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A “pureza” da nova política. Marina leva “de presente” candidato laranja de Alckmin



Marina ganhou mas não levou a disputa para que o PSB de São Paulo lançasse candidato e  não integrasse a chapa de  Geraldo Alckmin.

Mas o candidato próprio que o partido apresentará, o deputado Márcio França, é unha e carne com Alckmin, de quem foi secretário de Turismo.

Marina bem que tentou fazer com que Luiza Erundina aceitasse o posto e, na falta dela, preferia o “tucano verde” Walter Feldman ou seu ex-coordenador de campanha, em 2010, João Paulo Capobianco.

Mas França, que seria candidato a vice de Alckmin, bateu pé e Eduardo Campos cedeu e já teria comunicado isso a Marina.

É obvio que essa candidatura, mesmo sendo meramente formal, joga o PSB na campanha de Alckmin e, por consequência, limita o espaço de Aécio no palanque do governador paulista.

Que, com toda a sinceridade, parece não estar muito disposto a carregar pedras por um candidato que está comemorando o fato de haver pesquisas que lhe dariam 19% no Estado.

Aécio sabe que depende de São Paulo para ter alguma chance.

Como a farinha é pouca nesta safra eleitoral tucana em São Paulo, Alckmin está preocupado com o seu pirão, e não com o tutu à mineira.

Aliás, sem São Paulo, o que pode faltar mesmo é tutu para o mineiro…

Da feijoada, sobrou mesmo foi o laranja de Alckmin.

A informação é do Tijolaço

Marina quer mostrar poder. Eduardo, cooptar os tucanos, já



Nos jornais de hoje, Eduardo Campo se esmera em negar que a convocação, para o final da semana, de uma reunião “exclusiva” do PSB para tratar de candidaturas estaduais – sem a presença de Marina Silva – signifique que há um impasse entre ele e os marinistas em torno do apoio à reeleição de Geraldo Alckmin.


Há.

Eduardo Campos não mira apenas o que Marina Silva poderia lhe transferir de votos. Até porque esta é uma dúvida que pesquisa alguma, até agora, garantiu que seja muito.
Poderá, sim, ser mais se ela for a vice.

Esse, porém, não é o trunfo do governador pernambucano, mas da ex-senadora acreana. É com essa única carta que ela joga o jogo de poder dentro de uma aliança que é, antes, um ajuntamento eleitoral, muito embora fiquem com uma conversa “programática” para boi dormir.

Já as cartas que Campos tem de organizar são outras.

Tem de administrar as ambições de Marina – o que já é, por si ó, uma tarefa hercúlea – como precisa avançar no processo de atração, já no primeiro turno, do tucanato para sua candidatura.

Porque, se não o fizer, a máquina tucana – sobretudo em São Paulo, já que em Minas está manietado pelo poder de Aécio sobre o PSB local – tem força residual suficiente para manter Aécio em segundo, e não ele próprio.

Hoje, na Folha, Janio de Freitas faz um croquis desta situação.  De, aliás, de “nova política” tem tanto quanto todos estamos vendo.

Marina, Eduardo etc.
Janio de Freitas

O choque de objetivos se complica e se acirra entre Marina Silva e Eduardo Campos no PSB. Os grupos de ambos acusam a existência apenas de intrigas da imprensa, mas Eduardo Campos e sua corrente partiram para iniciativas que os recuperem da noticiada perda de força na sua relação com Marina Silva. Tudo sugere, porém, que as iniciativas adotadas não levarão ao resultado pretendido, e, sim, à permanência mais agravada do choque.

A maneira como Eduardo quis invalidar a recusa de Marina a apoiar a recandidatura de Geraldo Alckmin –doou ao PSDB uma secretaria e um cargo de segundo nível no governo de Pernambuco– nem arranhou a intenção da Rede de lançar candidato próprio em São Paulo. E, atraindo peessedebistas de Aécio Neves para a sua candidatura, leva o comando nacional do PSDB a reagir com a proibição de acordos estaduais sem a sua concordância prévia. O que pode trazer danos indiretos ao PSB em outros Estados.

O entendimento com o PSDB de Pernambuco, sem entendimento a respeito com Marina, teve a desculpa de ser ato do governo. Já a planejada reunião, na próxima sexta-feira, de dirigentes do PSB sem a participação de Marina, tem, por si só, um ingrediente inegável de animosidade. E vai muito além disso, com os já antecipados propósitos de acelerar o compromisso de apoio à recandidatura de Alckmin e cravar Marina Silva como candidata a vice de Eduardo Campos.

