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‘O culpado desse ódio no Brasil chama-se Rede Globo de Televisão', diz Lula em encerramento de Caravana



No ato que encerrou a quarta etapa da Caravana de Lula pelo Brasil em Curitiba, a defesa da democracia e a condenação aos atos de agressão sofridos pela comitiva do ex-presidente deram a tônica de vários dos discursos feitos na noite desta quarta-feira (28).

"Nós não podemos jamais nos dividir naquilo que é central. O Brasil vive há dois anos sob um comando golpista. Sofremos um golpe que, além de antidemocrático, tem um sentido antinacional, ressaltou a pré-candidata à presidência da República Manuela d'Ávila (PCdoB). "É o golpe da entrega do Brasil, do pré-sal, do congelamento dos investimentos sociais. Que pensa a partir da judicialização da política, para que Lula não possa concorrer às eleições."

Para Manuela, defender a candidatura de Lula não é uma algo que deva ser feito apenas por "petistas e lulistas". "É tarefa para aqueles que defendem a democracia."

O pré-candidato do Psol à presidência, Guilherme Boulos, falou sobre o atentado sofrido pela comitiva do ex-presidente ontem, a caminho de Laranjeiras do Sul, no Paraná. "Não sabemos o nome do fulano que apertou o gatilho, mas quem apertou é quem está semeando esse ódio todo dia e temos que responsabilizar Jair Bolsonaro por isso. Bandido, criminoso, sem vergonha. Ele tem semeado essa onda fascista no país e temos que cobrar isso deles."

Boulos clamou pela unidade do campo progressista. "Na esquerda, temos diferenças de posição e pontos de vista. Mas nossa tradição não é a da intolerância e do pensamento único, isso é do outro lado, pontuou. "Essas diferenças não podem e não vão nos impedir de sentar à mesa para defender a democracia nesse país e enfrentar o fascismo. Por isso, já passou da hora de a gente sentar e formar uma frente democrática para enfrentar o fascismo entre os partidos e as candidaturas de esquerda por que o que está acontecendo nesse país é muito grave."

Em sua fala, o ex-presidente Lula também atribuiu à mídia tradicional parte da responsabilidade pelo clima de ódio que propiciou agressões como as sofridas pela sua Caravana na região sul. "A imprensa foi conivente com isso o tempo inteiro. Vocês sabem, o culpado desse ódio no Brasil, o estimulador desse ódio no Brasil chama-se Rede Globo de Televisão."

Ele ressaltou que parte da mídia chegou a relativizar as agressões sofridas pela Caravana, adotando outro posicionamento em seguida. "Alguns até tentaram defender os ataques à Caravana. Essa imprensa brasileira tem complexo de vira-latas e como a imprensa estrangeira condenou os fascistas, hoje todo mundo começou a mudar de opinião."

O ex-presidente voltou a reafirmar sua inocência em relação à condenação no caso do tríplex do Guarujá. "Não tenho nada contra a Lava Jato. Tenho contra a mentira. Digo todo dia: estou sendo vítima de uma mentira do jornal O Globo, da Polícia federal e de um inquérito mentiroso, do Ministério Público da Lava Jato que fez uma acusação mentirosa, e do Moro, que aceitou uma peça mentirosa e fez uma sentença mentirosa me condenando."

"Não sei qual a intenção deles de ficar dizendo que vão me prender. Eles acham que sou eu o problema deles. Eles não sabem que o Lula é apenas um ser humano feito de carne e osso, não sabem que já tem milhões de mulheres e homens que pensam como Lula. Nós somos uma ideia, e eles não conseguirão prender as ideias e sonhos", disse. (Com informações da RBA).

Pré-candidatos ressaltaram a unidade em defesa da democracia. (Foto: Ricardo Stuckert).


Com 71% dos votos em conferência, Guilherme Boulos é o pré-candidato do Psol à presidência



A Conferência Eleitoral do PSOL aprovou em definitivo, neste sábado (10), os nomes para compor a chapa de pré-candidatos à Presidência pelo partido em 2018: Guilherme Boulos e Sônia Guajajara.


Guilherme Boulos e Sônia Guajajara forma chapa do Psol à presidência. (Crédito da Foto: Mídia Ninja).


A chapa fecha um longo processo de conversas do partido na construção de uma sólida aliança com diversos movimentos sociais do país, que ofereceu os nomes ao PSOL na Conferência Cidadã, no último dia 3. Boulos, que teve quase 71% dos votos da conferência, concorreu à indicação, no partido, com Plínio de Arruda Sampaio Jr., Hamilton Assis e Nildo Ouriques.

O simbolismo da chapa de pré-candidatos não poderia ser maior: o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) se junta a uma das maiores representantes dos povos indígenas brasileiros. Com 35 anos, Boulos é o pré-candidato mais jovem da história política do país.

