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Nova Olinda –CE: “Sobre o PL 16/2017: o direito que acham que tem?”, por Francisco Pedro*


Primeiramente, gostaria de parabenizar a todos que estiveram presente na sessão na Câmara de Vereadores de Nova Olinda e manifestaram-se contrários a tal proposição. Que bom ter visto colegas assistentes sociais, empenhados na “eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças”, conforme preceitua o Código de Ética da categoria.

No vídeo (clique aqui e confira), destaco um trecho da falar do vereador Adriano, quando o mesmo afirma que apresentou o projeto e agora - os contrários à proposição - corressem atrás do direito que eles acham que tem. A fala é icônica, por demonstrar o quanto o Direito vem sendo substituído por juízos morais. Lênio Streck, constitucionalista brasileiro, afirma que “A democracia dos séculos XX e XXI apenas se consolidou porque o Direito foi um instrumento fundamental para filtrar a política e os juízos morais. E não o contrário. Quer dizer, se é a moral que filtra o Direito, então não há mais Direito”.

Léo Rosa de Andrade, Doutor em Direito pela UFSC e Professor da UNISUL (SC), em artigo intitulado “Religiosos, ideologia de gênero, Barroso, Einstein”, publicado na Empório do Direito, destaca que os evangélicos, “Para restabelecer o que consideram a “moral” e os “bons costumes” dignos de serem restabelecidos, pregam, aconselham, imprecam, militam, protestam, censuram, processam, legislam. Diatribes fundadas na “palavra do senhor””.

Francisco Pedro. (Foto: Reprodução/ Facebook).
Assisti a sessão pela internet e fiquei envergonhado com os argumentos utilizados por aqueles que defendem o PL 16/2017, principalmente, pelo fato de relacionar a discussão da questão de gênero na escola a um ato de doutrinação dos nossos estudantes, direcionando-os a uma determinada orientação sexual. Há uma clara distorção, até porque discutir gênero não é apenas abordar o lugar reservado nesta sociedade homofóbica ao segmento LGBT, mas também discutir o papel atribuído a mulher nesta mesma sociedade. Discutir gênero e orientação sexual, “significa ajudá-los a compreender a sexualidade e protegê-los contra a discriminação e a violência". O Grupo Gay da Bahia aponta que, em 2016, ocorreu 347 assassinatos de LGBT, sem contar as agressões físicas e verbais. E essa visão conservadora de que ser LGBT é anormal, que é contra os preceitos divinos, contribuí para estes atos de violência e “apedrejamento moral”.

Numa das falas, questionou-se o porque de se fazer leis específicas para determinado segmento da população. A resposta a isso, está no mesmo fundamento que se levou a aprovar a Lei Maria de Penha. A violência contra a mulher, o feminicídio, precisavam ser combatidos. Era necessário acabar com a impunidade no cenário nacional de violência doméstica e familiar contra a mulher e o CPB, neste sentido, não era muito eficiente. A violência doméstica era invisível.

Já que o nobre vereador fundamentou o projeto buscando argumentos na legislação brasileira e, diga-se de passagem, que todos foram utilizados de forma equivocada para o teor da discussão em pauta, o Ministro Luís Roberto Barroso, do STF, quando, em junho deste ano, deferiu liminar suspendendo lei similar aprovada em Paranaguá (PR), afirmou ser inconstitucional por usurpar competência privativa da União para legislar sobre diretrizes educacionais e normas gerais de ensino e que projetos como este, que impedem o “acesso a conteúdos sobre uma dimensão fundamental da experiência humana e para a vida em sociedade”, violam o princípio constitucional da proteção integral da criança e do adolescente.

Para Barroso, "Não tratar de gênero e de orientação sexual no âmbito do ensino não suprime o gênero e a orientação sexual da experiência humana, apenas contribui para a desinformação das crianças e dos jovens a respeito de tais temas, para a perpetuação de estigmas e do sofrimento que deles decorre". E continua: “(...) Significa valer-se do aparato estatal para impedir a superação da exclusão social e, portanto, para perpetuar a discriminação"”.

