Do BBC
O
corpo humano é formado por inúmeros órgãos responsáveis por garantir nossa
sobrevivência. Mas alguns deles não são exatamente essenciais – e são até
dispensáveis para a vida.
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Algumas partes do nosso corpo não são essenciais à sobrevivência. |
O
número de órgãos considerados "prescindíveis", que não são
estritamente necessárias à vida, é até surpreendente.
As
amígdalas, por exemplo, ainda que protejam as vias respiratórias de uma invasão
bacteriana, perdem sua importância após os três anos de idade.
Além
disso, por causa de sua função, elas podem ser infectadas facilmente – e é
exatamente por isso que, quando as dores e infecções na garganta se tornam
recorrentes, a medida aconselhada pelos médicos é a extração das amígdalas. A
ausência delas não afeta a resposta imunológica do organismo.
Outro
órgão desnecessário – e que muitas vezes nos causa problemas, como apendicite –
é o apêndice. Ele não tem função específica no corpo humano e tudo indica que
foi útil a nossos ancestrais para digerir alimentos duros, como cascas de
árvores. Mas, atualmente, ele não serve para nada.
Alguns
cientistas acreditam que, com a evolução da espécie, o apêndice tende a
desaparecer. No entanto, esse órgão é rico em células linfoides que combatem
infecções e poderia ter algum papel no sistema imunológico.
Ainda
assim, tendo ou não uma função, ele pode ser retirado sem causar dano algum ao
corpo humano.
Diferente
do apêndice, a vesícula, esse pequeno saco verde em forma de pera que se
esconde atrás do fígado, é, sim, útil. Ela se encarrega de armazenar a bile e
ajuda a digerir os alimentos.
No
entanto, quando começa a causar muitos problemas – principalmente nos casos de
pedras na vesícula -, ela pode ser eliminada. Quando isso ocorre, é apenas
necessário ter alguns cuidados a mais na alimentação – o consumo de comida
picante ou gasosa, por exemplo, pode causar diarreia e inchaço.
Outros
órgãos que não são estritamente necessários para a nossa sobrevivência são os
reprodutores, tanto das mulheres, quanto dos homens: útero, ovários, testículos
e próstata. Eles são essenciais para criar novas vidas, mas é possível viver
sem eles.
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De todos esses, apenas o coração é imprescindível para a sobrevivência. |
Outro
"mistério" que persiste por muito tempo é a existência dos mamilos
nos homens. A exemplo do apêndice, os mamilos são partes ou órgãos chamados de
"vestigiais", que ao longo da evolução da espécie foram perdendo sua
função. Mas no caso dos mamilos, podem causar sérios problemas, pois seus
tecido podem formar tumores tão fatais quanto aqueles que acometem mulheres nas
mamas.
Danos menores
Com
algumas consequências adversas, ainda é possível viver sem mais órgãos. Como as
glândulas da tireóide (é possível viver sem elas com a ajuda de tratamentos
hormonais), o baço (mas ficamos mais propensos a infecções) e várias veias
(temos muito mais do que precisamos).
O
próprio cérebro, apesar de ser essencial à vida, pode ter algumas partes
retiradas sem grandes danos. Cirurgiões retiraram até metade do cérebro de
centenas de pacientes por problemas que não poderiam ser corrigidos de outra
forma e, ainda assim, essas pessoas sobreviveram, apesar de carregarem algumas
sequelas.
A
operação se chama hemisferectomia e não tem efeito na personalidade ou na
memória. O que se perde é o uso de um dos olhos e uma das mãos – do lado oposto
ao do hemisfério cerebral que foi tirado. Caso o lado ausente seja o esquerdo,
também é possível que se tenha mais dificuldade para falar, até que o próprio
cérebro se autocorrija.
Há
também os casos de órgãos que existem em pares - os pulmões, por exemplo. É
possível viver só com um deles, ainda que seja necessário uma preocupação com a
respiração, que será mais restrita. Mas é possível ter qualidade de vida com um
pulmão só, tudo depende do estado de saúde prévio à cirurgia para a retirada do
órgão.
Os
rins também existem em pares, mas é possível viver com um só. Sua função
principal é "filtrar" os fluidos do corpo e um rim já dá conta de
fazer isso, enviando as sobras para a bexiga.
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É possível viver com apenas um dos rins com a ajuda da bexiga para filtrar os fluídos. |
O
intestino grosso é outro que pode ter sua função desempenhada pelo intestino
delgado após uma adaptação neste órgão. É possível também viver sem o estômago,
conectando o esôfago diretamente ao intestino delgado.
Há
também um osso da perna, a fíbula ou perônio, que não tem função de sustentação
de peso do corpo, então também é de certa forma dispensável. Ela até pode ser
utilizada como peça para reparar outros ossos.
Por
fim, a última parte das vértebras: o cóccix. Ele é o único vestígio que nos
resta de uma cauda. E pode nos causar muitas dores quando caímos e batemos essa
parte ao final da coluna. Mas ele pode ser retirado sem maiores sequelas.
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