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Emenda a Lei Orgânica aprovada na Câmara de Altaneira é considerada inconstitucional pelo TJCE


O Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) em Sessão Plenária realizada na tarde do último dia 31 de julho concedeu, por unanimidade, Liminar ao Prefeito do município de Altaneira, Delvamberto Soares (Pros), para suspender a eficácia da Emenda à Lei Orgânica desta localidade, de nº 019/2014 que dizia respeito ao pagamento do subsídio do vereador licenciado para assumir cargo de secretário municipal.

Plenário da Câmara durante sessão do dia 10 de junho que
aprovou em 2º turno a proposta de emenda a Lei Orgânica
Municipal. Foto: Júnior Carvalho.
Apesar do parecer pela inconstitucionalidade de autoria do vereador Edezyo Jalled (Solidariedade), com o apoio da presidente da Casa, vereadora Lélia de Oliveira (PCdoB) e da vereadora Alice Gonçalves (PSB) a Proposta de Emenda à Lei Orgânica foi aprovada em Plenário e promulgada pela Mesa Diretora do legislativo municipal.

Segundo publicou Raimundo Soares em seu Blog de Altaneira o chefe do executivo municipal Delvamberto impetrou a Ação Declaratória de Inconstitucionalidade da Emenda sob a alegativa de que a proposta originária feria dispositivo constitucional da reserva de iniciativa que impede o Legislativo de criar despesa para o Executivo. O prefeito cita ainda, que já existe precedente semelhante, mencionado o caso no vizinho Município de Nova Olinda.

Para Soares a sistemática processual vigente estabelece que para obtenção da medida de liminar se faz necessário comprovar a plausibilidade do direito invocado e a possibilidade de dano irreparável ou de difícil reparação, pressupostos que foram analisados pelos desembargadores do órgão especial do Tribunal de Justiça que acompanharam o voto do Relator Luiz Evaldo Gonçalves Leite.

Sessão do Órgão Especial do TJCE na tarde do dia 31
de julho. Foto: Calvin Penna.
 Quanto à plausibilidade das alegações, observa-se, numa análise meramente perfunctória, a ocorrência de vício formal na norma impugnada, por ofender a cláusula de reserva de iniciativa exclusiva do chefe do executivo, nos termos do artigo 61, § 1º, II da Constituição Federal e artigo 60, parágrafo 2º, "a" e "b" da Constituição Estadual, à luz da simetria.

No que tange ao segundo requisito, periculum in mora, há de se verificar a urgência a exigir pronta resposta do Judiciário, levando-se em consideração a possibilidade de prejuízos ao erário municipal, com o dispêndio de pagamento de subsidio ao vereador que venha a se licenciar nos termos da Emenda ora adversada” escreveu o relator.

Ante ao exposto fica suspensa da eficácia da norma impugnada até julgamento final da ação, devendo, portanto, o Poder Legislativo de Altaneira incluir novamente o vereador licenciado na folha de pagamento.

Soares lembrou que esta é a primeira vez que um dispositivo da legislação altaneirense é considerado inconstitucional pelo Tribunal de Justiça do Estado do Ceará.

Os parlamentares retornaram aos trabalhos na tarde de ontem, 05 de agosto, mas nenhuma informação foi publicada no portal da casa quanto aos debates e se o teve sobre esse assunto. 

Câmara de vereadores de Altaneira fará última sessão antes do recesso


Os nove vereadores que compõem o Poder Legislativo de Altaneira se reúnem na tarde desta sexta-feira, 20/06, para a última sessão parlamentar antes do recesso referente a esse primeiro período de 2014.

Plenário da Câmara de Altaneira. Foto: Júnior Carvalho
O encontro deve, a exemplo, das últimas sessões, ser marcado pelo confronto entre a base governista e os que compõem o grupo oposicionista. O último alvo desse embate foi a Proposta de Emenda a Lei Orgânica de autoria da vereadora Zuleide Oliveira (PSDB). O texto que visava disciplinar o pagamento dos subsídios do (a) parlamentar licenciado (a) para assumir cargo de secretário (a), ficando sob a responsabilidade do executivo tal despesa, acabou dividindo os vereadores da situação, o que favoreceu a aprovação da matéria na reunião do dia 10 de junho.

A última sessão antes do recesso foi marcada pela presidenta da casa, Lélia de Oliveira (PCdoB) para esta sexta em virtude do segundo jogo do Brasil na copa do mundo contra o México realizado na capital cearense na terça-feira passada, 17. Pode ser alvo dos debates no tema livre a seção que o PCdoB local realizou no último domingo, 15, que definiu os delegados que representarão a agremiação em Fortaleza, assim como as angústias surgidas com a reportagem sobre o município pela equipe do canal ESPN.

Vereadores de Altaneira aprovam emenda pensando em causa própria, diz secretário de finanças


O poder legislativo municipal de Altaneira esteve reunido na tarde desta terça-feira, 10/06 e, pela segunda vez seguida o assunto em destaque foi, não sem razão, a Proposta de Emenda a Lei Orgânica que visava disciplinar o pagamento dos subsídios do vereador licenciado para assumir cargo de secretário (a). O texto é de autoria da vereadora Zuleide Oliveira (PSDB).

