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Biblioteca Comunitária realiza circuito ciclístico para promover a leitura em Nova Olinda


Por Matheus Santos

A Biblioteca em Minha Casa (BEMC) é uma biblioteca comunitária, criada e mantida pela professora Ana Paula Ferreira, localizada no Distrito Triunfo, Nova Olinda, que visa promover a leitura pelo contato direto de crianças, jovens e adultos com os livros. Para tal depende de doações de exemplares para manter seu acervo e garantir a facilitação do acesso ao meio literário.

Mais que uma biblioteca, a BEMC vem mostrar para as pessoas que a leitura vai além do livro e do ato de ler, mas, diferente do que muitos ainda pensam, trata-se de uma atividade inteiramente ligada à vida cotidiana, que traz benefícios para a saúde do corpo e da mente, contribui para a propagação do conhecimento e ajuda a melhorar e fortalecer o relacionamento entre as pessoas.

Com essa visão, a BEMC promove não só o empréstimo de livros, mas também busca realizar outras atividades para incentivar a leitura e desenvolver a criticidade dos leitores, pois muitos indivíduos, infelizmente, ainda não associam a leitura a uma atividade de prazer, crescimento pessoal e aprimoramento sociocultural.

Além de rodas de leitura e encontros literários, a BEMC realiza anualmente um Circuito Ciclístico, como o que ocorreu neste domingo (24/07), em sua 3ª edição. Trata-se de uma pequena rota ciclística feita na própria comunidade, sem fins de competição, para abrir as portas da biblioteca, além de promover a amizade e o contato entre as pessoas.

Cada qual com sua bicicleta percorreu um pequeno trajeto, compartilhando a beleza de vivenciar um momento onde as pessoas estão reunidas, convivendo juntas. Pelo caminho os momentos de hidratação ficaram por conta dos próprios moradores, que abriram as portas de suas residências para oferecer água aos participantes.

Além do 3º Circuito Ciclístico, a Biblioteca concluiu o dia realizando o Encontro Literário “A Pequena Biblioteca”, inspirado no livro O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry. O Encontro teve como objetivo mostrar à comunidade o Projeto Biblioteca em Minha Casa e o que vem desenvolvendo há mais de dois anos. Contou com depoimentos dos próprios leitores, além de apresentações dos mesmos.

A BEMC tem se esforçado para estabelecer uma conexão maior das pessoas com os livros, que não se restringe somente à comunidade onde atua, mas abrange todos os espaços possíveis. Já inspirou outras iniciativas parecidas em outras localidades e pouco a pouco vem lutando para contribuir para a construção de uma sociedade melhor, com pessoas críticas e otimistas, dispostas a fazerem o bem.

Para saber mais acesse o blog da BEMC









Trechos do Discurso de Martin Luther King, Por Matheus Santos na II Mostra Cultural Afro-brasileira


O Aluno Matheus Santos, do Curso Técnico em Edificações, segundo ano do ensino médio integrado a educação profissional, da Escola Estadual de Educação Profissional Wellington Belém de Figueiredo, em Nova Olinda-Ce, leu de forma interpretativa durante a II Mostra Cultural Afro-brasileira realizada nesta sexta-feira, 20, trechos do discurso de um dos maiores ativistas pela igualdade racial Marthin Luther King, proferido há 52 anos nos Estados Unidos.

O discurso mesmo completado meio século ainda é uma utopia e mexe com o imaginário daqueles que como Luther King lutam todos os dias para uma educação voltada para as relações étnico-raciais.  

Matheus Santos - Curso Técnico em
Edificações (2º Ano) e presidente do
Grêmio Estudantil.
Matheus que também é presidente do Grêmio Estudantil, fez uma leitura dinâmica de parte do discurso “Eu Tenho um Sonho”, selecionado por este blogueiro, professor e um dos coordenadores da Mostra.

Confira abaixo

...Há cem anos, um grande americano, sob cuja simbólica sombra nos encontramos, assinou a Proclamação da Emancipação. Esse decreto fundamental foi como um grande raio de luz de esperança para milhões de escravos negros que tinham sido marcados a ferro nas chamas de uma vergonhosa injustiça. Veio como uma aurora feliz para pôr fim à longa noite de cativeiro.

...Mas, cem anos mais tarde, devemos encarar a trágica realidade de que o negro ainda não é livre. Cem anos mais tarde, a vida do negro está ainda infelizmente dilacerada pelas algemas da segregação e pelas correntes da discriminação.

...Porém recusamo-nos a acreditar que o banco da justiça abriu falência. Recusamo-nos a acreditar que não haja dinheiro suficiente nos grandes cofres de oportunidade desse país. Então viemos para descontar esse cheque, um cheque que nos dará à vista as riquezas da liberdade e a segurança da justiça.

... Não haverá nem descanso nem tranquilidade na América até o negro adquirir seus direitos como cidadão. Os turbilhões da revolta continuarão a sacudir os alicerces do nosso país até que o resplandecente dia da justiça desponte.

... Esta nova militância maravilhosa que engolfou a comunidade negra não nos deve levar a desconfiar de todas as pessoas brancas, pois muitos dos irmãos brancos, como se vê pela presença deles aqui, hoje, estão conscientes de que seus destinos estão ligados ao nosso destino.

... Há quem pergunte aos defensores dos direitos civis: “Quando é que ficarão satisfeitos?” Não estaremos satisfeitos enquanto o negro for vítima dos indescritíveis horrores da brutalidade policial. Jamais poderemos estar satisfeitos enquanto os nossos corpos, cansados com as fadigas da viagem, não conseguirem ter acesso aos hotéis de beira de estrada e das cidades.

... Não poderemos estar satisfeitos enquanto a mobilidade básica do negro for passar de um gueto pequeno para um maior. Não podemos estar satisfeitos enquanto nossas crianças forem destituídas de sua individualidade e privadas de sua dignidade por placas onde se lê “somente para brancos”.

... Digo-lhes hoje, meus amigos, que, apesar das dificuldades e frustrações do momento, eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

Eu tenho um sonho que um dia essa nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado da sua crença: “Consideramos essas verdades como auto-evidentes que todos os homens são criados iguais.”

... Eu tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela cor da pele, mas pelo conteúdo do seu caráter. Eu tenho um sonho hoje.

... Com essa fé poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, ser presos juntos, defender a liberdade juntos, sabendo que um dia haveremos de ser livres. Esse será o dia, esse será o dia quando todos os filhos de Deus poderão cantar com um novo significado:

... Meu país é teu, doce terra da liberdade, de ti eu canto.

... E quando isso acontecer, quando permitirmos que a liberdade ressoe, quando a deixarmos ressoar de cada vila e cada lugar, de cada estado e cada cidade, seremos capazes de fazer chegar mais rápido o dia em que todos os filhos de Deus, negros e brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão dar-se as mãos e cantar as palavras da antiga canção espiritual negra:

Finalmente livres! Finalmente livres!...