24 de outubro de 2014

Ibope aponta vantagem de 08 pontos de Dilma em relação a Aécio


O Ibope divulgou na tarde desta quinta-feira (23) uma nova pesquisa para o segundo turno da eleição presidencial. O Instituto aponta vitória de Dilma Rousseff (PT) com 54% dos votos válidos. Aécio Neves (PSDB) tem 46%. Em relação ao levantamento anterior, Dilma cresceu cinco pontos e Aécio caiu os mesmos cinco. Para calcular esses votos, são excluídos da amostra os votos brancos, os nulos e os eleitores que se declaram indecisos. O procedimento é o mesmo utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição.

Em votos totais, quando são incluídos brancos, nulos e indecisos, o resultado é: Dilma 49% e Aécio 41%. Brancos e nulos somam 7% e 3% estão indecisos. Nos votos totais, Dilma cresceu seis pontos e Aécio caiu cinco.


Veja o gráfico abaixo e, em seguida, índices de rejeição e espontânea:

REJEIÇÃO

O Ibope também perguntou em quem o eleitor “não votaria de jeito nenhum”. De acordo com a pesquisa, Aécio Neves é o candidato mais rejeitado, com 42% de rejeição. Dilma Rousseff é rejeitada por 36%.

ESPONTÂNEA

Na modalidade espontânea, aquela em que os nomes dos candidatos não são apresentados para o entrevistado, Dilma lidera com 47%, enquanto Aécio tem 39%. Brancos e nulos somam 7% e indecisos são 6%.

OTIMISMO

Para 51% do eleitorado, Dilma sairá vitoriosa; 38% acreditam que Aécio ganhará; 10% não sabem ou não responderam.

O Ibope ouviu 3.010 eleitores em 203 municípios entre os dias 20 e 22 de outubro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.


Via Pragmatismo Político

23 de outubro de 2014

FHC, sociólogo decadente, reproduz pensamento dos senhores de escravos



O sociólogo não nos falta… Com sua conhecida e reconhecida profundidade de raciocínio e sua capacidade de síntese, brindou a sociedade brasileira com, mais que uma pérola, uma frase lapidar, naquele sentido antigo do termo: para ser escrita na lápide.

Os nordestinos que votam no PT não votam porque são pobres, mas porque são menos informados”. Devemos todos nos curvar à sabedoria do príncipe. E, mais uma vez, sermos gratos a ele.

Mas não será ocioso refletir sobre o que devemos fazer para nós, nordestinos, ingressarmos na categoria dos cidadãos bem informados.

É possível que, para tanto, a maioria do povo brasileiro, particularmente nós nordestinos que votamos em Dilma no primeiro turno das eleições, nos sentemos ao fim da jornada de trabalho, diante do televisor para receber como expressão inquestionável da verdade a enxurrada de opiniões oferecidas em forma de notícia que brota dos telejornais.

Ou nos dediquemos à leitura semanal da revista Veja e assemelhados, para nos inteirarmos da real situação do país. Em suma, para o príncipe, bem informado é aquele cidadão ou cidadã que lê Veja, Folha, Estadão, O Globo – O Estado de Minas, não, porque o pessoal que lê o Estado de Minas deu vitória à Dilma e ao Pimentel no primeiro turno –, e naturalmente quem assiste aos telejornais dos monopólios de comunicação.

Há um aspecto curioso nessa preferência por discriminar os nordestinos. Vejamos. Dilma venceu no Rio Grande do Sul, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais.

Ou os pedagogos que preparam os conteúdos de geografia para as crianças de São Paulo nos brindarão com uma nova e revolucionária edição dos didáticos e paradidáticos oferecidos pelos governos tucanos para as escolas públicas ampliando as dimensões e o alcance territorial da Região Nordeste, ou o príncipe esqueceu as preciosas aulas de geografia ministradas na escola primária.

