10 de novembro de 2013

Reforma Política: Trabalho conduzido por Vaccarezza não satisfaz população




Para maioria dos brasileiros, pais necessita de Reforma
Política urgente.
Para 53,8% dos brasileiros, a principal reforma institucional a ser realizada pelo país é a política. Os números fazem parte da pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), feita em parceria com o Instituto MDA e divulgada na última quinta-feira (7). Na sequência, entre as áreas que necessitam “urgentemente” de reforma vêm a jurídica (15,3%), a trabalhista (14,3%) e a tributária (9,4%).

Em outra série de perguntas, 87,4% dos entrevistados disseram que a Saúde é o setor que “mais precisa de melhorias no Brasil”, seguida de Educação (49,7%) e Segurança (34,3%).

Ao mesmo tempo, 84,4% das pessoas apoiam o programa Mais Médicos – hoje a principal ação do governo federal na área da saúde. Para a maioria dos pesquisados (66,8%), os médicos estrangeiros trazidos pelo programa “estão capacitados para atender nossa população”.

A CNT/MDA também quis saber sobre o “grau de preocupação” dos brasileiros com várias questões. Os brasileiros, segundo a pesquisa, estão “muito preocupados” em primeiro lugar com a violência: 91,5%. Em seguida vêm a corrupção (83%), o custo de vida (73,4%), as dívidas pessoais (63,4%), a perda do emprego (59,6%) e a inflação (53,7%).

As expectativas para os próximos seis meses, porém, são mais otimistas do que pessimistas nas áreas de emprego (38,3% a 17,6%), renda (35,4% a 9,6%), saúde (35% a 23,5%) e educação (35,3% a 19,3%). O quadro se inverte quando o assunto é segurança pública. Nesse caso, 27,7% acham que vai melhorar e 29,3% que vai piorar.

Manifestações

Os pesquisadores perguntaram ainda o que as pessoas acham das manifestações públicas e da ação de grupos mascarados conhecidos por black blocs. O direito à manifestação é defendido por 81,7%, mas 93,4% condenam os black blocs e 91,5% dizem que a ação deles não é legítima.

A pesquisa ouviu 2.005 pessoas em 135 cidades de 21 estados entre os dias 32 de outubro e 4 de novembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.



Via Rede Brasil Atual

9 de novembro de 2013

Tentando tapar o sol com a peneira: Te cuida, Eduardo...




Que tente tapar o sol com a peneira quem quiser tentar. Inútil. Não é possível mais esconder as trombadas entre Eduardo Campos e Marina Silva e as consequências derivadas desse choque.

A relação entre os dois é um modelo novo de coligação entre um partido existente, o PSB, e um partido inexistente, a Rede Sustentabilidade. Por isso, Marina não é apenas ornamentação. Tem vez e voz.

A melhor imagem para explicar a aliança é a maternidade. O PSB seria a “barriga de aluguel”, onde está em gestação a Rede. A “barriga” de Marina, puxando votos, representa o ventre onde cresce a candidatura de Eduardo Campos.

As pesquisas de opinião dão indícios de que ela tem condições de transferir para Eduardo Campos parte de votos prometidos, até então, a ela. É possível considerar, pela última pesquisa Ibope, que os 6 pontos de crescimento (de 4% para 10%) do pré-candidato do PSB resultaram da retirada do nome dela da disputa. 

É, porém, mais um caso de suposição do que de ciências exatas.

Há sinais mais fortes que a transferência de votos. A presença de Marina provoca efeitos colaterais desastrosos para Eduardo Campos. Pode, por exemplo, isolar a quase solitária candidatura do governador de Pernambuco à Presidência da República. Ele precisa de aliados, de recursos e de tempo na televisão. O PSB, sem alianças, dispõe de 1m40s do horário eleitoral.

Nesse “casamento” com Marina, inesperado, Campos é quem faz a costura política. Para dentro e para fora. Presidente do PSB, ele tem poder incontestável na agremiação.

