14 de agosto de 2022

Museu de Londres vai devolver 72 objetos saqueados da Nigéria no século 19

 

(FOTO | Museu Horniman).

Um museu em Londres anunciou que devolverá à Nigéria artefatos saqueados no século 19, ainda durante a época do Reino de Benin.

O Museu Horniman disse que a propriedade de 72 objetos seria transferida para o governo nigeriano.

Os itens incluem 12 placas de bronze, conhecidas como Bronzes do Benin, um galo de bronze e uma chave do palácio do rei.

A decisão ocorreu após um pedido da Comissão Nacional de Museus e Monumentos da Nigéria (NCMM), feito em janeiro.

O museu, no sudeste de Londres, diz que consultou membros da comunidade, visitantes, crianças em idade escolar, acadêmicos, profissionais da área de patrimônio e artistas baseados na Nigéria e no Reino Unido.

"Todas as suas visões sobre o futuro dos objetos do Benin foram consideradas, juntamente com a proveniência dos objetos", explicou o museu.

A presidente do museu disse que era "moral e apropriado" devolvê-los.

Nos últimos anos, aumentou a pressão política sobre governos e museus europeus para devolver os artefatos saqueados - incluindo esculturas de marfim e esculturas de metal conhecidas como Bronzes do Benin.

Alemanha também devolveu

"É muito claro que esses objetos foram adquiridos à força, e a consulta externa reforçou nossa opinião de que é moral e apropriado devolver sua propriedade à Nigéria", disse Eve Salomon, presidente do museu.

"O Museu Horniman está satisfeito por poder dar este passo e estamos ansiosos para trabalhar com o NCMM para garantir cuidados de longo prazo para esses artefatos preciosos."

Os itens da coleção do Horniman são apenas alguns dos artefatos devolvidos à Nigéria nos últimos meses de museus em países ocidentais.

No mês passado, o Jesus College em Cambridge (Inglaterra) e a Universidade de Aberdeen (Escócia) devolveram uma escultura de galo e outra da cabeça de um obá (rei).

As autoridades alemãs também devolveram mais de 1.100 artefatos ao país da África Ocidental.

O NCMM diz que algumas das esculturas de valor inestimável serão armazenadas no Museu Nacional do Benin assim que for ampliado e outras serão armazenadas no Museu de Lagos.

O Museu Britânico possui a maior coleção de bronzes do Benin do mundo. Mas diz que está impedido de devolver itens permanentemente pela Lei do Museu Britânico de 1963 e pela Lei do Patrimônio Nacional de 1983.

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Com informações da BBC News Brasil.

13 de agosto de 2022

Cotas são remédio mais exitoso no combate às desigualdades, diz Sueli Carneiro

 

Sueli Carneiro. (FOTO/ Reprodução/ Outras Palavras).

No momento que avalia ser o de maior recrudescimento do racismo no Brasil desde a abolição, a filósofa e ativista Sueli Carneiro considera que as cotas raciais, política que completa dez anos em 2021, foram um dos principais remédios para combater as desigualdades no país.

Ela participou nesta quinta-feira (11) do seminário “Dez anos da Lei de Cotas: resultados e desafios”, no museu Afro-Brasil, no parque Ibirapuera, em São Paulo. O evento foi promovido pelo Consórcio de Acompanhamento das Ações Afirmativas, formado por pesquisadores do tema.

As cotas se constituíram num dos principais e mais exitosos remédios para enfrentamento das desigualdades de raça, gênero e social”, disse Carneiro, que é também fundadora da Geledés – Instituto da Mulher Negra.

Para ela, nos últimos 40 anos, os movimentos negros foram capazes de uma série de conquistas, em especial com a consolidação das cotas raciais. No entanto, avalia que o país vive atualmente um momentos de aumento da violência e indiferença à população negra .

O racismo e o sexismo recrudesceram na sociedade brasileira. A licença de matar, que o fascismo emergente na nossa sociedade, tem por alvo prioritário a negritude. Em nenhum outro momento da pós-abolição, o projeto de extermínio da nossa racialidade se tornou tão evidente no Brasil com tamanho apoio e indiferença social”, disse.

