O futebol e a construção de mitos ideológicos no século 21


Os brasileiros adoram esportes. Somos excelentes no futebol, basquete, vôlei, judô, vela, tênis, atletismo, natação, e outros menos votados.  Até em alguns esportes considerados inicialmente “estranhos”, fora das competições olímpicas, assumidos como invenções brasileiras – o futebol de salão - e dos  cariocas: futebol e vôlei de praia, futevôlei temos mostrado a nossa aptidão em competições internacionais.


Nós, brasileiros, sabemos citar de cabeça nomes de patrícios que se destacaram nessas modalidades. Recitamos a escalação completa das nossas seleções, campeãs de 58 e 70.  E o futebol sempre foi o orgulho nacional. Afinal somos penta campeões, cinco taças do mundo conquistadas ao longo do tempo em competições duríssimas, nas quais mostramos a nossa arte e a nossa fibra.

Organizar a disputa de uma Copa do Mundo de Futebol no século 21 seria motivo de grande orgulho para o país, esperava-se. Além de mostrar ao Mundo a nossa arte e capacidade competitiva com a bola nos pés, ficaria evidente a capacidade de organização de um torneio de futebol que se tornou um desafio para os países-sede na era da globalização.  Da sociedade de consumo de massas e do espetáculo.  Mais ainda, seria uma forma de apagar as complicadas lembranças do “Maracanazo”, encravadas até hoje na alma dos brasileiros que amam o Futebol : a decepção da final da Copa de 1950, na qual, jogando em casa e pelo empate, fomos derrotados pela seleção uruguaia.

Com todo o acervo de conquistas nas áreas econômica – somos a 6ª economia do Mundo – e social , com o consistente processo de inclusão dos desfavorecidos, teria chegado “a hora dessa gente bronzeada mostrar o seu valor”. Na cadência e no repique do samba e da malemolência. Imaginaram os brasileiros crédulos e ingênuos. Não ocorre assim, entretanto.

O que teria acontecido para que estejam ameaçadas as conquistas da Copa?  Estaria havendo a prevalência do discurso ideológico sobre os fatos reais? Em pouco mais de um ano houve uma mudança no sentimento de segmentos específicos da sociedade brasileira sobre a Copa do Mundo de 2014. Afinal, uma festa de congraçamento mundial através do futebol. Uma forma de promover a paz e o entendimento entre povos e nações.  A essa altura seria correto indagar: a quem interessa o fracasso da Copa? Por que essa espécie de ódio ao futebol, construído e disseminado em tão curto tempo? Sentimento esse propagado por gente de elevado poder aquisitivo, com grande repercussão nos meios de comunicação, vocalizado por pessoas do âmbito artístico e cultural, mais ou menos famosas. Deixando transparecer algum tipo de articulação mais ampla no discurso e nas ações desses  outrora considerados formadores de opinião?

Talvez seja importante rememorar os acontecimentos. A partir do primeiro semestre de 2013 as redes sociais foram surpreendidas pela participação de moças e rapazes que dirigiam mensagens aparentemente inocentes aos internautas brasileiros. Falando um inglês perfeito, com legendas, insistiam para que repetissem uma espécie de mantra sobre a próxima Copa do Mundo: - “a Copa não é importante. Não interessa ao Brasil. O país tem que investir recursos em educação, saúde , mobilidade urbana, segurança pública”. E reforçavam:  “- não discutam, não argumentem, apenas repitam. Logo, todos irão entender”! Vieram, em seguida as  surpreendentes “manifestações de junho”. Estranhas em seus objetivos e ainda carentes de análises mais sólidas  e de  interpretações com profundidade política e sociológica.

O que se pode inferir desse estranho movimento na tentativa de desconstrução de um evento de tanta importância para todos os povos amantes do esporte e com tanto significado esportivo e cultural? E tendo como alvo o chamado “país do futebol”? Além dos ousados objetivos de politização /partidarização de um evento esportivo de tal magnitude, percebe-se os indisfarçados movimentos para a construção de mais um mito ideológico da atualidade. Desta feita envolvendo a maior competição esportiva do planeta. Como entender tamanha ousadia? Ou seria tão somente a aposta segura na ingenuidade política dos brasileiros? Repetindo aquele magnata do jornalismo internacional: -“ não perde quem aposta na infantilidade incurável dos seus leitores!”

