Grunec promove encontro e debate cronograma de ações



O Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec) promoveu na tarde do último sábado, 25 de junho, no município de Crato, um encontro junto aos membros com o propósito de dentre outras finalidades, debater a conjuntura política que ora se desenha no Brasil.

Com o sentimento de gratidão que acolho todos vocês” foi com essas palavras de Valéria Carvalho, Verônica Neves e Maria Eliana, que o encontro foi iniciado. Esta última, inclusive, teceu considerações de forma reflexiva acerca da atual situação política do país, reforçando o combate ao golpe já em andamento, primando na sua fala pelas diversas ações conservadora, elitista e racista do governo interino Michel Temer como, por exemplo, a extinção da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), do Ministério do Desenvolvimento Agrário e a formação de ministérios com ausência de negros, negras e indígenas, grupos que sempre estiveram à margem do poder.

Este blogueiro, agora oficialmente membro do Grunec, chamou a atenção para a volta de pautas que colocam em riscos o direito da juventude pobre e negra deste pais, como, por exemplo, a Proposta de Emenda à Constituição que faz menção a Redução da Maioridade Penal (PEC 171/93), assim como aquela que colocam a margem e censura as manifestações artísticas e sociais do estado do Ceará através de um projeto de lei apresentado no último dia 23 pela Deputada Silvana Oliveira com mandato pelo PMDB que “disciplina, no âmbito do estado do Ceará, manifestações sociais, culturais e/ou de gênero e dá outras providências”. Ressaltamos que a proposta além de censurar é inconstitucional.  

Ante a este cenário desanimador é que o Grunec se apresenta como movimento social, pois está vigilante. Verônica Neves ao apresentar o histórico do grupo sempre atuante nas causas afirmou que se faz necessário um posicionamento frente a situação e defendeu a elaboração de uma carta aberta externando e refletindo o momento. Ela afirmou ainda que está muito próximo da aposentadoria e que tão logo haja a concretização irá se dedicar de forma completa ao grupo, ressaltando que um dos temas que mais se debruçará será o feminismo negro.

Valéria Carvalho, aproveitou o ensejo para tecer comentários sobre o VII Artefatos da Cultura Negra que tem o Grunec como um dos realizadores. Ela chamou a atenção para a importância do evento que se dará entre os dias 19 e 23 de setembro no cariri, pois é o momento de compartilhamento de saberes e de refletir e agir acerca das causas negras.

Na oportunidade, foi frisado ainda que entre os  dias 30 de junho e 1º de julho representantes do Grunec estarão na Assembleia Legislativa do Ceará com o propósito de receber a posse enquanto movimento no Conselho da Igualdade Racial.

Dentre muitos encaminhamentos, ficou decidido da importância de se implementar grupos de estudos, montagem de núcleos do Grunec em Altaneira e Barbalha, ao passo que se promoveu o recadastramento de seus membros, além do compromisso de nos fortalecer cada vez mais. 

Além do nomes supracitados, participaram do encontro Paulo Fuisca, Yascara, Janayna Leite, Francisco Roserlândio e Lurdes Oliveira. 

Grunec promove encontro e debate cronograma de ações. Foto: Grunec.

Biografia em quadrinhos conta a história de Carolina Maria de Jesus



Negra, pobre e favelada. Dona de uma das escritas mais contundentes da literatura brasileira, Carolina Maria de Jesus reunia características que até hoje fazem milhões de mulheres serem discriminadas. Agora ela é homenageada nas páginas de “Carolina”, biografia em quadrinhos lançada pela editora Veneta.
Publicado no Geledes

Carolina foi um dos grandes fenômenos literários do Brasil nos anos 1960. Foi descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, que a ajudou a publicar seu livro de estreia “Quarto de Despejo”. ficou no topo da lista de mais vendidos e foi publicado em mais de 13 países.

A HQ é fruto de uma parceria entre Sirlene Barbosa, doutoranda em educação pela PUC-SP e professora de língua portuguesa e o artista visual João Pinheiro, autor de “Kerouac,” e “Burroughs”.

