Mostrando postagens com marcador Carta aos Brasileiros. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Carta aos Brasileiros. Mostrar todas as postagens

Carta aos brasileiros’ supera 1 milhão de assinaturas no dia em que as ruas defenderam as urnas

(FOTO/ Elineudo Meira/@fotografia75).

 

Com manifestações de rua neste final de tarde, como a avenida Paulista, em São Paulo, e a Candelária, no Rio de Janeiro, o 11 de agosto conseguiu mobilizar diferentes setores da sociedade para manter vigília em torno da democracia e do processo eleitoral. Muitos defensores do impeachment de 2016 desta vez participaram de atos pelo Estado de direito. O jurista Miguel Reale, por exemplo, esteve nesta quinta-feira (11) na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), assim como o historiador Marco Antonio Villa.

E a leitura da Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito ocorreu exatamente no dia em que o documento alcançou 1 milhão de assinaturas às 21h58 desta quinta. “A cartinha virou o jogo”, disse à Rádio Eldorado o diretor da faculdade, Celso Fernandes Campilongo. “Cartinha” foi como o presidente da República se referiu ao documento referendado por brasileiros de todos os segmentos sociais.

Compromisso com a liberdade

Para o jornalista Jamil Chade, a “intolerável ameaça autoritária” recebeu hoje, no ato do Largo São Francisco, “uma resposta inequívoca de uma sociedade plural e comprometida com a liberdade”. O ex-presidente da Associação Juízes para a Democracia (AJD) Marcelo Semer avalia que o documento serviu de repúdio à “ameaça golpista” contra as eleições. “Não é uma carta libertária nem mesmo progressista. O consenso mínimo que a envolve é a legitimidade da eleição. De 2022. Não é mais do que isso, e ao mesmo tempo foi bastante”, escreveu.

Graduado em Direito justamente na USP, em 1990, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), destacou o caráter “histórico” da ata. Prestes a assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na semana que vem, ele ressaltou em rede social a “solidez e a fortaleza” da democracia e do sistema eleitoral, “alicerces essenciais para o desenvolvimento do Brasil”.

Severa advertência

Outro ex-aluno das Arcadas (turma de 1969), o ex-ministro do STF Celso de Mello afirmou que o ato de hoje “representou, em sua dimensão política, gesto histórico de inequívoco apoio da cidadania ao regime democrático, de severa advertência ao Presidente Bolsonaro e aos seus epígonos e de veemente repulsa à pretensão liberticida de mentes sombrias e autocráticas!”.

Quanto o ato de hoje começou, no Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP, às 10h05, a Carta somava exatas 928.956 adesões. Dez horas depois, às 20h05, atingia 986.904. O reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, dava o tom: “Estamos aqui para defender a democracia, a legislação eleitoral, a Justiça Eleitoral e o sistema eleitoral, com as urnas eletrônicas. Que a vontade do povo brasileiro seja respeitada e seja soberana. Queremos eleições livres e tranquilas, queremos um processo eleitoral sem fake news“.

Leitura em Pernambuco

O documento foi lido em outras universidades. No Rio, por exemplo, na Uerj, UFRJ, UFF e PUC. Já na Federal de Pernambuco (UFPE) – precursora com a USP dos cursos jurídicos no Brasil, origem da celebração do 11 de agosto, há 195 anos –, além da leitura, em atividade na Concha Acústica Paulo Freire, houve apresentação da Orquestra Experimental de Frevo.

O ato da leitura no pátio da Faculdade de Direito da USP foi conduzido pela atriz e produtora cultural Roberta Estrela D’alva. “Esse é o compromisso de mais de 900 mil pessoas que assinaram essa carta, e em breve seremos milhões, afirmando e reafirmando que se, em algum momento, a democracia estiver em risco, nos juntaremos para dizer em alto e bom som que esse país tem memória”, afirmou. “Ditadura nunca mais. Tortura nunca mais. Estado de direito sempre!”

Por sua vez, a presidenta do Centro Acadêmico XI de Agosto, Manuela Morais, citou o jornalista negro Luiz Gama, defensor de escravos. “Neste dia histórico, pisamos no mesmo terreno em que Luiz Gama aprendeu a lutar por um país sem reis e sem escravos.” Assim, além da democracia, quase todos os discursos lembraram da Constituição, que completará 34 anos em outubro, mês das eleições.

_________

Com informações da RBA.

‘Carta aos Brasileiros’ em defesa da democracia tem 100 mil adesões em 24 horas

 

(FOTO | Wikimedia)

Em 24 horas, a nova edição da Carta aos Brasileiros, manifesto em defesa da democracia, reuniu mais 100 mil adesões. Os ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Francisco Resek, Joaquim Barbosa e Nelson Jobim estão entre os mais novos signatários. Além deles, a presidenta da Academia Brasileira de Letras, Nélida Piñon, e a atriz Fernanda Montenegro, também da ABL, endossam a carta. O documento será lido em evento na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no dia 11 de agosto.

Os novos apoios estão sendo registrados no site Estado de Direito Sempre!. O manifesto havia sido divulgado ontem (26), já com 3.069 signatários. Entre eles, os também ex-ministros Carlos Ayres Britto, Carlos Velloso, Cezar Peluso, Ellen Gracie, Eros Grau, Marco Aurélio Mello, Sepúlveda Pertence e Sydney Sanches. Líderes do setor financeiro, como Roberto Setubal e Pedro Moreira (co-presidentes do Itaú Unibanco), também apoiam a iniciativa. Além de banqueiros, como o ex-presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, e o CEO da Natura, Fábio Barbosa, ex-presidente do Santander.

A nova edição da Carta aos Brasileiros não cita nomes, mas é considerada uma resposta às ameaças golpistas do presidente Jair Bolsonaro. O documento critica “ataques infundados e desacompanhados de provas” em relação ao processo eleitoral, à democracia e ao Estado de direito “tão duramente conquistado pela sociedade brasileira”. E considera “intoleráveis” as ameaças a outros poderes e a setores da sociedade, além da “incitação da violência e a ruptura da ordem constitucional”.

‘Presidente menor’

O ex-ministro do STF Celso de Mello faria a leitura do documento no Pátio das Arcadas, mas cancelou sua participação por questões de saúde. Em carta ao ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo, Luiz Antônio Marrey, Celso de Mello insistiu para que seu nome aparecesse no documento e reforçou críticas a Bolsonaro, a quem chamou de “presidente menor”.

A nova carta resgata a resistência à ditadura civil-militar (1964-1985), reforçando que o país já passou por oito eleições seguidas para presidente da República. No entanto, agora o Brasil revive tentativas de desestabilização, que não terão sucesso, asseguram os autores. “Nossa consciência cívica é muito maior do que imaginam os adversários da democracia. Sabemos deixar ao lado divergências menores em prol de algo muito maior, a defesa da ordem democrática.”

_________________

Com informações da RBA. Clique aqui e leia a íntegra da carta.