Este movimento anti-Copa talvez se insira em ações semelhantes, desencadeadas na primeira década deste século, por instituições governamentais e multinacionais, tendo como objetivo a construção de mitos ideológicos, capazes de justificar  a criação de preconceitos arraigados e intervenções ,diretas ou indiretas, contra nações,  povos e etnias.

Nesse sentido, é oportuno lembrar a estigmatização dos povos árabes como componentes do “eixo do mal”, de acordo  com editos do governo americano (período do ex-presidente Bush Jr), conceitos logo repercutidos pela mídia mundial, ressoando  a “ameaça islâmica”. Conceitos que tiveram sequência, como o  mito da posse de armas químicas pelo Iraque e da urgente necessidade de destruí-las, justificativa para a invasão militar do país pelas forças armadas americanas, também no governo Bush Jr. Mais recentemente, a publicação do livro  “Eurábia”, o qual trata da “invasão” da Europa,  que estaria sendo perpetrada por árabes e muçulmanos, com o objetivo de  gangrenar (sic) o continente europeu  para depois dominá-lo.  Esse disparate foi assumido como verdade por políticos e intelectuais e tornou-se um dos argumentos do discurso da extrema direita europeia, após sistemática repetição  pelos eficientes meios de comunicação e persuasão do Velho Continente. Não é sem razão, portanto, que se fala na “2ª Guerra Fria”.

Voltando ao movimento “Não vai ter Copa”. Toda a lógica do movimento é no mínimo estranha. As “graves acusações” sobre gastos financeiros,  repetidas como ponto de percussão pelos meios brasileiros de comunicação e persuasão, embora não sustentadas em fatos concretos, são assumidas como verdades incontestes.

As comparações mais esdrúxulas são feitas, sustentadas por um  discurso e retórica vazias, aparentemente estúpidas, mas capazes de mobilizar corações e mentes de brasileiros que acreditam , conforme lhes é ensinado, nos “graves prejuízos” que a realização da Copa trará, certamente ,ao Brasil. Tudo isso em um  país que, segundo Nelson Rodrigues, “não apenas joga futebol, mas vive futebol.”


Via Carta Maior

O que significa Marina como vice de Eduardo Campos?


Dilma ganhou uma boa notícia sem fazer força neste final de semana: a definição de Marina como vice de Campos.

No mundo político, Marina foi o nome menos atingido pelos protestos iniciados em junho passado.

Sabe-se lá por que, ela foi identificada por muitos dos manifestantes como diferente de tudo que estava ali, numa política que subitamente deu merecidos engulhos nos brasileiros.

Eduardo Campos e Marina Silva
O extraordinário favoritismo de Dilma foi desafiado nas jornadas de junho. Os tucanos foram igualmente, como Dilma, objeto de desconfiança e restrições.

Marina foi a exceção.

Uma eleição com ela seria uma coisa. Sem ela, outra, muito mais disputada.

Aconteceu a segunda hipótese. Primeiro, ela não conseguiu colocar de pé seu partido.

Depois, encontrou abrigo numa aliança com Campos. Mas, ainda que tenha muito mais votos que ele, como sucessivas pesquisas mostraram, coube a ela, como ficou definido neste final de semana, um lugar secundário, o de vice.

Vice é vice. Como num campeonato, vale pouco, ou não vale nada.

Nada sugere que Campos seja capaz de deslanchar, com ou sem Marina como vice. Ele teria que estar falando alguma coisa de novo. Poderia repetir frases de Francisco, o papa, sobre a desigualdade. Poderia aparecer com o celebrado livro de Piketty e dizer que ali está o maior desafio do Brasil – a abjeta iniquidade social.

Mas não.

Alguém o viu falando sobre a necessidade de cobrar mais impostos dos ricos, para minorar a distância entre o 1% e os 99%? Não. E ninguém verá.

Bachelet, no Chile, colocou o aumento dos impostos em sua campanha. Nesta semana, avisou que não abre mão deste compromisso.

Campos, enquanto isso, repete platitudes, muitas delas inspiradas em Aécio. Coube a Marina dar um quase cala boca neste namorico entre Campos e Aécio ao lembrar que o PSDB tem cheiro de derrota no segundo turno.

Campos pode não falar nada de novo, mas repetir Aécio é ir da pobreza à extrema indigência eleitoral.

A rigor, nenhum candidato fala nada de relevante a respeito de seus planos. Regulamentação da mídia parece que é exclusividade de Lula, por exemplo.