Mãe de três filhos, Carolina Maria de Jesus narrou em seu livro o cotidiano na favela do Canindé, na zona norte de São Paulo. A HQ retrata sua infância pobre em Minas Gerais, sua vida sofrida, a fama alcançada com a publicação do livro e as ilusões, decepções e o esquecimento que vieram depois.

A escritora também é tema de “Carolina Maria De Jesus – Uma Escritora Improvavel” de Joel Rufino dos Santos. No título da editora Garamond, Rufino conta a vida de Carolina entrelaçando-a com a história do Brasil com reflexões sobre classe, sociedade e escrita.

CAROLINA
AUTORES Sirlene Barbosa e João Pinheiro
EDITORA Veneta
QUANTO R$ 33,90 (preço promocional*)
* Atenção: Preço válido por tempo limitado ou enquanto durarem os estoques.










“Meu fio de esperança”, por Frei Beto


Sou vivido. Vi o Brasil passar por muitas crises. O suicídio de Vargas, em agosto de 1954, estragou meu aniversário de 10 anos. JK soube, em 1956, contornar a rebelião militar de Jacareacanga. A renúncia de Jânio, em 1961, me levou às ruas pela primeira vez, em defesa da democracia.

O golpe militar de 1964 me arrancou da faculdade de Jornalismo para atirar-me nas masmorras do CENIMAR (Centro de Informações da Marinha). O AI-5 me desempregou do jornal e, meses depois, me conduziu a quatro anos de prisão.

Publicado originalmente no Correio da Cidadania

Meu sonho, ainda hoje, é o socialismo. Fora da Igreja há salvação. Mas não há salvação para a humanidade fora de um sistema no qual haja partilha dos bens da Terra e dos frutos do trabalho humano, e onde os direitos humanos estejam acima dos privilégios do capital.

Para um sonho se tornar realidade são necessárias mediações. Busquei-as na Ação Católica. Os bispos, pressionados pela ditadura, a desmantelaram. Apoiei organizações revolucionárias contra a ditadura. A repressão as derrotou. Tornei-me eleitor do PT. O partido se deixou contaminar pelo elitismo e a corrupção, em treze anos de governo não promoveu nenhuma reforma estrutural, e calou-se quanto ao socialismo. Hoje, voto PSOL.

Meu fio de esperança se prende aos movimentos sociais. Não são perfeitos. Neles há também oportunistas e corruptos. Mas estes são exceções. Porque a base da maioria dos movimentos é a gente pobre que luta com dificuldade para sobreviver. Essa gente costuma ser visceralmente ética. Não acumula, partilha.

Não se entrega, resiste. Não se deixa derrotar, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima.
Não sei o que será do nosso Brasil nos anos vindouros. Sei apenas que fora dos movimentos sociais a nação não tem salvação. O PT tentou e se deu mal. Em uma sociedade tão marcadamente dividida em classes sociais, somente o vínculo orgânico com os pobres nos mantém com os pés no chão, a alma repleta de fome de justiça e a cabeça fiel à utopia socialista.

A democracia é uma senhora muito ciosa de suas origens. Todas as vezes que tentam prostituí-la, sequestrá-la, corrompê-la, reage e desmascara seus algozes. Ela prefere sempre se abrigar em seu ninho: o protagonismo popular.

O capitalismo tenta nos ludibriar, convencer-nos de que democracia é sinônimo de rotatividade eleitoral. Ora, a verdadeira democracia se apoia na economia, na partilha das riquezas; na ecologia, ao cuidar da proteção ambiental; na cultura, ao assegurar a todos o direito de criar e se expressar; e na política, ao dotar todos os cidadãos e cidadãs de poder para monitorar os rumos do Estado e, portanto, da sociedade.

Nenhuma esquerda ideológica se sustenta por muito tempo sem este respaldo fisiológico: o contato direto com os movimentos nos quais os pobres se organizam e lutam por seus direitos.


