7 de junho de 2015

Personalidades Negras que Mudaram o Mundo: Conceição Evaristo


Da mesma forma que Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo, nascida aos 29 de dezembro de 1946 em uma favela situada na zona sul de Belo Horizonte, Minas Gerais, matinha um diário onde anotava as dificuldades de um cotidiano sofrido, tendo, portando, crescido em um ambiente rodeado por palavras.

Filha de uma lavadeira, Conceição teve que conciliar os estudos com o trabalho como empregada doméstica. Nesse embalo só veio a concluir o curso normal, em 1971 aos 25 anos. 

No entanto, mesmo com todas as dificuldades, ela se tornou uma das principais referências quando o assunto em pauta é a literatura Brasileira e Afro-brasileira, vindo, inclusive a se tornar também uma escritora negra de projeção internacional, com livros traduzidos em outros idiomas.

Conceição Evaristo teve seu primeiro poema publicado nos anos 90 do século passado, no décimo terceiro volume dos Cadernos Negros, editado pelo grupo Quilombhoje, de São Paulo. A partir dai, as publicações se ampliaram neste caderno, não só de poemas, mas também de contos e romances.

São alvos de seus escritos as profundas reflexões sobre questões referentes a raça e gênero, visando revelar a desigualdade velada no meio social, além desejar recuperar uma memória sofrida da população afro-brasileira em toda sua riqueza e sua potencialidade de ação. Nas suas escritas, se percebe o quanto ela almeja abrir espaços para outras mulheres negras se apresentarem no mundo da literatura.

Vasco perde mais uma no brasileirão 2015 e atinge marca negativa de 1990



O sinal de alerta está ligado em São Januário. Com apenas três pontos ganhos e ocupando a incômoda 19ª posição na tabela de classificação, o Vasco alcançou no último sábado uma marca negativa: o torcedor cruz-maltino não sabia o que era passar as seis primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro sem vitória desde 1990. Há 25 anos, o jejum foi ainda maior e o primeiro triunfo só foi alcançado na 10ª rodada.

Vasco perde mais uma. Desta vez para o Atlético PR. Foto: Super Vasco.
Desde então, as duas piores marcas tinham sido em 1991 e 2004, quando o Vasco conseguiu vencer apenas na sexta partida. Com a derrota por 2 a 0 para o Atlético-PR na Arena da Baixada, o Vasco do técnico Doriva acumula três empates, três derrotas seguidas e cinco jogos sem marcar gol - três em sequência - no Brasileirão. A equipe tem apenas uma bola na rede no torneio: do volante Lucas contra o Internacional. É o pior ataque ao lado do lanterna Joinville.

A má fase vai além. A última vitória foi no dia 3 de maio, diante do Botafogo, na final do Campeonato Carioca. No total, são oito jogos sem vencer (somados mais dois empates contra o Cuiabá pela Copa do Brasil). Isso aconteceu pela última vez em junho de 2009. Na época, a série teve sete empates e uma derrota.

- É difícil. Não queríamos estar nessa situação. Nos três primeiros jogos tivemos boas atuações, mas não saíram os gols. Só empates. Depois nos outros dois (Atlético-MG e Ponte Preta) demos uma caída. Diante do Atlético-PR voltamos a um bom nível. Mas ainda assim perdemos. Temos que trabalhar, focar, corrigir as coisas e continuar acreditando. Em momento algum desconfiamos do nosso elenco. Temos qualidade e já demonstramos isso. Precisamos reencontrar o caminho das vitórias. Elas nos darão equilíbrio e confiança - frisou Doriva.

Apesar da irregularidade, a comissão técnica segue recebendo apoio do presidente Eurico Miranda e da diretoria vascaína. Foi assim na semana passada, logo após a derrota para a Ponte Preta em São Januário. O respaldo e a segurança no cargo, aliás, foram alguns dos motivos que levaram Doriva a declinar uma proposta recente do Grêmio.