Em sua fala, Guilherme Boulos reforçou a construção da aliança durante anos. “Não nos encontramos agora. Esse encontro acontece há anos: lutando por direitos, contra o golpe, pela democracia e por outro projeto de Brasil. Ela expressa uma unidade na luta concreta”.

O agora pré-candidato oficial do PSOL também falou da importância da plataforma Vamos!, construída no âmbito da frente Povo Sem Medo, que realizou dezenas de debates em todo o país e acumulou mais de 150 mil interações online, em um processo de construção de uma alternativa programática para o Brasil.

Boulos elencou alguns dos pontos principais da pré-candidatura, como o combate aos privilégios do “andar de cima” da economia brasileira, a radicalização democrática, com plebiscitos e referendos para todos os temas fundamentais, e o combate à direita junto à superação da estratégia da conciliação de classes na política.

Nós queremos disputar o projeto de país. Não teremos uma candidatura apenas para demarcar espaço dentro da esquerda brasileira. Vamos apresentar uma alternativa real de projeto para o Brasil”.

Sônia Guajajara, agora oficialmente pré-candidata à Vice-Presidência (ou co-presidenta), saudou a Conferência Eleitoral do PSOL junto a outras representantes do movimento indígena. “O momento é grave e urgente. É de transformação. Para nós, povos indígenas, estar participando desta conferência é estar inserido no processo de transformação do Brasil”.

Ela afirmou, ainda, que os povos indígenas, que sempre estiveram na linha de frente da resistência, agora querem ocupar os espaços de decisão do país. “Nós resistimos ao mais brutal processo de expulsão de nossos povos. Sempre fizemos a luta contra o agronegócio, o capitalismo, as grandes pecuárias, a especulação imobiliária. E hoje ainda nos chamam de ‘invasores'”, disse. (Com informações do Psol 50).

Assista à fala completa de Guilherme Boulos na Conferência Eleitoral do PSOL:


           

'Queremos levar a nossa indignação para dentro da política', diz Boulos, pré-candidato a presidência



Em meio à crise institucional e ao golpe parlamentar que ataca os direitos dos trabalhadores, uma nova forma de fazer política deve surgir no país, espera o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MTST), Guilherme Boulos, que teve no sábado (3) seu nome lançado como pré-candidato à Presidência da República. "Eu sou o pré-candidato mais jovem da história do país, e não acredito que isso seja um problema. Se tempo de participação na política institucional fosse credencial e garantia de avanços, o governo Temer seria o melhor da história do país", diz Boulos, que se filiou ao Psol na tarde da última segunda-feira (5).

Ativista e idealizador da plataforma Vamos!, ele propõe "dialogar e construir política de um outro jeito". "Achamos que parte da descrença e desesperança das pessoas com a política é porque ela se distanciou das pessoas. Hoje existe um abismo entre Brasília e o Brasil. Queremos levar a nossa indignação para dentro da política. Esse é o sentido dessa candidatura".

Sobre as análises segundo as quais sua candidatura pode dividir a esquerda, ele obviamente discorda. "A esquerda precisa saber separar unidade de diversidade", diz Boulos.

Segundo ele, a campanha que deverá fazer com a vice, Sonia Guajajara, o Psol e os movimentos sociais será uma proposta de "aliança com os setores mais dinâmicos da luta, da sociedade civil, um encontro de gerações, de setores que enfrentaram a ditadura a jovens como a Ana Júlia, que ocupou escola", afirma, em referência à jovem paranaense que em 2016 foi um dos símbolos das ocupações das escolas secundaristas pelo país.

Segundo algumas análises, sua candidatura é positiva por promover debate dentro da esquerda. Já para outras, sem Lula, seu nome pode fragmentar ainda mais a disputa eleitoral e a esquerda. Como vê essas análises?

Nós entendemos que a esquerda precisa saber separar unidade de diversidade. Temos vários pontos em comum: a luta contra Temer, a defesa da democracia, dos direitos, o enfrentamento do golpe. E nesses pontos temos que estar todos juntos. Como temos estado, nas ruas e nas mobilizações. Mas é importante também compreender que existem diferenças de projetos, de rumos, de caminhos, inclusive no sentido de tirar as lições do golpe.

No nosso entendimento, o golpe representou um fechamento de momento histórico no país, em que se aprofundaram as contradições, a sociedade e a política se polarizaram, e não há mais espaço para avanços sem conflito. Não há mais espaço para composições políticas com setores que deram o golpe. Essa diversidade é saudável para a esquerda e é importante que se apresente também no processo eleitoral.

Que diferenças haveria em sua campanha em dois cenários: com a participação de Lula e sem a presença dele na eleição?