Em artigo publicado na Conjur, Lênio Streck, falando sobre o Estado policial, que produz ilegalidades relativizando o Direito, afirma que “a Constituição deve constituir-a-ação”. Assim sendo, sigamos manifestando o nosso pensamento, devemos nos colocar contrários a todas as proposições que violem os direitos duramente conquistados e garantidos na Carta Magna de 88 e Tratados Internacionais, mesmo sabendo que, para os conservadores, fundamentalistas, “manter coerência no discurso de defesa da Constituição por vezes soa antipático”.

Hasta la victória, siempre! (Publicado originalmente em seu perfil no Facebook).

* Francisco Pedro é natural de Nova Olinda, Assistente Social e Coordenador do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do município de Itapajé

Secretário de Educação do Ceará e Coordenador da Crede 20 rechaçam PL do vereador de Nova Olinda Adriano Dantas


O secretário de Educação do Estado do Ceará, Idilvan Alencar, usou a rede social facebook nesta quinta-feira, 09, para rechaçar a iniciativa do vereador de Nova Olinda, na região do cariri, Adriano Dantas (PSB) que pretende via Projeto de Lei nº 16/2017, proibir a discussão de gênero e sexualidade na rede pública de ensino desta municipalidade.

Adriano usou o mesmo argumento dos edis dos municípios vizinhos – Crato e Juazeiro do Norte, ao preferir denominar de “Ideologia de Gênero” as questões concernentes ao gênero e a orientação sexual, sendo, pois, proibida essa temática de ser discutida em sala por docentes. A atitude do edil gerou grande repercussão antes mesmo de ser apresentada na casa legislativa, caso ocorrido na sessão de ontem à noite. Professores, professoras, estudantes do ensino médio, universitários, ativistas dos direitos humanos e de movimentos sociais, além do Coordenador da Crede 20 (Brejo Santo), o professor Roberto Sousa.

O professor Roberto ao compartilhar nota de repúdio do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT – Nova Olinda) divulgada neste blog, afirmou que se junta a todos (as) que são contrários a matéria e ressaltou:

A iniciativa vai contra tudo aquilo que defendemos na educação. Somos a favor de uma escola crítica e reflexiva e que educa para o respeito a diversidade de gênero, religião, etnia e orientação sexual”.

Quem também rechaçou a proposta foi Idilvan Alencar, ao qual argumentou que o município “não merece ser exemplo nacional de escuridão”. O titular da pasta pediu respeito aos docentes e ressaltou que o debate que necessita ser travado é aquele em que se evita o preconceito:

Nossa linda Nova Olinda não merece ser exemplo nacional de escuridão .
Respeitem os professores e ajudem a criar cultura da tolerância e paz na sociedade. O debate é para evitar preconceito racial , sexual e religioso.”

A sessão ordinária da noite de ontem foi bastante movimentada e composta por muitas pessoas que usaram a tribuna para se manifestarem contrárias a proposta.

Em nota no facebook, o autor da matéria argumentou que o  “projeto não proíbe direitos e não se está defendendo um caráter religioso”. Segundo ele, está “exigindo respeito à própria legislação que assegura a defesa dos direitos dos pais sobre valores morais e inclusive religiosos. Essas questões estão no campo da moralidade”.

"É um ato em defesa da sociedade de um modo em geral, na questão da família, da criança e do adolescente. Apoiar esse projeto não é uma questão meramente religiosa, mas levam em conta os valores da família, que precisam ser preservados”, pontuou.

Idilvan Alencar (esq) e Roberto Sousa rechaçam PL de Adriano Dantas. Fotomontagem: Blog Negro Nicolau.

PT de Nova Olinda repudia projeto de lei que proíbe discussão de gênero e sexualidade na rede de ensino municipal



Circulou nas redes sociais durante todo o dia de ontem, 07, uma foto do Projeto de Lei que apresenta uma ementa similar aos já apresentados e discutidos nos municípios de Crato e Juazeiro do Norte. Neste primeiro o texto já foi inclusive aprovado pelo legislativo, aguardando sanção ou veto do prefeito Zé Ailton (PP).