Plenário da Câmara durante sessão do dia 10 de junho.
Foto: Júnior Carvalho.
O assunto em questão já vinha sendo ventilado desde muito tempo e foi, inclusive, alvo de discórdia entre o secretário da educação, o vereador licenciado Deza Soares (Pros) e a presidenta da casa, a edil Lélia de Oliveira (PCdoB), assim como entre a base oposicionista, composta pelos parlamentares Gilson Cruz (PSL), Genival Ponciano (PTB), Zuleide Ferreira (PSDB) e o Prof. Adeilton (PP) e alguns membros situacionistas, dentre eles Antonio Leite (Pros) e Edezyo Jalled (SDD).

No último dia 03 de junho, a proposta de emenda ganhou o apoio das vereadoras Alice Gonçalves (PSB) e Lélia de Oliveira, ambas pertencentes ao grupo de sustentação à administração, sendo aprovada em primeiro turno. Na tarde de ontem, 11, o texto foi colocado em votação, desta feita em segundo turno. Assim como no primeiro, o vereador Flávio Correia (SDD) se absteve de votar, permanecendo o mesmo panorama da sessão anterior. Votaram pela aprovação da matéria, além do grupo de oposição, as edis Lélia e Alice. Posicionaram-se contrário Antonio Leite e Edezyo Jalled.

Ariovaldo Soares - Secretário de Finanças.
O assunto ganhou corpo também nas redes sociais. Para o líder do boco da minoria, Adeilton, o resultado “demonstra a independência e o interesse em proteger Poder Legislativo de patrocinar o Executivo”. Toda via, o Secretário de Administração e Finanças do município, Ariovaldo Soares, foi taxativo e classificou, em comentário a uma publicação no grupo “A Política de Altaneira” no facebook, a votação como uma forma de legislar em causa própria, uma vez que arguiram que o dinheiro usado para o pagamento de secretário poderia ser revertido em aumento salarial. “Na situação atual, os Vereadores querem impor ao prefeito lei para pagar o vereador licenciado, para aumentar seus próprios salários”.  

O texto segue agora para promulgação da mesa diretora da Câmara. Tudo indica que esse feito se dará na próxima sessão, dia 20/06. 

Problemas elétricos impedem transmissão da Sessão Plenária da Câmara de Altaneira via Rádio


Problemas na rede elétrica impede que sessão ordinária
seja transmitida pela Rádio. Foto: João Alves.
Depois da repercussão negativa da sessão relâmpago realizada na última terça-feira, 22/04, publicada neste portal, o poder legislativo municipal de Altaneira voltou a se reunir na tarde de ontem, 29. Porém, os que possuem o hábito de ouvir as discussões por meio da Rádio Comunitária Altaneira FM não foram contemplados.

O portal da casa legislativa não fez nenhuma menção aos motivos que levaram a não transmissão da reunião parlamentar através do único veículo radiofônico no município. Mas, segundo informações de populares problemas na rede elétrica em alguns logradouros, dentre eles o que está situado a Câmara, Joaquim Soares da Silva impossibilitaram esse processo.

A comunicadora Michele Alves, que apresenta semanalmente o programa “Tarde Mania” e que antecede as sessões ordinárias teceu duras críticas pela falta de informações no que diz respeito ao problema. “E eu aqui esperando desde às 15:00h que sessão de vereadores inicie para colocar no ar, ninguém não dá nenhum sinal de fumaça para dizer o que está acontecendo, e ainda se acham no direito de depois reclamarem dizendo que a Rádio não transmite às sessões”, afirmou no seu perfil na rede social facebook. Ela completou afirmando que não fala em nome da emissora, mas em seu nome. “Ah, e antes que algum engraçadinho venha comentar besteiras, não estou falando em nome da Rádio AltaneiraFm, e sim, em meu nome, que estou aqui plantada ligando para todo mundo e ninguém avisa nada!”.

Assim como a passada, esta sessão também foi curta. No entanto, houve algumas deliberações. De acordo com dados do portal da Câmara, foi aprovado por maioria simples um requerimento de autoria do Vereador Flávio Correia (SDD) solicitando o encaminhamento a Comissão Permanente as contas alusivas ao exercício financeiro de 2008 do ex-prefeito Antonio Dorival, para que esta adote os procedimentos legais. Votaram contra o texto todos os vereadores da base oposicionista.

Foi aprovado ainda, este por unanimidade, o Projeto de Lei sob a numeração 004/2014, que faz referência à unificação de matrícula funcional dos servidores públicos desta municipalidade. Pelo texto, “todas as informações enviadas aos órgãos públicos serão condensadas num único documento, visto que os dois vínculos irão constar de uma única matricula, sendo respeitadas e garantidas todas as vantagens oriundas dos vínculos empregatícios, onde a matrícula mais antiga prevalecerá.” 

Universitário Altaneirense defende mudanças nos dias de sessão da Câmara


Depois que o Poder Legislativo de Altaneira chegou a realizar uma das sessões mais curtas da sua recente história política nesta última terça-feira, 22, sem que houvesse nenhuma matéria a ser apresentada no expediente e nenhuma apreciação, discussão e votação de requerimentos, projetos de lei e propostas de emenda ao regimento ou até mesmo a lei orgânica municipal, se utilizando de justificativas dos feriados da semana santa e do dia dedicado a Tiradentes para a ausência dessas matérias, veiculado nesse portal de comunicação na quarta-feira, 23, o assunto ganhou corpo nas redes sociais.