Quando Aécio falou, prometeu medidas impopulares, algo que com certeza lhe será cobrado nos debates.

A Petrobras parece ter saído da agenda, depois que, primeiro, se viu que a empresa cresceu extraordinariamente nos últimos dez anos. Depois, quando se falou em levar as investigações até o período FHC.

O que temos até aqui um blablablá.

Só que os lugares comuns, quando compartilhados,  favorecem quem está na ponta.

Marina, mesmo com suas frases pomposas e frequentemente sem sentido, poderia atrapalhar Dilma.

Mas vai fazer pouco mais que número, como vice de Campos.

Dilma pode tomar uma taça de vinho neste final de domingo. Deu um passo para a reeleição sem se mexer.

A análise é de Paulo Nogueira e foi publicado originalmente no Diário do Centro do Mundo

Educação de Altaneira receberá prêmio de Escola Nota 10


Comitiva Educacional de Altaneira no Centro de Eventos
do Ceará. Foto: João Alves.
O governador Cid Gomes e o secretário da Educação do Ceará, Maurício Holanda, apresentam nesta terça-feira, dia 20, às 9h30min, no Centro de Eventos do Ceará, os resultados de 2013 do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica (Spaece). Foram avaliadas as crianças do 2º e 5º anos do ensino fundamental das escolas públicas.  Durante a solenidade, que contará com a presença do ministro da Educação, Henrique Paim, haverá a entrega do Prêmio Escola Nota Dez, do Programa Alfabetização na Idade Certa (Paic) e do Programa Aprendizagem na Idade Certa (Paic +5).

Como parte da programação, na segunda-feira, dia 19, das 15h às 20h, no mesmo espaço, houve uma mostra de experiências de alfabetização e do histórico do Paic com a participação de todos os municípios cearenses, além de palestra de Antônio Augusto Gomes Batista, seguida de apresentação musical da Banda 085 (pop Rock). O município de Altaneira levou uma comitiva educacional que além do gestor municipal, Delvamberto e, do Secretário da Educação, Deza Soares, estão presentes professores, diretores escolares e a equipe do PAIC em virtude do resultado obtido pela Instituição de Ensino Joaquim Rufino de Oliveira como Escola Nota 10. O Servidor Público João Alves está realizando toda a cobertura fotográfica do evento. 

Professora Socorro Lino e Alunos da EMEF Joaquim Rufino
Segundo informações do site da Seduc-CE, a programação especial de dois dias visa comemorar os sete anos de implementação do Paic, programa estadual que conta com a parceria do Governo Federal. Nesse período, os dados do Spaece foram utilizados, como base, para o trabalho desenvolvido pela Secretaria da Educação (Seduc), na definição das políticas educacionais, no âmbito do Estado, destinadas à colaboração com os municípios para a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem.

Note-se que o referido programa tem como meta garantir o sucesso da alfabetização de todas as crianças matriculadas na rede pública de ensino até os sete anos de idade. A ação beneficia os 184 municípios do Estado com apoio técnico e financeiro para a gestão municipal, avaliação, formação de professores, aquisição de material didático e de literatura. Em 2011, o Governo do Estado, por meio da Seduc, expandiu as ações para melhorar os resultados de aprendizagem dos alunos da rede pública até o 5º ano de escolaridade. Essa iniciativa é denominada PAIC+5 e visa levar aos municípios mais formações para os profissionais, apoio às gestões escolares e aos alunos com dificuldades de aprendizagem, entre outros aspectos. O Paic contribuiu para a estruturação do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic). Este Pacto fortaleceu as ações do Paic em 2013.

ESCOLA NOTA DEZ

Para reconhecer o esforço pela alfabetização das crianças, o Governo do Estado instituiu o Prêmio Escola Nota Dez. Em sua sexta edição, a premiação é destinada a até 150 unidades públicas que obtiveram os melhores resultados de alfabetização, tendo por base o Índice de Desempenho Escolar – Alfabetização (IDE-Alfa); e até 150 unidades públicas de 5º ano, a partir do Índice de Desempenho Escolar –  (IDE  5).


Ibope mostra crise de telejornais


Os telejornais estão em crise. É o que diz o Ibope, que nunca antes, como agora, havia apresentado índices de queda generalizada em praticamente dos os principais veículos das maiores emissoras de televisão do País. Perderam pontos o Jornal Nacional, da Rede Globo, o Jornal do SBT e o Jornal da Band. Apenas o Jornal da Record se livrou da queda.