Certos segmentos sociais de São Paulo, particularmente os situados no topo da pirâmide, desenvolveram ao longo do período em que o estado se encontra sob a gestão tucana uma rara incapacidade de perceber o que ocorre realmente para além das barrancas do Rio Grande.

Não é apenas um caso de miopia. Trata-se de uma opção pelo divórcio. A ilusão sobre a extensão das assimetrias… entre São Paulo e o Brasil – São Paulo é ótimo, o que não presta é a vizinhança – conduziu aqueles setores sociais e a expressão política que os organiza, o PSDB, a não se dar conta da presença das mazelas que a concentração de renda e riqueza reproduz no próprio estado de São Paulo, que, como se sabe, está entre os primeiros beneficiários de programas sociais do governo federal, como o Bolsa Família e outros.

Esse fato os torna insensíveis aos avanços produzidos por um projeto generoso e inclusivo que converteu em prática uma antiga bandeira: “O Nordeste não pode ser visto como um problema para o Brasil. O Nordeste deve ser visto como uma solução”.

O governo Lula converteu esse sonho em realidade. A região permanece crescendo há mais de uma década a taxas equivalentes ao dobro da média nacional.

Por si só, essa é uma conquista inédita na história do país no que toca ao combate às desigualdades regionais. Esse fato histórico significa que no início do século 21, tardiamente portanto, o Brasil encara o Nordeste como um potencial que redireciona os marcos do desenvolvimento nacional com a expansão de um mercado interno popular e vigoroso, a contar com suas próprias forças, o que permite ao país superar as dificuldades impostas pela crise econômica e financeira mundial, com geração de emprego e renda e criando as condições materiais para o exercício da cidadania.

O príncipe reproduz com sua frase a mesquinha leitura que faziam os senhores de escravos e seus descendentes sociais ao desprezar e discriminar a capacidade criativa e produtiva dos filhos dessa região que marca, em definitivo, a contribuição não apenas para a construção das riquezas materiais do Brasil – tente imaginar a construção, o desenvolvimento de São Paulo, sem a presença dos filhos do Nordeste – como para a definição do perfil cultural de nossa gente.

Dilma entendeu o Nordeste. O Nordeste entendeu Dilma. Por isso oferecerá, mais uma vez, sua contribuição para a construção de um Brasil mais justo, mais generoso.


A análise é de Pedro Tierra e foi publicado originalmente no Viomundo

A três dias da eleição, Camilo abre 14 pontos em relação à Eunício, segundo Datafolha


Pela primeira vez desde o início do primeiro turno, Camilo Santana (PT) aparece na liderança isolada das intenções de voto para governador do Ceará. Conforme a penúltima rodada de pesquisa O POVO/Datafolha antes do segundo turno, o candidato apoiado pelo governador Cid Gomes (Pros) sairia vitorioso se a eleição fosse hoje.

Em intenções de votos válidos, Camilo abriu 14 pontos percentuais de vantagem sobre Eunício Oliveira (PMDB). Desde a pesquisa da semana anterior, o petista subiu quatro pontos percentuais e foi de 53% para 57%. O candidato de oposição caiu de 47% para 43%.

A pesquisa em votos válidos exclui eleitores que disseram votar em branco, nulo ou em nenhum dos candidatos, além dos indecisos. Essa é a forma oficial como será divulgado o resultado da eleição.

Nas intenções de votos totais, Camilo subiu os mesmos quatro pontos percentuais. Foi de 45% para 49%. Eunício oscilou negativamente de 40% para 38%. O índice de eleitores que dizem votar em branco, nulo ou em nenhum dos candidatos oscilou de 6% para 5%. O percentual de indecisos oscilou em uma semana de 9% para 8%.

Camilo ficou atrás nas pesquisas durante praticamente todo o primeiro turno, alcançou o empate técnico a poucos dias da votação do último dia 5 e, surpreendentemente, terminou como mais votado quando a apuração foi concluída. Na primeira pesquisa do segundo turno, havia empate técnico.