Marina descostura com a prática do excesso de zelo. É a guardiã da pureza política inalcançável.  Ela já tem um boletim de ocorrências negativas grande para tão pouco tempo de atuação como parceira e virtual candidata à Vice-Presidência.

Desferiu o primeiro ataque contra Ronaldo Caiado (DEM), identificado como “inimigo histórico”. Recém-chegada ao PSB, ela não sabia que provocaria com a declaração o rompimento de uma aliança eleitoral que Campos costurava em Goiás. Mas não parou por aí. Bloqueou a aproximação do PSB com o PDT, partido que, na definição dela, conduz o Ministério do Trabalho “como um feudo”.

Na segunda-feira 4, criou atritos numa reunião, em São Paulo, para definir a estratégia política no maior colégio eleitoral do País. Ela defendeu a necessidade de ter um candidato próprio no estado. Tinha na bolsa o nome do deputado Walter Feldman.

Em São Paulo, o PSB trabalha, porém,  pela reeleição do tucano Alckmin. E assim será. Marina perdeu. Há, inegavelmente, nessa aliança uma contradição entre o que parece ser novo com o que parece ser velho.

Campos é um político clássico. Não pede a carteira de identidade ao filiado. Foi ao Piauí para consolidar o apoio do ex-senador Heráclito Fortes, ex-DEM e agora do PSB, um político com feitos negativos que dispensam apresentação.

Não é possível, porém, imaginá-la dando as boas-vindas a Heráclito com um sorriso constrangedor ou, muito menos, com um beijinho amigável nas descomunais bochechas dele. Pelo apoio de Heráclito, Marina nunca iria ao Piauí.


Via Carta Maior

8 de novembro de 2013

Conferência termina com pedidos de mais políticas públicas para comunidades tradicionais




A ministra destacou a importância das Conferências, e em
especial a de promoção da igualdade racial.
Avanços são reconhecidos na execução de programas de inclusão social, de maior número de ações afirmativas, como sistemas de cotas, na participação de representantes de comunidades tradicionais como negros, quilombolas, ciganos, povos de matriz africana e diversos outros grupos nas políticas públicas do país nos últimos dez anos. Ainda assim, são grandes os gargalos observados em termos de desigualdade de oportunidades. Foi o que revelou estudo divulgado ontem (7) durante o encerramento da 3ª Conferência Nacional de Igualdade Racial.

O trabalho compila dados de pesquisas do IBGE, da Secretaria de Políticas de Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). E será lançado, em sua totalidade, no final do mês. Os dados já computados, entretanto, mostram que, em pelo menos quatro áreas, a situação continua crítica em alguns itens relacionados à violência e juventude e requer acompanhamento no quesito educação.

Baseado em dados demográficos que compilam indicativos de 2004 até 2011, o estudo mostra que enquanto em 2004 16,3% do total de negros existentes no Brasil eram analfabetos, em 2011 esse percentual foi reduzido para 11,5%. A redução é um avanço, mas, por outro lado, enquanto em 2004 eram registrados 122,97 homicídio de negros jovens com idade entre 15 e 29 anos a cada 100 mil habitantes, em 2011 esse número de mortes saltou para 135,07.

Vulnerabilidade social

Em 2004, 16% da população negra com idade entre 18 e 24 anos declarava não estudar, não trabalhar nem procurar qualquer tipo de emprego. Em 2011, esse percentual subiu para 18,1%. O mesmo desempenho negativo foi observado em relação a pessoas com faixa etária um pouco maior – a dos que possuem entre 25 e 29 anos – que subiu de 16,9% para 17,5% no período.

Mas nem tudo é resultado negativo. O estudo comprovou que a média de anos de estudo de negros com idade a partir de 15 anos, subiu de 5,8 do total em todo o Brasil, em 2004, para 6,9 em 2011. Da mesma forma, a taxa de frequência de estudantes negros nas escolas com idade até 3 anos foi ampliada de 11,5% para 18,3%.