Nós defendemos incondicionalmente o direito de ele ser candidato. A condenação do Lula foi sem provas, política, o judiciário se comportou como partido político ao condená-lo com o interesse evidente de tirá-lo do processo eleitoral. Não defendemos isso apenas no gogó. Temos feito na prática.

O MTST foi à frente da casa do Lula retirar o MBL quando eles foram lá provocar, mobilizou em peso as suas ocupações para todos os atos em defesa da democracia e contra a condenação dele. Esse é um posicionamento do qual a gente não abre mão. Agora, a minha candidatura tem a ver com a defesa de um projeto de país. Não com o fato de o Lula ser ou não candidato.

Alguns analistas consideram que você é muito pouco conhecido e não tem experiência eleitoral. Qual o peso disso?

Olha, eu sou o pré-candidato mais jovem da história do país, e não acredito que isso seja um problema. Se tempo de participação na política institucional fosse credencial e garantia de avanços, o governo Temer seria o melhor da história do país. Ele está há 50 amos na política e é um desastre. Então, ter experiência parlamentar e política não significa necessariamente uma boa credencial.

Eu milito há mais de 15 anos no movimento popular, construí a minha atuação política na luta social junto às pessoas e debatendo projeto e política, a exemplo do que fizemos na plataforma Vamos! no ano passado, com debates em todas as regiões do país – mais de 50 debates –, dialogando e construindo política de um outro jeito.

Achamos inclusive que parte da descrença e desesperança geral com a política é porque ela se distanciou das pessoas. Hoje existe um abismo entre Brasília e o Brasil. Queremos levar a nossa indignação para dentro da política. Esse é o sentido dessa candidatura.

Até onde sua proposta conseguirá ser bem sucedida na tentativa de aglutinar setores da esquerda em torno dela?

Veja, aglutinar os setores de esquerda e buscar fazer frentes, entendimentos sempre que possível, é algo importante. Nós vivemos um momento de retrocessos democráticos, de avanço de pautas conservadoras, de risco de retrocessos ainda maiores, como expressa a candidatura de Jair Bolsonaro, como expresso na intervenção militar no Rio de Janeiro.

Ou seja, há aqueles que querem impor para a crise da Nova República uma saída de ainda mais atraso. Em relação aos temas democráticos, à defesa dos direitos sociais, é preciso ter pontes amplas na esquerda. Mas reitero que isso não é contraditório com a necessidade de se colocar as diferenças que existem.

A esquerda precisa saber ter unidade naquilo que é comum e respeitar a diversidade em termos de programa e de projeto. Nós temos uma proposta para o país. Uma proposta de que é necessário centrar um programa no combate à desigualdade e no resgate da democracia. E combater a desigualdade no Brasil é enfrentar privilégios, é fazer por exemplo reforma tributária, enfrentar o poderio dos bancos, as grandes corporações.

Sem esse tipo de enfrentamento não é possível hoje um projeto popular para o país. Por isso, nosso programa é um programa de mudanças estruturais. Essa ideia de querer recompor um centro, de fazer um novo pacto de conciliação não é viável no país e não é o programa que defendemos. Isso não nos impede de estarmos juntos nas batalhas democráticas e nas batalhas amplas por direitos sociais.

Alguns setores do Psol receberam mal sua filiação, sua posição de pré-candidato, porque não teria sido debatido internamente no partido. Como vê isso?

Em relação ao Psol, acho natural que existam posições diferentes sobre projeto e candidatura. Todo partido precisa ter pluralidade. Não queremos uma organização e um partido com pensamento único. Isso é uma coisa que a direita é que gosta de cultivar. Agora, minha pré-candidatura junto com a Sonia Guajajara tem o apoio de 70% da militância do Psol.

E o procedimento de escolha dessa chapa foi definido no congresso do Psol praticamente por consenso e será na conferência eleitoral, que vai acontecer no próximo sábado (10) com delegados indicados proporcionalmente pelo próprio congresso.

É natural que haja discussão, é importante que haja o debate, mas é ainda mais importante que estejam todos juntos a partir do momento que se defina quem será a candidatura que representará o Psol nessas eleições.

Para além disso, o projeto que defendemos não é uma candidatura estritamente do Psol. O que está se construindo é uma aliança do Psol com setores do movimento social, com o MTST, com a Apib, Midia Ninja, com um conjunto de movimentos que têm construído um acúmulo de debates de projeto para o país.

Isso se expressou na Conferência Cidadã, que nós fizemos no último sábado, uma conferência extraordinária. Ali estavam intelectuais, artistas, um conjunto de movimentos sociais como não se via há muito tempo na esquerda. Num projeto de pensar o futuro, de pensar o país, de resgatar a esperança.