Número na urna

O percentual de eleitores que acertou o número que deve ser digitado na urna eletrônica subiu de 82% para 88%. O índice de acerto é de 90% entre os eleitores de Camilo e de 88% entre os que votam em Eunício. Quatro dias antes da votação, todavia, há 8% de eleitores que ainda não sabem o número que devem digitar na urna eletrônica, 1% que pretendem anular o voto, mas não sabem como, enquanto 3% disseram o número errado do candidato em que pretendem votar.

Dos que declaram intenção de voto em Camilo, 7% não sabem o número do candidato e 3% mencionaram incorretamente. Entre os que dizem votar em Eunício, 9% desconhecem o número e 3% citaram de forma errada.

A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. O Datafolha realizou 1.240 entrevistas, todas feitas ontem, em 49 municípios cearenses. A pesquisa foi contratada pelo O POVO, em parceria com Folha de S.Paulo. O número de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é CE-00034/2014 e BR-01162/2014.

Via O Povo

Com PT unido, Dilma está conseguindo vencer massacre ideológico promovido pela mídia


A presidente Dilma Rousseff conseguiu unir o PT, derrotar massacre ideológico promovido pelos meios de comunicação e assim receber apoio de antigos eleitores de Marina Silva (PSB). Por isso, voltou a crescer nas pesquisas e caminha para uma possível vitória no próximo domingo (26). A avaliação é do jornalista Paulo Moreira Leite, blogueiro do 247.


"A vantagem de Dilma expressa o esforço da maioria dos brasileiros em recuperar seus direitos para governar o país. É sempre prudente aguardar por surpresas de última hora, mas o avanço de Dilma tem a consistência das conquistas obtidas a frente de todos. Dilma cresceu nos debates pela TV, a frente de milhões de telespectadores. Seu avanço foi reforçado por Lula e seu prestígio imenso de mais popular político da história. Também cresceu pela força social profunda que há três décadas se organizou na militância do Partido dos Trabalhadores e de milhares de entidades que gravitam a sua volta em bairros, nas empresas, nas escolas, e também na máquina do Estado. A unidade entre o partido e a candidata, que jamais foi consolidada no primeiro turno, constitui a força imensa que caminha em direção as urnas de domingo", afirma ele.

Ele avalia que "ao lembrar os escândalos escondidos pelo PSDB, Dilma questionou o caráter politico-eleitoral das denúncias de Aécio". O jornalista diz que "ao debater política econômica, lembrou as experiências dos brasileiros com recessão e desemprego — temores que o adversário não soube responder". "A visão, no comitê de Dilma, é que os eleitores que apostavam na “nova políticade Marina não tinham razão para sustentar Aécio. Novidade por novidade, Dilma falou em plebiscito para sustentar uma reforma política ambiciosa, ao contrário de teses triviais, feijão-com-arroz da velha política, como debater reeleição e voto distrital", ressalta.


Via Brasil247

22 de outubro de 2014

Voto nulo? Quem disse? Ailton Lopes declara apoio a Dilma Rousseff


O ex-candidato ao Governo do Ceará, o psolista Aílton Lopes, declarou apoio à reeleição da presidente da República Dilma Rousseff (PT) na disputa em segundo turno contra o tucano Aécio Neves, nesta quarta-feira, 22. Aílton obteve 102.394 mil votos no primeiro turno, 2,4% do total. Na primeira fase da disputa, o PSol teve a candidata Luciana Genro disputando a presidência.

Ailton Lopes obteve 2.4% dos votos no
primeiro turno no Ceará
Não voto mais nulo. Meu voto agora é em Dilma, como expressão de meu veto a Aécio. (...) Sigo respeitando posições diversas da minha. Mas estou convencido da necessidade de engajar-me na derrota do PSDB pelo que de pior representa na sociedade brasileira, sem nenhuma ilusão com o petismo”, escreveu Aílton em publicação no Facebook. Ele cita texto do político e sociólogo argentino Atilio Borón para basear sua escolha partidária.