Por ora, o pretendido avanço da corrente de Eduardo Campos parece pouco para demover Marina Silva de suas posições e propósitos. Mas suficiente para criar novos embaraços na relação em que Eduardo Campos ainda está por demonstrar algum ganho com sua apressada criação do PSB-Rede.


Via Tijolaço

Jogos ocultos de Eduardo Campos



Reproduzimos abaixo excelente análise do jogo eleitoral deste ano na sucessão ao palácio do planalto a luz do cientista político Antonio Lassance, publicado no site Carta Maior. No texto, Lassance demonstra o porque do Eduardo Campos ser o candidato pelo PSB mesmo com menos intenções de voto do que Marina Silva.


Vamos ao texto

Por mais paradoxal que pareça, a Eduardo Campos pode interessar até mais uma vitória de Dilma Rousseff, com a ajuda de sua mão em um eventual segundo turno, do que uma candidatura de Marina Silva voando pelo PSB - mesmo que Marina demonstre mais intenções de voto em pesquisas. A razão maior é muito simples. Ele quer ser um protagonista, e não um coadjuvante em 2014. Se não puder vencer, Campos não abre mão de, pelo menos, ser um dos grandes responsáveis por decidir a parada das próximas eleições presidenciais.

Campos avalia que pode haver segundo turno, e que o candidato preferencial das oposições pode ser ele. Esteja sua previsão certa ou errada, o mais importante é saber que é com ela que o candidato trabalha no momento. E mesmo que não seja Campos o escolhido para enfrentar Dilma em um eventual segundo turno, o terceiro lugar na disputa seria um grande trunfo para quem quer fortalecer-se politicamente.

Se terceirizasse a cabeça de chapa para Marina Silva, Campos abdicaria do controle sobre a estratégia do PSB na campanha e ficaria refém de Marina e de sua Rede. Abriria mão de ser o fiador maior do candidato vencedor, se houver segundo turno.

Como eleições são feitas não apenas para se eleger presidentes, mas também governadores e montar as coalizões dos governos (o federal e os estaduais), Campos teria seu papel e o de seu partido diminuído se não estivesse à frente da candidatura. Ele quer a Presidência, mas precisa, acima de tudo, sair com o PSB maior do que entrou em 2014.

Uma votação expressiva de Marina seria uma vitória claramente imputada a ela, pessoalmente, e não ao PSB. Terminada a disputa, o partido de Marina, a Rede, seria formado e roubaria a cena. A cena, deputados, senadores e talvez até alguns governadores.

Os planos do pré-candidato do PSB dependem da amarração de três fatores: a aliança tática com o PSDB nos palanques estaduais; convencer Marina a ser sua vice; e ter votos suficientes para ajudar a forçar um segundo turno. Se ficar em segundo, melhor para ele, mas ficar em terceiro também lhe interessa. Ver Marina em seu lugar, nem pensar. É o pior dos mundos para Eduardo Campos, só comparável a uma vitória de Dilma Rousseff em primeiro turno.

O interesse de forçar uma eleição em dois turnos explica o movimento recente de Campos de trazer o PSDB para seu governo em Pernambuco e para o governo do PSB no Piauí. O gesto foi feito para agradar os tucanos nacionalmente e diminuir o temor que têm de serem apenas um trampolim para Campos, que se projetaria em estados governados pelo PSDB.

Tais temores se ampliaram desde a filiação de Marina Silva ao PSB, em outubro de 2013. A jogada fez os tucanos sentirem que Campos estava pisando sobre suas cabeças. Para Aécio Neves, suas chances de ir para o segundo turno aumentam com Campos e diminuem muito com Marina. Mais uma vez, os fatores envolvidos favorecem a opção pelo nome do governador de Pernambuco e tornam a escolha por Marina contraproducente para o PSB.

De todo modo, Campos precisa colar em Marina. Pouco conhecido no país, precisa dela como vice. Quer o seu “recall” - o retrospecto da eleição passada que tornou Marina muito conhecida do eleitorado. No entanto, a vice, que era dada como certa, tornou-se depois uma séria dúvida.
Marina também sabe fazer cálculos e tem seus próprios interesses, que são um pouco maiores do que os de apenas servir de perfume à candidatura de Campos.