O diretor-presidente da Associação dos Universitários de Altaneira – AUNA, Cláudio Gonçalves, do Instituto de Educação, Ciências e Tecnologias do Ceará, campus Crato, em comentários a publicação do Informações em Foco chegou a defender uma alteração no quadro de reuniões dos vereadores que ocorre sempre as terças-feiras, a partir das 15h30, caso nesse dia não seja possível sua realização em virtudes de feriados nacionais, estaduais ou até mesmo municipal para outro dia da semana. “Seria interessante um projeto de lei determinando que na terça-feira que houvesse feriado a reunião dos vereadores, que aconteceria naquele dia, fosse mudada para um outro dia da semana”, pontuou Cláudio.

De acordo com informações do Vereador Edezyo Jalled (SDD) essa proposta já havia sido apresentada pelo também vereador Antonio Leite (Pros) através de uma emenda a Lei Orgânica, transferindo para a quarta-feira a sessão ordinária quando a sua realização não viesse a ser realizada na terça em virtude de algum feriado. Ainda segundo Edezyo a ideia não foi aprovada, pois além dele somente Flávio Correia (SDD) e Antonio Leite se posicionaram favorável. A matéria necessitaria de seis votos para ser aprovada.

Câmara de Vereadores de Altaneira culpa feriados por ausência de matérias a serem apreciadas


O Poder Legislativo de Altaneira se reuniu na tarde de desta terça-feira, 22,  para, de acordo com as normas regimentais e o sentimento que deve prevalecer no parlamentar, apresentar, discutir, analisar e deliberar sobre matérias importantes ou não a coletividade.

Contradizendo o exposto acima, segundo informações do blog da casa, a presidente Lélia de Oliveira (PCdoB) usou os feriados alusivos a semana santa e do dia de Tiradentes, justo no dia do “Descobrimento" do Brasil para a ausência de textos a serem lidos no expediente e para a emissão de pareceres que se encontram na Comissão Permanente. 

Foto que ilustra a Mesa Diretora da Câmara compartilhada
na rede social facebook pelo Vereador Prof. Adeilton.
O mesmo sentimento foi utilizado como justificativa pelo líder da oposição, o vereador Adeilton Silva (PP). Ao compartilhar imagem do plenário vazio em seu perfil na rede social facebook, provavelmente antes da sessão ou até mesmo pós-término, afirmou “nesses mais de 5 anos de legislatura nunca havia participado de uma Sessão tão relâmpago como a de hoje. Porém, o feriado da semana santa e de Tiradentes atrapalhou os pareceres das matérias que devem ser protocolados 24 horas do início da Sessão.”

É notório pelo acompanhamento das reuniões ordinárias anteriores que há projetos na Comissão Permanente que necessitam de emissão de pareceres, como por exemplo, o que dispões sobre o chamamento popular as urnas para decidirem sobre a mudança ou não do dia da feira e, outros já com pareceres elaborados, cita-se aqui  o PL sob a numeração 004/2014, oriundo do Executivo Municipal, tratando sobre  a unificação de matrícula funcional dos servidores públicos desta municipalidade, mesmo não podendo ser incluído na pauta  por força regimental.

É digno de registro que os feriados não podem ser empecilhos para a execução das funções de vereador, tão pouco deve ser usado como desculpas para a não apresentação e votação de matérias. Ainda aqui, nada foi relatado no blog da Câmara se os parlamentares fizerem algum tipo de discurso pela passagem dos 514 (quinhentos e quatorze) anos do “Descobrimento” do Brasil.

Possibilidade de Mudança do dia da Feira volta a ser discutida na Câmara de Altaneira


A Câmara de Vereadores de Altaneira esteve reunida em sessão ordinária na tarde desta terça-feira, 15, e sem nenhuma proposição para ser discutida, apreciada e votada, as atenções estiveram voltadas mais uma vez para o assunto da luta por parte de alguns comerciantes em almejarem a mudança do dia da feira municipal do domingo para o sábado sob a justificativa de quererem um dia de folga.

Ex-vereador Antonio Henrique. Foto: Júnior Carvalho.
O ex-vereador Antonio Henrique se utilizou da tribuna da casa e chegou a mencionar sobre o assunto em discussão a quase um mês. Para ele, em algum momento depois de ouvir alguns donos de estabelecimentos comerciais favoráveis a mudanças, grande parte dos vereadores já sinalizava em apresentar matéria nesse sentido, mas que ao perceberem a repercussão que o fato tomou, eles (parlamentares) foram estratégicos em estender o tema. Ainda segundo ele, passou uma pesquisa no distrito do São Romão em que se percebe que a maior parte dos agricultores não veem com bons olhos essa mudança.

Como que tentando por fim a discussão e procurar uma solução criativa e democrática, foi lido em plenário pela assessora da câmara um Projeto de Lei de autoria do vereador Antonio Leite que permite que os altaneirenses decidam, em forma de plebiscito, como está previsto no Art. 10 da Lei Orgânica Municipal, se são a favor ou contra o desejo dos donos de estabelecimentos comerciais. O Projeto deve ser encaminhado para análise e emissão de parecer da Comissão Permanente, retornando ao plenário, quando então haverá a votação. 

Populares utilizam tribuna e realização de audiência pública ganha força na Câmara de Altaneira


Dona Angelita na tribuna da Câmara.
Foto: Júnior Carvalho
A Câmara de Altaneira realizou na tarde desta terça-feira, 08, sessão ordinária e mais uma vez o assunto que mais ganhou ênfase nas discussões dos vereadores foi, não sem razão, a possibilidade de mudança do dia da feira municipal do domingo, como ocorre tradicionalmente, para o sábado.

