Filósofa Márcia Tiburi: Dilma Rousseff sofre “estupro político”



A filósofa e escritora Márcia Tiburi afirmou o que defensores do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) estão fazendo um "estupro político" com a  petista. Segundo Tiburi, no contexto atual, defender a democracia é defender a presidenta.


Dilma, muito nos orgulha o seu lugar de representante de todas as mulheres”. Sua fala foi interrompida por gritos ‘Fora Cunha’ e outras palavras de ordem defendendo que Dilma fique e Cunha vá (embora).

O presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB), conduz o processo de impeachment contra a presidente Dilma. No começo do mês passado, o peemedebista se tornou réu no Supremo Tribunal Federal (STF), que aceitou denúncia do procurador geral da República, Rodrigo Janot, contra o parlamentar.

Cunha é acusado de exigir e receber ao menos US$ 5 milhões em propina de um contrato do estaleiro Samsung Heavy Industries com a Petrobras. Com a decisão, Cunha passa a ser réu na primeira ação penal no Supremo originada das investigações da Operação Lava Jato.


Jovair Arantes, relator da Comissão é favorável ao processo de impeachment da presidenta


O relator da comissão especial o deputado Jovair Arantes (PTB/GO) responsável pela análise do pedido de impeachment do governo federal está neste momento lendo o relatório que, conforme ele já tinha antecipado, é favorável à abertura do processo de impeachment.

Imagem capturada do vídeo da Sessão da Comissão Especial do Impeachment. 
Com o parecer favorável, a câmara deverá tão logo se publique no Diário Oficial da mesma proceder a votação entre os dias 15 e 19 do mês corrente. Note-se que a denúncia em desfavor da presidenta Dilma Roussef (PT) foi feita pelos juristas Miguel Reale, Hélio Pereira Bicudo Junior e Janaina Conceição Paschoal.

É digno de registro, outrossim, que Jovair Arantes é aliado do presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB). O chefe do legislativo federal que possui várias denúncias contra sua pessoa pediu a impugnação de testemunhas que deporiam contra ele no Conselho de Ética. O objetivo é tentar uma vez mais atrasar sua cassação. 

Os deputados tem ainda a possibilidade de pedir vistas durante as duas próximas sessões da Câmara. 

Relatório Pronto

O deputado Chico Alencar (PSOL/RJ) afirmou recentemente que apesar da grande capacidade de defesa e articulação do Advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo que poderia influenciar os indecisos, não seria, porém, levado em consideração na elaboração do relatório. Alencar foi enfático ao afirmar“o relatório que Jovair Arantes já vai apresentar provavelmente amanhã não deve levar em consideração a defesa de Cardozo. Tenho quase certeza que é um relatório já preparado, inclusive com orientação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ)”.

Abaixo você confere alguns detalhes da leitura do relatório que possui mais de 130 páginas e começou a ser lido por volta das 16h00

          

Personalidades Negras que Mudaram o Mundo: Melânia Luz



Nas últimas olimpíadas, disputadas em Londres, em 2012, a delegação brasileira foi composta por 123 mulheres, o equivalente a 47% do total de atletas.

Isso é reflexo direto do protagonismo adquirido pelas mulheres no mundo dos esportes, processo que se fortaleceu nas últimas décadas e que consolidou a representação delas nas mais diversas modalidades olímpicas. Esse destaque forçou muitas áreas de nossa sociedade, marcadamente conservadoras, a exemplo da mídia, a ceder mais espaços para o esporte feminino.

Se a paridade de gênero no mundo do esporte está próxima de ser alcançada, embora ainda haja uma sub-representação das disputas e dos feitos esportivos das mulheres na cobertura dada pelo meios de comunicação, o mesmo não podemos dizer quando às questões de gênero somam-se as étnico-raciais, mesmo que entre as principais referências do esporte brasileiro estejam inúmeras mulheres negras, como Marta, Cristiane e Pretinha, no futebol, Daiane dos Santos, na ginástica olímpica, Sarah Menezes, no judô, Fofão, Walewska, Valesquinha e Sassá, no vôlei, e Janeth, no basquete.