As alianças do governador, dentro e fora de Pernambuco, criaram uma saia justíssima para a Rede e deixaram no ar um sentimento do tipo: “façam o que Marina diz, mas não façam o que o Eduardo faz”. A dobradinha que melhora a imagem de Campos trouxe desgastes à de Marina, conforme várias pesquisas atestaram.

Marina cogitou voltar atrás na ideia de ser vice. A informação, antecipada por Carta Maior e que, depois, se tornou notícia corrente, criou um problema na candidatura do PSB. O preço pago por Campos para evitar o recuo foi negociar com a Rede a disputa por São Paulo. Campos rifou o chefe do PSB no estado, que já estava nos braços do governador Geraldo Alckmin e seria vice na chapa do PSDB.

Em troca, a Rede quer lançar ou Luíza Erundina (PSB-SP). Uma segunda opção aventada é a do vereador Ricardo Young (PPS-SP), também vinculado à Rede. Erundina ainda resiste a perder o mandato de deputada federal para cumprir o papel de D. Quixote. Young tem resistências internas do próprio PPS, principalmente do presidente nacional, Roberto Freire, aliado contumaz do PSDB paulista.

Eduardo Campos e Marina Silva podem estar juntos na mesma equipe, mas são tão parceiros quanto eram Fernando Alonso e Felipe Massa na Ferrari. São tão próximos quanto eram Michael Schumacher e Rubinho Barrichello. A função de Marina Silva é a de se conformar com a segunda posição.

A expressão “jogos ocultos” ou “jogos intrincados” (“nested games”) se tornou comum na Ciência Política para explicar razões que a própria razão comum desconhece. Em geral, algo que parece inexplicável, ou que só tem razões abjetas, como as dos sete pecados capitais da maldade humana (da soberba à inveja, passando pela cobiça), na verdade pode ser melhor elucidado se entendermos o grande tabuleiro no qual um ator está inserido, e a maneira como ele move suas peças.

Cada movimento é feito com o respaldo de um conjunto de outras peças e movimentos do próprio ator, mas também levando em conta os lances dos adversários. Um movimento óbvio e previsível é, muitas vezes, o menos recomendável. É por isso que Eduardo Campos, mesmo sendo uma escolha com menos intenções de voto, é candidato a presidente, e não se fala mais nisso. Marina Silva será, no máximo, sua vice.

Tentando tapar o sol com a peneira: Te cuida, Eduardo...




Que tente tapar o sol com a peneira quem quiser tentar. Inútil. Não é possível mais esconder as trombadas entre Eduardo Campos e Marina Silva e as consequências derivadas desse choque.

A relação entre os dois é um modelo novo de coligação entre um partido existente, o PSB, e um partido inexistente, a Rede Sustentabilidade. Por isso, Marina não é apenas ornamentação. Tem vez e voz.

A melhor imagem para explicar a aliança é a maternidade. O PSB seria a “barriga de aluguel”, onde está em gestação a Rede. A “barriga” de Marina, puxando votos, representa o ventre onde cresce a candidatura de Eduardo Campos.

As pesquisas de opinião dão indícios de que ela tem condições de transferir para Eduardo Campos parte de votos prometidos, até então, a ela. É possível considerar, pela última pesquisa Ibope, que os 6 pontos de crescimento (de 4% para 10%) do pré-candidato do PSB resultaram da retirada do nome dela da disputa. 

É, porém, mais um caso de suposição do que de ciências exatas.

Há sinais mais fortes que a transferência de votos. A presença de Marina provoca efeitos colaterais desastrosos para Eduardo Campos. Pode, por exemplo, isolar a quase solitária candidatura do governador de Pernambuco à Presidência da República. Ele precisa de aliados, de recursos e de tempo na televisão. O PSB, sem alianças, dispõe de 1m40s do horário eleitoral.

Nesse “casamento” com Marina, inesperado, Campos é quem faz a costura política. Para dentro e para fora. Presidente do PSB, ele tem poder incontestável na agremiação.

Marina descostura com a prática do excesso de zelo. É a guardiã da pureza política inalcançável.  Ela já tem um boletim de ocorrências negativas grande para tão pouco tempo de atuação como parceira e virtual candidata à Vice-Presidência.