A Lei de Cotas completa em 29 de agosto 10 anos de existência. O consórcio, que inclui especialistas de diversas universidades públicas —UFRJ, UnB, UFBA, UFMG, UFSC, Unicamp e Uerj—, foi criado para estudar de forma ampla as consequências e efeitos dessa política de inclusão.

O texto da lei prevê que ela seja revista após 10 anos de implementação. No entanto, o governo federal não apresentou nenhuma proposta para sua revisão até agora.

A necessidade de revisão da lei não implica sua expiração, mas, sim, uma avaliação da política, o que poderia levar à sua melhora e fortalecimento”, diz o sociólogo Luiz Augusto Campos, professor da Uerj e um dos acadêmicos que criaram o consórcio.

Campos lembrou que as cotas raciais já existiam em outras universidades do país antes da lei, mas que a política só foi expandida e consolidada a partir de 2012.

A Uerj, em 2002, foi a primeira instituição de ensino superior do país a ter reserva de vagas para estudantes pretos, pardos e indígenas. Segundo dados do consórcio, em 2019, 105 universidades do Brasil tinham cotas raciais.

É sem dúvida a maior e mais abrangente política de cotas, baseada em critérios sociais e raciais, de todo o mundo”, disse Campos.

Segundo os dados apresentados pelo consórcio, de 2001 a 2020 o número de pretos, pardos e indígenas matriculados em universidades públicas no Brasil passou de 31% para 52% do total de estudantes.

Um levantamento feita pela Folha mostrou que embora o ensino superior brasileiro ainda seja marcado por múltiplas desigualdades, inclusive raciais, a proporção de negros de 30 anos ou mais com diploma universitário se aproximou de sua representação populacional em 23 das 27 unidades da federação entre 2014 e 2019.

Carneiro, que é uma das principais pensadoras do feminismo negro, disse ainda que no atual cenário, é importante que as forças progressistas sejam intransigentes na defesa da democracia, condição indispensável para a promoção de ações para a igualdade de direitos.

Queremos de volta aquela democracia de baixo impacto que, apesar dos pesares, nos garantiram avanços como a Lei de Cotas. Que a coragem demonstrada pela sociedade no dia de hoje nos inspire a defender essas conquistas”, disse.

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Por Isabela Palhares, na Folha de São Paulo e replicado no Geledés.

Calado, por Alexandre Lucas

 

Alexandre Lucas. (FOTO/ Arquivo Pessoal).


O homem não disse nada. Ficou em silêncio enquanto a vida passava. Escutou as histórias que atravessaram os seus caminhos como um figurante, sem fala e nome. A porta da sua vida era trancada com fechadura enferrujada, a chave apartada em pedaços irreconciliáveis.

O homem parado seguia. Se segue parado. Sentou na praça, ergueu um chiclete, mascou até perder a sensibilidade. Enquanto mascava, a banda tocou. As crianças brincaram com milhos e pombos. A polícia bateu nos estudantes, tingiu a praça de sangue.  A chuva veio repentinamente forte e estralando os céus.  O homem continuava mascando chiclete. O homem não disse nada.

Quando perguntaram sobre o seu silêncio, o homem não disse nada. Já era tarde, assim como os livros que são queimados antes de serem lidos.

12 de agosto de 2022

20 anos do Teatro Violeta Arraes - Engenho de Artes Cênicas em Nova Olinda (Ceará)

 

Teatro Violeta Arraes - Engenho de Artes Cênicas. (FOTO / Professor Nicolau Neto)


Por Nicolau Neto, editor

Um dos equipamentos culturais do município de Nova Olinda, na região sul do Estado do Ceará, estará completando 20 anos. O Teatro Violeta Arraes - Engenho de Artes Cênicas foi inaugurado em 19 de dezembro de 2002 pelo Governo do Estado do Ceará.

Hoje, para quem visita Nova Olinda, o espaço é um dos destinos a ser conhecido, principalmente para turistas, profissionais da educação, estudantes e pesquisadores(as) que têm no roteiro a Casa Grande- Memorial Homem do Cariri.

O Teatro se configura como um importante instrumento cultural, visto que recebe diversos espetáculos ligados à dança e a música, por exemplo, e foi entregue durante o governo de Tasso Jereissati (PSDB).

