“TERCEIRA VIA: SERIA VIÁVEL?”, por Carlos Alberto Tolovi


O Blog Informações em Foco publicou no último dia 30 de setembro artigo em que cita a indignação do altaneirense Erisvan Demones, conhecido popularmente como Bilica, graduado em Educação Física e que ora atua como professor dessa disciplina na Escola de Ensino Fundamental e Médio César Cals de Oliveira Filho, no município de Quixadá, no que toca aos últimos debates travados na rede social facebook, tendo como ambiente de discussão o grupo “Altaneira-Ceará”.

Em comentário reproduzido neste portal, Bilica classificou as discussões como intolerantes e ignorantes e se questionou se os debates podem levar a alguma coisa construtiva.

Tão logo o artigo foi publicizado na rede social facebook, alguns navegantes teceram comentários. As discussões giraram em torno das prestações de contas das entidades Associação e Fundação ARCA, como também da Associação Beneficente de Altaneira –ABA, órgão mantenedor da Rádio Comunitária Altaneira FM. O advogado Raimundo Soares Filho, do “Blog de Altaneira” e o Assessor de Comunicação do Legislativo Municipal Júnior Carvalho, do Blog “A Pedreira” afirmam que falta transparência nas entidades supracitadas, pois estas não dão publicidades das prestações de contas nas redes sociais.

Membros da ARCA e ABA defendem que inexiste falta de transparência, uma vez que mensalmente essa é feita junto aos participantes e que ainda há publicidade na Rádio Altaneira Fm.

O professor e Vereador Adeilton entrou no calor do debate a arguiu “porque essas cobranças agora? Lembro que há algum tempo atrás os senhores defendiam a ARCA e o próprio Professor Tolovi a todo custo. Agora acompanhamos numa série de cobranças e perseguições as instituições públicas que nunca fora feita. Qual é, de fato, o objetivo disso tudo? Será que estão temerosos com os trabalhos desenvolvidos eles se tornem forte politicamente e se tornem uma ameaça para o poder? Vai entender. No mais, o Bilica é um grande cidadão e motivo de orgulho pra todos nós”.

O Secretário da Educação, Deza Soares foi enfático e discorreu que as inquietações de Adeilton não procedem. “Pelo o que tenho acompanhado nessas discussões, ocorreram apenas cobranças quanto a transparência das entidades no sentido de externarem as contas publicamente, o que não deve ser nenhum desafio ou constrangimento para quem prega transparência. Cobrar transparência é bem diferente de acusar, como fez o Vereador Adeilton, no plenário da Camara Municipal de Altaneira, se referindo ao Professor Carlos Alberto Tolovi”.

O caso de temer perca de poder foi rebatido por Raimundo Soares. “As cobranças se deram de forma natural, as defesas que fiz do professor Carlos Alberto Tolovi, continuo a fazer se forem necessárias, não vejo perseguição alguma a entidades se essas ocorreram foram em tempos passados.

Também não vejo ameaças ao projeto de poder em Altaneira, pois Tolovi é radicalmente contra uma terceira via e ele jamais se aliaria ao grupo destronado, destarte este tese é furada”.

Na manhã desta quinta-feira, 02, a redação do Informações em Foco recebeu e-mail do Professor Carlos Alberto Tolovi dissertando sobre a Terceira Via.

Vamos ao Texto

TERCEIRA VIA: SERIA VIÁVEL?

Não somente viável, mas também saudável para a política de Altaneira!

Mas, o que seria uma terceira via?

Seria um terceiro caminho!

Mas, como definir os dois primeiros caminhos já trilhados no campo da política partidária de Altaneira?

A primeira grande e prolongada experiência se constitui com os mandatos de Sr. Ivã Alcântara e Dorival. Incluindo a “grande família”, os amigos e os cúmplices. E ninguém pode negar que, do seu jeito, com sua metodologia, apesar de todos os erros cometidos, esse grupo deu a sua contribuição.