Os populares João Alves e Angelita se utilizaram da tribuna da casa para se posicionarem contrário a ideia de parte dos comerciantes que se apoiando no discurso de repouso aos domingos querem que ocorra essa mudança. Dona Angelita relembrou os tempos em que a localidade era chamada de Santa Tereza e que há mais de setenta anos os feirantes vendiam feijão, dentre outros alimentos espalhados pelo chão. “Nós já estamos acostumados com a feira aos domingos e se vier a mudar ficaria sem graça”, disse ela. 

João Alves na tribuna. 
João Alves, por sua vez, também afirmou que não entende ainda o motivo dos comerciantes e que se assim o desejarem podem descansar qualquer dia da semana, pois são donos dos seus próprios comerciantes.

Ante a isso, o vereador Edezzyo Jalled (SDD) chegou a afirmar que o legislativo municipal de alguma forma já vem realizando audiência pública ao estar ouvindo os comerciantes e populares, mas chegou a ressaltar que o mais viável para a solução da problemática é apresentar requerimento com o propósito de chamar a comunidade a opinar em um ato público e que deve ser realizado em prazo de 30 (trinta dias).


Rádio Altaneira FM lança pesquisa sobre possibilidade de mudança do dia da feira municipal


Depois de vários debates nas ruas, praças, pontos comerciais, no poder legislativo municipal e nas redes sociais, a possibilidade de mudança ou não do dia feira municipal do domingo, como ocorre tradicionalmente, para o sábado deve voltar a fazer parte da pauta de discussões na tarde desta terça-feira, 08, no plenário da Câmara de Vereadores de Altaneira.

Feirantes comparecem normalmente aos domingos e
os comércios são abertos de forma parcial.
Foto: João Alves.
Como uma das medidas de implementar tal ideia, parte dos comerciantes locais decidiram fechar seus estabelecimentos aos domingos, porém essa decisão não foi acatada por todos. Nos dois primeiros domingos em que os defensores da mudança da feira colocaram a medida em prática, os feirantes compareceram normalmente e os que fazem ela acontecer também se fizeram presente. Segundo os organizadores desse movimento, essa solução se dá como forma de perceber que tipo de reação teria a comunidade quanto à mudança do dia de feira nesta municipalidade.

A Rádio Comunitária Altaneira FM está desenvolvendo uma pesquisa com o propósito de colher junto à comunidade rural e do perímetro urbano um posicionamento sobre o assunto. O resultado será apresentado no próximo sábado, 12. 

Vale destacar ainda que dois populares, João Alves e Angelita, devem se utilizar da tribuna da casa legislativa municipal, nesta terça-feira, para tratarem dessa temática. 

Câmara de Altaneira acena favoravelmente a mudança do dia da feira municipal


O Poder Legislativo do município de Altaneira esteve reunido na tarde desta terça-feira, 01/04, em sessão ordinária e o assunto que ganhou ênfase nas discussões foi à decisão tomada por parte dos comerciantes locais em fechar seus estabelecimentos e solicitarem a mudança da feira que ocorre tradicionalmente aos domingos para o sábado.

Um dos líderes do movimento, Júnior Arrais, da loja Via Center Calçados, se utilizou do plenário da casa para justificar os motivos que os levaram a propor tal embate que já virou um dos temas mais discutidos das duas últimas semanas. Júnior afirmou que o comerciante é uma profissão e como tal os que fazem parte dela necessitam ter lazer e desfrutar de um dia de folga. Nenhum profissional trabalha dia de domingo. Porque só o comerciante tem que trabalhar? Indagou-o. O defensor da proposta utilizou exemplos de outras municipalidades que resolveram implantar mudança do tipo e que tiveram êxito, com crescimento econômico favorável, como Potengi, na região do cariri. 

Vereadores acenam favoravelmente a mudança do dia da feira municipal. Foto: Júnior Carvalho.
Ainda de acordo com Júnior, a possibilidade de transferir a feira do domingo para o sábado não acarretará danos ao agricultor e aos feirantes, uma vez que já havia conversado com algumas pessoas dessas classes e eles teriam afirmado que virão participar caso o fato se concretize.

O vereador Edezyo Jalled, com mandato pelo Solidariedade e líder do bloco da maioria chegou a afirmar que já era favorável a mudança e que depois do pronunciamento do dono da Via Center teve certeza de que era o melhor a se fazer. Toda via, não descartou a possibilidade da realização de uma audiência pública. O discurso favorável a ideia dos comerciantes foi partilhado ainda pelos edis Antonio Leite (Pros), Gilson Cruz (PSL), Genival Ponciano (PTB) e Zuleide Ferreira (PSDB).

Mais incisivo ainda foi o líder da oposição, o vereador professor Adeilton (PP). Para ele, os argumentos dos comerciantes são viáveis e chegou inclusive a eliminar a chance de se ter a audiência pública, pois haveria apenas a repetição dos pontos já elencados e apoiou a proposta do parlamentar Edezyo que afirmou que pode entrar com um Projeto de Lei para regulamentar o caso em debate, mas disse ser interessante ouvir os comerciantes que são contrários a mudança.

