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Tema da redação do Enem é a invisibilidade do trabalho da mulher no Brasil

(FOTO | Wilson Dias | ABr).

Os estudantes que prestam o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) neste domingo (5), primeiro dia da prova 2023, têm como tema da redação os desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil. Trata-se de uma questão social relevante, pois abre a possibilidade de o aluno discorrer sobre o trabalho de cuidado com os filhos, com a família, que é desprezado e sem remuneração.

Conheça as cearenses que tiraram nota máxima na redação do Enem 2018


Marília e Lívia (da esq. para a dir) tiraram nota máxima na redação do ENEM 2018.
(Foto: Arquivo Pessoal/ Reprodução/ o Povo).

As estudantes Marília Oliveira, de 19 anos, e Lívia Taumaturgo, 18, alcançaram nota máxima na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Como receita para o bom desempenho, as cearenses apontaram a dedicação, foco e bastante leitura.

Pelo segundo ano consecutivo, Marília conseguiu tirar mil na disciplina. Ela concluiu o ensino médio no Colégio Luíza Távora, no bairro Conjunto Ceará. "Fiquei bastante feliz. Você tirar (nota máxima) uma vez a probabilidade é pouca, imagina duas vezes", contou a jovem, acrescentando que tinha uma intensa rotina de estudos.

Ela já havia sido aprovada no curso de História da Universidade Estadual do Ceará (Uece). No entanto, seu grande sonho é ser aprovada em Direito. "Desde o meu primeiro ano do ensino médio, sempre me identifiquei bastante com o curso", ressalta a discente.

Como preparação para a prova, a estudante, que concluiu o ensino médio em 2016, estudou dois anos no pré-vestibular do Tiradentes. Como dicas para quem deseja tirar uma boa nota na redação, ela diz que é necessário ler muito, compreender a estrutura do texto dissertativo argumentativo e expandir os horizontes.

Já Lívia Taumaturgo confessou ficar bem surpresa. "Não esperava tirar essa nota, visto que o tema foi considerado, pela maioria das pessoas, bem complexo". A estudante concluiu o ensino médio em 2017, no Colégio Ari de Sá Cavalcante. Ela disse que, desde criança, sonha cursar Medicina. Sua tia, que é médica, serve como inspiração para a jovem.

Lívia contou que, por dia, estudava cerca de cinco horas. Por semana, ela dedicava aproximadamente cinco horas para a redação. "Buscava sempre estudar sobre os temas antes de desenvolver cada texto, também procurava prestar bastante atenção", completa a jovem.

Além disso, a estudante ressalta que foi importante utilizar fontes de informação extra como jornais, notícias, leis e citações. A discente diz que é necessário muita disciplina, traçar metas e cumpri-las durante o ano, para que seja possível tirar uma boa nota.

É de suma importância a manutenção da calma na hora da prova, pois manter o psicológico estável é imprescindível. Se você estudar, independentemente de qual for o tema da redação, conseguirá escrever um excelente texto”, aponta a jovem como dicas para obter um bom desempenho. (Com informações do O Povo).

'Estudei em casa e tirei mil', diz aluna que alcançou nota máxima na redação do Enem


Moradora de Toledos (PR), Gabriela Araújo pretende cursar Medicina Foto: Arquivo pessoal / Arquivo pessoal.

Após a divulgação do resultado do Enem, muitos estudantes comemoram as notas obtidas, enquanto outros lamentam e ficam na apreensão pela chegada do Sisu, sistema para se candidatar as vagas no ensino superior. Uma minoria, no entanto, tem algo a mais para exaltar. Segundo o Inep, autarquia responsável pelo Enem, dos 4,1 milhões de candidatos, somente 55 tiraram mil na redação.

Nesse pequeno contingente de pessoas, está a estudante Gabriela Correa de Araújo, de 21 anos. Moradora da cidade de Toledo, no Paraná, ela passou o ano estudando por conta própria na tentativa de conseguir uma boa nota para ingressar no curso de Medicina.

Antes da decisão de estudar sozinha, no entanto, cursou escolas particulares e passou um ano em colégio preparatório para vestibulares.