A segunda experiência é mais recente: se constitui com a família Soares – incluindo os “amigos” e os cúmplices. Este grupo também está dando a sua contribuição. Mais como forma de continuidade do mesmo sistema político, com os mesmo erros, com a mesma metodologia.

Estes dois grupos marcaram e ainda marcam a história e a cultura altaneirense. Nunca será possível relatar a história de Altaneira sem mencionar o polarizado conflito político entre estes dois grupos em disputa pelo poder nas últimas décadas.

Mas, o que estes dois momentos  nos revelaram?

Algo muito interessante: o quanto os maiores inimigos, no campo da política partidária altaneirense, possuem em comum. Os dois grupos são formados por pessoas de boa índole e pessoas de índole má. Possuem gente competente e trabalhadora, assim como incompetente, mas útil ao sistema de manutenção do poder. Possuem visão administrativa baseada em “mendicância” junto aos governos estadual e federal, em função de obras que não geram empregos, não geram fontes de renda permanentes, não cuidam do meio ambiente e não melhoram a qualidade de vida das pessoas. Se agarram ao poder em uma disputa que chega ser irracional. Alimentam a dependência como forma de “controle social”. Enfim, jogam o “xadrez da política” nos limites do mesmo “tabuleiro”.

Mas, como poderia nascer uma terceira via?

Na verdade ela já foi gestada e está nascendo. Contudo, os dois grupos não perceberam isso.

Assim como o movimento social fortaleceu a oposição ao primeiro grupo, colaborando para a derrota do mesmo (o que foi historicamente muito importante e positivo para o fortalecimento da dialética democrática na política), este mesmo movimento está fazendo nascer uma terceira via. Com a mudança de governo municipal o processo de conscientização não foi interrompido.

Mas, de onde nasceria esta terceira via?

Principalmente de uma juventude independente, autônoma, crítica e criativa. E aqui eu poderia citar dezenas de jovens com este perfil e que possuem liderança. Mas, para não correr o risco de deixar alguém de fora, deixo ao leitor a tentativa de identifica-los.

Mas, o que deveria caracterizar esta terceira via, este terceiro caminho?

A mobilização social e a coerência ética. A prioridade não  deverá ser  o cuidado com as pedras dos calçamentos e as paredes das grandes construções, mas com as pessoas e o meio ambiente. O poder não será um fim em si mesmo, mas um meio para o bem de todos. Os cidadãos não serão objetos, mas sujeitos participativos e atuantes. As parcerias não serão eleitoreiras, mas continuadas, em função do bem comum.

Mas, será este um caminho perfeito?

É claro que não. Certamente muitos que estarão optando por este caminho também só revelarão o que realmente são depois de estarem assumindo cargos de poder. Mesmo porque, neste campo da política, somente o poder tem a capacidade de revelar o opressor que está adormecido dentro do oprimido (como falava o grande Paulo Freire e que foi possível constatar recentemente).

Mas , quando é que esta terceira via poderia ser constituída?

Bem, o processo já está em andamento. Esta administração atual criou um clima favorável pela decepção que causou nas pessoas de luta e que não aceitaram os métodos utilizados. No entanto, o desencadeamento de tudo isso ainda está indefinido. Mas o importante é que a comunidade altaneirense já comece a amadurecer esta ideia. Se queremos realmente apostar em algo diferente no campo da política partidária em Altaneira, então precisamos investir e arriscar em uma terceira via, tomando outro caminho.

O que teríamos a perder?

Pense nisso!”

(Carlos Alberto Tolovi)

Aécio Neves e mais 60 candidatos são financiados por empresas que praticam trabalho escravo


Empresas flagradas com trabalhadores em situação análoga à escravidão doaram dinheiro a 61 candidatos que disputam a eleição deste ano. Outros seis candidatos são, eles próprios ou suas famílias, donos de empresas que submeteram trabalhadores a esta situação. O levantamento foi feito pela ONG Transparência Brasil e considera todas as doações feitas a estes políticos entre 2002 e este ano, levando em conta a prestação de contas parcial divulgada no início de setembro pelos candidatos.

