É
tarde demais, mas finalmente José Eduardo Martins Cardozo ganhou uma batalha
importante no impeachment.
Considerado
a testemunha principal da acusação no julgamento no Senado, o procurador do TCU
Júlio Marcelo de Oliveira foi rebaixado para a condição de informante por
Lewandowski. Trata-se de um militante.
Publicado
originalmente no DCM
Cardozo
lembrou que Júlio Marcelo “teria se reunido com os denunciantes na época da
formulação da denúncia, influenciando portanto esta questão”.
Pediu
também que o presidente do STF perguntasse se “ele convocou e participou da
manifestação ‘Vem Pra Rua’ para pressionar a rejeição das contas da presidenta”.
Apesar
do esperneio de Janaína, que alegou ter conhecido “o doutor Júlio quando ele
veio ser ouvido na comissão”, não houve escapatória.
Com
sua fala rivotrílica, Júlio Marcelo garantiu que havia apenas divulgado “um
comunicado” no Facebook. Gleisi Hoffman retorquiu: “O ato era pela rejeição das
contas do governo Dilma. Não era discussão, era rejeição”.
“Como
membro do Ministério Público, do TCU, sua senhoria não estava autorizado a
fazê-lo. Portanto incide na hipótese de suspeição”, decidiu Lewandowski.
Como
informante, a participação de Oliveira tem peso menor no processo, já que não
será juntada como prova. Ele pode, também, mentir à vontade.
Ele
foi responsável pelas representações que levaram o tribunal a condenar as
pedaladas fiscais e virou porta voz do assunto (como ninguém entende nada
disso, o sujeito surfou como quis). Ao longo dos últimos meses, Júlio Marcelo
foi celebrado como avalizador do impedimento.
Deu
entrevistas pseudo didáticas para blogueiros indigentes da Veja. Na comissão do
Senado, apontou que as pedaladas causaram a crise econômica. No auge da fama e
da glória, em maio, brilhou no Roda Viva, no SBT tucano.
No
programa, entre outros assuntos, propôs que se trocassem expressões como
“contabilidade criativa”, branda demais, por “fraude fiscal” e “contabilidade
destrutiva”. Uau. Augusto Nunes, como diria Caetano Veloso, era uma pletora de
alegria.
Boa
parte do relatório de Anastasia se baseou nas opiniões de Júlio Marcelo.
Desmascarado no julgamento no Senado, ele ainda achou espaço para uma espécie
de salvo conduto: “Em 2010, eu votei na Dilma”. E daí?
É
a desculpa clássica do racista que tem amigo negro e do homofóbico que tem uma
prima gay. No vale tudo do Senado, não tem problema nenhum.
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Júlio Marcelo de Oliveira passou de testemunha a informante. |
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