É importante destacar que ouvir os comerciantes que não percebem com bons olhos essa ideia é saudável para a democracia, como lhe permite lograr mais êxito se um dos maiores interessados também tiver a oportunidade de expressar suas posições – o agricultor/consumidor. Afinal de contas, mudanças desse tipo não pode ser fruto apenas de uma classe – os comerciantes, tão pouco deve ser originária de uma legislação por parte dos vereadores ou do executivo, mas deve ser fruto de um conjunto da obra – comerciantes, poderes legislativo e executivo e os consumidores/comunidade. Mas é preciso muito cuidado em realizar uma ação pública onde já se tem uma posição.



Câmara de Altaneira aprova Plano Plurianual 2014/2017




Por maioria simples, Câmara de Altaneira aprova plano
plurianual. Foto: Júnior Carvalho.
O Poder Legislativo de Altaneira se reuniu na tarde desta terça-feira, 03, em sessão ordinária, e decidiu por maioria simples pela aprovação do Projeto de Lei Nº 014/2013, que trata do Plano Plurianual da Administração Pública, exercício 2014/2017, remetido pelo Prefeito Delvamberto Soares.

Na avaliação do Plano os vereadores professor Adeilton (PP), Zuleide Oliveira (PSDB) e Genival Ponciano (PTB) arguiram que não votariam pela aprovação da matéria, pois entendiam que ela não passou por um processo de conhecimento, análise e participação da comunidade, além de não ter sido realizado audiência pública para tal. O parlamentar Adeilton chegou, inclusive a contestar dados inerentes ao plano, tendo estes sido apenas “sequestrados” do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE realizado em 2010. Ele afirmou ainda que apesar de entender que o plano é importante para o município, mas não iria votar sem que o texto em discussão tivesse passado pelos requisitos já descritos.

Gilson Cruz (PSL), do grupo oposicionista a administração afirmou que não iria seguir a orientação dos companheiros da base e ressaltou que não queria atrasar o andamento dos trabalhos na casa. Afirmou ainda que sua posição independia de estar ou não na oposição ao governo municipal, afinal, esse tipo de plano costuma se analisado e aprovado sem a realização de audiência.

O grupo de sustentação da administração pública, o bloco da maioria, composto pelos edis Antonio Leite, Flávio Correia, Alice Gonçalves e Edezyo Jalled chegaram a contestar o pouco tempo de análise do texto relatado e arguiram sobre a necessidade deste. O PPA é o Projeto de maior relevância do ano. É ele que permite até onde o gestor pode ir, sem contrariá-lo, disse Edezyo Jalled.

O texto foi aprovado por 5 (cinco) votos a 3 (três). Votaram contrário os parlamentares Genival Ponciano, Zuleide Oliveira e o professor Adeilton. Já Antonio Leite, Edezyo Jalled, Alice Gonçalves, Flávio Correia e Gilson Cruz votaram a favor da aprovação.

É digno de registro que o Plano Plurianual, está previsto no artigo 165 da Carta Magna, datada de 1988 e regulamentado pelo Decreto 2.829, de 29 de outubro de 1998. Note-se ainda que este é um plano de médio prazo, que estabelece as Diretrizes, Objetivos e Metas a serem seguidos pelo Governo Federal, Estadual ou Municipal ao longo de um período de quatro anos.

Por ele a administração pública fica autorizada, durante o período mencionado, atuar em programas de duração continuada já instituídos ou a instituir no médio prazo. É ainda por intermédio dele que a gestão pública municipal organiza suas as ações em programas que resultem em bens e serviços para a população. Nele constam, detalhadamente, os atributos das políticas públicas executadas, tais como metas físicas e financeiras, público-alvos, produtos a serem entregues à sociedade, etc.




Jurista Raimundo Soares afirma que informação de denúcia contra Adeilton provoca picos de audiência em seu BA




Vereador Adeilton com os demais membros da Comissão
Permanente e Assessor Jurídico da casa.
Foto: Júnior Carvalho.
No início da manhã desta terça-feira (19/11) o Assessor de Comunicação da Câmara Municipal de Altaneira, Junior Carvalho, publicou no Grupo “A Política de Altaneira” da rede social Facebook, que a Denúncia apresentada contra o vereador Professor Adeilton (PP) constava na Pauta da Sessão Ordinária a ser efetivada durante a tarde.

A denuncia de pedido de Cassação do parlamentar Adeilton já se encontra na pauta, tudo indica logo mais as 15:00 será recebido pela mesa diretora e que Antonio Henrique seja convocado para votar”, escreveu Júnior.

O Jurista e blogueiro Raimundo Soares Filho notou e registrou em seu Blog de Altaneira que tão logo tomou conhecimento dessa informação “o vereador Adeilton compartilhou na sua linha do tempo, também na rede social Facebook uma frase do presidente americano John Kennedy onde se lê que escrita em chinês, a palavra “crise” é composta por dois caracteres - um representa perigo, e o outro representa oportunidade e completou ‘Que Deus nos ilumine com sabedoria para que possamos enfrentar os obstáculos impostas pelos incompreendidos. #Força Senhor’. Ele registra ainda que poucos minutos antes da Sessão o vereador compartilhou também a imagem acima.

Lélia de Oliveira (PCdoB), presidente da Casa, não fez em nenhum momento da sessão plenária qualquer tipo de comentário sobre o fato acima descrito.