Muitas pessoas conhecem a história da nadadora Maria Lenk, primeira mulher a representar o Brasil e a América do Sul numa edição dos Jogos Olímpicos, mais precisamente, nos Jogos de Los Angeles (EUA), disputados em 1932. Seu legado é reconhecido e, como forma de homenageá-la, seu nome foi colocado num dos principais torneios da natação brasileira, batizando também o parque aquático do Complexo Esportivo Cidade dos Esportes, construído no Rio de Janeiro para receber as competições de natação, nado sincronizado e saltos ornamentais dos Jogos Pan-Americanos de 2007.

Todavia, a maior parte dos brasileiros provavelmente não sabe que 16 anos depois, em 1948, nas Olimpíadas de Londres, Melânia Luz dos Santos realizava algo igualmente importante e digno de ser lembrado e saudado, ao ser a primeira negra brasileira a competir nos Jogos Olímpicos.

Nascida em 1º de junho de 1928, no bairro paulistano do Bom Retiro, Melânia ganhou projeção e fez história na equipe do São Paulo. O alemão Dietrich Gerner, um dos responsáveis por tornar o São Paulo Futebol Clube uma equipe de ponta em diversas modalidades do atletismo, nos idos dos anos 1940, era seu treinador, assim como de Adhemar Ferreira da Silva, futuro bi-campeão olímpico do salto triplo. Gerner foi o técnico da seleção brasileira de atletismo nas Olimpíadas de 1948.

A atleta, embora tenha chegado a participar de competições de salto em altura, especializou-se nas provas de 100 e 200m rasos.

Atuando como velocista, esteve presente na maior parte das conquistas dos Campeonatos Paulistas e Troféus Brasil de Atletismo nos anos 1940 e 1950 pela equipe do São Paulo. Sua grande adversária nas provas de 100 e 200m foi Benedita Oliveira, que competia pelo Palmeiras, a qual se convertia em parceira quando representavam a seleção brasileira.

Aos 20 anos de idade, Melânia Luz integrou a primeira equipe feminina do atletismo brasileiro, nos Jogos Olímpicos de Helsinque (Finlândia), em 1948. Na prova dos 100m rasos não passou da fase eliminatória.

Ao lado de Benedita Oliveira, Elizabeth Clara Muller e Lucila Pini, Melânia também correu o revezamento 4X100m. O quarteto, que chegou a bater o recorde sul-americano da prova, dado à estrutura que os clubes brasileiros possuíam e ao nível técnico das adversárias europeias, não conseguiu chegar à fase final.

Não obstante, o fato de formarem a primeira equipe feminina de atletismo a representar o Brasil numa olimpíada já constituía uma grande conquista para todas, em especial para Melânia, que cravou seu nome na história como a primeira brasileira negra a participar de uma edição dos Jogos Olímpicos, como hoje em dia ela própria reconhece:

“Eu fiquei na história. Eu também competi. Não é que me deixaram.”

O feito de Melânia Luz foi registrado por Schuma Schumaher e Érico Vital Brazil, no livro Mulheres Negras do Brasil, que mostra a trajetória dessas mulheres e tenta revelar a razão de serem um dos grupos mais invizibilizados em nossa sociedade e em nossa história. A façanha de Melânia garantiu-lhe um capítulo no livro.


Sua paixão pelo atletismo seguiu-a durante grande parte de sua vida. Melânia, após encerrar sua carreira profissional continuou competindo em campeonatos para veteranos até 1998, quando já tinha 70 anos.

Ao longo da carreira conquistou vários títulos, entre os quais se destacam o bronze nos 100m e as medalhas de prata dos 200m e no revezamento 4x100m no Campeonato Sul-americano do Rio de Janeiro, em 1947; e o ouro no revezamento 4x100m e a prata nos 200m rasos no Campeonato Sul-americano, disputado em Lima (Peru), em 1949.

Como atleta veterana estabeleceu vários recordes: Brasileiro +65, nos 100m rasos (1995), com a marca de 15″40; Sul-americano +60, no revezamento 4x100m rasos (1997), com o tempo de 1’03″16; Sul-americano +70, nos 200m rasos (1998), com a marca de 36″77; Brasileiro +70, 200m rasos (1998), com a marca de 36″77; e Brasileiro +70, no salto em altura (1998), quando alcançou 1,10m.

Por tudo isso, Melânia Luz dos Santos se tornou referência e motivo de orgulho para os atletas negros do Brasil, embora seu nome continue a não ter, no Brasil, a devida projeção.