- Decidi ficar no Vasco por conta da confiança que todos passam para mim. Isso vai acontecer sempre. Futebol é desgastante no momento de tomar decisões, mas me sinto respaldado pela diretoria. Durante a semana reforçaram essa situação da confiança para eu desenvolver meu trabalho. Me sinto confiante e sei que vamos sair dessa - encerrou o treinador.

O Vasco volta ao Rio na manhã deste domingo e o elenco se reapresenta na segunda-feira em São Januário. A próxima chance para reencontrar o caminho das vitórias será no sábado, contra o Cruzeiro, em São Januário. Neste jogo, Doriva terá os retornos de Jordi, Guiñazu e Gilberto, que cumpriram suspensão diante do Furacão.

6 de junho de 2015

Personalidades Negras que Mudaram o Mundo: Cartola


Angenor de Oliveira, ou simplesmente Cartola - apelido que ganhou dos colegas de ofício de servente em virtude de um chapéu-coco que usava para se proteger do cimento que caia – nasceu em 11 de outubro de 1908, no bairro do Catete, no Rio de Janeiro, porém toda a sua infância foi vivida no bairro de Laranjeiras.

A família foi atingida por uma série de dificuldades financeiras e, se viu obrigada a trocar de ares, agora para o morro da Mangueira, onde uma simples favela começava a ser construída. Foi neste ambiente que Cartola aprendeu a tocar cavaquinho e violão com o pai ainda moleque, tomando gosto pela música e pelo samba.

Em conjunto com um grupo de amigos, tão logo criaram o Bloco dos Arengueiros, fundaram a Estação Primeira de Mangueira. Foi Cartola quem sugeriu o nome e as cores verde e rosa, que consagraram a tradicional escola de samba carioca. Ele também foi compositor do primeiro samba-enredo da escola, intitulado “Chega de Demanda”.

Segundo informações do Portal Palmares, Cartola passou anos esquecido e foi dado como morto, até ser encontrado, por acaso, pelo jornalista Sérgio Porto, em 1956, trabalhando como lavador e guardador de carros, em Ipanema. Embora tenha sido muito elogiado por seu círculo de compositores, colegas e admiradores, Cartola só recebeu todos os créditos por sua contribuição à história da música brasileira após sua morte, aos 72 anos, de câncer, quando então já era considerado um dos estetas geniais da música brasileira.

É digno de registro que o compositor ainda é a maior referência para quem quer conhecer a história do samba e compreender muitas das sonoridades presentes no samba contemporâneo.


Fundação Biblioteca Nacional promove ciclo de palestras sobre conservação de documentos em prédios históricos


A Fundação Biblioteca Nacional promoverá entre os dias 25 e 26 de junho um ciclo de palestras com a temática “A Conservação Preventiva de Documentos em Prédios Históricos”. Dentre as temáticas abordadas inclui-se a ambientação das áreas de guarda de coleções da BN e o projeto de climatização da Biblioteca de Rui Barbosa.

O evento é aberto ao público, com entrada franca e está organizado pelo Centro de Processamento Técnico e Preservação e a Coordenação de Preservação da Fundação Biblioteca Nacional e terá como palco das discussões o Auditório Machado de Assis da Biblioteca Nacional.

Os interessados em fazer sua inscrição ou obterem maiores informações acerca do evento devem encaminhar e-mail para o endereço ciclodepalestras@bn.gov.br ou acessar o site do evento.

Abaixo segue o cronograma

PROGRAMA

DIA 25 DE JUNHO

14h

Abertura do Ciclo de Palestras pelo Presidente da Fundação Biblioteca Nacional
Renato Lessa.

14h15 às 15h15

Palestra: O prédio histórico da Biblioteca Nacional do Brasil.
Com Luiz Antônio Lopes de Souza, Mestre em Arquitetura pelo Pro Arq. - UFRJ e Chefe do Núcleo de Arquitetura da Fundação Biblioteca Nacional.

