O
senador José Serra (PSDB-SP) concedeu uma entrevista ao jornalista Fernando
Rodrigues (leia aqui), em que apresentou uma proposta polêmica para a
Petrobras: o fatiamento da companhia, que seria dividida em várias áreas, que
ficariam sob o comando de uma holding. Depois disso, alguns ativos seriam
vendidos, ou seja, privatizados.
“A
Petrobras deveria ser dividida em empresas autônomas [e] uma holding. Aí, [em]
cada caso, ou você vende, ou você abre o capital. O Banco do Brasil fez isso
com alguma coisa na área de seguro. Deu certo. Eu não teria nenhum problema de
desfazer, ou conceder, ou associar a Petrobras em áreas diversas, que ela não
tem que estar”, disse ele.
Serra
citou, inclusive, alguns ativos que devem ser vendidos. “A meu ver ela não tem que produzir fio têxtil, não tem que fazer adubo
necessariamente. Tem que ficar concentrada. A Petrobras tem 300 mil
funcionários terceirizados. Isso é ‘imanejável’. Você criou um monstro, que não
dá para governar”.
Segundo
o senador, a empresa deve manter seu foco em produção e exploração, mas
defendeu a abertura do setor a empresas privadas, nacionais e internacionais,
com a retomada do modelo de concessões. Ele disse ser a favor de “abrir para
mais produção, sob controle”, no sistema de concessões.
Serra
afirmou, ainda, que não se trata de privatização e que se for acusado disso irá
reagir. “Vou dizer, primeiro, é mentira.
Segundo, a política de vocês [PT] é que levou à destruição da Petrobras, que
hoje é clara”.
Ele
também falou sobre eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff e afirmou
que esse debate prospera porque “quanto
mais fraco o governo, menos chance tem de terminar o mandato”. No entanto,
disse que essa não deve ser a agenda do PSDB. "Eu acho que impeachment não é programa de atuação da oposição. A
oposição tem que cobrar, criticar, mostrar as vulnerabilidades. Apontar aquilo
que está acontecendo."