Em Nova Olinda, o autor do Projeto de Lei que proíbe a discussão de gênero e sexualidade na rede pública de ensino desta municipalidade é o vereador Adriano Dantas, com assento na casa pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB). Pela imagem propagada, o edil preceitua no Art. 1º:

“- Fica proibida a distribuição, utilização, exposição, apresentação, recomendação, indicação e divulgação de livros, publicações, projetos, palestras, folders, cartazes, filmes, vídeos, faixas ou qualquer tipo de material, lúdico, didático ou paradidático, físico ou digital contendo manifestação de ideologia de gênero ou orientação sexual Rede das Escolas de Educação de Nova Olinda. ”

Segundo informações extraoficiais, o Projeto de Lei (imagem disponibilizada abaixo) ainda não foi apresentado, mas a pretensa intenção do psbista já mobilizou estudantes, universitários (as), professores (as), movimentos sociais, dentre outros setores que já estão se posicionando contrário ao texto.

A direção local do Partido do Trabalhadores (PT) já lançou nota repudiando o PL N.º 16/2017. Em contato com a redação do Blog Negro Nicolau, o presidente da agremiação que assina o documento, Aureliano Souza, informou que o repúdio representa o todo do partido.
O conceito de gênero desmistifica as teses que atribuíam suposta inferioridade à mulher por questões biológicas, mostrando que isso não passa de uma ideologia patriarcal, em prol de uma pretensa “superioridade masculina” e não como um “dado da natureza”, como já se pretendeu e muitos ainda pretendem. O conceito de gênero facilita a identificação e a luta contra androcentrismos que visam manter o homem em posição privilegiada, em detrimento da mulher, donde ele ajuda a buscar a emancipação feminina na luta pela igualdade entre os sexos”, diz a nota ao justificar a importância das escolas se abrirem para esta temática.

Confira a nota de repúdio

PARTIDO DOS TRABALHADORES -PT
DIRETÓRIO MUNICIPAL DE NOVA OLINDA/CE
NOTA DE REPÚDIO AO PL N º 16/2017 DE AUTORIA DO VEREADOR ADRIANO DANTAS - PSB

O Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores – PT de Nova Olinda/CE, vem, por meio desta nota, manifestar total repúdio ao projeto de lei n.º 16/2017, de autoria do vereador Adriano Dantas – PSB, que determina a proibição de adoção de formas tendentes à aplicação de ideologia de gênero ou orientação sexual na rede municipal de ensino.

Senhor vereador, analisando a proposição, cumpre destacar as seguintes premissas aplicáveis ao tema:

1) a laicidade estatal, abraçada pela Constituição Federal, impõe a separação entre política e religião. Neste sentido, torna-se fundamentalista a postura de restrição do debate institucional em função de crenças pessoais, às quais se deve destinar o máximo respeito, mas que não podem nortear, em qualquer hipótese, a atuação de um Estado Democrático de Direito como o brasileiro.

2) a total inconsistência do termo “ideologia de gênero” recorrente nos espaços parlamentares, conduziu informação distorcida sobre referida previsão nos planos educacionais, reduzindo-se ao falacioso combate de uma pretensa doutrinação da sexualidade do corpo discente.

3) O diálogo com a realidade concreta afirma o potencial ofensivo da medida, não só no campo simbólico, mas no próprio campo da corporalidade dos(as) estudantes. Por conta disso é que nunca se pretendeu que a educação se curvasse a uma ideologia, mas sim que a educação promovesse transformações efetivas em um gritante cenário de discriminação como o brasileiro.

Apenas a título de exemplo, de acordo com o Mapa da Violência de 2015, o Brasil ostenta, vergonhosamente, o 5º lugar no ranking mundial de feminicídios. Já no ranking por homofobia, conforme o Grupo Gay da Bahia, alcança o 1º lugar mundial, sendo responsável, sozinho, por 44% de todas as execuções ocorridas no ano de 2011. A Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) subscreveu recentemente esteúltimo dado e nele incluiu, ainda, o índice recordista de assassinato de transsexuais em nosso território. A Universidade de São Paulo e o Ministério da Educação, em complemento, atestaram em pesquisa promovida em escolas de 27 estados, com aproximadamente 20 mil entrevistados (as), algum nível de preconceito em relação a gênero e à orientação sexual em cerca de 90% deles.

