros na propaganda oficial do município, bem como, autora do Diploma Zumbi dos Palmares na Alerj e do Disque Discriminação na mesma casa de Lei.

Em ato inconstitucional e antiregimental, Cuha faz manobra e maioridade penal é aprovada



Rejeitada legitimamente há 24 horas, a redução da maioridade penal foi aprovada na madrugada desta quinta-feira (2) na Câmara dos Deputados após uma manobra antirregimental do presidente da casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Em menos de 24 horas, deputados mudam de posição e redução
da maioridade é aprovada.
A proposta, que precisava alcançar 308 votos para ser aprovada, teve 323 votos a favor, 155 contrários e 2 abstenções – na noite anterior, o placar havia sido de 303 a 184. Por se tratar de tema que altera a Constituição, a matéria ainda precisa ser apreciada em segundo turno para depois seguir ao Senado Federal.

Com a ajuda da oposição, Eduardo Cunha colocou em pauta uma emenda aglutinativa sobre o mesmo assunto, com trechos da proposta já rejeitada no dia anterior e apenas algumas mudanças. O texto aprovado sugere que adolescentes podem ser punidos como adultos, a partir dos 16 anos, se cometerem crimes com “violência ou grave ameaça, crimes hediondos, homicídio doloso, lesão corporal grave ou lesão seguida de morte”. A diferença em relação ao texto rejeitado na madrugada desta quarta-feira 1º é que foram excluídos da redução os crimes de tráfico e roubo qualificado.

Golpe

A manobra de se apreciar uma emenda aglutinativa semelhante a um texto já reprovado em plenário foi classificada por alguns deputados como “golpe” ou “pedalada regimental”. A líder do PCdoB, Jandira Feghali (RJ), disse que a “pedalada regimental” pode criar um precedente perigoso. Ela afirmou que as mudanças regimentais podem gerar precedentes que hoje servem a um lado, mas, no futuro, poderão ser utilizado por outros. “Se hoje serve a alguns, amanhã servirá a outros. Ganhar no tapetão não serve a ninguém”, declarou.

O deputado Glauber Braga (PSB-RJ) chegou a bater boca com o Cunha ao dizer que pretende levar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Isso aqui é o parlamento, não é a casa de Vossa Excelência, onde o senhor manda e desmanda”, ironizou. Mas o presidente da Câmara seguiu rebatendo e interrompendo os argumentos contrários, de forma impaciente. “A Presidência não admite a falta de respeito por parte do parlamentar. Vossa Excelência tem direito de ir ao STF, como vários de vocês têm feito sem êxito”, minimizou o deputado.

O PSOL chegou a divulgar uma nota explicativa sobre o que chamou de “golpe de Eduardo Cunha”. “Essa emenda aglutinativa somente poderia ser votada após a votação do texto principal, desde que ele fosse aprovado. Para que a emenda fosse votada antes do texto principal, deveria ter sido feito, antes da votação de ontem, um destaque de preferência para sua votação. Esse destaque, no entanto, não foi feito”, diz comunicado publicado pelo partido.

Até o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que já havia se manifestado na noite anterior sobre a questão, criticou a manobra de Cunha. “Matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa”, afirmou.

Só por uma noite

Vários deputados fizeram menção à votação da reforma política, quando a proposta que permitia o financiamento empresarial para candidatos e partidos foi derrotada na madrugada, mas uma nova emenda permitindo o financiamento apenas para partidos venceu a votação no dia seguinte.

Qualquer um que vença vossa excelência [o presidente da Câmara] vence por, no máximo, uma noite. Porque se encerra a sessão e vossa excelência passa a madrugada articulando a derrota da proposta vencedora”, afirmou o deputado Alessandro Molon (PT-SP) ao criticar a nova votação.

Mudança de votos

Confira a seguir os deputados que, em menos de 24 horas, mudaram os seus votos de ‘não’ ou ‘abstenção’ para ‘sim’ e ajudaram a aprovar a redução da maioridade penal em primeiro turno:

DEM
Mandetta (DEM-MS)
PDT
Abel Mesquita (PDT-RR)
Marcelo Matos (PDT-RJ) Abstenção para SIM
Subtenente Gonzaga (PDT-MG)
PHS
Kaio Maniçoba (PHS-PE)
PMDB
Celso Maldaner (PMDB-RJ)
Dulce Miranda (PMDB-TO)
PP
Waldir Maranhão (PP-MA)
PPS
Marcos Abrão (PPS-GO)
Dr. Jorge Silva (PPS-ES)
PSB
Heráclito Fortes (PSB-PI) Abstenção para SIM
Paulo Foletto (PSB-ES)
Tereza Cristina (PSB-MS)
Valadares Filho (PSB-SE)
PSC
Marcos Reategui (PSC-AP)
PSDB
João Paulo Papa (PSDB-SP)
Mara Gabrilli (PSDB-SP)
PTB
Eros Biondini (PTB-MG)
PV
Dr. Sinval Malheiros (PV-SP)
Evair de Melo (PV-ES)
Solidariedade
Expedito Netto (Solidariedade-RO)
JHC (Solidariedade-AL)

1 de julho de 2015

Poder de recuperação: Vasco derrota Avai em São Januário e conquista segunda vitória


Pela 10º rodada do Campeonato Brasileiro de 2015, o Vasco venceu o Avaí por 1 a 0 em São Januário. O gol vascaíno foi de Emanuel Biancucchi, que pela primeira vez deixou sua marca com a camisa cruzmaltina. O resultado positivo garantiu mais três pontos para o Gigante da Colina na tabela. O próximo jogo da equipe será contra o Chapecoense, na Arenda Condá, às 21h, no sábado (04).

O JOGO

O Vasco começou o jogo com tudo, dominando as ações. Não demorou muito para o Gigante da Colina criar a primeira grande chance de perigo. Logo no primeiro minuto, Madson cobra um lateral nos pés de Riascos, que chutou muito forte para fora, levantando a torcida em São Januário. Antes dos 10 minutos, o árbitro ainda assinalou impedimento e anulou um gol de Jhon Cley.

O ritmo alucinante do time da casa foi diminuindo a  partir dos 15 minutos. O Avaí começou a buscar mais o ataque, mas sem grande perigo ao gol de Charles. Aos 24, Nino Paraíba até consegue fazer boa jogada pela direita, mas a zaga afasta qualquer chance de perigo para o Vasco.

A partir dos 30 minutos, o jogo começou a ficar bastante equilibrado, com muita disputa no meio de campo. As melhores jogadas dos dois times foram criadas pelas laterais. Foi assim que surgiu mais uma chance de perigo para o Vasco. Faltando um minuto para o fim do primeiro tempo, Jhon Cley cruza para a área e no bate e rebate, a bola sobra para Gilberto, que chuta na trave!


Biancucchi marca golaço, e Vasco garante segunda vitória no Brasileiro

Imagem capturada do vídeo com o gol de Biancucchi.
O Vasco voltou para o segundo tempo com boa posse de bola e marcando bem o Avaí. O time de Florianópolis apostou no contra-ataque e não quis arriscar muito ofensivamente. Se  no primeiro tempo, o clube carioca começou com um ritmo alucinante, na segunda etapa, o panorama não mudou. As 6 minutos, Riascos recebe bem perto da área, mas é derrubado por Antônio Carlos. A falta perigoas foi cobrada por Anderson Salles, que com muita categoria, colocou a bola no ângulo esquerdo de Vagner, acertando a trave.

Se a retranca estava difícil de ser furada, o talento resolveu aparecer. O técnico Celso Roth fez mudanças ousadas para dar mais ofensividade e qualidade ao setor defensivo. Emanuel Biancucchi e Rafael Silva entraram nos lugares de Jhon Cley e Júlio César, respectivamente. O argentino, que ainda não tinha marcado pelo Vasco, resolveu desencantar. Aos 23, o conterrâneo Guiñazu rouba linda bola no meio de campo e entrega para o camisa 16, que acertou um chute perfeito e marcou um golaço, para delírio dos torcedores presentes em São Januário. Vasco 1x0 Avaí.

Logo após abrir o placar, o Vasco foi pressionado pelo Avaí, que tentou chegar de todo jeito ao gol de empate, mas sem sucesso. Julio dos Santos entrou ainda no lugar de Gilberto para controlar bem o meio de campo e cumpriu a sua tarefa. Final feliz para os vascaínos, que garantiram mais uma vitória no Campeonato Brasileiro.


No fim de jogo, Rafael Silva e Antônio Carlos ainda receberam cartões vermelhos e foram expulsos

Ministério da Cultura discutirá enfrentamento à intolerância religiosa a partir de grupo de trabalho



A presidenta da Fundação Cultural Palmares (FCP-MinC), Cida Abreu, se reuniu nesta segunda-feira (29), com os ministros Juca Ferreira (Cultura), Nilma Lino, Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir-PR), Pepe Vargas, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH-PR) para tratar da criação de um Grupo de Trabalho, que visa articular ações do Governo Federal contra a intolerância religiosa.