O salto positivo maior foi observado na frequência de alunos entre 15 e 17 anos, que subiu de 78,9% para 82,5% no mesmo período. “Isso mostra que os negros, bem como representantes de comunidades tradicionais, estão correspondendo bem às políticas públicas implantadas e ampliando seus conhecimentos técnicos e educacionais, embora seja preciso bem mais”, avaliou Rosenilda Pereira, coordenadora de um dos conselhos representados no evento, de Ilhéus (BA).

Uma das contradições observadas diz respeito a indicadores de trabalho e renda. O estudo mostrou uma redução do número de pessoas negras desocupadas com idade acima de 16 anos (em 2004, o percentual de desocupados era de 9,8% e em 2011 passou a 7,4%). Além disso, dentre os que declaravam ter emprego em 2004, a renda média da época, que era de R$ 626,39, passou a ser de R$ 927,90 em 2011. 

O valor, no entanto, está longe da média do salário dos trabalhadores brancos que exercem o mesmo tipo de atividade, de R$ 1.549,91.

O percentual da população negra que se considerava em situação de extrema pobreza, 11%, foi reduzido para 5,7% em 2011. E o de negros em situação de pobreza, que era de 20,1%, passou a 8,9% – um dos resultados mais expressivos.

Previdência e trabalho formal

Também chamou a atenção como ponto positivo das ações afirmativas os indicadores relacionados à previdência social. O percentual de idosos negros que possuíam cobertura previdenciária em 2004, que era de 80,3%, passou a ser de 81,6% em 2011. E a chamada proteção previdenciária da população ocupada passou a ser de 57,5% a 66,0%. “Isso pode parecer uma diferença ínfima de percentual, mas quando traduzida em número de pessoas assistidas, representa um grande progresso”, comemorou Edmundo Rodrigues, um dos coordenadores do evento.

Parte desse resultado, segundo ele, também pode ser considerado reflexo da taxa de formalidade das pessoas negras ocupadas com idade acima de 16 anos, que em 2004 era de 38,8% do total no país e em 2011 passou a ser de 50,3%. O estudo leva em conta comparativos entre pessoas que declararam nas pesquisas realizadas terem cor branca, negra ou parda.

Mas a Conferência levou em consideração, também a situação de ciganos, representantes de comunidades quilombolas, comunidades de matriz africana, indígenas, políticas para as mulheres, populações em situação de rua e comunidades de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (LGBT).

Carta de Brasília

Além da divulgação destes dados, o evento discutiu a divulgação do documento Carta de Brasília, que deve pedir, dentre outras reivindicações, a garantia da rubrica de ações de promoção da igualdade racial nas dotações orçamentárias do Executivo; garantia da implementação do programa de enfrentamento ao racismo institucional nas três esferas do governo, bem como monitoramento e luta pela demarcação de terras pertencentes a comunidades quilombolas e isenção do pagamento de Imposto Territorial Rural (ITR) para os moradores dessas áreas.

Estão sendo propostas ainda, para homologação da Carta de Brasília, a criação de um fundo nacional quilombola e de um programa de capacitação continuada para servidores e gestores em temas étnicos e raciais; a inclusão dos povos ciganos no entendimento de comunidades tradicionais a serem também atendidas por programas sociais destinados a políticas de promoção da igualdade racial; além do estabelecimento de cotas para negros, indígenas, ciganos e demais comunidades de matriz africanas em todos os concursos públicos realizados no Brasil.



Via Rede Brasil Atual

Vereadores de Altaneira querem alterar Regimento Interno e Lei Orgânica




Os nove parlamentares que compõem o legislativo municipal de Altaneira se reuniram na manhã desta quinta-feira, 07, na sala das Comissões objetivando analisar os dois documentos bases para exercer um bom mandato.

Os edis, no entanto, não deixaram perceber quais mudanças precisam ser feitas. Os mesmos devem, de acordo com informações contidas no portal da casa, apresentar emendas ao Regimento Interno e à Lei Orgânica Municipal.

O Regimento vem constantemente sendo desrespeitado pelos nove legisladores e fiscalizadores que, embora reclamem que o documento não está sendo seguido, a cada sessão, não se verifica nenhuma atitude que venha a corroborar para a superação desse problema.