O único candidato à presidência na lista da instituição é o candidato à presidência Aécio Neves (PSDB). Os candidatos ao governo são Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Fernando Pimentel (PT-MG), Marconi Perillo (PSDB-GO), Tião Viana (PT-AC) e Wellington Dias (PT-PI). Entre os postulantes ao Senado, estão na lista Antônio Anastasia (PSDB-MG), Helenilson Pontes (PSD-PA), Mário Couto (PSDB-PA), Paulo Rocha (PT-PA), Perpétua Almeida (PC do B-AC) e Ronaldo Caiado (DEM-GO).

Os partidos com o maior número de candidatos financiados por estas empresas são o PSDB, com 11, o PT, com 10, e o PSD, com 8. A lista ainda pode aumentar com as novas doações, já que a totalidade delas só será conhecida após a eleição, em novembro deste ano.

Já os candidatos que a família possui empresas onde foram flagrados casos de trabalho escravo são: João Lyra (PSD-AL), Camilo Cola (PMDB-ES), Urzeni Rocha (PSD-RR), Camilo Figueiredo (PR-MA), Camilo Figueiredo Filho (PC do B-MA) e Janete Riva (PSD-MT), que anunciou sua candidatura após a renúncia do marido, José Riva (PSD-MT), barrado pela Lei da Ficha Limpa.

As empresas da lista que mais financiaram campanhas foram a Laginha, com R$ 4.371.006, a Marabá, com R$ 3.047.310, e a Eplan, com R$ 872.410.

Metodologia

A organização cruzou os dados de seus projetos sobre doações eleitorais (Quem Quer Virar e Às Claras) com a ‘lista suja’, divulgada semestralmente Ministério do Trabalho e Emprego. A lista do ministério inclui empresas e cidadãos em cuja propriedade tenha havido a identificação de trabalhadores submetidos ao trabalho escravo. A Transparência Brasil também buscou os nomes de donos, sócios e administradores à época do flagrante entre os doadores.

O Código Penal considera trabalho análogo a escravidão “a submissão de empregados a trabalhos forçados ou jornada exaustiva, condições materiais ou psicológicas degradantes (violando sua dignidade e seus direitos fundamentais), restrição de locomoção (como cerceamento de meios de transporte e retenção de documentos ou objetos pessoais), servidão por dívida e vigilância ostensiva a fim de reter o empregado no local.”

Atualmente, deputados e senadores tentam afrouxar o conceito de trabalho escravo descrito no código. Este movimento é uma reação à aprovação de uma emenda à constituição que destina à reforma agrária (no campo) ou à moradia (na cidade) os locais onde forem encontrados trabalhadores escravos.



Com Pragmatismo Político/Carta Capital

Personalidades Negras que Mudaram o Mundo: André Rebouças


André Pinto Rebouças nasceu em plena Sabinada, a insurreição baiana contra o governo regencial. Seu pai era Antônio Pereira Rebouças, um mulato autodidata que obteve o direito de advogar, representou a Bahia na Câmara dos Deputados em diversas legislaturas e foi conselheiro do Império. Sua mãe, Carolina Pinto Rebouças, era filha do comerciante André Pinto da Silveira.

André tinha sete irmãos, sendo mais ligado a Antônio, que se tornou seu grande companheiro na maioria dos seus projetos profissionais. Em fevereiro de 1846, a família mudou-se para o Rio de Janeiro. André e Antônio foram alfabetizados por seu pai e frequentaram alguns colégios até ingressarem na Escola Militar.

Em 1857 foram promovidos ao cargo de segundo tenente do Corpo de Engenheiros e complementaram seus estudos na Escola de Aplicação da Praia Vermelha. André bacharelou-se em Ciências Físicas e Matemáticas em 1859 e obteve o grau de engenheiro militar no ano seguinte.