Desferiu o primeiro ataque contra Ronaldo Caiado (DEM), identificado como “inimigo histórico”. Recém-chegada ao PSB, ela não sabia que provocaria com a declaração o rompimento de uma aliança eleitoral que Campos costurava em Goiás. Mas não parou por aí. Bloqueou a aproximação do PSB com o PDT, partido que, na definição dela, conduz o Ministério do Trabalho “como um feudo”.

Na segunda-feira 4, criou atritos numa reunião, em São Paulo, para definir a estratégia política no maior colégio eleitoral do País. Ela defendeu a necessidade de ter um candidato próprio no estado. Tinha na bolsa o nome do deputado Walter Feldman.

Em São Paulo, o PSB trabalha, porém,  pela reeleição do tucano Alckmin. E assim será. Marina perdeu. Há, inegavelmente, nessa aliança uma contradição entre o que parece ser novo com o que parece ser velho.

Campos é um político clássico. Não pede a carteira de identidade ao filiado. Foi ao Piauí para consolidar o apoio do ex-senador Heráclito Fortes, ex-DEM e agora do PSB, um político com feitos negativos que dispensam apresentação.

Não é possível, porém, imaginá-la dando as boas-vindas a Heráclito com um sorriso constrangedor ou, muito menos, com um beijinho amigável nas descomunais bochechas dele. Pelo apoio de Heráclito, Marina nunca iria ao Piauí.


Via Carta Maior

Na TV, Marina cumpre roteiro e repete a política que diz condenar



Mais ou menos dentro do esperado, a ex-senadora Marina Silva não falou na segunda-feira (21), durante a entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, sobre propostas de programa de um eventual governo seu. Muito menos apresentou soluções aos problemas brasileiros por ela apontados. Aliás, só o que se viu foi uma Marina rancorosa, destilando veneno e atacando o governo Dilma.

Tudo dentro do script combinado com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos  (PSB). Entre as estratégias traçadas pela dupla Campos/Marina para enfrentar Dilma nas eleições do ano que vem, ficou definido que a ex-senadora continuará na linha de frente, batendo na presidenta e, se possível, levando-a a responder aos ataques.

Numa reunião na semana passada, com Marina no diretório nacional do PSB, chegou-se à conclusão de que Dilma "não tem estômago de avestruz" e que não aceitará calada as críticas. A tática de Marina visa a ganhar espaço na imprensa e, claro, alguns votos de eleitores descuidados.

Durante a entrevista na TV estatal tucana, Marina falou também em “superar a velha política”. Mas, enquanto ela fala em velha política – depois de um dia ter declarado que não via diferenças entre Campos, Dilma e Aécio –, o PSB negocia apoio com o governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Dono de uma coligação de 14 partidos, Campos aloja em sua administração os aliados que o ajudaram na eleição de 2006 e na reeleição em 2010. Governa ao lado de "velhos nomes" como o deputado federal Inocêncio Oliveira (ex-PL e atual PR), que está  no seu 10º mandato de deputado federal (e foi condenado em 2006 pelo Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão por manter trabalhadores em condição análoga à de escravidão em sua fazenda).

É aliado também do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, que  em 2005 cobrou propina para deixar o empresário Sebastião Buani instalar seus restaurantes na Câmara dos Deputados. Quando o  escândalo veio à tona, o deputado renunciou para não ser cassado.

O jornal O Estado de São Paulo publicou uma reportagem último dia 13 sobre a chegada de Eduardo Campos ao poder em Pernambuco. Segundo a reportagem, para derrotar Mendonça Filho, à época no PFL, na disputa pelo governo do estado em 2006, o então candidato Campos aceitou dar a Inocêncio Oliveira duas secretarias de governo negadas pelo adversário, à época vice-governador de Jarbas Vasconcelos (PMDB).

Como prêmio por ajudar a tirar Campos do isolamento no início da campanha, Inocêncio pôde nomear um aliado na Agricultura e o primo Sebastião Oliveira, então deputado estadual, para a pasta de Transportes. No atual governo de Campos, o PR de Inocêncio Oliveira controla a Secretaria de Turismo, com o deputado estadual licenciado Alberto Feitosa. No segundo escalão, o PR administra o porto do Recife, com Rogério Leão.