Isso expressa o tipo de campanha que queremos fazer, em torno de uma ampla aliança, que não é aliança com os partidos tradicionais. É uma aliança com os setores mais dinâmicos da luta, da sociedade civil, um encontro de gerações, de setores que enfrentaram a ditadura a jovens como a Ana Júlia, que ocupou escola e estava na nossa conferência. De uma diversidade de vozes e de setores. Essa é a cara da campanha que nós queremos.

Ele voltou a defender o direito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser candidato e acrescenta: "Não defendemos isso apenas no gogó. O MTST foi à frente da casa do Lula retirar o MBL quando eles foram lá provocar". (Com informações da RBA).

"Não defendemos o direito de Lula se candidatar apenas no Gogó. Mas é importante também compreender que existem diferenças de projetos, de rumos, de caminhos", diz pré-candidato à presidência.
(Foto: José Lucena/ Futura Press/ FolhaPress).


“Nasce uma nova esquerda”, por Juliano Medeiro



Aconteceu, neste sábado (3/3), a Conferência Cidadã, evento organizado pelos movimentos sociais para oferecer as candidaturas de Guilherme Boulos e Sônia Guajajara ao PSOL. Sônia já é filiada ao partido. Guilherme se filiará na tarde desta segunda-feira (5/3). Ambos precisarão do aval da Conferência Eleitoral do PSOL, que ocorre no próximo dia 10. Há outras pré-candidaturas inscritas, representando diferentes posições partidárias, todas elas legítimas. Mas por que, então, a imensa maioria da militância e da direção partidária, além da bancada federal do partido na Câmara dos Deputados, preferem Guilherme Boulos? Exatamente porque sua candidatura, como ficou demonstrado no evento de ontem, representa a confluência de diferentes lutas, extrapolando em muito as fileiras do PSOL.

Juliano Medeiros é presidente nacional do Psol. (Foto: Psol50).

O PSOL surgiu como um contraponto aos limites do projeto de conciliação liderado pelo Partido dos Trabalhadores após a vitória de Lula, em 2002. Foram tempos difíceis. Por muitos anos o partido “pregou no deserto”, sem que suas ideias tivessem o alcance necessário para alavancar um projeto radical de esquerda, alternativo ao petismo. Só com as crises econômica e política que atingiram o Brasil, a partir de junho de 2013, suas críticas passaram a ter maior acolhida na esquerda. Com o golpe que destituiu Dilma, ficou claro que a conciliação tinha limites estruturais. A história, enfim, dava razão ao PSOL.

Nesse processo de reflexão sobre os limites do lulismo, se forjou um novo campo político nos movimentos sociais. Esse campo inclui o MTST, as lutas pelo passe livre, as ocupações de escolas, a primavera feminista, uma nova geração de intelectuais críticos, artistas progressistas, o despertar das lutas indígenas, dentre muitos outros. Esse campo político, claramente “pós-lulista”, aponta agora a necessidade de oferecer uma alternativa ao povo brasileiro. Essa alternativa, que já vem sendo construída nas lutas contra a retirada de direitos, promovida pelo ilegítimo governo Temer, e na defesa da democracia, ganha agora expressão eleitoral.

O evento de ontem, na Casa das Caldeiras, foi algo inédito nos últimos anos. Um encontro entre diversas formas de resistência que decidem ir além: ocupar a política partidária, somando esforços com aquele que é hoje a única força política capaz de incorporar esse despertar de lutas e ir além dos limites impostos pela falsa democracia das elites: o PSOL. Estamos diante do encontro de gerações de lutadores históricos, como Ivan Valente, Luiza Erundina, Chico Alencar, Edmilson Rodrigues, que não se renderam às razões de Estado ou às ilusões da conciliação, com uma nova onda de movimentos sociais que expressam as contradições que a nova dinâmica da exploração capitalista produziu em nosso país. Um momento histórico.

É claro que o novo sempre causa estranhamento, desconforto. Muitos prefeririam manter tudo como está. Mas a história exige de nós ousadia. Um ciclo se encerra na política brasileira. Não há espaço para “acordos” com os donos do poder. A hora é de radicalidade e luta sem tréguas contra golpistas e todos os que querem destruir os direitos do povo brasileiro. Não há mais dúvidas: o novo começa a nascer. (Publicado originalmente na Revista Fórum).

* Juliano Medeiros
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Graduado e mestre em História pela Universidade de Brasília (UnB) e doutorando em Ciência Política pela mesma instituição. Autor de "Um Mundo a Ganhar e outros ensaios" (Multifoco, 2013), co-autor de "Um partido necessário - 10 anos de PSOL" (Fundação Lauro Campos, 2015) e "Cinco Mil Dias - o Brasil na era do lulismo" (Boitempo, 2017). Atualmente ocupa a presidência nacional do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). É colunista da Revista Fórum.