O caso que mais chama atenção, pelo tamanho do tombo, é o noticioso chefiado e apresentado por William Bonner. Confirmando a perda continuada de audiência verificada nos últimos cinco anos, o JN experimentou que, este ano, queda de 12% no Ibope, descendo aos 25,4 pontos. De janeiro a abril, o principal informativo da emissora dos três irmãos Marinho registrou média de 29 pontos. Trata-se de um declínio espetacular, uma vez que, no final da década de 1990, o JN ainda podia exibir, orgulhoso, quase 50 pontos na audiência brasileira no horário das 20h00. Esse passado glorioso, definitivamente, ficou para trás.

O Jornal do SBT, que tinha até pouco tem atrás em sua bancada a polêmica Rachel Sheherazade, não seu deu bem no Ibope com as incitações à violência promovidas pela âncora. Antes com média de 4,7 pontos de audiência, o jornal tem, agora, segundo o Ibope, 4 pontos, o que representa uma queda de 4% desde janeiro.

Na Grande São Paulo, o desastre na audiência do JN foi ainda mais forte. Nessa região central o Ibope do veículo global caiu nada menos que 9% no primeiro quadrimestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2013. A média de janeiro a abril decresceu de 26 pontos para 23, 7.

O tombo foi maior no Jornal da Band. Na comparação dos primeiros quatro meses de 2014 com o mesmo período do ano anterior, o veículo ancorado pelo jornalista Ricardo Boechat experimentou redução de 14% em seu público, chegado agora a 2,9 pontos de média, contra 3,4 pontos no primeiro quadrimestre de 2013.

A exceção que confirma a regra de perda de audiência dos jornais das emissoras de tevê é o Jornal da Record, que no mesmo período analisado passou de 5,5 pontos para 6,3 pontos. O Cidade Alerta, comandando pelo jornalista Marcelo Resende, com notícias exclusivamente do campo policial, subiu de 5,9 pontos para 7,1 pontos.

Os especialistas apontam a internet, com sua velocidade na veiculação de informações de todos os tipos, como principal responsável pelo declínio dos gravariandes telejornais. Todos os dias, afinal, quase tudo que eles noticiam já foi publicado, antes, pelos noticiosos online, como Brasil 247.

Outra parcela de responsabilidade, não pequena, está nos próprios veículos. Todos muito semelhantes ao Jornal Nacional, cuja fórmula editorial data do início dos anos 1970, é fácil ver que os telejornais não se renovaram. Mudaram-se âncoras, mas a ordem sem nexo de apresentação de notícias, ausência de análise e falta de profundidade continuam sendo marcas comuns a todos eles. A seguir nesse ritmo, os antes imprescindíveis jornais de televisão perderam cada vez maior seu prestígio – e Ibope.


Via Brasil 247

Altaneira participará de premiação da Escola Nota 10


A Secretaria da Educação do Estado do Ceará – SEDUC realizará nesta segunda-feira, 19, ato de solenidade de premiação das 150 (cento e cinquenta) instituições de ensino fundamental que lograram êxito em avaliações e situações de matrículas e permanências de alunos, sendo, desta feita, Escola Nota 10.

O município de Altaneira participará do ato, uma vez que pela primeira vez na sua recente história a educação conquista esse feito.  O espaço educacional  homenageado e a ser premiado é a Escola Municipal de Ensino Fundamental Joaquim Rufino de Oliveira que se adequou a dois critérios chaves, a saber: 1º - ter pelo menos 20 (vinte) alunos matriculados no 2º ano do ensino fundamental regular; 2º - ter o Indicador de Desempenho Escolar de Alfabetização - IDE-Alfa situado no intervalo entre 8,5 e 10,0.

Professor Adegildo Domingos.
O anúncio da participação foi feito pelo secretário da pasta, Deza Soares, através da rede social facebook na noite do domingo, 18. Segundo a publicação, a saída em comitiva da educação está prevista para as 05h00 da manhã e contará ainda com a presença do Prefeito Delvamberto Soares (Pros). Na oportunidade devem participar do ato o chefe do executivo estadual, Cid Gomes (Pros), o Secretário de Educação, Maurício Holanda, além do Secretário Adjunto da Educação, Idilvan Alencar, além do Ministro da Educação, Henrique Paim.

Camisas que demonstram o feito já foram confeccionadas e devem fazer parte do evento, conforme publicação do professor Adegildo Domingos.