O PSD de Gilberto Kassab assumiu o Instituto de Recursos Humanos. O partido foi criado com a ajuda de Campos. O PP de Severino Cavalcanti comanda a Secretaria de Esportes, com a indicação da filha Ana Cavalcanti.

Já o PTB, de Roberto Jefferson, comandado em Pernambuco pelo senador Armando Monteiro, controlava até sexta-feira (18), quando devolveu os cargos, a Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo e o Detran local. O leque de alianças garante controle absoluto da Assembleia.

Sem esquecer que o novo partido da Marina, o PSB abrigou o ex-senador piauiense Heráclito Fortes (ex-DEM e ex-PFL) e o ex-deputado federal Paulo Bornhausen (ex-DEM e ex-PFL), filho do catarinense Jorge Bornhausen. Eduardo Campos, inevitavelmente, vai ter um conflito com o que prega Marina e o que ele faz. Ele condena a entrega de fatias de governo no plano federal, mas faz o mesmo em Pernambuco, entregando poderes para as forças mais conservadoras.

Como se vê, não há inocentes no caso Marina Silva e seu PSB. Só o que muda é a conveniência política. Coisas da "velha política", a que a ex-senadora não dá sinais claros de disposição de enfrentar, ficando apenas (até quando?) na retórica.



Via Rede Brasil Atual/Blog da Helena

Marina, a mulher de uma estranha esquerda quer ser um FHC esverdeado




Graças ao Valor, ficamos sabendo que Marina Silva, a campeã da transparência, teve um encontro privado (secreto seria melhor, porque nem sequer foi informado que haveria a reunião, da qual só se soube por uma nota na coluna de Sonia Racy, no Estadão) com a “turma da bufunfa” reunida pelo Banco Credit Suisse.
Conversar, com quem quer que seja, não é um problema – antes, é um dever – de qualquer candidato, como está evidente que Marina é, mas chama atenção o que foi dito.

Transcrevo:

“A ex-senadora defendeu a volta do tripé macroeconômico baseado na adoção de metas de inflação, câmbio flutuante e política fiscal geradora de superávits primários. Conforme relato de investidores que estiveram no encontro, ela disse que o tripé “ficou comprometido e é preciso restaurá-lo”.

Bem, como se sabe que esse colar cervical implantado sobre a economia brasileira – para que ela não deixe de estar voltada para os interesses do “mercado” –  jamais foi retirado, mesmo pelos governos Lula e Dilma, mas simplesmente afrouxado, o que Marina propõe pode ser resumido em uma palavra: arrochá-lo.
E como é “arrochar” esta coleira?

Primeiro, cortar gastos e investimentos. Nada de inventar ampliação de programas sociais, expandir investimentos e nada que tire nossos olhos de  gerar superávits primários “expressivos, sem manobras contábeis”.

Manobras contábeis de que tipo? A de tirar os investimentos do PAC das contas do superávit que o “mercado” nos exige?

O que propõe a líder da nova política, quase sem rebuços, a líder da nova política é voltarmos aos tempos de Fernando Henrique. Com muito boa vontade, talvez, aos primeiros anos do Governo Lula, quando este ainda teve de manter o tal colarzinho neoliberal apertado, até que a água tivesse baixado do pescoço e permitisse a ele se mover.

Dia ainda o jornal:

“Na avaliação dela, o combate à inflação foi relegado (sic)pelo governo. Para recuperar a credibilidade, afirmou, é preciso dar ao mercado sinais claros, “quase teatrais”, de que a inflação será levada ao centro da meta.”

Como seria este relegar (supõe-se que a uma posição secundária) o combate a inflação? Aumentar mais as taxas de juros? Impedir aumentos salariais, especialmente na administração pública? Cortar financiamentos e subsídios públicos? Travar os programas de transferências de renda?

Seriam perguntas interessantes a fazer para a candidata que “arrendou” o PSB para seus apetites eleitorais, se a imprensa brasileira, em relação a Marina Silva buscasse alguma objetividade, fora das expressões pernósticas e vazias.

Quanto aos “gestos teatrais” de que a inflação será levada ao centro da meta, de tão ridículo, é algo que me poupo de comentar. A ideia de aterrorizar o país em relação a aumentos de salários, de preços e de falta de recursos para ações sociais é tão velha e inútil quanto os “fiscais do Sarney”.