15h20 às 16h20

Palestra: A ambientação das áreas de guarda de coleções da Biblioteca Nacional.
Com Antônio Carlos dos Santos Oliveira, Msc. Arquitetura, Climatologista, Bsc. Museologia e Técnico em Meteorologia. É o Climatologista que presta assessoria técnica à Biblioteca Nacional.

16h25 às 17h25

Palestra: A Conservação Preventiva Planejada e Executada no Acervo Documental do Arquivo Nacional.
Com Lucia Peralta, Coordenadora de Preservação do Acervo do Arquivo Nacional.

Debate e Encerramento

DIA 26 DE JUNHO

14h às 15h

Palestra: Conservação Preventiva: A qualidade do ar interno na Biblioteca Nacional.
Com o Prof. Dr. Ricardo H. M. Godoi – Dep. de Engenharia Ambiental / Environmental Engineering Universidade Federal do Paraná. Lab.Air. Esta pesquisa é fruto da parceria da FBN com a UFPR, firmada em 2014.

15h10 às 16h10

Palestra: Desafios da mitigação de riscos em acervos documentais em prédios históricos.
Com José Luiz Pedersoli Junior. Químico pela UFMG, Mestre em Química pela Universidade de Helsinque / Finlândia. Trabalhou como Cientista da Conservação no Instituto Holandês do Patrimônio Cultural em Amsterdã e no Centro Internacional para o Estudo da Preservação e da Restauração do Patrimônio Cultural/ICCROM em Roma, onde presta assessoria até os dias de hoje. É coautor do Plano de Riscos – Salvaguarda e Emergência, uma publicação da Biblioteca Nacional.

16h15 às 17h15

Palestra: O Projeto de Climatização da Biblioteca de Rui Barbosa.
Com Claudia S. Rodrigues de Carvalho, Arquiteta pela UFRJ, Mestre pela FAU/UFRJ, Doutora pelo Dep. de História da Arquitetura e Urbanismo pela USP. É Coordenadora do Núcleo de Preservação Arquitetônica do Centro de Memória da Fundação Casa de Rui Barbosa/FCRB.

4 de junho de 2015

Personalidades Negras que Mudaram o Mundo: Albert Luthuli


Em 2014 o portal de comunicação Informações em Foco iniciou a primeira fase da série “Personalidades Negras que Mudaram o Mundo”. Foi dito que neste espaço, você encontrará informações sobre algumas das personalidades negras que marcaram a história do Brasil e do mundo. Naquela oportunidade frisou-se que o espaço que estava se constituindo era inacabado e que estaria em contínua construção, porque a luta em favor da cultura negra e contra o racismo produziu e irá produzir, por tempo indeterminado, um grande número de lideranças que precisarão ser resgatadas.

Partindo desse princípio, o Informações em Foco inicia a partir desta quinta-feira, 04 de junho, a segunda fase desta série discorrendo sobre Albert Luthuli, primeiro negro a ostentar o Prêmio Nobel da Paz.

Tendo nascido em 1898 em Rodésia do Sul (atual Zimbabwe), Albert Luthuli foi, desde muito jovem considerado liderança em grupos que iam de familiares a comunitários, chegando à política. Filho de um Adventista do Sétimo Dia , era profundamente religioso, vindo a ser um pregador leigo da paz em um momento em que muitos de seus contemporâneos pediam atitudes militantes contra o Apartheid.

Um dos nortes dos seus discursos foi, não sem razão, a defesa da não-violência, se tornando forte opositor do Apartheid. Lutou de forma incansável por uma África do Sul que pertencesse a todos os que nela habitavam, fossem eles negros ou brancos. Presidiu o Congresso Nacional Africano e, em conjunto com o Congresso Indiano da África do Sul, retomou, nos anos 1950, do século XX, a luta de não violência iniciada por Ghandi.