Os dois irmãos foram pela primeira vez à Europa, em viagem de estudos, entre fevereiro de 1861 e novembro de 1862. Na volta, partiram como comissionados do Estado brasileiro para trabalhar na vistoria e no aperfeiçoamento de portos e fortificações litorâneas.

Na guerra do Paraguai, André serviu como engenheiro militar, nela permanecendo entre maio de 1865 e julho de 1886, quando retornou ao Rio de Janeiro, por motivos de saúde. Passou então a desenvolver projetos com seu irmão Antônio, na tentativa de estruturação de companhias privadas com a captação de recursos junto a particulares e a bancos, visando a modernização do país.

As obras que André realizou como engenheiro estavam ligadas ao abastecimento de água na cidade do Rio de Janeiro, às docas dom Pedro 2o e à construção das docas da Alfândega (onde permaneceu de 1866 até a sua demissão, em 1871).

Paralelamente, André dava aulas, procurava apoio financeiro para Carlos Gomes retornar à Itália, debatia com ministros e políticos por diversas leis. Foi secretário do Instituto Politécnico e redator geral de sua revista. Atuou como membro do Clube de Engenharia e muitas vezes foi designado para receber estrangeiros, por falar inglês e francês.

Participou da Associação Brasileira de Aclimação e defendeu a adaptação de produtos agrícolas não produzidos no Brasil, e o melhor preparo e acondicionamento dos produzidos aqui, para concorrerem no mercado internacional. Foi responsável ainda pela seção de Máquinas e Aparelhos na Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional.

Na década de 1880, André Rebouças se engajou na campanha abolicionista e ajudou a criar a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão, ao lado de Joaquim Nabuco, José do Patrocínio e outros. Participou também da Confederação Abolicionista e redigiu os estatutos da Associação Central Emancipadora. Participou da Sociedade Central de Imigração, juntamente com o Visconde de Taunay.

Entre setembro de 1882 e fevereiro de 1883, Rebouças permaneceu na Europa, retornando ao Brasil para dar continuidade à campanha. Mas o movimento militar de 15 de novembro de 1889 levou André Rebouças a embarcar, juntamente com a família imperial, com destino à Europa.

Por dois anos, ele permaneceu exilado em Lisboa, como correspondente do "The Times" de Londres. Transferiu-se, então, para Cannes, na França, até a morte de D. Pedro 2o.

Em 1892, com problemas financeiros, aceitou um emprego em Luanda, Angola, onde permaneceu por 15 meses. Fixando-se em Funchal, na Ilha da Madeira, a partir de meados de 1893, seu abatimento intensificou-se. Suicidou-se no dia 9 de maio de 1898, e seu corpo foi resgatado na base de um penhasco, próximo ao hotel em que vivia.



Paulo Freire: Humanismo e Esperança


Em seu livro Meu Encontro com Marx e Freud, Erich Fromm examina detalhadamente o que chama de renascença da experiência humanística. É o que ele achou que ocorreria, depois de determinada trajetória histórica, no final do século XX. É a renascença, segundo ele, do humanismo, da emergência de um novo Ocidente que empregue seus poderes técnicos em prol do homem, ao invés de usar o homem como se fosse uma coisa. É a nova sociedade, na qual as normas para a realização do homem governarão a economia, ao invés de ser o processo social e político governado por interesses econômicos cegos e anárquicos.

Citei Fromm de propósito porque seu pensamento aparece freqüentemente na obra de Paulo Freire, o incomparável educador brasileiro. Fromm aparece ao lado de Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Roger Garaudy, Herbert Marcuse, figuras que poderiam representar a chamada renascença da experiência humanística. E Paulo Freire pode perfeitamente ser colocado, pela sua atuação e pelas suas reflexões, junto a esses pensadores. Eu creio que a sua “pedagogia do oprimido” é hoje fundamental em todos aqueles países do Terceiro Mundo que estão, decididamente, levando seus povos para melhores condições de existência.