Senhor vereador, parlamentares como vossa senhoria, que não veem com bons olhos a discussão de gênero no ambiente escolar utilizam-se do famoso argumento do espantalho: criam um monstro, inexistente na prática, para assustarem a população e parlamentares país afora, e defenderem que este monstro estaria nas expressões “gênero”, “identidade de gênero” e “orientação sexual”.

O conceito de gênero desmistifica as teses que atribuíam suposta inferioridade à mulher por questões biológicas, mostrando que isso não passa de uma ideologia patriarcal, em prol de uma pretensa “superioridade masculina” e não como um “dado da natureza”, como já se pretendeu e muitos ainda pretendem. O conceito de gênero facilita a identificação e a luta contra androcentrismos que visam manter o homem em posição privilegiada, em detrimento da mulher, donde ele ajuda a buscar a emancipação feminina na luta pela igualdade entre os sexos.

Eis a importância das escolas trabalharem questões de gênero: não para “doutrinar” quem quer que seja, mas para explicar as relações de poder faticamente existentes e incentivar a busca da igualdade real entre homens e mulheres–e, numa perspectiva mais ampla, de identidades de gênero, entre pessoas cisgêneras e transgêneras. Nada além, portanto, do cumprimento das imposições constitucionais constantes dos arts. 3º, IV, e 5º, I, da CF/88, no que tange à vedação de toda e qualquer forma de discriminação, bem como no respeito ao livre desenvolvimento da personalidade das pessoas humanas em um mundo pluralista como o nosso (e nossa Carta Magna impõe o respeito ao pluralismo social).

Além disso, nobre vereador, exemplos do nosso passado colonial e o registro de práticas sociais menos antigas revelam o tratamento preconceituoso, excludente e discriminatório que tem sido dispensado à vivência homoerótica em nosso País.

Por isso, é que se impõe proclamar, agora mais do que nunca, que ninguém, absolutamente ninguém, pode ser privado de direitos nem sofrer quaisquer restrições de ordem jurídica por motivo de sua orientação sexual.

Isso significa que também os homossexuais têm o direito de receber a igual proteção das leis e do sistema político-jurídico instituído pela Constituição da República, mostrando-se arbitrário e inaceitável qualquer estatuto que puna, que exclua, que discrimine, que fomente a intolerância, que estimule o desrespeito e que desiguale as pessoas em razão de sua orientação sexual.

Pugnar pela relevância do debate significa, pois, comprometer-se com a reversão de quadros como o citado, ao tempo que excluí-lo ou, ainda pior, proibi-lo, significa oficializar, pelas mãos do Estado, a barbárie. Significa armar este movimento que, ao negar a existência do plural, termina por punir o diverso, seja por olhares atravessados, seja por piores salários e condições de emprego, seja por agressões físicas e assassinatos recorrentes nas ruas e nos lares brasileiros.
Damião Aureliano Ferreira de Souza
Presidente do Partido dos Trabalhadores


Imagem que circula nas redes sociais. 

Manifestantes protestam contra a reforma da previdência e a terceirização em Nova Olinda


Nova Olinda diz não a Reforma da Previdência. Foto: Lucélia Muniz.
Estudantes do ensino básico, universitários/as, professores/as, sindicalistas, agricultores e agricultoras realizaram na manhã desta sexta-feira, 31, manifestações pelas principais ruas do município de Nova Olinda, na região do cariri, em ato de protesto contra as medidas autoritárias e desastrosas do presidente Michel Temer (PMDB). 

Como carro chefe dos protestos, estava a reforma da previdência em discussão no congresso nacional e a já aprovada e sancionada lei da terceirização. O grupo que foi acompanhado pela imprensa local e fotógrafos do próprio município e de cidades vizinhas, teve concentração em frente à Escola de Ensino Fundamental Padre Cristiano Coelho e seguiu pela Avenida Jeremias Pereira, Rua Padre Cícero, Rua Pedro Antônio e Avenida Perimetral Sul, culminando defronte ao prédio da Prefeitura. 

Durante todo o percurso lideranças e organizadores/as do ato se revezavam nos discursos. Palavras de ordem como “nenhum direito a menos”, “sou filho de agricultor e digo não a reforma da previdência”, “reaja agora ou morra trabalhando”, “não somos meras engrenagens! Não quero morrer trabalhando" e “Fora Temer” foram as mais entoadas pelos manifestantes que expuseram cartazes e faixas.