Vereadores e vereadoras junto a Assessoria Jurídica em
reunião objetivando alterar o Regimento e Lei Orgânica.
Foto: Júnior Carvalho
O jurista e blogueiro Raimundo Soares Filho tão logo percebeu a informação afirmou que não compreendia a necessidade de se mudar os documentos simplesmente para atender as situações do momento. “Ainda não compreendi o que precisa ser alterado na Lei Orgânica do Município. Não podemos mudar a legislação para atender uma situação momentânea”, disse. 

Participaram da reunião as vereadores Lélia de Oliveira (presidente), Alice Gonçalves (secretária), Zuleide Ferreira, os vereadores Antonio Leite (vice-presidente), professor Adeilton (presidente da Comissão Permanete), Edezyo Jalled (relator da comissão), Flávio Correia (secretário da CP), Gilson Cruz e Genival Ponciano.  O Assessor Jurídico, o Dr. Emanuel e o Secretário de Administração e Finanças, Ariovaldo Soares, além do ex-presidente da Casa, Raimundim da Mota também se fizerem presentes.


7 de novembro de 2013

Em entrevista, Pepe Mujica fala sobre Educação e Darcy Ribeiro




Em entrevista ao site Carta Maior, Pepe Mujica, presidente do Uruguai fala sobre Educação e Darcy Ribeiro. Em uma de suas sábias e reflexivas palavras ele discorreu sobre a principal função dos socialistas ante a sociedade embebida pelo capitalismo. "Nós, socialistas, temos que formar nossa gente", falou o uruguaio.  Os universitários e sua formação também mereceu nota. "A formação universitária contemporânea está embebida de capitalismo por toda parte. Nós, socialistas, temos que formar nossa gente", arguiu.

VAMOS À ENTREVISTA

Carta Maior: Como o senhor conheceu Darcy Ribeiro e como se tornaram amigos? Tinham ideias políticas parecidas?

Mujica: Eram tempos já distantes, do golpe militar no Brasil. No Uruguai se refugiaram alguns notórios perseguidos políticos e lutadores sociais brasileiros e nós compúnhamos um grupo de rapazes jovens que, solidariamente, trabalhávamos de correio, para trâmites de imigração, e viajávamos continuamente para Porto Alegre, São Paulo e Rio.

Numa dessas idas, em algum apartamento, conheci Darcy. Eu o observava, na visão de homem jovem que eu era, como uma espécie de maestro, daqueles que nos iluminava o caminho. Havia uma distância intelectual muito marcada entre nós e Darcy. Afinal, não éramos mais que um pequeno punhado de jovens carteiros. De qualquer modo, penso que não foi em vão. Conheci muita gente do pensamento brasileiro e, com o passar do tempo, encontrei alguns por aqui, outros por lá, outros que já não estão.

A América Latina está imersa em um processo de mudanças importantes em muitos de seus países. O que pensaria Darcy Ribeiro da América Latina que temos atualmente?

Eu penso que, por um lado, ele teria uma espécie de grata surpresa e seguramente estaria comprometido, ajudando. Mas seguramente estaria criticando também. Ineludivelmente, pela forma libertária e aberta de sua maneira de pensar, pelo fervoroso idealismo carregava. E eu acho que ele reforçou isso em seus trabalhos de Antropologia, conhecendo os povos primitivos. Mas não tenho dúvida de que estaria apoiando; mas não apoiando incondicionalmente, sim numa atitude crítica.

Você fala de apoio e de crítica. O que teria a América Latina atual que aprender do pensamento, da luta e da obra de Darcy Ribeiro?

Eu acho que existem coisas que são permanentes: sua devoção aos povos primitivos, sua devoção aos costumes, a busca nos povos primitivos das mais profundas chaves da conduta humana. Acho que isso é uma parte moderna, que será incorporada.

