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CÍCERO GARCIA - ESPECIALISTA EM HISTÓRIA DO BRASIL |
Foi
realizado na última segunda-feira, 21, no Município de Juazeiro do Norte,
localizado na região metropolitana do Cariri, sul do Estado do Ceará a IV
Caminhada Contra a Intolerância Religiosa.
Na oportunidade um fato repugnante e que demonstra a falta de respeito aos que pensam e agem diferentes, aos que praticam ações que fogem dos controles dos ditames religiosos ou dos que a eles se aliam ocorreu. Um dos representantes da Igreja Católica e também da polícia militar, o Victor Hugo demonstrou que ainda impera em si o espírito da idade média ao mostrar o dedo médio contra um dos integrantes do movimento. Descontente com o que fez ainda os ameaçou.
Na oportunidade um fato repugnante e que demonstra a falta de respeito aos que pensam e agem diferentes, aos que praticam ações que fogem dos controles dos ditames religiosos ou dos que a eles se aliam ocorreu. Um dos representantes da Igreja Católica e também da polícia militar, o Victor Hugo demonstrou que ainda impera em si o espírito da idade média ao mostrar o dedo médio contra um dos integrantes do movimento. Descontente com o que fez ainda os ameaçou.
O amigo e Ex- colega do curso de História, Cícero Garcia, registrou o fato lamentável. Acompanhemos:
“Então, um digno representante da Polícia
Militar do Ceará e da Igreja Católica Apostólica Romana decidi dizer toda sorte
de palavras ofensivas e ainda publicar gestos obscenos (mostrando o dedo médio
em riste - aqui no Ceará a gente diz "dar cotoco ou pitoco") contra
um dos integrantes da 4a. Caminhada Contra Intolerância Religiosa em Juazeiro
do Norte, em plena Rua São Pedro, durante a realização do evento? Não achando
pouco o capelão militar ameaça os cinegrafistas e fotógrafos da Caminhada,
inclusive de processar-nos. Uma dúvida: quem cometeu algum crime de acordo com
o exposto acima? Segundo informações da vítima inicial as palavras e gestos
ocorreram por que o militar e religioso não concordou com a decisão da vítima
(um católico) em participar da Caminhada.
Não é difícil concluir que as
palavras de vilipendio e gestos obscenos do agressor foram estendidos a todos
os participantes da Caminhada, ou seja, mulheres, crianças, velhos, velhas,
negros, homens, brancos, cidadãos e cidadãs. Talvez, o policial militar e
capelão, que goza de respaldo em ambas as instituições de poder que representa,
seja ignorante ao fato de que em muitas nações, cristãos lutam pelo o direito
de cultuar ao Senhor e Salvador. Ainda por ignorância, o agressor também não
percebe que a Caminhada não é um ato de evangelismo que visa atrair mais fiéis
para os grupos religiosos que organizam a caminhada; com certeza, os
organizadores não fazem parte do grupo dos que creem que se todos fossem iguais
a eles o mundo seria melhor, pois, isto seria o fundamentalismo que também
combatem. É de se esperar que quanto antes o agressor apareça na imprensa com
um discurso que inverta os fatos e vista um uniforme de vítima; ela terá seus
apoiadores. Tenho certeza, contudo, que ele não é unanimidade nem entre os seus
colegas militares nem entre os seus pares católicos.
Finalmente, resta dizer que
atitudes como as daquele senhor que muitos conhecem alimentam a certeza de que
a Caminhada não pode nem vai parar. Alguns evangélicos, alguns católicos,
alguns umbandistas, alguns adeptos do candomblé e de outras expressões
religiosas continuarão lutando para que todos os indivíduos tenham respeitado o
direito de expressar sua fé livremente - inclusive o capelão militar agressor
dessa tarde, como fizemos nessa tarde. O critério para expressar suas
convicções é sempre o do respeito ao próximo e as suas escolhas. Nesse ponto, o
capelão militar falhou grosseiramente.”