Aílton critica que Aécio Neves representa “a versão dura do neoliberalismo” que resultará em redução dos investimentos sociais “permissividade ambiental” e “apelo à força repressiva do estado para manter a ordem e conter aos revoltados”.

Alguém pode pensar que depois de Aécio florescerá a revolução no Brasil? O mais certo é que se inicie um ciclo de longa duração onde as alternativas à esquerda, inclusive de um processo “light” como o do PT, desapareçam do horizonte histórico brasileiro por longos anos, como ocorreu depois do golpe de 1964”, acrescenta.

O psolista destaca, no entanto, que a defesa não implica em exaltação ao PT que, para ele “passou de uma organização moderadamente progressista a ser um típico ‘partido da ordem'".

Aílton Lopes frisou que mantém a neutralidade diante do segundo turno estadual na disputa entre Camilo Santana (PT) e Eunício Oliveira (PMDB).


Via O Povo

EEEP Antonia Nedina Onofre de Paiva, em Assaré, será Inaugurada nesta Quarta-Feira (22)


Os jovens do município de Assaré, localizado na região do cariri cearense, passam a partir desta quarta-feira, 22 de outubro, a contar com mais oportunidades de preparação para o mundo do trabalho com a implantação da Escola Estadual de Educação Profissional Antonia Nedina Onofre de Paiva.

A escola foi construída e atendenderá no primeiro ano de funcionamento cerca de 180 (cento e oitenta) estudantes que além de cursar as disciplinas do ensino médio, farão concomitantemente um dos quatro cursos técnicos ofertados e tem capacidade para atender 540 discentes.

Para colocar em prática o que aprenderam durante as aulas teóricas, os alunos vão dispor também de Laboratórios Tecnológicos, de Línguas, Informática, Química, Física, Biologia e Matemática, além de um ginásio poliesportivo. Quando chegarem ao terceiro ano, o Governo do Estado propiciará o acesso ao estágio curricular obrigatório e remunerado. É nesse período que o estudante vai aprimorar suas habilidades, atitudes e competências individuais, desenvolvidas durante a sua formação.

A Escola Estadual de Educação Profissional Antonia Nedina Onofre de Paiva, faz parte da 18ª Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede 18), que já dispõe de cinco Escolas de Educação Profissional nos municípios de Crato (02), Campos Sales,  Araripe e Nova Olinda. Essas três últimas contam com um estabelecimento de ensino cada.

Segundo o Secretário adjunto da Educação, Idilvan Alencar, em publicação na manhã desta quarta, na rede social facebook, a inauguração desta instituição de ensino ocorrerá a partir das 16 horas. Deve fazer parte do momento o governador Cid Gomes (pros), o prefeito de Assaré, secretários de educação dos municípios vizinhos, professores, alunos e gestores escolares de várias localidades.

Ao compartilhar imagens que ilustram este artigo Idilvan mencionou um poema de Patativa do Assaré, a saber:

"Sou um caboco rocêro,
Sem letra e sem instrução;
O meu verso tem o chêro
Da poêra do sertão "

O nome escolhido para a Escola Profissional é uma homenagem a Antonia Nedina Onofre de Paiva fruto do Projeto de Lei nº 04/2012. Nedina nasceu em 06/12/1920 na cidade de Assaré, filha de Aguinelo Onofre de Farias e Joana Onofre Alencar, estudou no colégio Dorotias em Fortaleza, esposa de uma das maiores lideranças deste município, o senhor Raul Onofre de Paiva, prefeito por 4(quatro) mandatos. Foi professora na Escola Raul Onofre, onde posteriormente ocupou o cargo de diretora. Foi ainda representante do Funrural aproximadamente 8(oito) anos.

