III Etapa do Campeonato de Ciclismo de Altaneira ocorrerá neste domingo (31)


Será realizada no Circuito da Trilha Sítio Poças em Altaneira amanhã (31/08) a terceira etapa do Campeonato Municipal de Ciclismo de Altaneira na categoria MTB com a participação especial da equipe Ninjas do Crato. 13 ciclistas altaneirenses já pontuaram no certame que é liderado pelo jovem Ricardo Pereira que ganhou a primeira etapa e ficou em quarto na segunda totalizando 37 pontos.

O recorde do circuito é de Lindevaldo Ferreira que completou a primeira volta da segunda etapa com tempo de 15min.22seg. A surpresa do campeonato é o veterano Luciano Veloso que está na segunda colocação no quadro geral.

O jovem Higor Gomes, vencedor da segunda etapa é o terceiro colocado e tem grandes chances de assumir a liderança já que o líder Ricardo Pereira foi suspenso por indisciplina.
A terceira etapa contará com três estreantes, o professor Fabrício Ferraz, o universitário José Robson e a criança Raimundo Soares Neto.

Os três primeiros colocados de cada etapa, além das medalhas receberão premiação em dinheiro totalizando R$ 300,00, sendo 150 para o primeiro, 90,00 para o segundo e 60,00 para o terceiro colocado. A premiação é um patrocínio do Governo Municipal através da Secretaria de Cultura, Esportes e Turismo.

O resultado geral do Campeonato Municipal de Ciclismo de Altaneira foi o seguinte:

Confira a pontuação geral do Campeonato Municipal de Ciclismo após a primeira etapa:

Primeiro Lugar: Ricardo Pereira - 37 pontos;
Segundo Lugar: Luciano Veloso - 30 pontos;
Terceiro Lugar: Higor Gomes - 25 pontos;
Quarto Lugar: Lindevaldo Ferreira - 18 pontos;
Quinto Lugar: Juliano Silva - 18 pontos;
Sexto Lugar: Antonio Bobó - 15 pontos;
Sétimo Lugar: Cicero Enzio - 15 pontos;
Oitavo Lugar: Raimundo Soares - 14 pontos;
Nono Lugar: Douglas Bernardo - 8 pontos;
Décimo Lugar: Delvamberto Soares - 6 pontos;
Décimo Primeiro Lugar: Ariocélio Soares - 6 pontos;
Décimo Segundo Lugar: Edycler Jefferson - 5 pontos;
Décimo Terceiro Lugar: Palito MegaSom - 1 pontos.


Publicado originalmente no Blog de Altaneira

XVI Campeonato de Futebol de Altaneira terá início neste sábado (30)


O Governo Municipal de Altaneira, através da Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo iniciará neste sábado, 30 de agosto, a sua 16ª edição do Campeonato de Futebol.  A informação foi confirmada tão logo se deu aprovação do documento que regulamenta a competição na manhã do último dia 10 do corrente mês e divulgado por Humberto Batista, ora no cargo de presidente da Associação Esportiva Altaneirense – AEA, entidade responsável pela realização do torneio.

Cartaz de Divulgação da XVI Edição do Campeonato de
Futebol de Altaneira. Foto:  Divulgação.
O campeonato obedece ao menos a princípio, as mesmas regras dispostas na sua 15ª edição realizada em 2013 com o envolvimento de oito equipes em confrontos de ida e volta, tanto na sede do município quanto na zona rural onde há equipes que as representam.  A novidade esse ano é à saída da equipe do Chelsea para a entrada de um clube que leva o nome do órgão realizador do torneio. Toda via, devido a questionamentos nas redes sociais e nos portais de comunicação quanto a entidade que organiza o torneio participar e ainda levar o nome, o Secretário Municipal de Cultura, Antonio Pereira, conhecido popularmente por Antonio de Kaci, divulgou via facebook que a denominação foi trocada, ostentando agora o nome de Santa Cruz.