Para Chico Alencar exposição do advogado Cardozo pode influenciar votos de indecisos


O deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ) acredita que a exposição de uma hora e 40 minutos, feita ontem (4), pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, na apresentação da defesa da presidenta Dilma Rousseff na comissão especial do impeachment, pode influenciar votos de indecisos. Para o parlamentar, porém, a peça da defesa não deve ter efeitos sobre o relatório que será apresentado por Jovair Arantes (PTB-GO) no próprio colegiado.


Alencar: "Tenho quase certeza que o relatório está preparado, inclusive com orientação de Cunha".

Naquela comissão há um jogo de cartas marcadas. O relatório que Jovair Arantes já vai apresentar provavelmente amanhã não deve levar em consideração a defesa de Cardozo. Tenho quase certeza que é um relatório já preparado, inclusive com orientação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ)”, diz Alencar.

Mas o deputado considera que a defesa de Cardozo impressionou e isso pode trazer efeitos. “De fato, o silêncio raro naquele ambiente, sempre tumultuado, e os comentários até de quem já se definiu pelo impeachment, mostraram que ficaram muito impressionados com a capacidade de articulação e com a vinculação entre o jurídico e o político, inclusive com a explicação do objeto da denúncia, sobre os créditos orçamentários suplementares e as tais pedaladas.”

Se a o país tivesse “um parlamento menos aferrado a interesses consolidados”, diz o deputado, a defesa de Cardozo poderia mudar o processo. “Mas, em benefício da dúvida, se houver de fato alguns indecisos, eles terão um arsenal de razões, pela exposição de Zé Eduardo, para votar contra esse impeachment.”

Ontem, após a fala de Cardozo na comissão, Chico Alencar publicou uma série de postagens no Twitter. “Está explicado por que defensores do impeachment queriam impedir que José Eduardo Cardozo viesse contestar o pedido de destituição da presidente”, afirmou. “Foi uma aula magna de Constituição, legislação sobre impeachment e mudanças na jurisprudência. Calou um plenário habitualmente ruidoso.”

Embora tenha ressaltado que seu partido faz “oposição programática e de esquerda (ao governo Dilma), desde os tempos que tinha alta popularidade”, e que o governo “é indefensável”, ele afirmou na rede social que “este impeachment, baseado em 'pedaladas fiscais' e impulsionado por entidades empresariais e pela mídia hegemônica, não se sustenta”. “Sem provas robustas de crimes de responsabilidade e corrupção, não apoiamos impeachment contra governante eleito, ainda que impopular.”

O advogado-geral da União afirmou enfaticamente, em sua defesa: “Digo aos senhores que neste caso, por não existir fato ilícito, nem ato doloso, o processo de impeachment equivaleria ao rasgar da Constituição de 1988. O Brasil não pode conviver com esse tipo de ruptura constitucional”.






Mais de 1.000 eleitores de Altaneira ainda não realizaram o recadastramento biométrico


O Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE/CE) divulgou em seu site na última quinta-feira, 1º de abril, que conseguiu atingir a meta para o recadastramento biométrico, superando o índice de 70% do eleitorado nos 46 municípios.

De acordo com tabela disponibilizada pelo tribunal o município de Tejuçuoca foi o que obteve  o melhor resultado, com 91,31% dos eleitores recadastrados, seguido de perto por Ocara e Penaforte com 89,90% e 89,67%, respectivamente. Irauçuba, porém, foi aquele que teve o menor número de recadastramentos, apenas 73,16% do eleitorado.


Já no município de Altaneira, na região do cariri, 1.440 eleitores que estão aptos a votar ainda não passaram pelo recadastramento biométrico e tem até o dia 4 de maio para se regularizarem. Em termos percentuais, esse eleitores representam 23, 23%. Ainda segundo consta no Tribunal Eleitoral do Estado, o município possui 6.198 (seis mil, cento e noventa e oito) eleitores aptos a votar, deste 4.758 passaram pela atualização cadastral.

No processo de revisão eleitoral que teve encerramento no último dia 31 de março, os altaneirenses tiveram como ponto de atendimento o Fórum e agora precisam se direcionar até o Cartório Eleitoral do município de Nova Olinda com prazo final no dia 4 de maio, data em que, de acordo com o Calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), termina o prazo para a emissão de título, visando às eleições municipais deste ano.