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Ilustração de mãe e feto negros viraliza: conheça o estudante de medicina da Nigéria por trás do desenho

 

Ilustração médica do nigeriano Chidiebere Ibe mostra feto de pele negra dentro da mãe, também negra. (Foto: Reprodução/Chidiebere Ibe)

Há algumas semanas, uma ilustração médica de um feto dentro de uma mulher viralizou nas redes sociais. O motivo: ambos tinham a pele negra. Muitos usuários nas redes relatavam que nunca tinham visto um desenho em que a pele das pessoas retratadas não fosse branca.

E mais: alguns diziam que nunca haviam reparado nisso.

O autor dos desenhos é o nigeriano Chidiebere Ibe, de 25 anos, que começou a fazer as ilustrações justamente para combater a falta de diversidade nos livros acadêmicos de medicina – que mostram, na maioria ou totalidade das vezes, peles brancas.


O autor dos desenhos é o nigeriano Chidiebere Ibe, de 25 anos. (Foto: Arquivo pessoal/Chidiebere Ibe).

O fato de a maior parte das ilustrações médicas serem feitas em peles brancas não é mero detalhe: algumas doenças de pele, por exemplo, têm aparência diferente se estão em pele clara ou escura, explica o próprio Ibe em entrevista ao g1.

ISSO TAMBÉM DÁ A TODOS ACESSO A CUIDADOS DE SAÚDE EQUITATIVOS, ONDE TODOS, INDEPENDENTEMENTE DA COR DA SUA PELE, DA SUA RAÇA, TERÃO OS MESMOS CUIDADOS DE SAÚDE QUE OS BRANCOS RECEBEM, DIZ.

Ele tem experiência com o assunto em primeira mão: em setembro, começou a estudar medicina na Universidade Médica de Kiev, na Ucrânia – as aulas, por enquanto, estão em formato remoto. Ele deve se mudar para o país no ano que vem.

Ao g1, ele conta que começou a desenhar na pandemia – sempre personagens com a pele negra. Outros desenhos seus, até mais complexos, já haviam feito sucesso – mas não de forma global, como a do bebê dentro da mãe. Ele diz que há planos de publicar as imagens em livros acadêmicos.

SINCERAMENTE, EU NÃO ESPERAVA. [A IMAGEM] VIRALIZOU E TOCOU MUITA GENTE. É IMPORTANTE [TER NEGROS NAS ILUSTRAÇÕES] PORQUE AS PESSOAS QUEREM SE VER NA LITERATURA MÉDICA. AS PESSOAS QUEREM SE SENTIR CUIDADAS E VALORIZADAS, DIZ.

Depois que se formar médico – daqui a seis anos –, Ibe deve seguir para um doutorado nos Estados Unidos, graças a uma oferta recente que recebeu por uma rede social. Também pretende continuar desenhando.

VOU FAZER ISSO POR MUITO, MUITO TEMPO, AFIRMA.

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Com informações do G1.

Aprovado em medicina pela UFPB e que não vai cursar afirma ‘estudei para a vida, não para a prova’



O estudante Charles Andrade foi selecionado na chamada regular do Sisu para o curso de medicina na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), mas não vai se matricular no curso. Ele diz que fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e se submeteu à seleção apenas para testar os conhecimentos. O segredo do resultado? "Estudei para a vida, não para a prova", diz

Nas redes sociais, amigos de Charles ficam surpresos quando
descobrem que ele não vai fazer o curso
(Foto: Reprodução/Facebook)
A pessoas costumam estudar para o vestibular, para o concurso, para a prova de amanhã. Passado o dia da prova, essa informação será deletada, pois não foi sedimentada”, afirmou o jovem de 25 anos. Filho de um cobrador de ônibus e de uma técnica em enfermagem, Charles mora em João Pessoa e está no penúltimo semestre do curso de filosofia, pretendendo seguir carreira acadêmica e ser professor.

Alguns amigos e familiares dizem que eu passei em medicina sem estudar. Não é verdade. Eu estudei sim o conteúdo do Enem, só que isso faz uns 7 anos. A grande questão é que eu estudei do jeito certo. Quando se estuda para a vida, do jeito certo, sem atalhos, sem 'decoreba', sem fórmulas mágicas, o aprendizado é para sempre e os bons resultados em provas são apenas consequência”, explicou.

Charles queria provar que conseguia passar em medicina
(Foto: Charles Andrade/Arquivo Pessoal)
Charles avalia que as pessoas superestimam a dificuldade envolvida no Enem e diz que faz a prova todo ano para saber como vai ser seu desempenho. "Este ano fiz uma nota alta, vi que dava para entrar em medicina, me inscrevi no Sisu e acabei passando”, disse o estudante.

Cotista

O aluno de filosofia explica que foi aprovado nas cotas para estudantes de escola pública, mas diz que não seria classificado caso tivesse tentado na ampla concorrência. Charles obteve uma nota de 733,54 na modalidade, que teve uma nota de corte de 721,52 para estudantes que fizeram o ensino médio em escolas públicas.

Nas redes sociais, os amigos de Charles demonstraram surpresa ao descobrir que ele não vai fazer o curso, que é um dos mais concorridos do país, e acreditam que ele pode se arrepender da decisão. “Agradeço a todo mundo pelas parabenizações, mas espero que parem de tentar me convencer a fazer o curso. É muito improvável que eu me arrependa, mas se acontecer, o Enem tem todo ano”, responde o estudante.

O aluno disse também que pretende continuar prestando o Enem. “O desafio é a cada ano superar a mim mesmo, conseguindo um resultado melhor do que no ano anterior”. Mesmo assim, Charles garante que continuará cursando filosofia. “É minha paixão e vou concluir este ano. Desejo continuar na área acadêmica e ser professor do curso”, completou.