Além do Santa Cruz, farão parte ainda o Caixa D’Água, Juventude, Maniçoba, Portuguesa, São Romão, Serrano e Vila Rica. A programação de abertura está marcada para ocorrer a partir das 16:00h defronte a Secretaria de Assistência Social. Aqui, haverá um desfile com os jogadores percorrendo os principais logradouros da cidade com destino ao Ginásio Poliesportivo.

Ainda aqui, farão parte da cerimônia de abertura as bandas de músicas dos municípios vizinhos, a Manoel de Benta de Assaré e a Fanfarra da Escola Pe. Luis Filgueiras, de Nova Olinda, além da anfitriã, a Pe. David Moreira.

No mesmo horário haverá o confronto entre o Vila Rica e a AEA no distrito do São Romão. Na sede o Caixa D’Água receberá o Serrano. Ao término da primeira fase as quatro equipes que mais pontuarem se classificam para as semifinais

De acordo com o regulamento apenas atletas inscritos na AEA, residentes e domiciliados no Município poderão participar do campeonato.

A final está marcada para o dia 18 de dezembro, dia do município. Ano passado, a equipe da Portuguesa foi campeã ao bater nos penalty o Caixa D’Água.

Fundação Educativa e Cultural ARCA, em Altaneira, promove dia D Cultura na Praça


A Fundação Educativa e Cultual ARCA, entidade sem fins lucrativos e que há mais de uma década vem promovendo, incentivando e dando acessibilidade aos jovens altaneirenses nos quesitos educação, cultura e geração de renda está realizando na manhã deste domingo, 31 de agosto, o Dia D Cultura na Praça.

Imagem compartilhada na rede social facebook por Givanildo
Gonçalves ilustrando uma confecção em forma artesanal.
A ARCA vem anualmente promovendo as “Noites Culturais” – marca registrada dessa entidade que se norteia pelo princípio da solidariedade e tem como base das suas ações o ser humano. No dia D Cultura na Praça haverá um mostra de confecções de produtos artesanais feitos pelas mulheres inseridas no Projeto ARCA.

Esse é um ensaio das produções que já vem sendo desenvolvidas ao longo dos últimos meses.  Além dessas exposições, haverá ainda exibições por parte do coral comandado por Cícero e Sebastião Amorim de músicas que retratam o cotidiano nordestino, além, claro, de recitações de poemas subsidiados, na sua grande maioria, por textos de Patativa do Assaré e apresentação do grupo de ensino de xadrez, uma iniciativa da Associação Universitária de Altaneira – AUNA e que vem sendo implementado junto a crianças e adolescente na ARCA.

O evento está marcado para ter início às 08h00 da manhã com previsão de se estender até as 11h30 da manhã. 

Seminário discute a construção do Museu Afro


Subsidiar a construção do Museu Nacional da Memória Afrodescendente é o objetivo do Seminário Rumo ao Museu Nacional da Memória Afrodescendente, que segue até quinta-feira, 28 de agosto, na sede da Fundação Cultural Palmares, em Brasília. Segundo o presidente da Fundação Cultural Palmares, Hilton Cobra, o Museu fará parte do complexo do Parque Nelson Mandela, a ser construído as margens do Lago Paranoá, na capital federal, e abrigará o maior acervo do país sobre a história negra, uma importante referência nacional e internacional da cultura afro-brasileira.

Macaé Evaristo(SECADI/MEC); Mnistra Luiza Barros(SEPPIR/PR); Ministra Marta Suplicy(MinC); Hilton Cobra e Sweden
berger Barbosa(Casa Civil/GDF).
Educação – “Precisamos resgatar a dor, para evidenciar a contribuição do povo negro na construção da sociedade brasileira”, disse Marta. Para isso, o Museu trabalhará com a história contada e a não contada nos livros-base da Educação. “Estamos em busca da verdade sobre a história do negro no Brasil para resgatar a autoestima com base na identidade”, completou.