Vale registrar que nesse caso o Regimento Interno da casa contém dispositivo estabelecendo que de posse da denúncia a Presidente, na primeira sessão, determinará sua leitura e consultará a Câmara sobre o seu recebimento pelo voto de dois terços dos vereadores.

A Denúncia foi apresentada no primeiro dia do corrente mês e deveria ser votado no último dia 05/11/2013, mas ainda não tem prazo pra ser analisado em Plenário.

O líder do blog da minoria (oposição), o Professor Adeilton (PP) arguiu que se sente tranquilo e com a consciência limpa, uma vez que nada fez para justificar a perda do mandato e aguarda pacientemente a decisão da presidente. ‘Por mim já teria votado, se eu não posso votar, que se convoque o suplente para votar; acredito que a verdade prevalecerá, pois a Câmara é formada por homens e mulheres de responsabilidade e não dará cabimentos a algo tão leviano’, disse o parlamentar. 

Após o final da Sessão indagado por alguns populares, em face da omissão da presidente da Casa, o Assessor de Comunicação postou a seguinte informação: “A Presidente Lélia de Oliveira juntamente com os vereadores e o Assessor Jurídico Dr. Emanoel, decidiram colocar a denuncia só nas próximas Sessões”.

O administrador do Blog de Altaneira, o Jurista Raimundo Soares Filho afirmou que a informação de que a denúncia seria votada na sessão de ontem provou dois picos de audiência em seu portal, “um com 195 e o outro com 196 acessos respectivamente das 15 às 16 e das 16 às 17 horas”, escreveu ele, conforme gráfico acima.
Via Blog de Altaneira

Campanha sobre drogas é debatida na Câmara de Altaneira




Secretária Elanny fala sobre a Campanha sobre
as drogas que estar sendo desenvolvida em
parceria com o Conselho Tutelar.
Foto: Júnior Carvalho
Sem nenhum requerimento e, ou projeto de lei a serem apresentados, analisados, discutidos e colocados em votação na sessão plenária desta terça-feira, 12, o tema do uso das drogas no município de Altaneira voltou a ser ventilado na casa legislativa.

A Secretária de Assistência Social, Elanny Cristina, assim como a Advogada Silva Paula Soares Rodrigues, se utilizaram da tribuna da casa para debater sobre a utilização de drogas no município. Na oportunidade, elas falaram sobre a campanha que a secretaria está promovendo em parceria com o Conselho Tutelar.  O objetivo desta iniciativa é alertar aos pais de crianças e adolescentes quanto aos caminhos que os filhos estão trilhando, necessitando, portanto, de um maior acompanhamento dos genitores. A campanha tem como tema “A sua Negligência pode Levar seu Filho ao Caminho das Drogas”.

Silva Paula arguiu que os órgãos envoltos nesta problemática em Altaneira estão buscando, além da parceria com o Conselho Tutelar, uma aproximação com a Polícia Militar e o Ministério Público, para que a circulação e o uso das drogas lícitas também possam ser diminuídas entre os menores .

O poder legislativo do município de Altaneira chegou a realizar no dia 09 (nove) de abril do corrente ano uma Audiência Pública, no Auditório da Secretaria de Assistência Social, através da Comissão Permanente, objetivando apresentar, debater e recolher propostas que pudessem diminuir e, ou, solucionar o problema da venda e consumo de drogas neste município.

A realização desta audiência foi proporcionada através de requerimento de autoria do Vereador Edezyo Jalled , na época do PRB, agora (SSD) aprovado por unanimidade na casa. O tema teve grande repercussão em todo o Estado e de forma específica na região do cariri tão logo foi lançada matéria no portal de comunicação Blog de Altaneira, administrado pelo Jurista Raimundo Soares Filho.

A sessão desta terça-feira, 12, foi uma das mais curtas do ano. Pouco mais de uma hora de discussão.

Vereadores de Altaneira querem alterar Regimento Interno e Lei Orgânica




Os nove parlamentares que compõem o legislativo municipal de Altaneira se reuniram na manhã desta quinta-feira, 07, na sala das Comissões objetivando analisar os dois documentos bases para exercer um bom mandato.

Os edis, no entanto, não deixaram perceber quais mudanças precisam ser feitas. Os mesmos devem, de acordo com informações contidas no portal da casa, apresentar emendas ao Regimento Interno e à Lei Orgânica Municipal.

O Regimento vem constantemente sendo desrespeitado pelos nove legisladores e fiscalizadores que, embora reclamem que o documento não está sendo seguido, a cada sessão, não se verifica nenhuma atitude que venha a corroborar para a superação desse problema.

Vereadores e vereadoras junto a Assessoria Jurídica em
reunião objetivando alterar o Regimento e Lei Orgânica.
Foto: Júnior Carvalho
O jurista e blogueiro Raimundo Soares Filho tão logo percebeu a informação afirmou que não compreendia a necessidade de se mudar os documentos simplesmente para atender as situações do momento. “Ainda não compreendi o que precisa ser alterado na Lei Orgânica do Município. Não podemos mudar a legislação para atender uma situação momentânea”, disse. 

Participaram da reunião as vereadores Lélia de Oliveira (presidente), Alice Gonçalves (secretária), Zuleide Ferreira, os vereadores Antonio Leite (vice-presidente), professor Adeilton (presidente da Comissão Permanete), Edezyo Jalled (relator da comissão), Flávio Correia (secretário da CP), Gilson Cruz e Genival Ponciano.  O Assessor Jurídico, o Dr. Emanuel e o Secretário de Administração e Finanças, Ariovaldo Soares, além do ex-presidente da Casa, Raimundim da Mota também se fizerem presentes.