Discursos

No ponto final da caminhada, lideranças sindicais, professores/as e demais inscritos expuseram os motivos que os levaram ao protesto. Este professor, blogueiro e ativista das causas negras pelo Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec) arguiu sobre as reformas já aprovadas e as em discussão no congresso. Destaque para a PEC dos Gastos Públicos, a Reforma do Ensino Médio, a Lei da Terceirização e a Reforma da Previdência. 

Nicolau Neto em discurso durante manifestação em Nova Olinda.
Foto: João Alves.
Mencionei os impactos negativos no campo da educação com a não obrigatoriedade de disciplinas como História, Filosofia e Sociologia no currículo escolar que aguçam o pensamento crítico e a reflexão dos/as estudantes a partir da aprovação da reforma do ensino médio e que esta não levou em consideração os principais interessados (professores/as, alunos/as, pesquisadores da educação e gestores/as escolares).

Quanto a terceirização, enfoquei que esta remonta ao século XIX e práticas no Brasil do século XX com o início da república onde o que predominava nos pontos de trabalho era o mandonismo local ou o coronelismo. Citei que ela aniquila os concursos públicos, além de ocorrer a precarização do trabalho.

No que toca ao principal alvo da manifestação, a reforma da previdência, argumentei que esta é brutal e elenquei que ela prejudica principalmente as pessoas que tem como principal meio de vida a roça, pois a grande maioria delas não irão alcançar o tempo de contribuição em face do trabalho desgastante; de igual modo, as mulheres. Por ainda estarmos em uma sociedade sedimentada em pressupostos machistas, as mulheres acabam por desempenharem jornadas duplas, o que o (des) governo desconsidera na proposta ao exigir 49 anos de contribuição para se alcançar a aposentadoria integral. 

As minhas palavras foram endossadas por Andreia Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar que, aproveitou a oportunidade para mencionar acerca de uma audiência pública na próxima segunda-feira, 03, para tratar da construção de um documento contrário as formas como se está tratando a aposentadoria a ser encaminhado ao congresso nacional. 

Socorro Matos. Foto: Lucélia Muniz.
Para a professora Socorro Matos, o ato era mais do que o posicionamento contra as medidas do governo golpista Temer, mas era um chamado a comunidade para se manifestarem e clamarem por “Diretas Já”, pois às vésperas de uma possível cassação de Temer, nada muda, pois o povo não terá a oportunidade de escolher, mas sim deputados e senadores que comungam das mesmas posições de Temer.

Ainda fizeram uso da palavra o presidente do Sindicato dos Servidores Público de Nova Olinda, o servidor Aureliano Sousa, a universitária Mônica, o Vereador Adriano Dantas, os comunicadores Gilson Alves e Carlos Erivelton.

O ato foi fruto da sociedade civil organizada de Nova Olinda e teve o apoio do Sindicato dos Servidores Públicos de Nova Olinda (SINSENO), Sindicato da Agricultura Familiar (SINTRAF), Federação das Entidades Comunitárias de Nova Olinda (Fecono), do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) e da Prefeitura desta municipalidade.





Nova Olinda terá manifestação contra a Reforma da Previdência dia 31


Estudantes do ensino básico, universitários e universitárias, professores, professoras e entidades representativas dos (as) servidores (as) e dos (as) trabalhadores (as) municipais de Nova Olinda, na região do cariri, prometem ocupar as principais ruas nesta sexta-feira, 31, em ato de protesto contra a PEC 287/2016, que trata da Reforma da Previdência.

Pela proposta de Michel Temer, há a exigência de que os trabalhadores da iniciativa privada e do setor público contribuam por 49 anos para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) se desejarem obter aposentadoria com valor integral.

Ao Blog Negro Nicolau, Flávio Pedro, estudantes do curso de História da Universidade Regional do Cariri (URCA), disse que a manifestação está em fase de fortalecimento e aderência de instituições. Ressaltou ainda que o movimento é fruto da sociedade civil organizada e que já estão confirmados o Sindicato dos Servidores Públicos de Nova Olinda (SINSENO), Sindicato da Agricultura Familiar (SINTRAF) e as secretárias de educação e do desenvolvimento agrário.