Existem muitos antropólogos que estudam a ciência do homem e estão muito atrasados com respeito a outros. E nesta América, acho que Darci nos deixou um capital, deste ponto de vista, que é pelo menos um ponto de partida. Não é o fundamentalismo de defesa dos povos aborígenes como quem defende uma coisa que deve ser conservada, como quem conserva animais raros, mas eu entendo que os esforços de Darcy têm que ver com encontrar as chaves da conduta humana fora da civilização: é o que temos no disco rígido da espécie. Por momentos, pelo menos, me dá essa impressão.

A experiência boliviana, com um presidente indígena à frente e com todas as contradições que está tendo esse processo, teria lhe interessado, sem dúvida, muitíssimo.

Sem dúvida. Ele estaria em uma espécie de oficina permanente, revisando algumas de suas teses, gerando outras. Seguramente ele estaria cultivando um pensamento fermental. E eu diria, procurando iluminar-nos, no caminho da teoria, neste mundo de esquerdas potentes como as que se movem na América do Sul, mas que têm uma dívida muito profunda em matéria de teoria.

Ribeiro estava firmemente convencido das possibilidades emancipadoras da educação. No Brasil, tentou construir uma universidade modelo para uma nova sociedade mais justa e democrática. Você acha que a educação ainda tem esse poder de mudar o mundo, apesar de que ele está cada vez mais regido pelo dinheiro sem pátria?

Acho que Darcy era um prisioneiro de sua própria fé, de seu próprio entusiasmo. Não tenho dúvida de que a educação é um componente imprescindível para uma sociedade melhor, mas com isso não chega. A formação universitária de caráter contemporâneo sofre e, em grande medida, está embebida de capitalismo por todos os lados, e tende a reproduzir quadros intelectuais, acadêmicos, que afinal acabam sendo funcionais para o próprio capitalismo. Não gera necessariamente quadros para uma sociedade diferente ou para que lutem por uma sociedade diferente. Isto acho que não se podia ver na época de Darcy.

Mas vou resumir: nós, socialistas, temos que fundar nossas próprias universidades e formar nossa gente e não mandá-las para que o capitalismo as forme e pretender depois criar socialismo com essa intelectualidade. Sei que é muito forte, mas acho que é um de nossos deveres. Mas isto eu digo depois de ler o jornal de segunda-feira, digo depois de ter vivido, antes não pensava assim.

Porque você considera que a cultura tem um papel relevante nas mudanças sociais…

 Tremendo!

…as mudanças das forças produtivas em nível político não são suficientes se não há uma mudança cultural na sociedade.

Conhecimento e cultura, as duas coisas. Mas embebidos de outros valores. E uma universidade que trata de capacitar profissionais que estão apressados por formar-se para incorporar-se ao grande mercado de trabalho, o que não parece o mais adequado, em termo genérico sempre vai existir... mas bem, em todo caso isto é após o tempo de Darcy. Provavelmente se ele estivesse vivo estaríamos discutindo isto.

Seria muito bom… Como Darcy, que era um antropólogo, você mostra também inquietude pela crise ambiental. Fez referências importantes ao tema na abertura da Assembleia da ONU este ano. Como o tema ambiental muda a concepção de luta socialista no mundo atual em relação com a visão, talvez mais romântica, que se tinha quando você e Darcy eram jovens militantes.

A tese central que sustento é que, no fundo, a crise ambiental é uma consequência, não uma causa. Que, na verdade, os problemas que temos no mundo atual são de caráter político. E isso se manifesta nessa tendência de destroçar a natureza.

E por que político? É político e é sociológico porque remontamos a uma cultura que está baseada na acumulação permanente e em uma civilização que propende ao “usa e descarta”, porque o eixo fundamental dessa civilização é apropriar-se do tempo da vida das pessoas para transformá-lo em uma acumulação.

Então, é um problema político. O problema do meio ambiente é consequência do outro. Quando dizemos que “para viver como um americano médio, são necessários três planetas” é porque partimos de que esse americano médio desperdiça, joga fora e está submetido a um abuso de consumo de coisas da natureza que não são imprescindíveis para viver.

Portanto, quando digo político, me refiro à luta por uma cultura nova. Isso significa cultivar a sobriedade no viver, cultivar a durabilidade das cosas, a utilidade, a conservação, a recuperação, a reciclagem, mas fundamentalmente viver aliviado de bagagens. Não sujeitar a vida a um consumo desenfreado, permanente. 