Contas na Suíça: Eduardo Cunha se torna réu pela 2ª vez em votação no STF



Em julgamento nesta quarta-feira (22) da denúncia contra o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pelo suposto recebimento de propina em contas secretas na Suíça, o STF (Supremo Tribunal Federal) já atingiu maioria entre seus ministros para abrir ação penal e tornar o deputado réu pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e falsidade ideológica com fins eleitorais.
Publicado originalmente no Uol Notícias

Nove dos onze ministros já votaram a favor da abertura do processo: o relator, Teori Zavascki; Dias Toffoli, Marco Aurélio Mello, Edson Fachin, Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski.

Com o aceitamento da denúncia da Procuradoria, esta é a segunda ação em que Cunha se torna réu pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O Supremo analisou a denúncia da Procuradoria-Geral da República de que Cunha teria utilizado contas na Suíça para receber propina relativa à aquisição, pela estatal brasileira, de um campo de petróleo na costa do Benin, na África, em 2011, por US$ 34 milhões.

As investigações apontaram que uma conta ligada a Cunha teria recebido 1,3 milhão de francos suíços após o negócio ser fechado, o equivalente à época a 1,5 milhão de dólares. O repasse foi feito, segundo a Lava Jato, por João Augusto Rezende Henriques, operador que representaria os interesses do PMDB no esquema.

"Está documentalmente provado, e esse processo foi transferido da Suíça para a Justiça brasileira, de que as contas são de titularidade do acusado e que a origem dos recursos, ao menos nesse juízo de recebimento de denúncia, é absolutamente espúria", disse o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Em seu voto, Teori destacou que a forma como Cunha recebeu os repasses reforçaram as suspeitas contra ele. Segundo a denúncia da PGR, o operador João Augusto Henriques fez depósitos, com origem em uma conta na Suíça, para um trust de propriedade de Cunha. "Em suma, a análise dos autos revela a existência de indícios robustos para recebimento da denúncia", disse o ministro relator ao votar sobre o crime de corrupção.

Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Câmara dos Deputados. Pedro Ladeira/Folhapress

PEC de Temer precariza o trabalho e congela salários dos servidores públicos por 20 anos



"Novo Regime Fiscal" é como foi classificado a nova empreitada (Proposta de Emenda à Constituição, a PEC 241-2016) do governo interino de Michel Temer, agora, contra os servidores públicos, que poderão ficar com seus salários congelados por 20 anos. Se a justificativa do governo destruidor de direitos é economizar, questionamos porque não cortar os gastos supérfluos do alto escalão dos poderes judiciário, legislativo e executivo, como os auxílios moradias e alimentação dos magistrados?
Publicado no Portal CTB

A pauta está nas mãos do líder do governo na Câmara dos Deputados, André Moura (PSC-SE), alvo da Lava Jato, suspeito de tentativa de assassinato e réu em três ações no Supremo Tribunal Federal (STF). Moura protocolou no dia 15 de junho e, se aprovada, garantirá que o governo federal cesse a realização de novos concursos públicos, bem como de reajuste do funcionalismo público, alteração de estrutura de carreira ou criação de cargos que impliquem aumento de despesa.

Na opinião do Secretário do Serviço Público e dos Trabalhadores Públicos da CTB, João Paulo Ribeiro, JP, essa proposta "destrói o serviço público. Não há escrúpulo por parte desse governo. Com essa PEC haverá uma total abertura para a privatização e terceirização, através das já conhecidas OSIPS e OS". E emenda: "Essa será uma gestão privatizante dos recursos públicos e dos aparelhos e funcionários do Estado. Saúde, Educação e Saneamento Básico, por exemplo, correm sérios perigos".