Para o Ministério da Educação, o Museu será um alicerce fundamental na tarefa de implementar a Lei 10.639/2003 que estabelece o ensino da história e cultura dos africanos e afrodescendentes no currículo escolar. Macaé Evaristo, secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão, afirma que se trata de um grande avanço também, no que diz respeito à redução das desigualdades raciais. “É uma possibilidade de sairmos do silenciamento, um lugar de expectativa e de vozes que ainda não foram ouvidas em nossa sociedade”, disse.

Identidade – Já a ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, comparou a proposta do museu à obra Comunidades Imaginadas, de Anderson Benedict, onde o autor afirma que censos, mapas e museus são três posicionamentos importantes a como as populações se compreendem no tempo e no espaço. “São os modos como uma nação se define e pretende se apresentar para si e para o mundo”, explicou a ministra.

De acordo com Luiza, a população negra brasileira teve ganhos muito significativos no que tange ao reconhecimento de sua participação na sociedade, porém o Museu será um espaço à divulgação dos passos que já foram dados nesse sentido. “Um lugar onde poderemos contar nossa história, oferecer contribuições, interação e influências aos nossos passos no presente e no futuro”, concluiu.

O secretário da Casa Civil do Governo do Distrito Federal, Swedenberger Barbosa, também participou dos debates ressaltando a parceria entre o MinC e o GDF para a conquista da nova área de 65.006,502 m², localizada no Lago Sul, próxima a Ponte JK.


Via Fundação Cultural Palmares

Condutores de Turismo Comunitário de Altaneira terá 1ª experiência com visitantes


Cerca de 20 (vinte) jovens estão participando de um curso de Condução e Preparação de Trilhas, no Sítio Poças, município de Altaneira. A iniciativa é da Rede de Educação Cidadã – RECID e tem o apoio da Secretaria Municipal de Cultura, Desporto e Turismo.

Participantes do Curso de Condutores de Trilha
no Sítio Poças. Foto: Cícero Chagas.
Um dos incentivadores e coordenador do curso, o educador Cícero Chagas, conhecido popularmente como Cícero Popó tem afirmado quanto indagado sobre a importância e das finalidades de se realizar algo do tipo que não há melhor maneira de inserir o jovem na luta pela preservação ambiental e pelo desenvolvimento de práticas esportivas do que pelo caminho do turismo. Mas para que isso ocorra é fundamental que eles venham a conhecer os benefícios que o curso proporcionará. 

De acordo com Popó um dos principais objetivos a ser alcançado com o processo é contribuir para que os participantes conheçam os potenciais turísticos que Altaneira possui, levando a uma divulgação não só destes potenciais, mas também das infinidades de belezas naturais desta localidade que deixam qualquer um bestificado.

O curso teve início no último dia 06 (seis) de junho sendo subsidiados por aulas teóricas, a princípio na Secretaria de Assistência Social – SETAS e práticas. Esta última encontrou a própria trilha como espaço das apresentações, discussões e experimentos.  Noções como condução, planejamento de trilhas, dicas de primeiros socorros e atividades práticas de arvorismo formaram um dos nortes do curso que contam no seu quadro de ministrantes os professores Eric, Daniela Medina, que desempenha o ofício de historiadora no município de Juazeiro do Norte e Mardineuson.

Segundo informações de Francilene Oliveira (foto acima), uma das participantes do curso de condutores de turismo comunitário, essa equipe terá a primeira oportunidade de colocar em pratica o que desenvolveram neste sábado, 30 de agosto. Na ocasião, cerca de 40 estudantes dos cursos técnicos em Zootecnia e Agropecuária, do município de Iguatu virão a Altaneira objetivando fazer o reconhecimento da Trilha Sítio Poças e percorrê-la. Inclui-se ainda no rol das finalidades desta visita dos iguatuenses conhecer a Horta Dois Irmãos, que está localizada nesse mesmo espaço.