O que disse acima é resultado da leitura de Educação e Mudança. Há certa unidade no pensamento de Paulo Freire, e em qualquer um dos seus livros encontramos a base antropológica que sustenta as suas posições diante do mundo. Seja quanto à pedagogia propriamente dita, ou seja quanto ao conhecimento, digamos assim, de um novo homem oprimido.

Educação e Mudança reúne quatro ensaios. Pelos seus títulos, percebe-se a sua atualidade e a sua importância: 1) o compromisso do profissional com a sociedade; 2) a educação e o processo de mudança social; 3) o papel do trabalhador social no processo de mudança; e 4) alfabetização de adultos e conscientização. Nos quatro artigos, a visão de Paulo Freire se impõe admiravelmente, e nessa visão pretendo destacar duas dimensões que se complementam: o humanismo e a esperança.

A respeito do humanismo, em primeiro lugar, é preciso mostrar a diferença em relação ao que se pensa academicamente sobre o assunto. O próprio Paulo Freire nos esclarece: Ö autor não entende por humanismo, neste como em outros estudos seus, as belas-artes, a formação clássica, aristocrática, a erudição, nem tampouco um ideal abstrato de bom homem. O humanismo é um compromisso radical com o homem concreto. Compromisso que se orienta no sentido da transformação de qualquer situação objetiva na qual o homem concreto esteja impedido de ser mais.”

Ser mais: esta expressão é muito usada nos escritos de Freire. Significa exatamente a possibilidade que se apresenta ao homem concreto de deixar de ser coisa, de se humanizar. Essa possibilidade é fundamental na experiência humanística de Freire. O compromisso radical com o homem concreto não pode ser passivo: ele é práxis, inserção na realidade e conhecimento científico desta realidade.

Como se dá esse compromisso? O exemplo dado pelo educador é cristalino. No caso de uma reforma agrária, o profissional que minimiza o camponês, desconhece sua técnica e seus procedimentos empíricos, está fugindo de um compromisso radical. Os procedimentos dos camponeses são manifestações culturais e, em determinados limites, são válidos e não podem ser mecanicamente substituídos.

Por isso, para o compromisso autêntico é necessária a consciência crítica. Essa consciência é aquela que vê o homem concreto, o homem na sua totalidade. Essa consciência, em oposição à ingênua, é a base do humanismo concreto de Paulo Freire.

Uma de suas características principais seria não repelir o velho pôr ser velho, nem aceitar o novo pôr ser novo; mas aceitá-los na medida em que velho e novo são válidos. A dialética do velho e o novo explica uma posição ingênua diante da reforma agrária. Aquela exatamente que privilegia a técnica (por ser nova) e minimiza a participação camponesa (por ser velha).

Assim, é preciso encarar o camponês em sua totalidade existencial; ele não é coisa, objeto manipulável pela técnica. Na medida em que é um ser humano, exatamente como o profissional é um ser humano, ele precisa ser visto como sujeito, como criador. Seus procedimentos empíricos, na aparência velhos diante da novidade técnica, são válidos em certa medida e não podem ser rejeitados. Para não haver essa rejeição, é necessário que a consciência crítica do profissional considere o homem concretamente: criador como todos os outros homens.


Via Geledes

Professor Bilica classifica discussões como intolerantes e ignorantes por alguns navegantes altaneirenses


O altaneirense Erisvan Demones, conhecido popularmente como Bilica, graduado em Educação Física e que ora atua como professor dessa disciplina na Escola de Ensino Fundamental e Médio César Cals de Oliveira Filho, no município de Quixadá, usou a rede social facebook, no grupo “Altaneira-Ceará” na noite desta terça-feira, 30 de novembro, para se posicionar ante as séries de discussões que vem sendo travada nessa rede.