O dirigente da CTB ressalta que o Estado que, minimamente, avançou nos últimos anos, será desmontado e entregue aos setores que não têm outro objetivo senão o lucro. "Essa PEC é  a maior ousadia que um governo, sem negociar com os servidores públicos, poderia fazer. Ele aborda vários aspectos de projetos de lei que tramitam nesse momento na Câmara dos Deputados. Propostas que cerceiam a liberdade e qualquer possibilidade do trabalhador ter plano de carreira dentro do serviço público, de valorização do serviço público, permanência de renovação dos quadros. Ou seja, a consequência será a precarização geral dos trabalhadores do serviço público.

Se aprovada, a PEC abre espaço para que os governos estaduais criem legislação semelhante, prejudicando o acesso da sociedade aos serviços públicos. Há de se frisar que o efeito cascata favorecerá não só a iniciativa privada como abrirá caminho para a concessão e terceirização dos serviços.

Sucateamento da Saúde e Educação

Pacote protocolado por Moura ainda mira os investimentos na Saúde e Educação, já que tem brechas que possibilitam cortes cortes em diversas áreas, sobretudo, nas áreas da Saúde e Eduacação. Os investimentos, que atualmente já são escassos, seriam totalmente limitados ao percentual da inflação, que é abaixo das necessidades.

De acordo com a proposta, os investimentos em Saúde e Educação não poderão superar o gasto do ano anterior após corrigido pela inflação. Este, seguramente, é o maior retrocesso dos últimos tempos, porque interrompe a trajetória de acesso da população mais pobre aos serviços público de educação e saúde.

Desmonte da Previdência

Para completar o pacote de maldades de Temer, uam das prioridades da que será complementada pela reforma da previdência, será seguida de outras medidas de ajuste. Entre as quais, já se tem conhecimento das seguintes:

1) a dispensa de servidor por insuficiência de desempenho;
2) a mudanças nos critérios de progressão e promoção de servidores;
3) restrições na concessão pensões, nas aposentadorias por invalidez e no auxílio-doença;
4) novo arrocho na concessão do abono do PIS/Pasep e do seguro-desemprego.

Tramitação

A proposta será encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para apreciação da sua admissibilidade e constitucionalidade. Se aprovada, será criada uma comissão especial destinada a analisar o mérito. A comissão tem até 40 sessões da Câmara para apresentar e votar um parecer, no entanto, o trâmite poderá ser concluído após dez sessões.


A partir daí, a PEC será discutida e votada no plenário da Câmara, em dois turnos, antes de seguir para o Senado. Para ser aprovada são necessários no mínimo 308 votos dos deputados em cada turno. A intenção do governo ilegítimo é que a proposta seja aprovada no Congresso Nacional o mais rápido possível para que o novo cálculo para os gastos públicos já seja aplicado em 2017.


Novo quadro do “Notícias em Destaque”, da Altaneira FM, promove crônicas e artigos de opinião



O informativo “Notícias em Destaque”, da Rádio Comunitária Altaneira FM, nasceu como projeto em meados de 2010 com a finalidade de levar informações objetiva e autônoma, de maneira tal que proporcionasse uma reflexão, e que estas, por sua vez, contribuíssem significativamente para um deslocamento de horizontes de pensamentos e mudanças de atitudes dos ouvintes, lhes permitindo se transformarem em sujeitos transformadores de sua própria realidade.

De 2010 para cá o informativo passou por várias mudanças, inclusive de apresentadores/as. Este blogueiro, um dos idealizadores e autores do projeto foi o primeiro a assumir a bancada do ND como passou a figurar no imaginário dos altaneirenses. Em virtudes de projetos pessoais, deixamos de apresenta-lo, mas sempre que possível demos parcelas de contribuição ao jornal que hoje tem no comando a locutora Flávia Regina.

Com quatros blocos que vão desde informações nacional e regional, há também momentos de notícias relacionadas a comunidade local, este ano o Notícias em Destaque está desenvolvendo um novo quatro intitulado “Momento Crônicas Argumentativas” sempre na perspectiva de corroborar para o fim proposto pelo noticioso que, dentre outros ideais quer ser crítico, reflexivo e autônomo.

