A
África é o berço da humanidade. Foi lá que evoluiu o homem moderno, que depois
se espalhou pelo globo.
Centenas
de pequenos reinos surgiram ao longo da história do continente, com alguns
eventualmente se transformando em impérios poderosos. Estas vastas civilizações
africanas cheias de riqueza e cultura são pouco conhecidas para a maioria de
nós. Está na hora de mudar isso:
10. Império de Axum
Enquanto
uma revolução cristã estava ocorrendo na Europa, um poderoso reino surgiu no
continente africano. Na atual Etiópia, o Império de Axum se tornou um dos
maiores mercados do nordeste da África, com grande força naval.
Axum
dominou a costa do Mar Vermelho até o século VII. Além de influenciar outras
superpotências na África, Europa e Ásia, este império criou o Ge’ez, única
língua escrita com um conjunto de sinais utilizados para representar fonemas
original da África.
O
império tinha uma multidão de visitantes estrangeiros. Um escritor persa saudou
Axum como “uma das quatro maiores potências do mundo”. Ainda assim, pouco se
sabe sobre esta impressionante civilização africana.
9. Império do Benin
No
que é hoje a Nigéria, o Império do Benin começou quando o povo Edo cortou árvores
na floresta tropical do Oeste Africano. Por volta de 1400, o pequeno povoado se
desenvolveu em um poderoso reino.
Com
um gosto incomum para bronze nos seus palácios deslumbrantes, Benin também
utilizava cobre em suas obras de arte, estátuas e placas que descrevem cenas de
batalha sangrentas. Quanto à negociação, Benin encontrou sua riqueza no
comércio com reinos africanos do norte devido à sua localização próxima ao rio
Níger. No extremo sul do império ficava o Oceano Atlântico, o que permitiu que
seus navios trocassem mercadorias com outros povos, tais como pedras de coral,
pimenta e pele de leopardo.
A
civilização chegou ao fim quando os britânicos invadiram a região, tomaram os
recursos de Benin e queimaram o império até o chão.
8. Império do Gana
Na
Gana antiga, assentada sobre uma imensa mina de ouro, havia um reino tão rico
que até mesmo seus cães usavam colares feitos de metal precioso.
Com
planejamento estratégico, líderes poderosos e uma abundância de recursos
naturais, o Império do Gana tinha grande influência. Negociava com europeus e
norte-africanos, importando livros, tecidos e cavalos em troca de ouro e
marfim. Comerciantes árabes muitas vezes passavam meses tentando chegar ao
reino para fazer negócios.
Se
alguém fosse acusado de violar a lei no Gana, essa pessoa era forçada a beber
uma mistura acre de madeira e água. Se vomitasse a mistura, era considerada
inocente. Caso contrário, era considerada culpada e punida pelo rei.
Apesar
de impedir muitas invasões, o império eventualmente entrou em colapso em 1240.
Isolado do comércio e enfraquecido por seus rivais, Gana foi absorvido pelo
crescimento do Império do Mali.
7. Império do Mali
O
Império do Mali foi uma grande civilização africana que prosperou entre os
séculos 13 e 16. Fundado por um homem chamado Sundiata Keita (também conhecido
como Rei Leão), o império estava localizado na região do atual Oeste Africano.
Enquanto
o Rei Leão foi um governante impressionante, o império floresceu mais sob o
comando de Mansa Musa, que detém o título de homem mais rico da história. Sua
fortuna era estimada em gritantes US$ 400 bilhões, um montante que envergonha
até Bill Gates.
Musa
criou Timbuktu, a capital do Mali, e principal centro de educação e cultura da
África, permitindo que estudiosos de todo o continente aprendessem ali.
Como
Benin, Mali foi bem-sucedida no comércio devido à sua localização junto ao rio
Níger. No entanto, foi saqueado por invasores do Marrocos em 1593. Isso
enfraqueceu o império, e Mali logo deixou de ser uma entidade política
importante.
6. Cultura Nok
Os
primeiros vestígios dessa misteriosa civilização foram descobertos em 1928 por
um grupo de mineiros de estanho nigerianos. Conforme os arqueólogos descobriram
fragmentos de cerâmica, pinturas e ferramentas, ficaram chocados ao perceber
quão avançada esta cultura previamente desconhecida era.
Durante
sua existência, de 900 aC até 200 dC, a cultura Nok criou um complexo sistema
judicial séculos antes dos modernos serem inventados. Usando várias classes
diferentes de tribunais, eles tratavam de assuntos como roubo, assassinato,
adultério e disputas familiares.
O
povo Nok também foi o primeiro fabricante de estátuas de terracota em tamanho
real. Suas obras representavam pessoas com cabeças longas, olhos amendoados e
lábios separados.
Os
Nok também eram avançados no manuseio de metais, forjando pequenas facas,
pontas de lança e braceletes.
No
ano 200, a população diminuiu rapidamente, sem motivo aparente. Fome,
dependência excessiva de recursos e mudanças climáticas foram propostas como
explicações para seu desaparecimento.