O professor Bilica, mestrando pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – UTAD, em Vila Real, Portugal, em comentário a postagem do Assessor de Comunicação do Poder Legislativo de Altaneira, Júnior Carvalho em seu Blog “A Pedreira”, chegou a se utilizar da ironia para classificar os debates travados por alguns usuários altaneirenses.

No artigo intitulado “O que faz o professor Tolovi com o dinheiro da ARCA”?, do blog supracitado, Bilica foi irônico e arguiu “Nível de discussão em Altaneira tá top viu...” .  Ao desenvolver seu raciocínio o professor não poupou críticas aos que vira e mexe aparecem nas redes para se utilizarem da retórica para defender pontos de vistas. Alguns, claro, correntes, outros simplesmente para fortalecer seus egos.

Chegou a um ponto da intolerância e ignorância amargar os pensamentos mais simples das pessoas!

Fico a perguntar como essa discussão pode levar a alguma coisa construtiva. Por fim, concluo que o mais nobre dos homens serão os crucificados em prol de ideais individualizados e indignos”, destacou Bilica.

Bilica Demones estudou todo o ensino fundamental e médio em escolas da rede pública no município de Altaneira e cursou Educação Física por intermédio do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM.

Cearense Melissa Gurgel, eleita Miss Brasil é alvo de comentários racistas


O presidente em exercício da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE), Ricardo Bacelar, assinou nesta segunda-feira (29) representação e notícia-crime no Ministério Público Federal para responsabilizar os autores de mensagens racistas nas redes sociais contra Melissa Gurgel, a cearense eleita Miss Brasil no sábado (27).

Melissa Gurgel,  cearense eleita Miss Brasil é alvo de comentários racistas. Foto: Divulgação.
São colocados comentários preconceituosos e depreciativos ao povo cearense. Os comentários dizem que o sotaque cearense é sofrível, que o povo cearense é feio. É racismo em razão da localidade do Ceará, e nós não vamos aceitar isso. O sotaque cearense nos orgulha e faz parte da nossa cultura e da nossa identidade”, diz o presidente da OAB-CE, Ricardo Bacelar.

Após a vitória da cearense no concurso de miss, ela foi alvo de comentários preconceituosos. “Miss Ceará bonita até abrir a boca e vir aquele sotaquezinho sofrível”, diz uma das mensagens. “Lembrem de deixar a TV no mudo quando a miss Ceará for dar a palestra dela no miss Brasil do ano que vem”, diz outra.

O presidente em exercício afirma que coletou a imagem de algumas mensagens racistas contra Melissa Gurgel e apresentou ao Ministério Público Federal no Ceará. “Formalizamos a representação no MPF para apurar com rigor esse desrespeito ao povo cearense”. Se condenados, os autores de mensagens racistas podem ser presos por período de dois a cinco anos.

Melissa Gurgel, de 20 anos, foi eleita a Miss Brasil no sábado (27), em concurso realizado no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, com a participação das 27 misses dos estados e do Distrito Federal. Ela vai disputar agora o Miss Universo, que será realizado neste ano, nos Estados Unidos.
Com Geledes/Pragmatismo Político

Personalidades Negras que Mudaram o Mundo: Martin Luther King


Martin Luther King Jr foi um pastor protestante e ativista político estadunidense. Tornou-se um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, e no mundo, com uma campanha de não violência e de amor ao próximo.

Um ministro Batista, King tornou-se um ativista dos direitos civis no início de sua carreira.Ele liderou em 1955 o boicote aos ônibus de Montgomery e ajudou a fundar a Conferência da Liderança Cristã do Sul (SCLC), em 1957, servindo como seu primeiro presidente. Seus esforços levaram à Marcha sobre Washington de 1963, onde ele fez seu discurso "I Have a Dream".