Candidato homofóbico, defensor de um “Kit macho”, causa revolta e vergonha alheia


Defensor da polêmica proposta sobre a criação de um “kit macho” nas escolas públicas brasileiras, o candidato a deputado federal pelo PSDB Matheus Sathler, de Brasília, usa a internet para ampliar o diálogo com os eleitores. Na rede, ele diz que a “desestrutura familiar” leva mulheres a trabalhar fora e que analisa projeto de lei “anti gay” vindo da Rússia. No horário eleitoral desta sexta-feira (22/8), ele chamou atenção, na TV, para as bandeiras da campanha.

O candidato publicou, no Facebook, foto junto a crianças: “a criançada já está sabendo que kit macho é ‘menino só pode gostar de menina e as meninas só de meninos’”. Sathler também se diz contra a presença de mulheres e homossexuais nas forças armadas e policiais. A realidade de mulheres que trabalham fora de casa “deve ser corrigida nas próximas gerações”, de acordo com ele.

Em vídeo publicado no Youtube, o candidato explica que registrou em cartório as principais promessas de campanha, como doar metade dos vencimentos, se eleito, para trabalhos de recuperação de “crianças vítimas do estupro pedófilo homossexual”. “Kit macho” e “kit fêmea” são outras promessas registrada, segundo o vídeo.

Constrangimento no PSDB

As declarações radicais e homofóbicas constrangeram o PSDB. O presidente regional da sigla no DF, Eduardo Jorge, disse que vai proibir Matheus Sathler de usar o horário da legenda para defender essas propostas. “Ele disse umas bobagens, foi chamado pelo partido e se retratou. Já dissemos que retiraríamos a candidatura dele se essa situação persistisse”, afirmou. “A posição do PSDB é de tolerância e de respeito”, garantiu o tucano. O candidato ao Governo do DF, Luiz Pitiman, afirmou que não conhece Matheus Sathler nem tem informações sobre as propostas apresentadas durante o horário eleitoral.

Diretor do Grupo Elos LGBT, Evaldo Amorim disse que vai acionar a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais para enviar uma carta de repúdio ao PSDB. “Esse discurso é um retrocesso na construção de uma sociedade mais igualitária. É absurda essa história de cartilha para ensinar menino a gostar de menina, as coisas não funcionam assim. A orientação sexual é inerente ao ser humano”, acrescenta o militante.


Com Correio Braziliense/Pragmatismo Político


Estado do Ceará possui mais de quarenta comunidades quilombolas


A Fundação Cultural Palmares disponibiliza em seu sítio listagem contendo o número de comunidades como remanescentes de quilombos, ou simplesmente comunidades quilombolas, por Estado.

Em publicação datada do último dia 20 de agosto no Diário Oficial da União – DOU, o Estado da Bahia, conhecido como o espaço social mais negro do Brasil, teve certificado por parte da Fundação Palmares mais 22 comunidades descendentes de quilombos.


Já o Estado do Ceará possui até o momento 42 (quarenta e duas) comunidades reconhecidas e certificadas por esta mesma fundação. A região do cariri cearense formada por 27 (vinte e sete) municípios insere neste rol quatro espaços sociais, a saber: Araripe, Potengi, Porteiras e Salitre. Sítio da Arruda, Sítio Carcará, Souza, Serra dos Chagas e Renascer Lagoa dos Criolos compõem essas comunidades, respectivamente. As duas últimas, inclusive estão localizadas em Salitre. Confira todos os grupo quilombolas devidamente certificados no Ceará clicando aqui.

Mapeamento das Comunidades Rurais Negras e Quilombolas realizado pelo
GRUNEC e a Cáritas Diocesana. Foto/Reprodução.
O Grupo de Valorização Negra do Cariri – GRUNEC e a Cáritas Diocesana de Crato – CE realizaram um importante trabalho com comunidades rurais de algumas cidades da Região do Cariri, Estado do Ceará. O material refere-se ao Mapeamento das Comunidades Rurais Negras e Quilombolas do Cariri.