É digno de registro ainda que ele veio a liderar milhares de pessoas que boicotaram os ônibus onde a diferença racial era a regra, não adquiriam certos produtos agrícolas e desobedeciam as leis racistas. Note-se também que como a maioria que lutava pela igualdade entre os homens, Luthuli foi preso e processado. Em 1959 foi proibido de participar de manifestações populares e obrigado a se exilar de sua terra natal durante 5 anos. Morreu misteriosamente atropelado por um trem em 1967.




Ponte Preta surpreende e vence Vasco em São Januário



Em São Januário, Vasco perde para a Ponte Preta por 3 a 0, em jogo válido pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro. Diego Oliveira, Tiago Alves e Borges marcaram para os paulistas. O próximo confronto da equipe será contra o Atlético-PR, no sábado, às 22h, na Arena da Baixada.

O Jogo


A Ponte Preta não demorou para surpreender em São Januário. Logo no primeiro minuto de partida, após roubada de bola no meio de campo, Biro Biro lança para Renato Cajá, que cruza para a área e Jordi espalma. No rebote, Diego Oliveira aproveita bem e chuta rasteiro para abrir o placar. 

Gilberto tentou, mas não conseguiu marcar. Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br
Em dois lances, o Vasco respondeu. Aos 3, Dagoberto chuta forte de fora da área e obriga Marcelo Lomba a fazer a primeira defesa. Na sequência, Rafael Silva faz boa jogada e chuta no gol, obrigando o camisa 1 do adversário a fazer mais uma defesa.

O Gigante da Colina tentava chegar a todo custo, mas a Ponte Preta era mais objetiva em seus ataques, levando perigo ao goleiro Jordi. O camisa 1 vascaíno fez uma grande defesa aos 18 em chute perigoso de Biro Biro.

Aos 21, o atacante Gilberto foi derrubado na área e o árbitro assinalou o pênalti. Na cobrança, o  mesmo Gilberto bateu fraco e Marcelo Lomba fechou o gol.

A posse de bola foi aumentando e o cruzmaltino chegou forte no ataque. Aos 28, foi a vez de Rafael Silva receber sozinho dentro da pequena área, cabecear e mais um vez ver o goleiro da Ponte Preta garantir o placar. Eis que no lance seguinte, o rumo do jogo mudou. Biro Biro fez mais uma boa jogada e deixou Felipe Azevedo cara a cara com Jordi, que é obrigado a derrubar o jogador fora da área para não sofrer o gol. O camisa 1 foi expulso e deu lugar para Charles, que substituiu Julio dos Santos.

Com a expulsão, a Ponte Preta cresceu na partida e ampliou a sua vantagem. Aos 38, Tiago Alves aproveita escanteio bem cobrado e cabeceia para o fundo do gol, marcando o segundo do clube de Campinas. Antes disso, Rafael ainda colocou uma bola na trave, sem sorte mais uma vez.

Diante de um resultado ruim, o técnico Doriva promoveu duas mudanças no início do segundo tempo. Yago entrou no lugar de Dagoberto e Jackson Caucaia substituiu Diguinho.

Com muita disposição, os vascaínos incomodaram durante os primeiros 15 minutos do segundo tempo, mesmo com jogador a menos. O time acertou a marcação e não deu espaços para a Ponte Preta atacar. No entanto, faltou objetividade ao Vasco nos momentos do último passe e também de finalização.

A Macaca, que apostou no contra-ataque, marcou mais um gol com Borges e saiu com a vitória de São Januário: 3 a 0. Ainda nos minutos finais, o atacante  Gilberto foi expulso após reclamar com a arbitragem

3 de junho de 2015

Depois de fracassos de audiência do JN e do BBB, agora é a vez do Esquenta que deve ser cancelado



Como já informamos algumas vezes aqui na Blasting News, o programa de Regina Casé é um dos maiores problemas da TV Globo na atualidade. A última novidade sobre o assunto é que o 'Esquenta' pode sair do ar.