— Tive muito apoio dos outros, é mérito meu e de todas as pessoas ao meu redor. Sou exceção dentro da comunidade negra e isso é triste. O que eu tive não foi apenas esforço e boa vontade, o que eu tive foram boas oportunidades.
Ao saber que fazia parte do seleto grupo de 55 pessoas com nota mil na redação, ela mostrou-se surpresa. O mesmo não ocorreu quando deparou-se com o tema da prova: "Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet".

— Era um tema que eu estava batendo na tecla faz tempo, pensando muito. Juntei um pouco sobre a questão dos dados e ditadura. Falei que estamos vivendo em uma ditadura dos dados e não estamos percebendo. Já tinha estudado muito sobre isso, era algo que estava acontecendo e sendo discutido — relata a estudante.

No dia da prova, Gabriela escreveu três versões do texto durante as 5h30 de provas que tinha para realizar a redação e 90 questões de múltipla escolha de Linguagens e Ciências Humanas. O segredo para obter um bom desempenho no exame, segundo ela, foi a prática da escrita e da leitura durante os dias de estudo em casa.

— Eu escrevia todos os dias, isso me ajudou muito porque eu aprendi a colocar no papel o que está na minha cabeça. Se eu pudesse dar uma dica é que você escreva algo todos os dias, nem que seja só um parágrafo. Independentemente do tema que for. Saber escrever e estar acostumado a escrever já te coloca muito à frente dos concorrentes.

Gabriela aguarda, agora, o início das inscrições para o Sisu 2019, na próxima terça-feira, dia 22. Com um desempenho que ela considera "razoável" nas outras provas e uma nota mil na redação, ela espera que, neste ano, consiga realizar o sonho de conseguir uma vaga em Medicina:

— Vamos ver o que vai acontecer. Espero que dê para conseguir uma vaga. Se não der, vou continuar tentando.

Segundo o Inep, a média geral dos estudantes na redação foi de 522,8. Entre os concluintes, aqueles que estão no terceiro ano do Ensino Médio, a nota foi de 523,4.

Já entre os egressos, a nota foi menor, com 520,9. Por outro lado, entre os treineiros, aqueles que ainda não completaram o ensino médio e não estão no último ano, a nota foi a maior: 541,2. Um total de 112.559 alunos zeraram a avaliação. (Com informações do O Globo).

O Enem e os surdos e o que aprendemos


O Enem resolveu falar de surdez. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017 solicitou aos os candidatos escreverem sobre os “desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”. Obviamente, para nós pessoas com deficiência é um tema conhecido. Sabemos das questões envolvidas, da complexidade, da luta e disputas que envolvem o campo da surdez. Inclusive poderiam os alunos sem deficiência afirmar que tal solicitação diferencia os candidatos, visto que eles, os sem deficiência, estariam menos preparados para discutir o tema? Não, pois seus colégios deveriam prepará-los, afirmaria o MEC, numa batalha judiciária sem fim… E o STF o que diria?

Bem, do jeito que o STF julgou a ação da relação entre direitos humanos e a redação do Enem, podemos esperar tudo.

A respeito disso, aliás, fiquei a imaginar, poderiam propor os candidatos a eliminação dos surdos, uma eugenia estatal? Pelo parecer do STF, sim. Não teriam zero. Medo dos tais liberais do STF.

O campo surdo é um campo enorme. Cerca de 350 mil brasileiros tem surdez profunda, absoluta, e quase um milhão e oitocentos mil tem surdez grave no Brasil. Grande parte deles é usaria da Língua Brasileira de Sinais, LIBRAS. Uma parte menor usa implante coclear, e passou a ouvir. Uma parte perdeu a audição depois de já alfabetizada, e são usuários de língua portuguesa, e oralizados. Alguns são usuários de línguas de sinais específicas. Há por exemplo a URUBU-KAAPOR – LSKB, a língua de sinais brasileira utilizada pelos índios da tribo Urubu-Kaapor, situada ao sul do estado do Maranhão e com alto índice de surdez. Ela difere das línguas de sinais dos índios americanos, pois esta é uma língua de sinais intratribal, enquanto aquelas são intertribais. Não sabemos quantas línguas indígenas ou intra-cidades para surdos existem, pois fora a etnografia de Everton Luís Pereira, “FAZENDO CENA NA CIDADE DOS MUDOS”, sobre uma língua de sinais numa cidade do Piauí, pouco se escreveu sobre o tema no Brasil.