21 de outubro de 2014

Vereador Gilson Cruz deixa grupo de oposição em Altaneira


O grupo que compõe a base de oposição a administração do prefeito Delvamberto Soares (Pros), no poder legislativo, ora com quatro parlamentares, pode está saindo desse quarteto para formar um simples triângulo nas cobranças e nas fiscalizações. Tal fato foi verificado na tarde desta terça-feira, 21 de outubro, durante sessão plenária. 

Segundo informações publicadas no portal da casa o Vereador Gilson Cruz eleito no dia 07 de outubro de 2012 pelo Partido Social Liberal – PSL com 287 (duzentos e oitenta e sete) votos para ocupar um dos nove assentos no legislativo noticiou no tema livre que estava rompendo relações politicas com o grupo oposicionista.  Para o edil Gilson a sua saida se deu em face de discordância com o ex-prefeito Antonio Dorival (PSDB), o que ele preferiu chamar de “lider maior”, conforme consta no portal já mencionado.

Gilson Cruz, no entanto, não quis apregoar os motivos que o levou a discordar do ex-gestor, porém afirmou que a sua saída não o levará ao bloco de sustentação da administração municipal. “...Quero aqui deixar bem claro que não tenho nenhum compromisso com o grupo de situação, tenho amizade com Ariovaldo, Dariomar e Palito mais nada além disso”, arguiu o parlamentar.

O até então companheiro do bloco, o Vereador Genival Ponciano (PTB) se mostrou “decepcionado” com a saída do parceiro e chegou a argumentar que já tinha conhecimento de que o fato poderia ocorrer em face de comentário de “pessoas”. No portal da casa não há passagens do que Genival tenha citados nomes.

Não há até o fechamento desse artigo nenhum comentário dos vereadores que formam o bloco da maioria, nem relatos dos demais vereadores que formavam junto com Gilson o grupo de oposição. O prefeito Delvamberto ainda não se manifestou sobre o ocorrido.

A base oposicionista na Câmara era formada pelos vereadores Professor Adeilton (PP), Zuleide Ferreira (PSDB), Genival Ponciano (PTB) e o que se desligou. Já o bloco situacionista é composto por Lélia de Oliveira (PCdoB) que ora exerce a função de presidenta, Alice Gonçalves (PSB), Flávio Correia (Pros), Antonio Leite (Pros) e Edezyo Jalled (SD).

Opinião: Um Voto Crítico, Mas Convicto por Zeca Baleiro


O cantor, compositor e cronista José Ribamar Coelho Santos, conhecido popularmente e artisticamente por Zeca Baleiro, se utilizou da rede social facebook, em sua página na última sexta-feira, 17 do corrente mês, para declarar apoio a candidata a reeeleição ao Palácio do Planalto Dilma Rousseff (PT).

Imagem capturada da página do cantor e compositor Zeca Baleiro.
Na nota intitulada “Opinião: Um Voto Crítico, Mas Convicto”, Zeca discorre que almeja mudanças como todo cidadão e que ainda assim acredita que essa mudança não é representada pelo o opositor a Dilma. Ele afirma ainda que não é conveniente mudar apenas por mudar e chega a frisar que o governo do PT apesar da vulnerabilidade está sendo compromissado com os menos desfavorecidos, aqueles à margem do tecido social, político e economico.

Vamos a Nota

O direito à oposição e o anseio pela alternância de poder são pressupostos básicos de um estado democrático. Desejar e acalentar o sonho de mudanças também é uma natural aspiração de todo cidadão.

Acho o governo Dilma criticável, como todo governo o é. Acho o PT criticável também, como todos os partidos o são. Como todo brasileiro, anseio por mudanças que urgem, embora reconheça que há mudanças políticas em curso neste governo que são louváveis. De qualquer modo, embora Dilma tenha seus pontos vulneráveis, não vejo adversário digno de sucedê-la. Mudar por mudar não me parece conveniente. Um dos argumentos mais usados pelos detratores da atual presidente e seu partido é o de que “estão há muito tempo no poder”. Esquecem que os tucanos há 20 anos ocupam o trono do governo de São Paulo (e há tempos vêm cometendo pecados sem perdão como o desmando irresponsável que gerou a crise de abastecimento de água no estado), isso sem falar nas oligarquias do Maranhão, há 48 anos roendo o osso do poder, e a de Alagoas, há outros tantos anos se perpetuando na política local (e estes casos nem devem ser levados em conta, pois, além de antidemocráticos, são imorais).