Para sociólogo, pré-candidatura de Boulos é coerente e incentiva debate na esquerda



A confirmação da pré-candidatura de Guilherme Boulos à Presidência da República, pelo Psol, em evento no sábado (3), só trará benefícios ao campo progressista. “Eu estava esperando ele se apresentar, porque isso provoca debate dentro da esquerda. Acho que Boulos está sendo muito coerente”, diz o sociólogo Cândido Grzybowski, assessor especial do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase). “Ele sempre disse que defende o direito de Lula ser candidato, mas também o direito de outras vertentes de esquerda apresentarem candidaturas, com o compromisso de estarem juntas no segundo turno. É uma posição clara, a dele”, acrescenta.

Para o analista, o risco de os votos de esquerda se dividirem com candidaturas como a de Boulos e Manuela d’Ávila, pelo PCdoB, é uma falsa questão, considerando que as divergências de fato existem. “No interior da esquerda, há diferentes visões até mesmo sobre o que o impeachment (de Dilma Rousseff) significou. Há certas fissuras, diferenças de visões e de perspectivas, além de ter faltado uma autocrítica do PT. Mas a questão da unidade das esquerdas, na história política, não só nossa, mas da humanidade, sempre foi problema. Não se faz unidade simplesmente por sermos de esquerda.”

Na opinião do sociólogo, o elo que pode unir os diversos segmentos não se faz por oportunismo político, se faz debatendo ideias. “E o debate de ideias foi deixado para trás, nos último tempos.”

Grzybowski lembra que Manuela d’Ávila também tem defendido o compromisso de união dos candidatos progressistas no segundo turno. Mas as alternativas e as projeções de Boulos e Manuela apontam para o que se poderia chamar de maturidade da esquerda brasileira? “Essas candidaturas obrigam a uma negociação mais consistente no interior da própria esquerda. Todo mundo parte do princípio de que, se Lula participar, ele vai para o segundo turno. Isso não é problema, o problema é se Lula não disputar. E aí é necessário criar um candidato que não está claro quem é, na esquerda.”

Seria Boulos? Embora ache o nome do coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) positivo no cenário, ainda é cedo para responder a essa questão, já que, além de bastante jovem, com 35 anos, ele nunca disputou uma eleição e não se sabe qual é sua aceitação popular. “Mas ele tem um discurso bastante consistente. Acho que a posição dele é correta politicamente, de achar que é preciso mostrar as identidades, esclarecendo o que se tem em comum e o que é diferente. Isso não significa enfraquecer a esquerda, pelo contrário. Numa perspectiva de ter algum futuro, é o melhor caminho”, acredita Grzybowski .

Para o assessor do Ibase, seria oportuno que o PDT, pelo qual Ciro Gomes é pré-candidato, manifestasse posição semelhante à de Lula, Boulos e Manuela d’Ávila. Mas a postura de Ciro, que não perde a oportunidade de desferir ataques a Lula, não parece indicar isso.

Em depoimento gravado em vídeo, exibido no evento de lançamento da pré-candidatura de Boulos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou apoio ao dirigente do MTST. “Nos encontraremos pelas ruas desse país, pelas ruas dessa cidade, fazendo campanha e falando bem de nós, e falando mal de alguns que nós não podemos reconhecer nunca, porque golpista não merece respeito”, disse. “Se depender da minha contribuição, eu quero te dizer que você merece todo o meu respeito”, emendou.

Grzybowski destaca ainda a necessidade de a esquerda se reconstruir com uma estratégia de longo prazo. “Não se trata só da eleição e, por outro lado, não adianta pensar em voltar atrás, porque não se pode voltar. A história não se repete. Estamos num contexto novo, no qual a direita também não sabe qual vai ser seu candidato. Não está resolvido nem mesmo o que o golpe pretendeu resolver. Ele não conseguiu consolidar uma direita.”

É aguardado para a próxima quinta-feira (5) o lançamento oficial da pré-candidatura do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, deve ser o postulante do PSDB. Especula-se que o presidente Michel Temer arrisque uma candidatura pelo MDB. E não se pode esquecer Jair Bolsonaro (PSL-RJ). “Um oportunista”, diz Grzybowski. (Com informações da RBA).


Boulos mostra ficha de filiação ao Psol, em evento realizado em São Paulo na tarde desta segunda (05).
(Foto: Nunah Alle/ Divulgação Psol).

Guilherme Boulos (PSOL) tem pré-candidatura à presidência lançada durante “Conferência Cidadã"



Guilherme Boulos, coordenador nacional do MTST, na Conferência Cidadã, em São Paulo (SP). (Foto: Mídia Ninja).