Em 14 de outubro de 1964 King recebeu o Prémio Nobel da Paz pelo o combate à desigualdade racial através da não violência. Nos próximos anos que antecederam a sua morte, ele expandiu seu foco para incluir a pobreza e a Guerra do Vietnã, alienando muitos de seus aliados liberais com um discurso de 1967 intitulado "Além do Vietnã".

King foi assassinado em 4 de abril de 1968, em Memphis, Tennessee. Ele recebeu postumamente a Medalha Presidencial da Liberdade em 1977 e Medalha de Ouro do Congresso em 2004; Dia de Martin Luther King, Jr. foi estabelecido como um feriado federal dos Estados Unidos em 1986. Centenas de ruas nos EUA também foram renomeadas em sua homenagem.

Início de vida e educação

Martin Luther King, Jr. nasceu em 15 de janeiro de 1929, em Atlanta, Geórgia. Filho de Martin Luther King, Sr. e de Alberta Williams King. Seu nome legal ao nascer era de "Michael King"; seu pai, que mudou seu nome de Michael a Martin Luther, disse mais tarde que o nome de Michael foi registrado incorretamente. Martin, Jr. era o filho do meio entre a irmã mais velha, Willie Christine King, e um irmão mais novo, Alfred Daniel Williams King. Cantou com o coro da igreja em Atlanta na estreia filme E o Vento Levou. No entanto, mais tarde ele concluiu que a Bíblia tem "muitas verdades profundas que não se pode escapar" e decidiu entrar para o seminário.

King era originalmente cético em relação a muitas das reivindicações do cristianismo. O mais impressionante foi, talvez, a sua negação inicial da ressurreição corporal de Jesus durante a Escola Dominical com treze anos de idade. A partir deste ponto, ele declarou: "as dúvidas começaram a brotar inexoravelmente".

Ativismo político

Em 1955 Rosa Parks, uma mulher negra, se negou a dar seu lugar num ônibus para uma mulher branca e foi presa. Os líderes negros da cidade organizaram um boicote aos ônibus de Montgomery para protestar contra a segregação racial em vigor no transporte. Durante a campanha de um ano e dezesseis dias, co-liderada por Martin Luther King, muitas ameaças de morte foram feitas, foi preso e viu sua casa ser atacada. O boicote foi encerrado com a decisão da Suprema Corte Americana em tornar ilegal a discriminação racial em transporte público.

Depois dessa batalha, Martin Luther King participou da fundação da Conferência da Liderança Cristã do Sul (CLCS, ou em inglês, SCLC, Southern Christian Leadership Conference), em 1957. A CLCS deveria organizar o ativismo em torno da questão dos direitos civis. King manteve-se à frente da CLCS até sua morte, o que foi criticado pelo mais democrático e mais radical Comitê Não Violento de Coordenação Estudantil (CNVCE, ou em inglês, SNCC, Student Nonviolent Coordinating Committee). O CLCS era composto principalmente por comunidades negras ligadas a igrejas batistas. King era adepto ás ideias de desobediência civil preconizadas pelo líder indiano Mahatma Gandhi e aplicava essas ideias nos protestos organizados pelo CLCS. King acertadamente previu que manifestações organizadas e não violentas contra o sistema de segregação predominante no sul dos Estados Unidos, atacadas de modo violento por autoridades racistas e com ampla cobertura da mídia, iriam criar uma opinião pública favorável ao cumprimento dos direitos civis; essa foi a ação fundamental que fez do debate acerca dos direitos civis o principal assunto político nos Estados Unidos a partir do começo da década de 1960.

Ele organizou e liderou marchas a fim de conseguir o direito ao voto, o fim da segregação, o fim das discriminações no trabalho e outros direitos civis básicos. A maior parte destes direitos foi, mais tarde, agregada à lei estado-unidense com a aprovação da Lei de Direitos Civis (1964), e da Lei de Direitos Eleitorais (1965).