Um governo comprometido socialmente deve dirigir o olhar primeiramente aos desfavorecidos, aos excluídos do jogo social, isso é óbvio. Este governo que aí está fez isso. E o que não faltam no Brasil são pessoas vivendo em quadro de pobreza extrema, privadas dos direitos básicos de cidadão, massa de manobra barata para oligarcas usurpadores. Quando o buraco é muito fundo – e o fosso social no Brasil é pra lá de fundo -, não há como não ser assistencialista, infelizmente. Uma das frases feitas que mais me indignam neste pobre debate político (debate entre aspas) é a máxima hipócrita de que “é melhor ensinar a pescar do que dar o peixe”. Ora, como ensinar a pescar um sujeito devastado pela fome e pela doença?

Outro argumento usado à exaustão é o da corrupção, e não podemos nos enganar - todos os partidos, quando ocupam o poder, caem em tentação, para nossa desgraça. A diferença básica neste Fla-Flu de corruptos é que os do PSDB seguem impunes, os do PT nem tanto. Só a punição exemplar desses bandidos somada à vigilância social mais ferrenha poderá fazer banir esta "cultura da corrupção" que hoje impera no país, ou ao menos reduzir os seus índices.

Não sou petista nem sou apegado a partidos ou candidatos. Voto com independência. No primeiro turno, meu voto foi dividido entre candidatos do PSOL, do PSB e do PT. Isto me parece coerente. Se nos próximos anos aparecer uma grande e confiável liderança política de outro partido, não hesitarei em mudar meu voto, desde que seu projeto tenha viés socialista, único projeto político que penso ser viável no mundo de hoje. Isto também me parece coerente.

O que não me parece coerente é ver a ex-candidata Marina Silva, arauta da “nova política”, anunciando seu apoio à candidatura Aécio Neves. Todos sabemos que a sua trajetória de luta contra os barões malfeitores do Acre a aproxima ideologicamente mais do PT, e não foi à toa que ela assumiu a pasta do Meio-Ambiente no governo Lula. Isto que ela agora faz é velha politicagem, jamais nova política. Sabemos para onde miram os políticos do PSDB, e no que vai resultar um novo governo tucano (e faço questão de afirmar o mesmo repúdio às alianças eleitoreiras do PT com velhos caciques paroquiais como Sarney, Collor e Calheiros).

Se a intenção de parte do eleitorado era destronar o PT e Dilma a qualquer custo, então que votasse num partido mais à esquerda (sim, eles existem) e não num partido que reza na cartilha do datado neoliberalismo que levou à convulsão social e ao desemprego massivo países europeus sólidos como França e Espanha, e que quase levou o Brasil à bancarrota, na era FHC. Este, por sua vez, sociólogo pós-graduado na Universidade de Paris, tem como hobby disparar frases infelizes, como a recente declaração preconceituosa e separatista sobre os nordestinos e seu voto, segundo ele, catequizado. Com todo o respeito que possa merecer, o ex-presidente está na Idade Média da Sociologia. Avançamos muito nos últimos anos em termos de “pensamento social”. Não há porque retroceder.

Votarei em Dilma e, caso ela seja eleita, terá em mim um crítico implacável de seu governo. É assim que entendo o que chamam de democracia. O resto é balela.

P.S.: Peço aos internautas que queiram comentar, criticar ou divergir do meu texto, que o façam civilizadamente, com argumentos embasados, não com ofensas ou baixarias. De baixo, já basta o nível do debate dos nossos candidatos na corrida eleitoral”.

Zeca Baleiro
(17 de outubro de 2014)