"Não é um encontro óbvio, a realidade nos uniu, o avanço do conservadorismo nos forçou a buscar alternativas novas" disse Guilherme Boulos, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e agora pré-candidato à Presidência da República pelo Psol, em referência à chapa, que inclui Sonia Guajajara, coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), como vice. O ato de lançamento da candidatura aconteceu neste sábado (3), na Casa das Caldeiras, capital paulista, sob o nome de "Conferência Cidadã".

Com a presença de integrantes de movimentos indígenas, sem-teto, LGBT e de diversas personalidades do mundo político e da cultura, a atividade contou com análises e diagnósticos sobre a crise que vive o país, bem como críticas contundentes ao governo golpista de Michel Temer. Entre eles, Caetano Veloso, Maria Gadú e Frei Betto, além de mensagens em vídeo, como foi o caso dos atores Wagner Moura e Gregório Duvivier. "Esse nosso espaço, nosso encontro de hoje é um retrato do que nós queremos para o Brasil. Aqui tem trabalhadores, indígenas, sem-teto, negros e negras, LGBT, intelectuais, professores, gente que resiste e que inspira", disse Boulos.

O dirigente dos sem-teto fez questão de defender o direito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser candidato nas eleições de 2018: "Uma condenação sem provas, injusta não pode ser naturalizada, principalmente quando bandidos comprovados estão no Congresso Nacional e no Palácio. Quero registrar aqui a minha sincera solidariedade ao Lula. Diferenças políticas não podem significar conivência com a injustiça. Só quem se ilude acredita que vai acabar no Lula. Isso pega toda a esquerda."

Durante o ato, foi exibida uma mensagem do ex-presidente dirigida a Boulos: "Eu quero que você saiba que acho que você vai ter sucesso, você merece todo meu respeito, você jamais vai me ver fazer qualquer crítica a você. Sou muito grato pela solidariedade que você tem tido comigo pessoalmente, e com o PT", disse Lula, convidando tanto Boulos, como Manuela D'Ávila (pré-candidata à presidência pelo PCdoB) para participarem de seus comícios eleitorais. 

Boulos, assim como ocorreu em diversas falas, criticou a intervenção militar decretada por Temer: "É grave o avanço da intolerância e do militarismo, que vai atingir o mesmo alvo de sempre, a juventude negra das periferias. Essa intervenção que ocorre no Rio, eles dizem ser em nome da ordem e da paz. Ora, ordem e paz pra nós é o respeito à democracia e a vontade popular, é a garantia de direitos e o combate à desigualdade. Essa não é definitivamente a ordem do Temer", criticou.

Em uma fala prévia, o deputado estadual pelo Psol-RJ, Marcelo Freixo, disse que uma das possíveis primeiras medidas que Boulos poderia tomar como presidente seria "voltar atrás em todas medidas golpista tomadas pelo Michel Temer. Vocês são uma candidatura anti-sistêmica". Em resposta, o dirigente do MTST afirmou: "Temos que fazer plebiscito e referendo sobre todos os temas".

Guajajara classificou a Conferência como um "momento histórico e potente": "Eu estou muito feliz porque com muita ousadia e coragem estamos aqui. Esse encorajamento vem de cada um que ta junto, da forças das mulheres, do povos indígenas, das negras e negros, das famílias das periferias, da juventude, das crianças, de todos que acreditam num processo de reconstrução deste país", afirmou.

"Há 518 anos vivemos sob intervenção, mas nós resistimos. O Brasil não pode jamais negar a nossa presença, negar que somos os povos originários. Limitam nossos territórios, negam nossos direitos, mas estamos firmes e juntos. Fazemos nossa convocatória para estarmos juntos na linha de frente", convocou a dirigente indígena e pré-candidata à vice-Presidência.

Sônia Guajajara, coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). (Foto: Mídia Ninja).

Frei Betto também classificou o evento como "uma noite histórica", mas ponderou que "para ser histórica, precisamos iniciar a partir de hoje uma longa e difícil caminhada. Eu não vim aqui apoiar uma candidatura, vim apoiar um novo projeto de Brasil".

Betto falou da importância de pensar o processo de construção para além das eleições: "Vamos começar um processo de organização popular a partir de hoje? E não ficar esperando daqui a sete meses dar meu voto a Sônia e ao Boulos? Precisamos sedimentar esse caminho brasileiro de luta de uma profunda e radical transformação deste país. E só vamos conseguir isso, se sairmos daqui com o compromisso de organizar algo no âmbito de relações de cada um não só pra interferir nas eleições neste ano, mas sobretudo pra nós conseguirmos criar um projeto de poder".

Perfis

Guilherme Boulos é coordenador nacional do MTST - Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto. Militou no movimento estudantil da União da Juventude Comunista, e se formou em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP).

Sônia Guajajara  é coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). Indígena formada em Letras e em Enfermagem, especialista em Educação Especial pela Universidade Estadual do Maranhão, fez parte da coordenação das organizações e articulações dos povos indígenas no Maranhão (Coapima) e da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab). (Com informações do Brasil de Fato).