Para Juca Ferreira, as ações do governo devem ser concretas e feitas em conjunto com diversos setores, envolvendo educação, comunicação, justiça, além de um trabalho institucional de deixar claro que o governo é contra esse tipo de violência.

O enfrentamento ao crime de ódio e a intolerância religiosa, está na agenda política e social, e requer um esforço conjunto entre o estado brasileiro, a sociedade civil organizada e lideranças religiosas dos diversos credos, conclamou Cida Abreu”.

O ministro Pepe Vargas apresentou dados do Disque 100 – Direitos Humanos contextualizando a situação. “Somente nos últimos quatro anos tivemos 540 denúncias de algum tipo de violência devido a intolerância religiosa. É uma média de uma agressão a cada três dias”. Vargas destacou que os seguidores de religiões de matriz africana são os mais afetados por este tipo de violência.

A Fundação Cultural Palmares em parceria com a Seppir e a SDH, farão a articulação com outros setores do governo, para que o GT formulem e proponham propostas conjuntas de enfrentamento a intolerância religiosa.

É preciso criar um mecanismo de monitoramento para acompanhar os casos de violência de perto para garantir que haja punição dos culpados. Já que a Constituição Federal assegura a liberdade de crença e de culto.

Participaram ainda da reunião o secretário-executivo da Seppir, Giovanni Harvey, assessores do Ministério da Cultura, da Secretaria de Direitos Humanos e da Seppir-PR.

A Miséria Jornalística: Globo dá vexame internacional na coletiva de Dilma e Obama



A miséria jornalística e mental das Organizações Globo foi brutalmente exposta ao mundo ontem, na entrevista coletiva concedida por Obama e Dilma sobre o encontro de ambos.

A jornalista Sandra Coutinho da Globo fez uma pergunta que, jornalisticamente, é a quintessência da obtusidade.

Aqui, o Vídeo

E ela achou que tinha abafado.
Presumivelmente, o real autor da questão foi Ali Kamel, diretor de jornalismo da emissora e célebre por um livro em que declara, triunfal: “Não somos racistas”. Uma ex-apresentadora disse que todas as perguntas revelantes na Globo são obra de Kamel.

O primeiro erro técnico foi atribuir a Obama, na pergunta, uma opinião que é da Globo, mas não dele.

Ela afirmou que os Estados Unidos veem o Brasil como uma potência regional, e não mundial.

De onde ela tirou isso, ou Kamel?

O Brasil é a sétima economia mundial, queira a Globo ou não. E nos últimos anos, sobretudo com a ascensão de Lula, ganhou ressonância mundial.

A Globo jamais iniciaria a pergunta daquela forma se o presidente fosse FHC ou Aécio.
E um bom jornalista nunca colocaria uma opinião dele mesmo na boca de qualquer pessoa.

Pesquise: quando Obama, ou alguma outra autoridade do governo americano, disse algo parecido?

Foi tão boçal a voz da Globo na coletiva que Obama, embora a pergunta não fosse para ele, tomou o microfone.

Sandra Kamel, chamemos assim, não se limitou a uma asneira numa só pergunta. Também conseguiu incluir nela a crise econômica e política do Brasil como se isso fosse realmente uma coisa incomum num mundo cor de rosa.

Ora, os próprios Estados Unidos desde 2008 estão atolados em dificuldades econômicas.

Obama pareceu saber mais sobre o Brasil que a Globo. Notou que problemas no Congresso estão longe de ser exclusividade do governo Dilma.

Ele próprio enfrenta um Congresso extraordinariamente hostil desde que chegou à Casa Branca. Foi épica sua luta para aprovar o projeto de saúde que lhe era tão caro, o Obamacare.

Sinal da realidade paralela vivida pela Globo e seus jornalistas, Sandra Coutinho festejou sua intervenção patética no Twitter.

Muita emoção conseguir fazer uma das quatro perguntas da coletiva de Dilma e Obama!”, escreveu.

Fora tudo, Sandra não fez qualquer esforço. Como mostra o vídeo da entrevista, a palavra lhe foi dada por Dilma, num gesto que mostra a característica subserviência de governos brasileiros, petistas ou não, à Globo.

As palavras mentecaptas de Sandra Coutinho registraram, mundialmente, não apenas o que a Globo pensa sobre o Brasil.

Mais que tudo, elas captaram, ao vivo, a indigência jornalística e intelectual da emissora.