Resposta ao Vereador Genival Ponciano (PTB)*



Plenário da Câmara de Altaneira na tarde de terça-feira, 05
de novembro. Foto: Júnior Carvalho.
O nosso blog, o Informações em Foco – um portal de comunicação a serviço da cidadania – é totalmente diferente das sessões plenárias. Nunca é demais lembrar que ao fazermos elogios e principalmente críticas, estamos fazendo com respaldo, zelo, respeito aos leitores e de forma fundamentada. Somos Opinião Pública. E é saudável que vossas excelências – nossos funcionários – entendam isso ou se esforcem para entender.

Saímos da rádio em 2011 e sentimos a necessidade de criar um Blog para expor ideias e provocar o debate. Mudamos de veículos de comunicação, mas nossas ideias continuaram as mesmas. Por outro lado, já que estamos debatendo na casa do povo, podemos dizer que os senhores e as senhoras também continuam os mesmos. Isso é bom? Não. É péssimo.

É digno de registro que se torna necessário e de forma urgente uma mudança de postura, de posicionamento, enfim, é preciso uma mudança de mentalidade. Vossas excelências já se perguntaram o porquê do plenário estar na grande maioria das vezes vazio? Em um rápido jogo da memória já se perguntaram quantos projetos de leis – originários dessa casa durante esse ano e, que se aprovados, interferiram de forma positiva na vida dos altaneirenses – em especial aqueles abaixo da linha da pobreza? E porque é tão raro ouvirmos que essa câmara analisou, discutiu e aprovou projetos de lei?

Essas reflexões que estamos fazendo nos permite dizer, sem medo de errar que os vereadores e as vereadoras estão tão preocupados em se manterem no poder a qualquer custo, outros ainda em voltar ao poder de forma que lhes deem todo o controle do município que simplesmente não há tempo para a realização dos tão sonhados projetos de leis que beneficiem a comunidade. Essa prática precisa ser revista. Não se pode fazer da função do vereador e da vereadora um Mundo de Faz de Conta. Nesse jogo, de um vem preparado para defender e outros para acusar, sem credibilidade nenhuma, é bom que se diga isso, quem sai perdendo somos nós, o povo. Não se pode senhores e senhoras viver e trabalhar a luz do passado sem refletir as consequências que as ações desse passado vêm causando no presente. Tão pouco se pode viver o presente a custa simplesmente desse passado.

Genival Ponciano (PTB)
Afirmamos ainda - já que as discussões aqui vêm se mantendo entre os erros do passado - onde a oposição se sente magoada, pois esse passado lhe condena - não se pode melhor aproveitar o nosso tempo livre do que nos familiarizar com as glórias do passado, conservando viva essa recordação e, ao mesmo tempo, contemplando, refletindo e agindo de forma a não repetir as calamidades e quem tudo se subverteu. O passado recente da história política de Altaneira, com a cassação e perda de mandato do prefeito, nos credencia a afirmar isso.

Encerramos vereadores, vereadoras, público que nos acompanha nesse plenário e ouvintes da Rádio Altaneira FM, dizendo que ainda impera nessa casa a Cultura do Individualismo, a Cultura do Eu. E é essa cultura política que necessita para o bem do povo, ser desconstruída. E enquanto for assim senhores parlamentares e de forma específica, o senhor Genival Ponciano, esse que vos fala continuará sendo um moleque. Se o significado de moleque que o senhor tem for o de um cidadão que cobra trabalho, que cobra ação dos representantes políticos, eleito pelo povo, pago pelo povo para trabalhar por ele e com ele, pode ter a certeza que continuarei sendo um moleque. Mas prefiro ser um moleque a ver um trabalho pífio, insignificante, precário e em certos momentos sem ao menos existir e criticar, do que ficar calado.

*Artigo apresentado na Sessão Plenária da Câmara Municipal de Altaneira, em 05 de novembro de 2013.


25 anos da Constituição Federal de 1988: Avanços e Desafios*



Falar do documento base para o efetivo sustento da democracia ao qual estamos vivenciando nos leva a tomar uma posição através de análises reflexivas. Será mesmo que vivenciamos uma democracia aos moldes do pregado na Constituição Federal promulgada em 5 de outubro de 1988? Será que os direitos e os deveres impregnados nas páginas dessa carta magna estão sendo levados em consideração? E como anda a liberdade de expressão, um dos pilares para uma boa convivência social? O racismo, senhores e senhoras, em que pé está? Vivemos mesmo em uma sociedade onde impera uma democracia racial ou isso é só um mito alimentado para manter a supremacia de seres que se julgam superiores por não terem uma pele negra? O Voto é um direito ou uma obrigação?

Sem termos a pretensão de respondê-las por completo e muito menos de esgotar o assunto, podemos dizer que o surgimento das Constituições marcou definitivamente a mudança do Estado absoluto para o Estado liberal. Elas possuem na sua origem a reação ao autoritarismo e passam a representar uma proteção do indivíduo frente ao Estado. Na atualidade constitucional, à defesa dos indivíduos somaram-se questões sociais, culturais, políticas, econômicas e ambientais de grande abrangência que necessitam ser enfrentadas e demandam importantes decisões que a todos afetam, mas nem todos enfrentam e lutam por tais questões. Nas sociedades com pouca experiência democráticas, caso em que se inclui o Brasil, a assimilação da linguagem dos direitos e a configuração do Estado democrático de direito ainda representa um doloroso e imenso desafio.