5. Reino de Cuche
Relativamente
desconhecido fora da África, o Reino de Cuche ficava localizado no atual Sudão.
Esta civilização era muito semelhante ao Egito e governava como os faraós. Eles
também mumificavam seus mortos, construíram pirâmides como cemitérios e
adoravam vários deuses.
No
entanto, havia várias diferenças importantes entre as duas culturas. Ferro
havia se tornado um grande recurso para os cuches, enquanto os egípcios ainda
estavam descobrindo as maravilhas deste metal. As mulheres também desempenhavam
um papel muito maior na sociedade Cuche – rainhas muitas vezes sucediam os
reis. Na verdade, uma das maiores pirâmides do reino foi construído para honrar
uma governante mulher.
Cuche
era famoso por seus arqueiros, muitas vezes representados nas obras de arte.
Teoriza-se que o reino tenha enfraquecido após ser invadido pelo povo de Axum
e, em seguida, tomado por uma nova sociedade chamada de Grupo-X ou cultura
Ballana.
4. Império Songai
O
Império Songai ocupava milhares de quilômetros em grande parte da África
Ocidental. Com duração de quase 800 anos, foi considerado um dos maiores
impérios do mundo nos séculos 15 a 16.
Tal
como acontecia com outras civilizações africanas, Songai derivava a maior parte
de sua riqueza a partir da negociação com outros povos, assegurada por seu
exército de 200.000 pessoas posicionadas ao longo de suas províncias.
Milhares
de culturas estavam sob seu controle, mantidas juntas pela burocracia de um
governo centralizado. Uma nova moeda também foi criada, o que permitiu que as
diversas culturas se misturassem e unissem.
O
tamanho deste império foi sua queda, com o seu enorme território se provando
muito difícil de controlar. Songai passou por uma guerra civil e, lá pelo final
do século 16, o império outrora poderoso se fraturou em pequenos reinos.
3. Reino de Punt
Provavelmente
localizado na atual Somália, o Reino de Punt foi considerado a “Atlantis” da
África. Ao contrário da maioria das civilizações africanas, as pessoas desta “terra
dos deuses” eram descritas como tendo tez vermelha escura e cabelos longos, e
seus cidadãos viviam em cabanas de junco suspensas sobre palafitas acima da
água.
O
comércio entre Egito e Punt era comum, incluindo a primeira troca documentada
de flora, quando a rainha Hatshepsut negociou árvores durante sua famosa
expedição a Punt. Vários tipos de produtos eram trocados com Punt, de incenso a
marfim a anões.
Embora
a localização exata de Punt ainda seja debatida, o reino foi descrito como
sendo exuberante e verde. Marinheiros supostamente podiam alcançá-lo viajando
através do Mar Vermelho ou navegando o Nilo em pequenos barcos à vela.
Muitas
pessoas acreditam que Punt tinha uma enorme influência sobre a cultura egípcia,
da literatura à religião. Apesar disso, alguns historiadores questionam se Punt
sequer existiu.
2. Império Zulu
A
ascensão do Império Zulu não teria acontecido sem uma pulada de cerca. O início
do reino foi estimulado por Shaka Zulu, filho ilegítimo do chefe Senzanganoka.
Após ter evitado várias tentativas de assassinato e disputas familiares
sangrentas, Shaka se tornou chefe dos Zulus.
Usando
suas inovadoras táticas militares, Shaka deixou o império rico e famoso, além
de torná-lo uma das civilizações africanas mais temidas durante o período
colonial. Ele treinou seus guerreiros tão bem que acabou derrotando a invasão
britânica.
Depois
de um período de poder e violência, por volta de 1900, os Zulus foram
absorvidos pela Colônia do Cabo. Hoje, partes do império formam o país moderno
da África do Sul.
1. Civilização cartaginesa
Um
assentamento fenício, a antiga cidade-estado de Cartago ficava localizada na
atual Tunísia e cobria boa parte do Mediterrâneo. Sua colocação estratégica e
abundância de comércio permitiram que fosse bastante rica.
A
civilização cartaginesa era extremamente qualificada na elaboração de móveis,
almofadas e colchões, e suas camas eram um luxo caro. Em um ponto da história,
seus rivais romanos tentaram copiar seus designs sem sucesso.
Cartago
também criou um intrincado sistema governamental, escreveu uma constituição e
possuía uma extensa biblioteca. Infelizmente, a maioria de sua literatura foi
destruída ou dada de presente aos reis da Numídia. Apenas um livro ainda existe
– um manual sobre a técnica agrícola, traduzida para o grego.
Eventualmente,
Cartago foi queimada e saqueada pela expansão do Império Romano. No entanto, a
cidade-estado deixou uma marca indelével como um império comercial rico e uma
força poderosa na África.
|
Axum |
|
Benin |
|
Gana |
|
Mali |
|
Cultura Nok |
|
Cuche |
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Songai |
|
Punt |
|
Zulu |
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Cartaginesa |