A você, toda a sorte do mundo, diz Lula a Boulos


Lula e Boulos. (Foto: Reprodução/ Brasil 247).

Num vídeo de extrema generosidade, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma mensagem a Guilherme Boulos, que lançou sua pré-candidatura presidencial, neste sábado, pelo Psol. Deixando claro que não enxerga em Boulos nenhuma divisão da esquerda, e sim um movimento legítimo de afirmação de um novo projeto, Lula disse apoiar a candidatura Boulos e previu que ele terá ainda "grande futuro" na política brasileira.

Lula também expressou gratidão pela solidariedade que Boulos prestou a ele próprio e ao PT, nesses tempos de golpe, ataques aos direitos, à soberania nacional e às garantias individuais. "Se você quiser vir num comício meu, será muito bem-vindo. E se você e a Manuela me chamarem, eu vou", afirmou Lula, deixando de fora Ciro Gomes. 

Lula disse ainda que Boulos merece todo o seu respeito e toda a sorte do mundo. Por fim, lembrou que "golpistas não merecem respeito". (Com informações do Brasil 247).


            

A indígena Sonia Guajajara pode ser a vice de Guilherme Boulos


Guilherme Boulos, o principal líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), já admitiu que estão bem avançadas as negociações para que ele aceite ser o candidato do PSOL à presidência da República este ano. As conversas avançaram tanto que há semanas um nome vem se fortalecendo dentro do partido para assumir como vice de sua chapa: a líder indígena Sonia Guajajara. As informações são de Anna Virginia Balloussier, da Folha de S.Paulo.

Tudo caminha para Sonia ser a vice”, diz o deputado Marcelo Freixo, um dos entusiastas na sigla da composição que vem sendo tratada, no campo progressista, como uma esquerda “puro sangue”. Ter uma mulher indígena ao lado do líder de um dos maiores movimentos sociais do país foi um dos fatores que animaram também o casal Caetano Veloso e Paula Lavigne, que tem cumprido papel informal de apoiadores de candidaturas esquerdistas – como as de Boulos (presidência) e Freixo (Congresso).

Caetano usou a dupla como sinônimo de coisa boa ao escrever no coletivo jornalístico Mídia Ninja sobre o som do Baiana System, banda que viu no Carnaval de Salvador. “É como se Boulos tivesse sido eleito presidente e Sonia Guajajara vice – e seu mandato estivesse dando certo”.

Ao contrário do coordenador do MTST, ainda sem partido, Sonia, 43, já é do PSOL. Filiou-se em 2011, após deixar o PT, decepcionada com “aquelas alianças lá com a Roseana”. Referia-se ao apoio prometido pelo PT nacional à então governadora do Maranhão, primogênita de José Sarney, dez anos atrás.

É do Estado que vem a tribo de Sonia, os guajajaras. Ela saiu de lá pela primeira vez aos 15 anos, para fazer ensino médio num colégio interno agrícola em Minas, com suporte da Funai -hoje é pós-graduada em Educação pela Universidade Federal do Maranhão e coordena a Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil).

A ideia inicial, conta Sonia, era se candidatar ao Congresso, que não tem um parlamentar indígena desde o cacique xavante Mario Juruna. Em dezembro, a candidatura teve um “upgrade”: ela lançou uma carta se apresentando como postulante à presidência, endossada pelo Setorial Nacional Ecossocialista do PSOL. Nela, pleiteia espaço para “os povos originários”: “Ocupamos as redes sociais, mas nem por isso deixamos de sofrer racismo, ver nossas lideranças sendo assassinadas, a juventude sem perspectivas, os direitos sendo retirados, os territórios invadidos ou sendo entregues ao agronegócio”.

A iniciativa “realmente fez com que o partido e o próprio Boulos se interessassem”. Daí a ideia de uma chapa conjunta, ainda na “fase de diálogo”, segundo ambos. Em março, o líder do MTST deve cravar se é ou não presidenciável.

Há anos Sonia frequenta o noticiário como porta-voz da causa indígena – que, para ela, nem mesmo o PSOL dá a merecida atenção. “Embora seja o partido que mais defende as minorias, ainda precisa se aprofundar bastante. Em todos os debates, a questão [dos povos originários] é superficial”.

No Rock in Rio 2017, ela subiu no palco a convite de Alicia Keys. Discursou ao som de “Kill Your Mama” (mate sua mamãe), música em que a cantora americana critica a humanidade, que “brinca de Deus” ao devastar a natureza.