A manifestação terá concentração em frente à Escola Padre Cristiano Coelho a partir das 07:30h e percorrerá as principais ruas da cidade, culminando com falas sobre essa desastrosa reforma em frente ao prédio da prefeitura.

Estudantes, professores e demais integrantes da sociedade civil organizada em ato contra a Reforma do Ensino Médio em Nova Olinda, em outubro de 2016.



Retrospectiva2016: Se a juventude se unir.... O Temer vai cair, vai cair gritam alunos e professores em Nova Olinda


Professores e alunos(dos municípios de Altaneira, Nova Olinda e Santana do Cariri) em roda de conversa na praça de Nova Olinda para debater as medidas autoritárias do governo Temer. Foto: Ana Cleide (Aluna do 3º Ano do Ensino Médio da EEFM Padre Luis Filgueiras),
As ruas do município de Nova Olinda, na região do cariri cearense, serviram de palco na manhã deste sábado (01/10) para uma mobilização contra a Medida Provisória 746/2016 da Reforma do Ensino Médio que já foi encaminhada para apreciação na Câmara Federal, tendo 120 dias para ser aprovada.


A iniciativa do ato partiu dos próprios alunos e alunas de três municípios, a saber, Altaneira, Nova Olinda e Santana do Cariri, apoiada por universitários/as e professores/as da região. Apesar da proposta ainda não ter sido debatida na comissão especial, que será criada visando discutir o conteúdo da medida, já é um dos assuntos mais comentados, sendo, portanto, motivo de controvérsias entre parlamentares, intelectuais, corpo discente e docente de todo o Brasil.

O Ato

Em Nova Olinda, um dos organizadores da manifestação, o estudante Luan Moura, da EEM Padre Luís Filgueiras, criou na rede social facebook um evento denominado “Sem discussão não tem reforma não” como mais um mecanismo objetivando convidar pessoas a se integrarem na discussão, além de explicar os pontos estratégicos do percurso. A concentração teve início por volta das 08h00 da manhã ao lado da Igreja Matriz, onde os manifestantes realizaram oficinas de produção de cartazes.

O manifesto seguiu pelas principais ruas da cidade com paradas em pontos estratégicos, como na Câmara Municipal e na Prefeitura até seguir a praça, localizada atrás da Escola Estadual Luís Filgueiras - ponto dos debates em uma roda de conversa.

Para Geórgia, estudante do curso de Ciências Sociais, a ação foi muito proveitosa e serviu para demonstrar que eles não concordam com à medida que visa, de forma mascarada, reduzir a carga horária de disciplinas como filosofia, história, geografia, sociologia, dentre outras. A universitária frisou que essas matérias foram e ainda são muito importantes na sua formação.


De igual modo, Matheus Santos, aluno do terceiro ano do curso técnico em edificações na EEEP Wellington Belém de Figueiredo foi taxativo ao discorrer sobre os perigos que essa reforma pode acarretar na grade curricular das escolas públicas. Para ele, é fundamental que todas as disciplinas tenham o mesmo grau de importância e que não é diminuindo a carga horária destas ou excluindo-as que o ensino médio vai melhorar. Lucas Alarcon, do curso técnico em finanças (2º ano) da mesma instituição, engrossou as críticas a MP. Segundo ele, todos os alunos, independentemente da área que vier a escolher, necessita do aporte conteudístico e teórico de todas as disciplinas.

Uma das mais críticas da medida e presidenta do Grêmio Estudantil da Wellington Belém, a aluna Kézia Adjanne do curso técnico em redes de computadores (2º ano) não poupou críticas ao governo Michel Temer e suas atitudes. A estudante destacou que a reforma necessita ouvir os alunos e alunas e que essa maneira de conduzir a educação só reforça o objetivo do governo que é formar alunos sem pensamento crítico.

Uma das articuladoras do movimento, a professora de Biologia Eleniuda, da Luiz Filgueiras destacou a importância de se produzir ações como essas. Durante todo o percurso a docente fez questão de frisar que o manifesto era uma aula de cidadania e que posteriormente será produzido um documento para ser encaminhada à crede 18 e a Seduc. Já Cirlaedna, professora de Artes e Empreendedorismo na Wellington Belém de Figueiredo, chamou a atenção para a continuidade do ato. Que essa mobilização não pare por aqui, frisou.