A denominação faz referência a ativista política e socióloga Violeta Arraes Gervaseau, assim como também as peças arquitetônicas dos engenhos de rapadura do Cariri cearense e teve como idealizadora Maria Eliza Costa.

Vem à Nova Olinda? Então, aproveita que vai passar pelo Museu Ciclo do Couro do Artesão Espírito Seleiro, Museu Casa Oficina de Dona Dinha e pela Fundação Casa Grande e passa também no Teatro.

Yury do Paredão se reúne com lideranças políticas em Juazeiro do Norte

Yury do Paredão se reúne com lideranças políticas em Juazeiro do Norte. (FOTO |Reprodução | WhatsApp)

O empreendedor Yury do Paredão, candidato a deputado federal, se reuniu com apoiadores e amigos, nesta quinta-feira, 11, no espaço Cuida Coworking, em Juazeiro do Norte. O objetivo da reunião foi apresentar seus projetos, caso seja eleito nas eleições de 2022.

Representando o Cariri, Yury do Paredão é um dos principais nomes da legenda para Câmara Federal. Com um trabalho árduo, o empreendedor vem conquistando apoiadores de diversas regiões do Ceará.

“Estou entrando em mais um desafio em minha vida e quero dar o meu melhor, para trazer mais benefícios para o Ceará, e em especial para o meu Cariri”. Falou Yury da importância de concorrer a uma vaga no legislativo federal.

É a primeira vez, que o empreendedor é candidato a deputado federal. “Nossa bandeira é o ‘Pensar Grande’ e vamos juntos, pensar grande para mais oportunidades para os jovens, saúde pública para todos, comida no prato e transporte público de qualidade. É dessa forma que podemos nos unir, e juntos conquistar uma sociedade mais justa”, afirmou. 

Yury reforçou a gratidão aos grupos de apoiadores. “Agradeço imensamente lideranças políticas, amigos e autoridades de Juazeiro do Norte, Barbalha, Missão Velha, Araripe, Nova Olinda, Aurora, Várzea Alegre e Granjeiro. Obrigada pela parceria de todos, e saibam que estarei lutando cada dia por um Ceará melhor”, concluiu.

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Texto encaminhado a redação do Blog por Gabrielly, do Blog do Boa.

O Grande Desafio, o filme [Resenha]

 

Equipe do debate montada pelo professor Thompson. (FOTO/ Reprodução).

Por Nicolau Neto

O Grande Desafio é um filme estrelado pelo ator Denzel Washington que no roteiro exerce o papel do professor Melvin Thompson. Amante dos livros, das palavras e de um bom debate, ele atua na escola com um objetivo a ser atingido: a transformação da realidade a partir dos alunos e das alunas.

Para isso, ele decide criar grupos de debatedores e colocar a pequena Wiley College, do Texas (EUA), no circuito dos campeonatos entre as universidades. A história que é baseada em fatos reais, traz como pano de fundo o racismo e as desigualdades que ele gera.  Ela ocorre nos anos 30 e perpassa pela trajetória do professor Melvin Thompson que decide formar uma equipe de debatedores negros dispostos a enfrentar a tradicional e imbatível campeã da modalidade, frequentada por brancos.

James Farmer Jr, garoto de 14 anos durante discurso.(FOTO/ Reprodução).

Um dos discursos mais eloquentes e emocionantes é de James Farmer Jr, um garoto de 14 anos. Pela frase “fazemos o que temos a fazer, a fim de fazer o que queremos fazer" já nos indica o tamanho da potencia que tem sua fala.

Abaixo você encontra disponível e de forma completa o filme no YouTube:

           

Carta aos brasileiros’ supera 1 milhão de assinaturas no dia em que as ruas defenderam as urnas

(FOTO/ Elineudo Meira/@fotografia75).

 

Com manifestações de rua neste final de tarde, como a avenida Paulista, em São Paulo, e a Candelária, no Rio de Janeiro, o 11 de agosto conseguiu mobilizar diferentes setores da sociedade para manter vigília em torno da democracia e do processo eleitoral. Muitos defensores do impeachment de 2016 desta vez participaram de atos pelo Estado de direito. O jurista Miguel Reale, por exemplo, esteve nesta quinta-feira (11) na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), assim como o historiador Marco Antonio Villa.