O “Momento Crônicas Argumentativas” que está sendo desenvolvido duas vezes por semana – às segundas e sextas-feiras – a partir do meio dia (12h00), funde aspectos da crônica e dos textos argumentativos e se aproxima do Artigo de Opinião. Aqui usa-se muito da ironia para construí-la. Nestas, como no artigo de opinião há uma posição, ponto de vista ou até mesmo juízo de valor mediante vários artifícios da linguagem sobre temas específicos.

O primeiro tema proposto foi “Política e Religião se Discute Sim no dia 13 do mês corrente. “Novo governo ou Governo Novo” na última sexta-feira e na segunda-feira passada (20) foi trabalhado “Regimento Interno da Câmara: um erro ou uma falácia?”.

Aos interessados nas crônicas é só nos solicitar por e-mail (nicolauhistoria@gmail.com) e (flavia.regiduarte@gmail.com).




A hipocrisia deslavada do “Movimento Brasil Livre”, por Ivan Valente


Um dos mais ativos e raivosos movimentos em defesa do impeachment de Dilma Rousseff, o Movimento Brasil Livre vive um enorme drama composto por denúncias graves de envolvimento com políticos suspeitos de corrupção e, também, pela abstenção cínica diante das maracutaias do governo Temer.

Surgido para “combater” a corrupção e com forte ideologia conservadora, o MBL liderou manifestações de rua pelo afastamento de Dilma. Portava-se como apartidário e defensor do Brasil.

No entanto, recentes revelações puseram às claras o comportamento indisfarçadamente incoerente do movimento. Há pouco tempo, um de seus líderes, Renan Santos, afirmou que o grupo recebeu dinheiro do PSDB, PMDB, DEM e Solidariedade, todos com membros envolvidos na Lava-Jato. Ao mesmo tempo, para uma associação que se pretende “apartidária”, a relação íntima com os partidos da oposição de direita parece revelar muito bem o contrário.

Ainda mais grave, reportagem de Carta Capital investigou a relação de membros do MBL com políticos de Vinhedo, cidade aonde nasceu o movimento. O antigo e o atual prefeito, Milton Serafim (PTB) e Jaime Cruz (PSDB), são tidos por aliados e aparecem ao lado de seus membros com alguma frequência. Sefarim teve que sair do cargo após condenação a 32 anos de prisão por cobrar propina em troca de facilitar licenças. O tucano que assumiu está envolvido no escândalo da máfia das merendas.

Outro fato curioso que chama atenção é o não posicionamento do tal movimento de combate à corrupção com a sucessão infindável de denúncias contra o governo Temer. Nada sobre os ministros que caíram. Nada sobre os áudios de Romero Jucá. Nada sobre a delação de Sérgio Machado.

Ora, que movimento é este que se limita ao combate parcelado da corrupção? Isso evidencia que a sua intenção verdadeira nada tinha a ver com a defesa da ética, mas foi motivada por um fim específico. Se utilizar de uma causa nobre e republicana, o combate aos desvios do erário público, de maneira instrumental para outro fim e sem levar a bandeira até as últimas consequências é de um cinismo vil e rasteiro.

O golpe em curso no Brasil envolve inúmeros agentes dentro e fora das instituições. Nas ruas, o que poderia parecer um movimento legítimo, perde a credibilidade com as reais intenções de seus líderes. Certamente, muitas pessoas honestas que queriam protestar contra a corrupção se indignam ao ver a corja que assumiu o planalto e, por outro lado, se decepcionam com a fragilidade moral de certos movimentos.

O sistema político brasileiro está falido. A Operação Lava Jato tem desnunado a relação promíscua entre grupos empresariais e os grandes partidos políticos. Todos os envolvidos devem pagar por seus crimes. Todos, sem exceção. A corrupção para ser enterrada precisa de uma verdadeira reforma política, que devolva para o povo a democracia raptada pelo dinheiro.


Agora uma coisa é certa: muitos defensores do golpe se movimentaram por uma hipocrisia deslavada!