Mostrando postagens com marcador democratização da informação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador democratização da informação. Mostrar todas as postagens

Mídia alternativa leva ao governo propostas para democratizar acesso à informação

 

Promover a diversidade e pluralidade de vozes é um dos principais desafios para o exercício do direito à comunicação. (FOTO | Reprodução/FNDC).


A mídia alternativa reivindica a democratização no acesso à agenda e às informações de interesse público do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. E também ações públicas para o seu fortalecimento, como investimentos em infraestrutura, e instrumentos de distribuição de conteúdos e de promoção da cidadania. Por isso, integrantes do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e do próprio setor redigiram um conjunto de propostas.

As sugestões estão distribuídas em dois documentos. Um que consolida anos de debate sobre iniciativas para fortalecer o que se chama de mídia independente, alternativa, popular, comunitária. E um segundo, igualmente importante, com propostas para diversificar o relacionamento dos órgãos de governo, e também do presidente da República, com os veículos de imprensa.

Os documentos foram elaborados a partir de contribuições de diversos profissionais e ativistas da democratização do acesso à informação. Ambos foram entregues ao ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Paulo Pimenta, nesta terça-feira (7), pelo jornalista Altamiro Borges, coordenador do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. O Barão, como é chamado, é uma entidade agregadora desses perfis de comunicadores.

É imperativo garantir a inclusão da mídia alternativa”

Segundo o site Poder360, o governo Lula deu mais de 100 entrevistas a veículos do grupo Globo após as eleições – o que a estratégia de comunicação mostra é o privilégio dado ao grupo. A maior parte das entrevistas foi concedida à GloboNews (92). Em outras 13, integrantes do governo foram à TV aberta, sendo a maioria das vezes no Fantástico (8), e outras duas ao portal g1.

A construção de uma agenda de diálogos com o governo, particularmente o presidente da República, pautada na diversidade de veículos é algo que precisa ser organizado de forma estruturante. Ou seja, é imperativo construir uma política para garantir essa inclusão”, defende um dos documentos.

A jornalista Renata Mielli, também do Barão e integrante do FNDC, destaca que retrocessos políticos e sociais têm relação direta com a falta de democratização da comunicação. “Ter uma política para promoção ativa da diversidade e pluralidade de vozes é um dos principais desafios”, diz.

E é papel da Secom, como ela observa, formular parte dessas políticas. Neste sentido, foi para contribuir com esse debate que a mídia alternativa apresentou os documentos ao ministro Paulo Pimenta. “Sem planejamento, sem uma política inclusiva e construída com transparência, é difícil envolver a diversidade de veículos que hoje compõem o ecossistema de mídia no Brasil. Um passo relevante já foi dado, com a realização de um encontro do presidente com a mídia independente, mas na nossa visão isso é insuficiente.

O direito e o valor da imprensa independente

A jornalista e pesquisadora aponta que é preciso que a imprensa independente seja destinatária de informações públicas, tanto quanto a imprensa hegemônica. E não como algo “à parte” – até para evitar segregação e alimentar uma narrativa que beira à criminalização desses veículos.

Além do setor privado hegemônico tradicional, há cooperativas de jornalistas, veículos nativos digitais, blogs de jornalistas, veículos segmentados por tema e territorialidade – mídia preta, indígena, quilombola, de mulheres, de trabalhadores”, diz trecho do documento.

Em outro momento, o texto assinala a importância da inclusão da mídia alternativa, independente e popular na agenda de diálogo com o presidente da República, ministros e outros representantes do Executivo Federal. “É um desafio necessário na busca de democratizar a relação do governo com a sociedade. Agora, com o início de um novo mandato, temos a oportunidade de avançar num modelo de diálogo que altere a lógica que vinha sendo mantida. Principalmente porque o próprio ecossistema de comunicação no Brasil – e no mundo – sofreu profundas mudanças.

Um dos textos traz 16 propostas para o fortalecimento dos mais variados arranjos comunicacionais que buscam produzir conteúdo jornalístico fora dos grandes conglomerados midiáticos nacionais.

__________

Com informações da RBA.