E a leitura da Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito ocorreu exatamente no dia em que o documento alcançou 1 milhão de assinaturas às 21h58 desta quinta. “A cartinha virou o jogo”, disse à Rádio Eldorado o diretor da faculdade, Celso Fernandes Campilongo. “Cartinha” foi como o presidente da República se referiu ao documento referendado por brasileiros de todos os segmentos sociais.

Compromisso com a liberdade

Para o jornalista Jamil Chade, a “intolerável ameaça autoritária” recebeu hoje, no ato do Largo São Francisco, “uma resposta inequívoca de uma sociedade plural e comprometida com a liberdade”. O ex-presidente da Associação Juízes para a Democracia (AJD) Marcelo Semer avalia que o documento serviu de repúdio à “ameaça golpista” contra as eleições. “Não é uma carta libertária nem mesmo progressista. O consenso mínimo que a envolve é a legitimidade da eleição. De 2022. Não é mais do que isso, e ao mesmo tempo foi bastante”, escreveu.

Graduado em Direito justamente na USP, em 1990, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), destacou o caráter “histórico” da ata. Prestes a assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na semana que vem, ele ressaltou em rede social a “solidez e a fortaleza” da democracia e do sistema eleitoral, “alicerces essenciais para o desenvolvimento do Brasil”.

Severa advertência

Outro ex-aluno das Arcadas (turma de 1969), o ex-ministro do STF Celso de Mello afirmou que o ato de hoje “representou, em sua dimensão política, gesto histórico de inequívoco apoio da cidadania ao regime democrático, de severa advertência ao Presidente Bolsonaro e aos seus epígonos e de veemente repulsa à pretensão liberticida de mentes sombrias e autocráticas!”.

Quanto o ato de hoje começou, no Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP, às 10h05, a Carta somava exatas 928.956 adesões. Dez horas depois, às 20h05, atingia 986.904. O reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, dava o tom: “Estamos aqui para defender a democracia, a legislação eleitoral, a Justiça Eleitoral e o sistema eleitoral, com as urnas eletrônicas. Que a vontade do povo brasileiro seja respeitada e seja soberana. Queremos eleições livres e tranquilas, queremos um processo eleitoral sem fake news“.

Leitura em Pernambuco

O documento foi lido em outras universidades. No Rio, por exemplo, na Uerj, UFRJ, UFF e PUC. Já na Federal de Pernambuco (UFPE) – precursora com a USP dos cursos jurídicos no Brasil, origem da celebração do 11 de agosto, há 195 anos –, além da leitura, em atividade na Concha Acústica Paulo Freire, houve apresentação da Orquestra Experimental de Frevo.

O ato da leitura no pátio da Faculdade de Direito da USP foi conduzido pela atriz e produtora cultural Roberta Estrela D’alva. “Esse é o compromisso de mais de 900 mil pessoas que assinaram essa carta, e em breve seremos milhões, afirmando e reafirmando que se, em algum momento, a democracia estiver em risco, nos juntaremos para dizer em alto e bom som que esse país tem memória”, afirmou. “Ditadura nunca mais. Tortura nunca mais. Estado de direito sempre!”

Por sua vez, a presidenta do Centro Acadêmico XI de Agosto, Manuela Morais, citou o jornalista negro Luiz Gama, defensor de escravos. “Neste dia histórico, pisamos no mesmo terreno em que Luiz Gama aprendeu a lutar por um país sem reis e sem escravos.” Assim, além da democracia, quase todos os discursos lembraram da Constituição, que completará 34 anos em outubro, mês das eleições.

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Com informações da RBA.

11 de agosto de 2022

Leitura de carta em defesa da democracia é acompanhada por mais de 7 mil pessoas em SP

 

Milhares de pessoas participaram do ato no Largo São Francisco. (FOTO/Mídia NINJA).


Em um ato histórico, o 11 de agosto volta a ser símbolo de luta pela defesa da democracia brasileira, eleições livres e contra o retrocesso no mesmo Largo São Francisco, no Centro de São Paulo, onde há 45 anos a Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) leu a primeira “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito”, na época contra a ditadura militar e pela redemocratização do país.