King e o CLCS escolheram com grande acerto os princípios do protesto não violento, ainda que como meio de provocar e irritar as autoridades racistas dos locais onde se davam os protestos - invariavelmente estes últimos retaliavam de forma violenta. O CLCS também participou dos protestos em Albany (Alabama) (1961-1962), que não tiveram sucesso devido a divisões no seio da comunidade negra e também pela reação prudente das autoridades locais; a seguir, participou dos protestos em Birmingham (1963) e do protesto em St. Augustine, na Flórida (1964). King, o CLCS e o CNVCE uniram forças em dezembro de 1964, no protesto ocorrido na cidade de Selma (Alabama).

Em 14 de outubro de 1964, King se tornou a pessoa mais jovem a receber o Nobel da Paz, que lhe foi outorgado em reconhecimento à sua nação e à sua liderança na resistência não violenta e pelo fim do preconceito racial nos Estados Unidos.

Com colaboração parcial do CNVCE, King e o CLCS tentaram organizar uma marcha desde Selma até a capital do Alabama, Montgomery, a ter início dia 25 de março de 1965. Já haviam ocorrido duas tentativas de promover esta marcha, a primeira em 7 de março e a segunda em 9 de março.

Na primeira, marcharam 525 pessoas por apenas seis blocos; a intervenção violenta da polícia interrompeu a marcha. As imagens da violência foram transmitidas para todo o país e o dia ganhou o apelido de Domingo Sangrento. King não participou dessa marcha: encontrava-se em negociações com o presidente estado-unidense e não deu sua aprovação para a marcha tão precoce.

A segunda marcha foi interrompida por King nas proximidades da ponte Pettus, nos arredores de Selma, uma ação que parece ter sido negociada antecipadamente com líderes das cidades seguintes. Esse ato causou surpresa e indignação em muitos ativistas locais.

A marcha, finalmente, se completou na terceira tentativa (25 de março de 1965), com a permissão e apoio do presidente Lyndon Johnson. Foi durante esta marcha que Stokely Carmichael (futuro líder dos Panteras Negras) criou a expressão "Black Power".

Antes, em 1963, King foi um dos organizadores da marcha em Washington, que, inicialmente, deveria ser uma marcha de protesto, mas, depois de discussões com o então presidente John F. Kennedy, acabou se tornando quase que uma celebração das conquistas do movimento negro (e do governo) - o que irritou bastante ativistas mais radicais e menos ingênuos.

A partir de 1965, o líder negro passou a duvidar das intenções estado-unidenses na Guerra do Vietnã. Em fevereiro e, novamente, em abril de 1967, King fez sérias críticas ao papel que os Estados Unidos desempenhavam na guerra. Em 1968 King e o SCLC organizaram uma campanha por justiça sócio-econômica, contra a pobreza (a "Campanha dos Pobres"), que tinha por objetivo principal garantir ajuda para as comunidades mais pobres do país.

Também deve ser destacado o impacto que King teve nos espetáculos de entretenimento popular. Ele conversou com a atriz negra do seriado Star Trek original, Nichelle Nichols, quando ela ameaçava sair do programa. Nichelle acreditava que o papel não estava ajudando em nada sua carreira e que o estúdio a tratava mal, mas King a convenceu de que era importante para o negro ter um representante num dos programas mais populares da televisão.

Morte

Martin Luther King era odiado por muitos segregacionistas do sul, o que culminou em seu assassinato no dia 4 de abril de 1968, momentos antes de uma marcha, num hotel da cidade de Memphis. James Earl Ray confessou o crime, mas, anos depois, repudiou sua confissão. Encontra-se sepultado no Centro Martin Luther King Jr., Atlanta, Fulton County, Geórgia nos Estados Unidos. A viúva de King, Coretta Scott King, junto com o restante da família do líder, venceu um processo civil contra Loyd Jowers, um homem que armou um escândalo ao dizer que lhe tinham oferecido 100.000 dólares pelo assassinato de King.