Dessa vez, o caso foi destaque no site Notícias da TV. Em reportagem de Daniel Castro, a publicação fala dos problemas enfrentados pelo programa na maior cidade do país e como a emissora carioca tenta reverter a crise. Ao contrário de São Paulo, o 'Esquenta' vai muito bem no Rio de Janeiro. No entanto, para os patrocinadores vale a tabela de audiência paulistana.

Programa "Esquenta", da Rede Globo, vira fracasso de audiência.
A diferença de Ibope de Regina Casé no Rio de Janeiro e em São Paulo chega a beirar o absurdo, praticamente o dobro de índices. No último domingo, dia trinta e um de maio, por exemplo, a morena alcançou 17 pontos na cidade maravilhosa, tendo 35% de share. Já em São Paulo, os números foram bem diferentes, apenas 9,9. O 'Esquenta' costuma perder para a concorrência, que no horário transmite o 'Domingo Legal' no SBT e o 'Domingo Show' na TV Record.

Celso Portiolli neste domingo venceu mais uma vez Regina Casé. Seu dominical alcançou 10,2 pontos no trecho de horário ocupado pelo 'Esquenta' na Globo, algo intolerável pela emissora, que quer ser líder em todos os trechos da programação. De acordo com o jornalista Daniel Castro, o canal pediu que uma equipe de criação tente salvar o programa. Para isso, estão sendo criados quadros e devem ser convidadas atrações que tenham a cara paulista. Até quem não acompanha muito o show de Regina Casé sabe que sempre encontrará por lá samba e pagode, dois ritmos referência no Rio de Janeiro.

A apresentadora polêmica do dominical tem apostado nas últimas semanas em convidados amados pelos jovens paulistas, como a atriz Sophia Abrahão. Casé tentou ainda liderar no Ibope com Caio Castro em seu palco, mas não conseguiu. O ator de 'I Love Paraisópolis' até cantou alguns sambas, mais uma vez um tipo de música que o público de São Paulo não é lá tão fã assim.

Segundo o Notícias da TV, já existe a possibilidade do 'Esquenta' ser trocado no ano que vem pelo reality infantil 'The Voice Kids'. A Globo ainda nega, mas a cada domingo fica evidente que o programa de Regina Casé não deve ter vida longa na emissora.

Segundo dados da OIT, há pelo menos 21 milhões de pessoas em condições de trabalho escravo



O historiador Fagno da Silva Soares, professor do Instituto Federal do Maranhão e especialista em escravidão contemporânea, preparou, a convite do Café História, uma bibliografia comentada para aqueles que desejam conhecer melhor uma das maiores mazelas sociais de nosso tempo: o trabalho escravo.

A escravização contemporânea é um fenômeno mundial, ocorrendo nos campos e cidades, em carvoarias, garimpos, fazendas e indústrias, na produção de carvão para siderurgia, produção de cana-de-açúcar, de algodão, de grãos, de erva-mate e na roço da juquira. Trata-se de uma patologia em estágio metástase e se constitui como uma atividade laboral degradante que envolve cerceamento da liberdade, por meio de uma dívida, aliado a péssimas condições de trabalho, alojamento, saneamento, alimentação e saúde, além do uso da violência física e psicológica. Segundo estatística da Organização Internacional do Trabalho (OIT), há pelo menos 21 milhões de pessoas no mundo nestas condições, destas estima-se que no Brasil existam entre 25 a 40 mil trabalhadores rurais vivendo em regime de escravidão contemporânea, em diversos estados do país. Somente em 1995, o Brasil reconheceu oficialmente junto à OIT a existência de trabalho escravo em seu território criando mecanismos de combate.