Nenhuma palavra sobre os desafios sociais que o Brasil precisa enfrentar, apenas sobre o regresso a práticas que só aumentaram este passivo do país para com o povo brasileiro.

Marina vai completando sua anti metamorfose e se oferece como a possibilidade de dar uma cara nova ao que, nos últimos anos, tem sido a forma de dominação deste país: ser governado para a moeda, não para o povo.

Não é à toa que os endinheirados da plateia tenham adorado:

“Com um discurso marcado por questões caras ao mercado financeiro, a ex-senadora foi descrita como “impressionante” e “cativante” por fontes que assistiram à palestra”.

Marina absorveu a ideologia das elites. Já pode ser seu instrumento.

PS. Alguém aí sabe o que pensa Eduardo Campos? Ou será que o contrato de arrendamento do PSB impõe silêncio?

PS 2. Troquei o título, que melindrou leitores. É evidente que não falei de doença, até porque tenho algumas pretéritas e outras futuras passagens por hospitais.

Via Tijolaço


TSE nega registro a Rede Sustentabilidade. E agora Marina, plano B?




Por 6 votos a 1 registro do partido de Marina é negado pelo TSE.
A maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) votou contra a concessão de registro ao partido Rede Sustentabilidade, fundado pela ex-senadora Marina Silva. Os ministros entenderam que a legenda não conseguiu o número mínimo de 492 mil assinaturas de apoiadores exigido pela Justiça Eleitoral. Com a decisão, o partido não poderá participar das eleições do ano que vem. O prazo final para registro de partidos termina no sábado (5).O julgamento ainda não terminou, faltam os votos de três ministros.

Os ministros João Otávio de Noronha, Henrique Neves e Luciana Lóssio seguiram voto da relatora do processo, ministra Laurita Vaz. A relatora entendeu que não é possível validar no TSE as 95 mil assinaturas que foram invalidadas pelos cartórios eleitorais.

Em seu voto, Noronha disse que a ex-senadora Marina Silva é "um exemplo de ética na política', no entanto, declarou que não pode votar a favor do registro do partido, porque não foram validadas as assinaturas mínimas de apoiadores. Henrique Neves também entendeu que as assinaturas não foram suficientes.

A ministra Luciana Lóssio destacou que o processo de coleta das assinaturas foi feito com "filtro ético e com lisura", mas não cumpriu a regra mínima. Sobre a alegação de que certidões foram anuladas sem justificativa, a ministra disse que o fato não foi questionado pelo partido no processo. "Houve recurso dessas recusas? As recusas foram questionadas a tempo? Pelo que pude compreender, a resposta é negativa. Não cabe agora ao TSE validar, por presunção, as certidões", declarou.

Marina chegou a afirmar após encontro com a presidente
do TSE que a Rede seria aprovada. 
O advogado do partido, Torquato Jardim, disse que a Rede conseguiu mais de 900 mil assinaturas e que houve diversas irregularidades cometidas pelos cartórios eleitorais, responsáveis pela validação das assinaturas dos apoiadores. Jardim citou a anulação de 95 mil assinaturas sem justificativa e a falta de cumprimento do prazo de 15 dias para que os cartórios certificassem os apoiamentos. ˜Ë inadmissível que possa o Estado restringir o direito fundamental [criação de partido político] em razão da má gestão", argumentou.

O vice-procurador eleitoral, Eugênio Aragão, manifestou-se contra a concessão do registro. Segundo Aragão, o partido não obteve o número mínimo de 492 mil assinaturas necessárias para a obtenção do registro. Para o procurador, a legenda conseguiu validar 442.500 assinaturas. “A Rede Sustentabilidade cumpriu todos os requisitos, menos o número mínimo das assinaturas de apoiadores. Esse dado é fatal", disse.

Assim, a decisão se deu por seis votos a um, os ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidindo, portanto, por rejeitar o pedido de registro da Rede, partido da ex-senadora Marina Silva. Votaram contra a criação da legenda a ministra Laurita Vaz, relatora do caso, que foi seguida pelos ministros João Otávio de Noronha, Henrique Neves, Luciana Lóssio, Marco Aurélio Mello e Cármen Lúcia. O ministro Gilmar Mendes foi o único a divergir e votou a favor. (Via Agência Brasil/Nominuto)

Vamos Nós

Essa decisão contraria o que afirmou no dia 02 (dois), a Marina. Tão logo se efetivou um encontro dela com a presidente do TSE, Carmem Lúcia, a ex-senadora disse está confiante e que a Rede Sustentabilidade seria aprovada. Se recusando, inclusive a falar em plano B. Fato publicado aqui mesmo nesse portal. 

