O
Aluno Matheus Santos, do Curso Técnico em Edificações, segundo ano do ensino
médio integrado a educação profissional, da Escola Estadual de Educação
Profissional Wellington Belém de Figueiredo, em Nova Olinda-Ce, leu de forma
interpretativa durante a II Mostra Cultural Afro-brasileira realizada nesta
sexta-feira, 20, trechos do discurso de um dos maiores ativistas pela igualdade
racial Marthin Luther King, proferido há 52 anos nos Estados Unidos.
O
discurso mesmo completado meio século ainda é uma utopia e mexe com o
imaginário daqueles que como Luther King lutam todos os dias para uma educação
voltada para as relações étnico-raciais.
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Matheus Santos - Curso Técnico em Edificações (2º Ano) e presidente do Grêmio Estudantil. |
Matheus
que também é presidente do Grêmio Estudantil, fez uma leitura dinâmica de parte
do discurso “Eu Tenho um Sonho”, selecionado por este blogueiro, professor e um
dos coordenadores da Mostra.
Confira abaixo
...Há cem anos, um grande americano, sob cuja
simbólica sombra nos encontramos, assinou a Proclamação da Emancipação. Esse
decreto fundamental foi como um grande raio de luz de esperança para milhões de
escravos negros que tinham sido marcados a ferro nas chamas de uma vergonhosa
injustiça. Veio como uma aurora feliz para pôr fim à longa noite de cativeiro.
...Mas, cem anos mais tarde, devemos
encarar a trágica realidade de que o negro ainda não é livre. Cem anos mais
tarde, a vida do negro está ainda infelizmente dilacerada pelas algemas da
segregação e pelas correntes da discriminação.
...Porém recusamo-nos a acreditar que
o banco da justiça abriu falência. Recusamo-nos a acreditar que não haja
dinheiro suficiente nos grandes cofres de oportunidade desse país. Então viemos
para descontar esse cheque, um cheque que nos dará à vista as riquezas da
liberdade e a segurança da justiça.
... Não haverá nem descanso nem
tranquilidade na América até o negro adquirir seus direitos como cidadão. Os
turbilhões da revolta continuarão a sacudir os alicerces do nosso país até que
o resplandecente dia da justiça desponte.
... Esta nova militância maravilhosa
que engolfou a comunidade negra não nos deve levar a desconfiar de todas as
pessoas brancas, pois muitos dos irmãos brancos, como se vê pela presença deles
aqui, hoje, estão conscientes de que seus destinos estão ligados ao nosso
destino.
... Há quem pergunte aos defensores
dos direitos civis: “Quando é que ficarão satisfeitos?” Não estaremos
satisfeitos enquanto o negro for vítima dos indescritíveis horrores da
brutalidade policial. Jamais poderemos estar satisfeitos enquanto os nossos
corpos, cansados com as fadigas da viagem, não conseguirem ter acesso aos
hotéis de beira de estrada e das cidades.
... Não poderemos estar satisfeitos
enquanto a mobilidade básica do negro for passar de um gueto pequeno para um
maior. Não podemos estar satisfeitos enquanto nossas crianças forem destituídas
de sua individualidade e privadas de sua dignidade por placas onde se lê
“somente para brancos”.
... Digo-lhes hoje, meus amigos, que,
apesar das dificuldades e frustrações do momento, eu ainda tenho um sonho. É um
sonho profundamente enraizado no sonho americano.
Eu tenho um sonho que um dia essa
nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado da sua crença:
“Consideramos essas verdades como auto-evidentes que todos os homens são criados
iguais.”
... Eu tenho um sonho que meus quatro
pequenos filhos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela cor da
pele, mas pelo conteúdo do seu caráter. Eu tenho um sonho hoje.
... Com essa fé poderemos trabalhar
juntos, rezar juntos, lutar juntos, ser presos juntos, defender a liberdade
juntos, sabendo que um dia haveremos de ser livres. Esse será o dia, esse será
o dia quando todos os filhos de Deus poderão cantar com um novo significado:
... Meu país é teu, doce terra da
liberdade, de ti eu canto.
... E quando isso acontecer, quando
permitirmos que a liberdade ressoe, quando a deixarmos ressoar de cada vila e
cada lugar, de cada estado e cada cidade, seremos capazes de fazer chegar mais
rápido o dia em que todos os filhos de Deus, negros e brancos, judeus e gentios,
protestantes e católicos, poderão dar-se as mãos e cantar as palavras da antiga
canção espiritual negra:
Finalmente livres! Finalmente livres!...
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