Este professor e blogueiro ressaltou as principais agressões presente nesta medida covarde do governo Temer que aprofunda ainda mais o abismo entre ricos e pobres nas escolas públicas, legalizando o apartheid social. A MP proposta pela elite governante que usurpou o poder desconsidera as principais leis educacionais do país, jogando para o ralo a LDB 9394/96. Ela remonta as reformas do ensino médio do período da ditadura civil-militar que desejava formar alunos para o mercado de trabalho sem levar em consideração a formação ética e cidadã. Os argumentos utilizados pelos defensores da proposta de que os alunos vão poder escolher as disciplinas que querem estudar, que há excesso de disciplinas e que, portanto não desejam mais uma escola conteudística é pobre e mascara os seus reais motivos - quais sejam - reduzir a carga horária das disciplinas de ciências humanas, ao passo que aumenta a carga horária anual da educação básica de 800 para 1,4 mil, além de retirar a obrigatoriedade da Educação Física e Artes da grade curricular em detrimento do reforço do Português, Matemática e Inglês.

Várias outros personagem usaram do discurso para demonstrarem sua indignação e gritarem que educação é processo, é diálogo e não um ato impositivo, como a professora Elisângela e a aluna Ana Cleide.

Durante todo o percurso, as músicas “Trono de Estudar” (composta por Dani Black) e “Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores” (Geraldo Vandré) animaram os manifestantes. Para além das melodias os estudantes e professores também fizeram ecoar os gritos de "Se a juventude se unir.... O Temer vai cair, vai cair" e "Ô Temer você vai ver.... Quem derrubou o Collor também vai derrubar você" em referência ao movimento estudantil brasileiro que se passou em setembro de 1992 tendo como finalidade o impeachment do presidente brasileiro no período, Ferando Collor de Mello.


Confiram as fotos compartilhadas nas redes sociais



















IDSS em Nova Olinda abre inscrições preparatórias para o ENEM a partir desta segunda (20)


A edição do Exame Nacional do Ensino Médio – Enem de 2015 bateu todos os recordes de participantes que vinha sendo registrada desde o ano 2008. Conforme já divulgado pelo próprio Ministério da Educação - MEC, quase 8,5 milhões de estudantes se inscreveram para as provas que serão aplicadas nos dias 24 e 25 do mês de outubro.

Nestes três meses que ainda restam, é fundamental intensificar os estudos visando ficar por dentro e dominar o máximo de assunto contextualizado possível. E é por pensar assim que o Instituto do Desenvolvimento Socioambiental Sustentável – IDSS, órgão responsável pela organização e manutenção do curso pré-vestibular Organização Popular pela Educação – Opção, no município de Nova Olinda, na região do cariri cearense, estará com inscrições abertas a partir desta segunda-feira, 20 de julho, objetivando formar turma preparatória do ENEM. 

Lista de aprovados no vestibular da URCA
no processo seletivo 2015.2. Crédito: IDSS.
Os interessados devem se direcionar a Rua São Francisco, nº 28, no centro de Nova Olinda a partir das 09 horas da manhã. A taxa de inscrição é equivalente a R$ 25,00.

Note-se que o conteúdo do Enem 2015 será o mesmo de edições passadas, sendo compostas por 180 questões de múltipla escolha, segregadas igualmente em quatro áreas de conhecimento, além de uma redação de caráter dissertativo-argumentativo. No dia 24 serão aplicadas as provas de Ciências Humanas e suas Tecnologias, e Ciências da Natureza e suas Tecnologias. No dia 25 será a vez de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; e Matemática e suas Tecnologias.

No primeiro semestre o Opção enfocou somente temas e questões de edições anteriores da Universidade Regional do Cariri – URCA, obtendo como resultado 11 aprovações.

Altaneirense ganha destaque por atuação na área sindical


Everton Venâncio (à esquerda), Patrus Ananias (centro) e
Andreia Silva no Aeroporto Internacional de Brasília.
O altaneirense Everton Venâncio vem tendo grande visibilidade por sua atuação como assessor junto ao Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar – SINTRAF do município de Nova Olinda, na região do cariri cearense.