Além do desconhecimento, a briga pelo campo é enorme. Os surdos são disputados pelos agentes de educação, pelos intérpretes, pelos evangélicos, que os analisam como “povo não alcançado pelo Evangelho”, e por isso talvez a pauta do Enem. MAIS MEDO. Para que alcancem autonomia as LIBRAS precisam ser fortalecidas com grandes vocabulários e glossários, propostas que levantamos em humanas, na ANPOCS.

Os surdos costumam brigar entre si, os implantados, os usuários de Libras, os oralizados, e acredito que essas brigas são construídas pelos agentes do campo que os querem isolados do mundo. Sem poder. Eles precisam se unir.

Seu discurso, de que não são pessoas com deficiência, mas uma forma de diversidade humana, nos mostra como a deficiência é um conceito que desagrada, e precisa ser discutido, ontologicamente.

A presença do tema no Enem fará o Ensino Médio provavelmente prestar atenção em subgrupos da discussão da deficiência, discutindo cegueira, doenças raras, deficiência intelectual, eugenia, autismo, síndromes, acessibilidade, desenho universal, gênero e deficiência, ente outros. Mais que discutir o tema, altamente específico, a proposta revela o despreparo que todos temos em lidar com a questão da diversidade humana. (Por Adriana Dias, na Revista Fórum).

(Foto: Reprodução/ Revista Fórum).

Movimento Escola Sem Partido quer tirar direitos humanos da redação do ENEM



O Movimento Escola Sem Partido recorreu ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) para retirar a parte sobre direitos humanos da Redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Do Brasil Escola - Segundo o pedido, o texto que vigora no edital do exame e prevê que os "estudantes elaborem uma proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos" fere o art. 5º, VIII, da Constituição, que trata das liberdades de pensamento e opinião. O advogado Miguel Nagib, autor da petição, acredita que o item condiciona o estudante a um ponto de vista, que talvez não seja o seu, para obter uma boa nota na prova.

Inconstitucional

A ação diz que a subjetividade do tema pode ferir convicções religiosas, filosóficas ou políticas, obrigando o estudante a dizer o que não pensa para poder entrar em uma universidade. O texto da liminar ainda cita o art. 2018, V, da Constituição para dizer que o acesso aos níveis de ensino será obtido segundo a capacidade de cada um e não segundo convicções subjetivas.

O pedido cita, como exemplo de liberdade de expressão a partir de convicções pessoais, a redação de uma candidata feminista e de um candidato muçulmano sobre a violência contra a mulher. "Os dois possivelmente terão opiniões contrárias, mas consideradas politicamente corretas para as doutrinas praticadas", afirma o advogado. Segundo Miguel Nagib, o termo direitos humanos no edital do Enem por si só já fere os direitos humanos.

O candidato não é obrigado a concordar com a legislação brasileira, ele só não pode incitar ao crime”. (Miguel Nagib, Movimento Escola Sem Partido) 
Processo

O Movimento Escola Sem Partido entrou com uma ação no final de 2016. A ação ainda não foi julgada em primeira instância, mas o movimento entrou com uma tutela de urgência para que a competência 5 da redação do Enem seja excluída do edital do exame. Essa tutela foi negada, mas a organização recorreu e aguarda julgamento do recurso e da petição.

No entanto, Nagib sugere que, 

mesmo antes das provas, os candidatos podem entrar com um mandato de segurança preventivo para que não tenha a redação zerada, em caso de suposto desrespeito aos direitos humanos”.

Inep

O Brasil Escola tentou contato com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que respondeu que não irá se posicionar enquanto não for notificado sobre o assunto.