E não é uma apologia à pobreza, é uma apologia à liberdade, ter tempo para viver e não perder o tempo em acumular coisas inúteis. O problema é que não se pode conceber uma sociedade melhor se ela não se supera culturalmente.

Por último, uma lembrança, a lembrança mais forte que você conserva da relação que teve com Darcy Ribeiro.

O que mais me impressionou é a fé cega que esse bom homem tinha na educação como alavanca principal para ordenar o mundo. Ele era um apaixonado pela educação. Era uma espécie de professor predicador, não apenas do conhecimento, mas da necessidade de semear conhecimento.

Nos faz falta?

Sim, claro que nos faz falta, muitíssima falta. Um apaixonado pela educação!


Via Carta Maior

Homenagem aos radialistas de Altaneira




Localizada ao sul do Estado do Ceará, mais especificamente na região do Cariri, Altaneira em 2008, completou meio século de emancipação política, tendo o número de habitantes em torno de 6.856– segundo o último censo que se processou no ano de 2010.

Sede da Rádio Altaneira Fm. Foto: Michele Alves
É válido frisar neste contexto que, apesar de decorridos todos esses anos, a cidade conta hoje com apenas um veículo de informação – uma Rádio comunitária.  Esta, por sua vez, foi instituída por um conjunto de pessoas, sob o formato de uma associação - Associação Beneficente de Altaneira – ABA, em 2002.

Depois de uma fase de grande abandono, foi instituída uma nova diretoria que, por sua vez, assumiu uma nova postura, propondo uma nova filosofia e metodologia.  Neste contexto, mudando o local de funcionamento da mesma e em parceria coma Fundação ARCA, por meio de diversos programas educativos, com mais informações e interatividade, a rádio tornou-se mais dinâmica, participativa e democrática.

Atualmente, podemos afirmar que a Rádio está inserida numa perspectiva mais educativa e comunitária.

Flávia Regina apresenta o Notícias em Destaque ao lado
de João Alves (Garoto Beleza).
Integramos o corpo de locutores/radialista em fins de 2009, elaboramos, em parceria com a Fundação ARCA um projeto inovador para o município. Sentimos a necessidade de transformá-la ainda mais num instrumento de conscientização, por meio da informação.

Mesmo porque, entendemos que a informação é capaz de gerar conhecimento, e este, por sua vez, pode transformar os indivíduos em cidadãos livres, críticos e atuantes na realidade a qual estão inseridos. Dessa perspectiva surgiu o NOTÍCIAS DESTAQUE. Sob a coordenação e apresentação desse signatário, levamos essa proposta até o início de 2011. Deixamos o informativo com a sensação de termos - apesar das dificuldades que a conjuntura do período nos impunha – atingido os objetivos propostos. Hoje o Notícias em Destaque vem sendo apresentado por Flávia Regina e João Alves. 

Hoje (07/11), dia dedicado ao radialista, instituído a partir Lei nº 11.327, de 24 de julho de 2006, sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, a Rádio Altaneira Fm conta com um corpo de mais de 10 (dez) locutores que de forma direta e indireta ajudam a alegrar a comunidade local com uma variedade de programas, alguns deles preocupados com músicas de qualidade e com maior interatividade.

Mesmo reconhecendo os avanços, não podemos deixar de reiterar, nesta oportunidade, as críticas já tecidas neste portal a emissora e ao corpo de radialista. No quesito informar a população local com notícias e fatos que a interessam e que de forma direta e indireta atingem-na continua sendo feita de forma fragilizada, continuando a desejar.

Como um ouvinte mais exigente, devemos lembrar que o radialista precisa de muita técnica e ter um padrão que se identifique com os objetivos dessa emissora.

Por outro lado, o ponto que deve unir cada um desses pouco mais de dez comunicadores é, sem dúvida, o carisma.