No Carnaval do mesmo ano, Sonia posou com a atriz Leticia Sabatela, as duas com pinturas indígenas no rosto, após participarem do desfile da escola de samba Imperatriz Leopoldinense -ela não “vê como afronta, apropriação cultural” quando brancos adotam seus códigos culturais em fantasia, desde que não haja “deboche, caricatura”.

Sonia é fluente nos signos da esquerda brasileira. Para ela, Michel Temer é “golpista”, respaldar a candidatura de Lula é “defender a democracia” etc. Unir-se a personalidades como Caetano e Paula Lavigne, diz, é uma forma de “dar visibilidade” a um assunto que costuma ser escanteado pela opinião pública. “A [cantora] Maria Gadú foi no Maranhão conhecer [uma aldeia], apoiar de alguma forma. Essa articulação com artistas é uma forma de sensibilizar, não ficar só nas redes sociais”. (Com informações da Revista Fórum).


 
"Ocupamos as redes sociais, mas nem por isso deixamos de sofrer racismo, ver nossas lideranças sendo assassinadas, a juventude sem perspectiva, os direitos sendo retirados", afirma Sonia Guajajara. (Foto: YouTube).

Temer quer seguir Bolsonaro e metralhar a rocinha?, questiona Guilherme Boulos



O coordenador do MTST e possível candidato a presidente pelo PSOL, Guilherme Boulos, reforça as críticas ao decreto de intervenção militar na Segurança Pública do Rio de Janeiro, assinado por Michel Temer nessa sexta-feira, 16.

Em vídeo, Boulos diz que a medida é "extremamente grave" e afirmou que não se soluciona a violência aumento o nível de militarização."Essa estratégia da guerra às drogas, adotada nas últimas décadas, fracassou. O crime organizado só cresceu com ela. Isso é insistir em algo que não deu certo", diz Boulos.

O líder do MTST diz que o Exército é treinado para atuar em territórios inimigos. "Quem são os territórios inimigos? As favelas, as comunidades? A ideia é fazer como propôs Bolsonaro e metralhar a Rocinha?", questiona.

Boulos lembrou também que o Exército ocupou o complexo de favelas da Maré em 2014 e o resultado foi "desastroso". "O preço para dar uma falsa sensação de segurança para alguns setores da sociedade foram vários mortos e muito sangue", diz ele.  (Com informações do Brasil 247).

Confira o vídeo abaixo

            

“Apequenar o STF é se omitir diante de uma condenação sem provas”, diz Boulos a Cármen Lúcia


O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, rebateu nesta terça-feira, 30, declaração da presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Carmén Lúcia, que vê como "apequenar" o STF discutir sobre a revisão de regras de prisão, após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser condenado em segunda instância.

"Ministra Carmen Lucia, 'apequenar' o STF é se omitir diante de uma condenação sem provas e com evidente viés político", escreveu Boulos em sua página no Twitter.

A ministra indicou que ela não tomará a iniciativa de pautar ações que tratam do tema, mesmo que não tenham relação direta com o caso de Lula. "Não creio que um caso específico geraria uma pauta diferente. Isso seria realmente apequenar o Supremo", disse na noite desta segunda-feira (29), ao ser questionada sobre o caso do petista.

Cármen negou que tenha discutido o assunto com colegas do STF nos últimos dias. "Não conversei sobre esse assunto com ninguém. Os ministros estão em recesso", afirmou. (Com informações do Brasil 247).

 
Boulos. (Foto: Mídia Ninja).

Chico Alencar declina e Psol mira no líder do MTST, Guilherme Boulos, para disputar presidência



O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos (sem partido), entrou na mira do PSOL para disputar a Presidência da República nas eleições do próximo ano. Após o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) declinar da possibilidade de disputar o Palácio do Planalto, lideranças do partido que evitavam falar abertamente no nome de Boulos por respeito ao parlamentar passaram a defender o líder dos sem-teto como representante da sigla na disputa de 2018.

Depois de três meses de consultas e avaliações, Alencar anunciou nesta terça-feira, 17, que não vai disputar a Presidência – ele prefere se candidatar a senador pelo Rio. “O PSOL vai fazer uma sinalização em direção ao Boulos. Ele tem posições ideológicas e programáticas bastante próximas do partido e agora devemos convidá-lo para uma reunião da direção”, disse o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).

Em entrevista à TV Estadão, nesta terça-feira, Boulos evitou o assunto, mas não admitiu nem descartou a possibilidade de se candidatar pelo PSOL. Até o momento, ele tem resistido à ideia de se candidatar.

Desde o fim de julho, Boulos tem se dedicado ao Vamos!, uma plataforma inspirada no Podemos, da Espanha, e a Geringonça, de Portugal. O grupo reúne setores do PT, PSOL e PC do B, além de militantes de organizações de esquerda não partidárias para a discussão de um programa para 2018. ( Com informações do Estado de S.Paulo e 247).