1. LE BRETON, Binka. Vidas roubadas - a escravidão moderna na Amazônia brasileira. São Paulo: Edições Loyola, 2002.

Trata-se de uma obra testemunhal o que permitiu a autor nos conduzir para uma aventura nos confins da Amazônia brasileira para mostrar os envolvidos com o trabalho escravo no Brasil contemporâneo que vai desde de juízes, políticos até os peões passando pelos gatos, prostitutas e pistoleiros, um retrato cruel de um Brasil que ainda existe, embora muitos ainda queiram invisibilizar.

2. FIGUEIRA, Ricardo Rezende. Pisando fora da própria sombra. Rio de Janeiro: Civ. Brasileira, 2004.

Obra basilar nos estudos de escravidão contemporâneo no Brasil, o livro é resultado da tese de doutoramento em sociologia e antropologia de Ricardo Rezende Figueira, uma das maiores autoridades intelectuais sobre o tema no país e no mundo. Trata-se de um estudo acerca da ‘escravidão por dívida’ que descreve as formas de aliciamento de trabalhadores submetidos a escravidão por dívida que vai do aliciamento até a fuga ou resgate dos trabalhadores. O autor reuniu um considerável acervo de entrevistas com trabalhadores, fazendeiros, empreiteiros e pistoleiros desde a década de 70. O livro traz um encarte com cenas do renomado fotógrafo João Roberto Ripper.

3. MARTINS, José de Souza. Fronteira - A degradação do outro nos confins do humano. São Paulo, Hucitec, 1997.

José de Souza Martins é um dos mais importantes cientistas sociais do Brasil, a temática fronteira é a centralidade desta importante obra sociológica para os estudos em escravidão contemporânea no país. No transcurso da obra, o autor traz à tona a fala dos vitimados na fronteira, lugar do conflito, da degradação e da espoliação do humano. Nos confins do humano eis que surge a terceira escravidão, a escravidão por dívida, o lugar da peonagem, chegando até a morte. Discute também as relações entre frente pioneira e frente de expansão.

4. CERQUEIRA, Gelva Cavalcante de; FIGUEIRA, Ricardo Rezende; PRADO, Adonia Antunes; COSTA, Célia Maria Leite (Orgs.). Trabalho escravo contemporâneo no Brasil: contribuições críticas para sua análise e denúncia. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2008.

5. FIGUEIRA, Ricardo Rezende; PRADO, Adonia Antunes; SANT’ANA JÚNIOR, Horácio Antunes de (Org.). Trabalho Escravo Contemporâneo: um debate transdisciplinar. Rio de Janeiro: Mauad, 2011

6. FIGUEIRA, Ricardo Rezende; PRADO, Adonia Antunes; GALVÃO, Edna (Org.). Privação de Liberdade ou Atentado à Dignidade: escravidão contemporânea. Cuiabá: Mauad X, 2013.

7. FIGUEIRA, Ricardo Rezende; PRADO, Adonia Antunes Edna (Org.). Olhares sobre a Escravidão Contemporânea: novas contribuições críticas. Cuiabá: EdUFMT, 2011.

Tratam-se de coletâneas resultantes de diferentes edições da Reunião Científica Trabalho Escravo Contemporâneo e Questões Correlatas organizadas pelo Grupo de Trabalho Escravo Contemporâneo GPTEC/UFRJ, é um centro de excelência em documentação e pesquisa sobre o processo de escravização contemporânea no Brasil com o objetivo de contribuir para a elaboração de políticas públicas visando a erradicação desta prática hedionda no país. É parte integrante do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos – NEPP/DH do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Rio de Janeiro – CFCH/UFRJ. Reúne interdisciplinar de pesquisadores nacionais e internacionais para discutir a temática. Mantém um sítio atualizado na internet disponibilizando informações diversas sobre o tema, a saber, http://www.gptec.cfch.ufrj.br/. O Grupo de Pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo (GPTEC), criado em 2003, faz parte do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos (NEPP-DH), do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e contribui para a produção e difusão de conhecimento sobre o tema, atendendo à vocação universitária para o ensino, a pesquisa e a extensão.