Ante a isso, esse blogueiro que ainda possui traços de radialista deseja a cada companheiro e companheira dessa emissora que possui um sentimento de dedicação e o interesse pelo que faz muito sucesso nessa árdua caminhada que é alegrar e informar aos altaneirenses.

Lembramos ainda a vocês que só o idealismo não é o suficiente, existe muito mais que a boa vontade. Torna-se necessário uma boa dose de talento. Com alguns bons Radialistas espalhados por Altaneira, o Rádio representa hoje uma riqueza imensurável, permitindo boas opções para aquele que merece todo o nosso respeito, a saber, o ouvinte.

Por tanto, a você radialista, a você que é um sonhador, um apaixonado que faz parte do cotidiano das pessoas, um lembrete – não busque apenas fazer parte do cotidiano, busque também uma maneira de contribuir para a transformação desse cotidiano.

No mais, os nossos sinceros parabéns!!!

Confira Quadro de Locutores

LOCUTORES POR PROGRAMA DA RÁDIO COMUNITÁRIA ALTANEIRA FM (104,9)
Cícero Herlândio (Cabiludo)
Acorda Povo
Elenice Pereira
Eu te Conto
Flávia Regina
Notícias em Destaque
Fernanda Laura
Sintonia Infância
Michele Alves
Tarde Mania
Cristiano Lima
Noite de Sucesso
João de Olívio (Garoto Beleza)
Noite da Jovem Guarda
Iran Amorim
Bom Dia Sertão
Carlos Tolovi
Esperança do Sertão
Irineu Vieira
Mais Forró


Educação de Altaneira é contemplada com Escola Modelo Educacional Urbano





Terreno onde será construída a Escola Modelo Educacional
Urbano. Foto: Antonio Rodrigues
O município de Altaneira foi contemplado com a construção de uma Escola do Modelo Espaço Educacional Urbano e Rural. O Financiamento da obra se dá por intermédio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE que disponibiliza aos municípios, Estados e ao Distrito Federal projetos padrão para esse tipo de ação. O programa financia a construção de cinco modelos distintos de escolas, com uma, duas, quatro, seis e 12 salas de aula.

No caso de Altaneira, o valor do repasse do modelo da escola pleiteada com seis salas, área construída na proporção de 851,63 m² e dimensão do terreno na proporção de 60/80m é da ordem de R$ 1.021,956,00.

O Projeto foi incluso no Plano de Ações Articuladas – PAR e aprovado, aguardando, portanto, apenas a liberação dos recursos do FNDE/MEC. Vale registrar também que tão logo o repasse seja feito, o município terá um prazo de seis meses para a conclusão da obra.

Imagem ilustrativa da infraestrutura de uma  Escola 
Modelo Educacional Urbano.
O titular da pasta educacional, Deza Soares ressaltou que a Secretaria cumpriu em tempo hábil todas as exigências do PAR, tais como, estudo de demanda demonstrando o déficit na infraestrutura escolar da região, o número de alunos na faixa etária pleiteada existente no município, total de crianças já atendidas pela rede física da escola, planta de localização do terreno (com dimensões mínimas) onde a unidade será construída, estudo de demanda – padrão, levantamento planialtimétrico, planta de locação da obra do terreno, declaração de fornecimento de infraestrutura mínima para a construção da obra, declaração de compatibilidade do projeto de fundação, documento de propriedade do imóvel, dentre muitas outras informações.

De acordo com informações do secretário o prédio que será construído vem para complementar o atendimento da demanda de alunos da Escola Joaquim Rufino de Oliveira e a intenção é utilizar o espaço para o Programa Mais Educação.

Deza informou ainda que a Secretaria “estar no aguardo de muitas outras contemplações solicitadas no PAR, como por exemplo, 06 ônibus escolares, 01 CEI-Proinfância, 01 escola do campo, mobiliários escolares, instrumentos musicais, materiais e equipamentos pedagógicos diversos, dentre muitas outras solicitações”.

Via Seduc de Altaneira


6 de novembro de 2013

Análise da III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial



Reproduzimos abaixo excelente análise do Douglas Belchior em seu blog sobre as ações anunciadas e a ser tomada pela presidente Dilma Rousseff no que tange a política de cotas para negros.