Neste ano a república federativa do Brasil, instaurada em 15 de novembro de 1889, passa pelo seu 25º aniversário de sua atual Constituição, não sem razões, chamada de Constituição Cidadã, afinal de contas representou o passo decisivo na construção de um novo caminho rumo à democracia para a sociedade recém-saída de um regime autoritário – a ditadura civil militar (que ainda hoje assombra muita gente, pois deixou marcas profundas, de difícil esquecimento). Os avanços foram e continuam sendo significativos. Houve uma ampliação significativa da participação da população em pleitos eleitorais livres e competitivos. Com o processo de redemocratização em andamento, o legado autoritário começou, aos poucos, ser desconstruído e a expectativa, naquela oportunidade, era de que as transformações reais poderiam ser conquistadas pela atuação das forças democráticas. Assim, a sociedade ganhou um novo ânimo e um novo direcionamento e passou a contar com um instrumento poderoso para suas transformações.

A principal lição que se pode tirar de mais duas décadas de constituição é que a democracia, pilar da Carta Magna de 1988, é um processo e como tal, precisa ser constantemente desenhado, apagado e redesenhado para que não se corra o risco de se voltar ao autoritarismo. Ela é, não sem razão, uma construção permanente que exige muito mais que uma simples atuação legitimada a partir das representações político partidárias. Tão necessário quanto à inscrição no papel é o passar da letra da lei para a praticidade, ou seja, para a efetividade da vida social exigindo forte pressão e mobilização política da sociedade, principalmente da juventude que sempre teve um papel de destaque nos rumos que o pais tomou e que agora está adormecida. A própria constituição é um ato, diríamos ainda inacabado. É um processo no qual ainda estamos inseridos e que precisamos buscar formas que possam ir ao encontro dos direitos que esta Constituição reconhece e assegura.

É digno de registro, por tanto, que o nosso objetivo maior com o tema proposto nesta casa é buscar aprofundar nossa compreensão sobre esse processo, vindo a analisar os limites, os avanços e os desafios da prática política e do desenho institucional construído nestes 25 anos sob o comando do tratado formulado em 1988.

Plenário da Câmara nesta terça, 05.
Foto: Júnior Carvalho.
É notório que discutir os avanços, os limites e os desafios advindo a partir da construção e promulgação dessa Constituição em análise não é novidade. Mas esse próprios avanços e desafios não são tratados da mesma forma. Eles não são os mesmos. Porque a história nos ensina algo muito importante. O quem fala, para quem fala e como se fala. Assim, um avanço para alguns, para nós pode não ser. Pensando pelos polos políticos, pelas duas faces que estamos acostumados a perceber – Esquerda, Direita, ou melhor Situação e Oposição, têm olhado para trás e feito um balanço do processo da nossa atual Constituição.

No entanto, como somos opinião pública, somos sociedade, vamos analisar esse fato do ponto de vista dos movimentos sociais e das classes menos favorecidas. Aqui, é notório que a Constituição foi responsável por avanços a partir das lutas dos anos 1980, mas ao mesmo tempo com limites vindos da conjuntura difícil da década posterior e principalmente da ausência de regulamentação de uma série de princípios postos na Carta Magna. Assim, podemos apontar enquanto avanços os princípios adotados e escritos no nosso sétimo documento pós-independência política, porém não foram ainda implementados, como por exemplo, a reforma agrária, a democratização da comunicação, o respeito ao estado laico, dentre outros. Quanto aos que ela conseguiu complementar – A volta das eleições diretas para os cargos de presidente, governadores prefeitos (onde o povo voltou a ser senhor de seus atos), o assegurar aos analfabetos o deito ao voto, o fim da censura aos meios de comunicação e a implementação do direito e deveres do cidadão.

Finalizamos afirmando que são muito mais desafios a ser enfrentados e superados nesses 25 anos de Constituição do que propriamente avanços. Por que são nos próprios avanços que se encontram os desafios. Não basta simplesmente está no papel. É preciso colocar em prática. Não é suficiente está no papel, faz-se necessário ter ações e meios que possam assegurar esses avanços. Por outro lado, o que mais dificulta esse processo é a falta de conhecimento das pessoas e por políticos partidários dessa carta, o que acarreta o desrespeito a ela. Até mesmo os próprios avanços precisam ser revisto. Será mesmo que em uma sociedade democrática colocar o voto como obrigação é sinônimo de democracia? Será que em uma sociedade que foi construída por negros e esses negros ainda ocupam poucos espaços no poder é democrática? Será que em uma sociedade onde há uma diversidade de religiões e outros que não as tem, mas impera nos espaços de poder (escolas, câmara estaduais e municipais) o catolicismo e o protestantismo, pode ser chamada de democrática?

Por tanto, a sociedade precisa se voltar para temas dessa natureza. Ela precisa conhecer afundo o documento que assegura seus dinheiros e lhe coloca deveres. As escolas, as universidades e os nossos representantes políticos também precisam estar mais atentos, buscar conhecer a Constituição e refletir sobre o seu processo.

*Artigo apresentado na Sessão Plenária da Câmara Municipal de Altaneira, em 05 de Novembro de 2013