Ante a isso, perguntamos: Será que ela aceitará o convite do PPS? Voltaria para o PV, talvez? Ou se filiaria ao PEN? Ao PSD? Ficará sem partido e não apoiará ninguém?  Se a intenção da Marina Silva for unicamente disputar a presidência da república em 2014, como já faz o Serra (o pior politico do Brasil em atividade), então ela vai para qualquer uma dessas legendas.


Marina Silva afirma que Rede será aprovada pelo TSE



Será que a Rede agora sai, Marina?
Após encontro com a presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministra Cármen Lúcia, a ex-senadora Marina Silva se recusou novamente a falar em “plano B” e disse ter certeza de que a Rede Sustentabilidade será aprovada pela Justiça Eleitoral. “Teremos o registro da Rede”, se limitou a dizer Marina ao ser questionada se descarta concorrer ao Palácio do Planalto em 2014 caso o seu partido não consiga a aprovação. “Sinalizar com outro partido seria a denúncia da própria desconfiança.” O caso da Rede será julgado hoje, ou amanhã.

O maior problema do partido é que ele não conseguiu coletar no país as assinaturas mínimas de apoio exigidas em lei, 492 mil. Faltaram cerca de 50 mil nomes. “Tenho inteira confiança [na aprovação], fizemos um trabalho com muito rigor, descartando pelas nossas ações e nossos critérios 220 mil assinaturas. E fizemos uma avaliação ficha a ficha para demonstrar que houve anulações injustas”, afirma Marina, se referindo ao ponto central da argumentação jurídica do partido.

A Rede pede ao TSE que, para completar o número mínimo de assinaturas, considere válidos 95 mil nomes que foram recusados pela checagem dos cartórios eleitorais sem que eles tivessem divulgado a motivação da rejeição. Nos últimos dias, Marina vem tendo reunião com todos os sete integrantes do TSE que vão julgar seu pedido. Tendo iniciado vida pública no PT, ela rompeu em 2009, depois de deixar o Ministério do Meio Ambiente.

Via O Povo



Pesquisa Ibope repõe Dilma e aumenta apetite de Serra por candidatura





A pesquisa Ibope/Estadão deu o resultado que todos esperavam num grau que, provavelmente, ninguém esperava.

Nem tanto porque Dilma, com 38%, continuou a subir (de 30% no Ibope anterior e de 35% no Datafolha do mês passado).

Mas porque Marina pagou o preço de sua ausência oportunista do debate político. Com 16%, perdeu 6 pontos em relação ao Ibope anterior e até dez, se considerado o Datafolha.

A queda de Marina foi um reativante para os apetites de José Serra. Ele, é claro, sabe que não vence Dilma em condições normais. Mas espera que, ultrapassando Marina e continuando à frente de Aécio, fica na posição de “stand-by”, à espera de um desastre na economia que reavive as chances da oposição. Ou, como está, de olho na decisão do TSE na próxima terça-feira: a Marina cair da Rede, ele vem para o picadeiro.

significativas foram as expressivas diferenças  obtidas por Dilma nas simulações de segundo turno (43% a 26% ante Marina, contra um empate técnico de 35 a 34% no Ibope anterior, e 45% a 21% contra Aécio Neves e massacrantes  46% a 14% frente a Eduardo Campos). Mostram que Dilma vai dissolvendo a imagem de rejeição que se tentou construir para ela.

Curiosamente, a frase de Eduardo Campos hoje, em O Globo, de que se Dilma piscasse, deixava de ser candidata e Lula assumiria a candidatura, diante dos resultados do Ibope, se volta contra ele: com 4%, é ele quem vai ter sua candidatura ameaçada.



Via Tijolaço

Rede Sustentabilidade: uma nova política, ou uma nova direita?




As jornadas de junho mudaram totalmente a conjuntura política do Brasil. A reeleição de Dilma Rousseff, que já era dada como certa, ficou em xeque com a queda de sua popularidade, que segundo pesquisa da Datafolha caiu de 65%, em março deste ano, para 36% em agosto. Até já circula pelos meios políticos um suposto “Volta Lula!”.

