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Com Ciro, o segundo turno seria mais tranquilo, acredita Tico. (Foto: Léo Canabarro). |
Tenho
absoluta certeza de que sou uma das poucas vozes a insistir em racionalizar a
questão do antipetismo que poderá decidir a próxima eleição.
Dizem
os petistas que insistir nesse discurso é reviver a síndrome de “Regina
Duarte”. Preciso dizer que Regina Duarte estava com medo de perder seus
privilégios quando apontou para Lula. Estou aqui ponderando uma estratégia que
possa rebater o crescimento e a consagração do fascismo.
Fernando
Haddad subiu, segundo o Ibope, mas sua rejeição também. Na mesma medida em que
Bolsonaro crescerá a cada movimento adiante do PT.
Isso
não quer dizer que proponha aqui que o PT recue. Respeito o partido e seu
candidato. Apenas uso este espaço a título de registro para posteridade de que
me posicionei em prol de uma terceira via - Ciro Gomes -, que teria um pouco
mais de folga no segundo turno, por possuir menor rejeição que o petista.
O
antipetismo está nesse momento pulverizado entre várias candidaturas: Marina
Silva, Álvaro Dias, Amôedo, Alckmin, Meirelles. Também se encontra concentrado
nos brancos e nulos. Ao somar todos estes candidatos e variáveis, é preciso
considerar que o cenário é muito ruim quando ele se aglomerar.
Claro
que acho muito romântico se falar em coragem para enfrentar Bolsonaro sob a
tutela do PT, derrubar o golpe e seguir a vida democrática. Mas considero
também que teremos mais quatro anos de um partido envolvido em escândalos,
precisando se defender dos ataques, com uma parcela grande da população infeliz
com sua eleição e um clima de guerra no ar.
Não
tenho a pretensão de levar ninguém a mudar de voto. Continuarei acreditando que
essa eleição para o campo progressista pode ser vencida com mais eficiência e
segurança pelo viés de uma candidatura alternativa ao PT.
Caso
Haddad passe para o segundo turno, terá meu voto, não por acreditar que seja o
melhor caminho. Sei que o candidato é um homem honrado e um belo quadro. Mas
minha opção escora-se na absoluta rejeição a Bolsonaro.
Sendo
bem honesto, e sabendo que os leitores tem ciência de meu compromisso com a
honestidade, preferiria experimentar um novo formato da esquerda no poder que
não fosse pelas mãos do Partido dos Trabalhadores.
No
primeiro turno, vou lutar para que assim seja. Com todo o respeito. (Com
informações de CartaCapital).