Com o título “Dilma, racismo e a força das palavras”, Belchior analise as propostas da presidenta durante a abertura, nesta terça-feira, 05, da III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial. 

Vamos ao Artigo

A presidenta Dilma Rousseff abriu nesta terça feira (5/11) a 3ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial. O encontro reúne, até quinta-feira (7), 1.400 representantes de todos os estados e do Distrito Federal para debater as políticas de enfrentamento ao racismo e de promoção da igualdade. A presidenta anunciou, entre outras iniciativas, o envio ao Congresso Nacional do projeto de lei, em caráter de urgência constitucional, que destina 20% das vagas em concursos públicos federais para negros: “Nós queremos, com essa medida, iniciar a mudança na composição racial dos servidores da administração pública federal, tornando-a representativa da composição da população brasileira”.

A presidenta foi interrompida diversas vezes pelas palmas do plenário e ao final de seu discurso foi delirantemente ovacionada pelos mais de mil delegados da Conferência. Nenhuma novidade, afinal a maioria dos representantes da sociedade civil são partícipes ou simpatizantes de estruturas partidárias, sindicais ou governamentais ligadas ao PT, PCdoB, partidos e governos aliados.

Bem assessorada, Dilma escolheu as palavras certas para dizer e muito embora não tenha anunciado nada de estruturalmente significativo para o combate ao racismo ou à promoção de uma reparação de fato, apresentou uma pauta que segue o ritmo das políticas compensatórias características do governo petista. Mas há de se respeitar afinal, em uma sociedade marcadamente racista como a nossa, mesmo políticas superficiais no tocante à igualdade racial provocam grande reação conservadora, o que acaba por emprestar uma roupa mais “radical” à iniciativa.

Mais que as propostas anunciadas, duas declarações da presidenta me chamaram a atenção: quando disse que “A sociedade brasileira tem que arcar com as consequências do longo período escravocrata” e quando disse que o governo apoiará o Plano Juventude Viva no sentido de combater “o que vem sendo classificado de genocídio da juventude negra.”

As palavras tem poder, presidenta! Arcar com as consequências da escravidão requer de seu governo – e dos futuros, posturas que nenhum outro teve coragem ou interesse em promover. Um bom início de conversa tem relação com sua segunda afirmação: reconhecer o genocídio da juventude negra como ação promovida pelo estado brasileiro. E combatê-lo de fato. O que é bem diferente de dizer que os assassinatos assim “vêm sendo classificado”. E você Dilma, como você enquanto presidenta classifica o assassinato de centenas de jovens negros pelas polícias e milícias em todo país?

Arcar com as consequências da escravidão passa por reordenar as forças produtivas e econômicas do país. Passa, por exemplo, por inverter a lógica da posse da terra e garantir a titulação dos territórios indígenas e quilombolas. Passa por efetivar a tão protelada reforma agrária ou, em outras palavras, acabar com a força do agronegócio e investir em uma agricultura familiar e socialmente comprometida.

E poderíamos seguir: E quanto aos bancos e seus lucros exorbitantes? E quanto ao setor empresarial privado e seu poder de mando? E quanto aos meios de comunicação? E quanto às mega construtoras e às corporações internacionais? E quanto à taxação das grandes fortunas? E quanto à qualidade da escola pública brasileira, em todos os níveis, à aplicação da Lei 10639 e o acesso às universidades de ponta? E quanto ao modelo de segurança pública?

Arcar com as consequências da escravidão, presidenta, significa colocar xeque os pilares de sustentação do modelo econômico vigente, tudo que o cerca e o alimenta. Mas você está certa. A sociedade brasileira nos deve isso. Como você pensa em começar quitar essa dívida?

A grande responsabilidade das delegações e de seus grupos políticos nessa conferência é fundamentalmente cobrar do estado a atenção e a importância que o tema merece. Serão capazes de abstrair de seus compromissos políticos partidários, cobrar e denunciar o “seu governo” e o Estado? É o que veremos!


Via Negro Belchior