Mas o privilégio não foi apenas da atual presidente. Ocorreu uma queda quase que sincronizada de todos os governadores e prefeitos dos principais estados e cidades, além disto, o congresso nacional também assistiu sua avaliação (já não muito) positiva cair de 21%, em março, para 13% em agosto.

No entanto, um nome despontou junto a este período conturbado, o da ex-senadora Marina Silva. Na pesquisa da Datafolha, Marina foi a única pré-candidata a presidência que permaneceu em ascendência nas pesquisas, passando de 14% em março para 22% em agosto (maior pontuação entre a oposição).

Marina Silva conta com a construção de uma nova estrutura partidária para a disputa eleitoral do próximo ano, a Rede Sustentabilidade. O novo partido ainda está em fase de legalização, e já conta, segundo seu site oficial, com 859 mil assinaturas de eleitores brasileiros, número que contrasta com o que os cartórios registraram como aptos a serem considerados legais, que está muito abaixo das 500 mil assinaturas necessárias, problema que está emperrando o registro do seu partido, mas que provavelmente não será problema até outubro.

Nem de direita, nem de esquerda, nem de centro

A Rede se traveste de uma “nova política”, mas parece que o ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, começou esta prática antes da “ambientalista”, ao dizer, enquanto legalizava seu partido, o PSD, que “não será de direita, não será de esquerda, nem de centro”. Marina acrescentou mais um elemento em seu discurso: “nem situação, nem oposição”.

Ela pega carona no que o dramaturgo alemão, Bertolt Brecht, chamaria de “tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada” para convencer seus eleitores de que não há mais diferença entre esquerda e direita, praticamente mais uma alusão ao fim da história, como Fukuyama já havia feito pós-queda do muro de Berlim.

Apesar da tentativa de se colocar acima do bem e do mal, o que não falta são contradições entre a sua política e o seu discurso.

Quem não se lembra da campanha de 2010? Ao ser questionada sobre uma das principais pautas dos movimentos ambientalistas internacionais – a construção de Belo Monte –, a ex-Partido Verde se colocou em cima do muro ao dizer: “Não sou contra e nem a favor. O projeto deve ser objetivo. Do ponto de vista cultural, social e ambiental, o empreendimento deve ser ético e respeitar a diversas culturas da região”.
Outro ponto é a diversidade, que a pré-candidata afirma ser uma das características do seu novo partido. 

Mas e a defesa ao principal símbolo de intolerância – seja homofobia, racismo ou machismo – da atual política nacional, o pastor Marco Feliciano (PSC)? Marina declarou, em maio deste ano, no auge do debate sobre a presidência da comissão de direitos humanos, que o parlamentar estava sendo hostilizado “mais por ser evangélico do que por suas posições políticas equivocadas”, tentando blindá-lo das críticas.

E a transparência? Segundo reportagem do Estadão, o processo de legalização do partido já consumiu R$800 mil, e até o prazo final a estimativa dos gastos é que aumente ainda mais 15%. E quem paga esta conta? Sobre isto, a REDE apenas declarou ao mesmo jornal que “são centenas de doadores financeiros que contribuíram com os gastos até o momento e milhares de pessoas que doaram seu tempo, em coleta de assinaturas, em processamento e relação com cartórios”. Mas entre eles estão nomes ligados às maiores empresas do País, como Neca Setubal, herdeira do banco Itaú, e o bilionário Guilherme Leal, um dos donos da Natura, que foi candidato à vice na chapa de Marina, pelo PV, nas eleições presidenciais de 2010.

Como já diria um ditado popular, “quem paga, escolhe a música!”, e na política não é diferente. Este é o padrão já seguido por outras grandes candidaturas, principalmente o PSDB e o PT na empreitada à presidência da república, que são bancados pelas maiores empresas do país, como o Bradesco e o Itaú, que investem milhões nas suas campanhas.

O que esperar, então, de um partido que já nasce com tantas contradições? Eu apostaria em mais do mesmo! Talvez pior do que isto, pois segue a tendência criada, neste país, pelo PMDB, e que agora é seguida pelo PSD, onde se constrói a imagem de que está todo mundo junto e misturado, não existe esquerda, nem existe direita, somos todos brasileiros prontos para ajudar o nosso glorioso país!


Texto Publicado por Eric Gil no Pragmatismo Político