O mapeamento realizado em 2010 visitou 25 comunidades em 15 municípios e objetivou visibilizar a população negra, bem como produzir um material que pudesse servir de base para futuras pesquisas e, sobretudo, para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para esta população. O presente trabalho constitui-se importante ferramenta de estudo e, claro, de suporte didático para serem utilizados nas aulas de História, Sociologia e Filosofia.

Confira o vídeo abaixo

                             

Marcha Negra repercute fora do país e reúne cerca de 50 mil pessoas


Pelo menos 50 mil pessoas saíram as ruas em todo o país na II Marcha Nacional contra o Genocídio do Povo Negro que aconteceu em pelo menos 10 Estados e teve repercussão em 15 países, segundo as primeiras avaliações dos seus organizadores. O protesto teve seu ponto forte em cidades como Salvador, S. Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Vitória, Belo Horizonte, Porto Alegre e Manaus, com passeatas que alteraram a rotina dessas cidades.

Em S. Paulo, cerca de mil pessoas compareceram ao vão do MASP, na Avenida Paulista para participar da manifestação, segundo estimativa da própria Polícia Militar. A passeata desceu pela Rua da Consolação em direção ao Theatro Municipal, no centro, onde em 1.978, foi fundado o Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial (MNU), uma das entidades mais antigas do movimento negro brasileiro em atividade.

Brasília

Em Brasília, a manifestação ocorreu na Praça Zumbi dos Palmares, no Conic, e reuniu cerca de 400 pessoas de acordo com estimativa da Polícia Militar do Distrito Federal. A manifestação na capital federal reuniu representantes de movimentos sociais, grupos religiosos, artistas e pessoas que enfrentam o racismo diariamente e percorreu as ruas no entorno da Rodoviária de Brasília, um dos pontos mais movimentados da cidade, de onde saem ônibus para as demais regiões administrativas do Distrito Federal e entorno.

"O objetivo da Marcha é dar visibilidade à questão. Quem está marchando aqui são as pessoas da periferia, dos assentamentos. Queremos dar vez para aqueles que estão à margem, que não falam", disse uma das organizadoras, Layla Marisandra, do Fórum da Juventude Negra. "No DF, não é diferente dos outros Estados. Aqui temos um cordão invisível que divide as asas [Sul e Norte] do entorno e das [cidades] satélites. Tem uma população que só vem ao centro para trabalhar".

Violência policial

Em S. Paulo, os manifestantes gritaram palavras de ordem contra a violência policial que atinge prioritariamente negros e pobres no Brasil. “A morte negra hoje, no Brasil, já atingiu números de guerra civil. A cada 25 minutos morre um negro neste país”, afirmou a coordenadora nacional do Movimento Quilombo, Raça e Classe, Tamires Rizzo.

Segundo o Mapa da Violência 2014, morreram, proporcionalmente, 146,5% mais negros do que brancos no Brasil, em 2012, em situações como homicídios, acidentes de trânsito ou suicídio. Entre 2002 e 2012, esses números mais que dobraram, segundo o estudo elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, com apoio da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, da Secretaria Nacional de Juventude e da Secretaria-Geral da Presidência da República.

Cantor de rap e estudante de geografia, Tiago Onidaru disse que vê de perto as consequências da violência. “A gente perde vários irmãos na comunidade. Se não é um amigo nosso, é amigo de um amigo”, contou o jovem de 27 anos, que também reclamou da representação do negro nos meios de comunicação. “É uma ausência de representação, e quando tem é para ridicularizar", disse o rapper.