Segundo informações de Everton encaminhadas via correio eletrônico a este blogueiro, a presidente do SINTRAF, Andreia Silva, junto a ele tiveram na semana passada um encontro no Aeroporto internacional de Brasília com Patrus Ananias, Ministro do Desenvolvimento Agrário – MDA. Na ocasião foi solicitado a construção de projetos e politicas públicas voltadas para o desenvolvimento da agricultura familiar, vindo a cobrar que se tenha deste órgão uma atenção para o Estado do Ceará, de forma específica para a região do cariri no que tange ao ora exposto.

Ainda de acordo com o assessor sindical, a presidente do sindicato teceu calorosos elogios a Francisco Nelsieudes Sombra, delegado do MDA que tem se mostrado atencioso quanto às solicitações. 

Nova Olinda-CE: Museu do Couro está aberto à visitações



Mais novo ponto turístico da região do Cariri, o Museu do Couro recebe visitantes desde dezembro de 2014. Ferramentas e peças antigas fazem parte do acervo pessoal do artesão Espedito Veloso de Carvalho, o mestre Espedito Seleiro, que começou a cortar e desenhar no couro ainda criança.

Espedito Seleiro ao lado do Museu do Couro (Memorial Espedito Seleiro, em Nova Olinda-CE). Imagens Capturada do
vídeo produzido pelo programa "Bom Dia CE".
A máquina exposta no museu era do pai de Espedito, que possuía uma oficina no sertão dos Inhamuns. "Peguei a máquina que era do meu avô, trouxe para dentro da oficina e comecei a trabalhar. Se essa máquina falasse, ela contava a história mais certinha do que eu, que ela sabe do começo ao fim. Essa máquina costurou peças para Lampião, peças para vaqueiros, tropeiros, para ciganos", diz Espedito.

O caminho das boiadas é mais uma parte da história do couro, que está ligada a do mestre Espedito Seleiro. Roupas feitas do material, bolsas, chapéus e sapatos de aboiadores podem ser vistos no museu.

O couro ganhou vida, se modernizou. Em 2014, seu Espedito completou 75 anos e o Museu do Couro foi a realização de um sonho antigo. "Não esperava, mas sempre sonhava em fazer um museu com as minhas peças, ferramentas minhas e de meu pai", afirma. O Museu nasceu da parceria de Seleiro e do fundador da ONG Casa Grande, Alemberg Quindins.

Nova Olinda foi palco da abertura da 16ª Mostra Sesc Cariri de Culturas


A 16ª edição da Mostra Sesc Cariri de Culturas teve início nesta sexta-feira, 07 e o município de Nova Olinda foi o escolhido para ser o palco da abertura deste evento.

Chambinho do Acordeon cantou o melhor do xote, baião e arrastapé na abertura da 16ª Mostra Sesc Cariri de Culturas,
no município de Nova Olinda neste dia 07 de novembro. Foto: Profª. Janaina Nobre.
Visando promover um verdadeiro intercâmbio cultural, a Mostra reuniu na noite de ontem, no largo da prefeitura e sob os olhares atentos de um bom público de vários municípios, o sanfoneiro Chambinho do Acordeon que aos moldes do Gonzagão tocou e cantou o melhor do xote, baião e arrastapé. Com interpretações das canções de Alceu Valença, de Jackson do Pandeiro, Dominguinhos e Luiz Gonzaga, Chambinho ainda trouxe ao palco artistas locais para abrilhantar sua participação.

Chambinho, vez ou outra, cessava as músicas para ressaltar a importância e a força cultural do forró pé de serra, assim como para demonstrar que, a pesar da grande diferença regional em vários aspectos, inclusive no musical, o Brasil não está dividido. O público, a uma só voz cantava e dançava concomitantemente as músicas que fizeram sucessos, principalmente aquelas que ecoavam na voz do “rei do baião”.

Tâo logo Chambinho ecerrou o show, o público esperou para ver, sentir e dançar a boa música do cantor e compositor pernambucano Geraldo Azevedo em “voz e violão” comandar a festa e que marca quatro décadas de sua trajetória musical.