Neste ano, o ato reuniu cerca de 7 mil pessoas, segundo a organização. Dentro da Faculdade de Direito da USP, aproximadamente duas mil pessoas, entre juristas, estudantes, empresários, políticos, religiosos, artistas, ativistas e personalidades públicas, lotaram o salão nobre e o Pátio das Arcadas para acompanhar a leitura da carta. Do lado de fora, no Largo São Francisco, onde foi instalado um telão, mais de cinco mil, entre estudantes e integrantes de movimentos sociais, além da socidade civil, assistiram o momento. O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi rechaçado dentro e fora do ato.

A leitura no salão nobre ficou a cargo de José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça e orador da Carta aos Brasileiros de 1977. No salão nobre, os professoras da USP, Eunice Aparecida de Jesus Prudente, Maria Paula Dallari Bucci e Ana Bechara, junto ao advogado Flávio Bierrenbach, leram o documento que já possui quase um milhão de assinaturas. Também teve participação especial a presidenta do centro acadêmico 11 de Agosto, Manuela Moraes.

Nesse ato histórico, pisamos no mesmo terreno sobre o qual Luis Gama aprendeu a lutar por um país sem reis e sem escravos, é uma enorme honra ao 11 de agosto, continuar sendo construtor da estrada da liberdade da qual Gama foi fundamental”, diz trecho da carta lida por Manuela Moraes, presidenta do centro acadêmico 11 de Agosto.

Além da carta foram lembrados também vítimas da ditadura e assassinatos recentes que chocaram o país, como Marielle Franco, Bruno Pereira, Dom Phillips e, mais recentemente, Marcelo Arruda. Neste ano, o tom da leitura também defendeu a população negra, indígena e quilombola, a comunidade LGBTQIPA+ e todas as formas de preconceito.

Beatriz Lourenço do Nascimento, representante da Coalizão Negra por Direitos, veio a público ler o manifesto ‘Nós Não Andamos sozinhos’ que exige a erradicação do racismo que pratica o genocídio da população negra no Brasil. “Enquanto houver racismo no Brasil não haverá democracia”, declarou para uma platéia majoritariamente branca.

O jurista Oscar Vilhena enalteceu o dia 11 de agosto como um símbolo de luta pela democracia e o estado de direito e afirmaou que o manifesto também representa 60 milhões de trabalhadores através de centrais sindicais, organizações não governamentais, que aderiram o movimento. “Este é uma manifestação plural de diferentes segmentos da sociedade que se juntaram por uma única luta, pela democracia deste país”, declarou.

Para o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, a carta pela democracia que superou a marca de 970 mil assinaturas, é um marco para que a vontade do povo seja respeitada e soberana. “Queremos eleições livres e tranquilas, sem fake news”. E completou: “Estamos aqui para impedir o retrocesso e que esta mobilização nos coloque no caminho certo”.

No Largo São Francisco

Movimentos sociais e estudantis, além da sociedade civil, cantavam e tremulavam suas bandeiras e faixas estendidas por prédios e pelas ruas. Muitos jovens estudantes compareceram com o rosto pintado de verde e amarelo, e muitos usavam a camisa amarela da seleção brasileira, defendendo a bandeira que foi apropriada pelos bolsonaristas. A iniciativa foi promovida pela União Nacional dos Estudantes (UNE).

A presidente da UNE, Bruna Brelaz, discursou no Salão Nobre e declarou que o povo brasileiro não aguenta mais golpistas e que não há mais espaço para o autoritarismo no Brasil. Ela lembrou que a UNE lutou contra a ditadura militar e redemocratização do país e que os estudantes é a atual geração que se orgulha em defender o legado de milhares de brasileiros e brasileiras que lutaram para que ter o direito ao voto.

Esse é um momento emocionante de muita luta, mas também a certeza que a sociedade se une para garantir que a democracia prevaleça. O povo brasileiro jogará na lata de lixo da história aqueles que flertaram com o obscurantismo do passado”, afirmou.

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Com informações da Mídia Ninja.