Na manifestação, em Brasília, as histórias de violência e preconceito eram muitas. A técnica de enfermagem Lourdes Pereira, de 49 anos, teve o sobrinho Flávio Rogério, de 20 anos, assassinado pela polícia, em Teresina. "Meu sobrinho morreu por um pré-julgamento da polícia. Esse julgamento é um racismo disfarçado", afirmou. Ela é moradora da Cidade Ocidental, município goiano no entorno de Brasília. Negra, Lourdes disse que "sente na pele a diferença. Quando vamos procurar emprego, por exemplo, e não somos escolhidas e a diferença não está no currículo."

O rapper Divino Monteiro, o Dino Black, traduz o sentimento em versos. "Meus irmãos só marcam presença lá se for para lavar banheiros ou lavar o chão. Me doi em pensar em tanta exploração. Tem preto otário achando que acabou a escravidão. Pode crer que não", diz na música "Onde Estamos". "Quando o negro entra, é o primeiro suspeito. Isso acontece comigo: basta eu entrar em um ônibus que todos me olham, basta entrar em uma loja que acham que eu vou roubar alguma coisa", diz o rapper, que é morador da Candangolândia, região administrativa do Distrito Federal.

Manaus

Em Manaus, a Marcha aconteceu no bairro Cidade Nova, zona norte, e contou com a participação de nove instituições que lutam pelos direitos dos negros, além de grupos de Hip-hop, capoeira, grafite e outras manifestações artísticas. Apesar do pouco número de manifestantes (cerca de 500 segundo as avaliações), os organizadores acreditam ser um avanço no Amazonas, Estado que não tem tradição na luta do movimento.

Segundo Luiz Gonzaga Fernando Costa, do Instituto Ganga Zumba, o Amazonas é um Estado onde ocorrem com frequência crimes de racismo contra negros apesar da maioria da população ter origem indígena. "Precisamos expor esses casos de violência e nosso movimento é para agregar e não segregar”, disse Costa.

Um dos motes da marcha foi “Reaja, ou seja morto” e para Rosiete Barros, membro da Rede de Educação Cidadã, em muitos casos a violência contra os negros parte de quem deveria proteger. “Há uma forte incidência de abuso policial para com os jovens negros. Mas isso começa desde a escola, pois as instituições não ensinam a história da cultura negra e ainda há uma barreira contra as religiões de matriz africana”, disse Rosiete.

Um dos membros da Federação de Umbanda e Cultos Afro-Brasileiros do Estado do Amazonas (Fucabeam), Cristiane Floriza, ressaltou que a intolerância religiosa com as religiões africanas parte de muitos professores e chega a ser motivo de crimes contra sacerdotes. Para ela, o preconceito é fruto do desconhecimento, por isso, essa cultura deveria ser apresentada na escola, mas muitos professores se opõem por causa de suas crenças pessoais.

Só neste ano, três homens sacerdotes da umbanda foram assassinados no Amazonas. Não podemos colocar uma indumentária ou colocar um pano na cabeça que já somos tachados de satanistas”, destacou Cristiane.

Na avaliação de Jéssica Santos, representante do Fórum da Juventude Negra do Amazonas (Fojune), os jovens negros da periferia de Manaus são os que mais sofrem com a violência por parte dos policiais. Ela afirma que há intimidação nas próprias delegacias, onde a Lei 7716/1989, que pune os crimes de racismo é ignorada.

Belo Horizonte

Em Belo Horionte, cerca de 200 manifestantes se reuniram na rua Aarão Reis, ao lado da Praça da Estação, a partir das 15h. O trânsito chegou a ser interrompido nas proximidades da Rua S. Paulo e Avenida Amazonas, na região central da capital mineira.

Portando cartazes e gritando palavras de ordem, os manifestantes denunciaram o fato de que mesmo após 126 anos da Abolição, os negros brasileiros continuam lutando por cidadania plena.


As fotos são creditadas por Reginaldo Bispo/Jornal O Tempo(BH) e José Cruz/Agencia Senado e foi Publicado Originalmente no Afropress