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Professora alfabetiza crianças a partir de rodas de conversa e educação antirracista

 

Albari Rosa/ Gazeta do Povo/ Arquivo). 

Quando as crianças do primeiro ano do Ensino Fundamental chegam à sala de aula da professora Ana Paula Venâncio, no Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (Iserj), uma escola pública da rede Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica), a primeira coisa que fazem é sentar em roda e conversar. Nada de cartilhas pontilhadas, ditados e tarefas de copiar a lousa. Na prática da educadora, as crianças aprendem a ler e escrever quase como consequência de um processo maior de alfabetização.

Nesses diálogos em roda, o estudante vai cultivando o hábito de narrar sobre o mundo, suas vidas e quem são, de escutar o outro e suas experiências. Daqui e dali surgem histórias de racismo ou falas que reproduzem essa violência, inevitavelmente, uma vez que no Brasil a questão é estrutural e permeia todos os espaços e interações, desde muito cedo. A própria professora também traz o assunto diretamente e se interessa por saber o que as crianças entendem por racismo. 

Esses fios que despontam nas rodas de conversa, a professora puxa e amarra com outros fios narrativos, como os da valorização das histórias, culturas e identidades negras e afro-brasileiras, passadas e presentes, e os de compreender o que é o racismo e suas manifestações na escola e em outros espaços.

Essas amarrações todas parecem intrigar as crianças e despertar nelas várias curiosidades. É para perseguir o desejo de saber mais que começam a se interessar e efetivamente a ler e escrever, ainda que a alfabetização tenha começado muito antes, fazendo leituras de si próprias, das relações e do mundo. “Não se trata de escolarizar a conversa, os desejos, as curiosidades que as crianças trazem, mas de tornar isso um estudo”, diz a educadora.

Em entrevista ao Centro de Referências Em Educação Integral, a professora Ana Paula Venâncio contou sobre a trajetória que a levou a construir a prática de alfabetização na perspectiva antirracista e como ela acontece em sala de aula. 

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Com informações do Geledés. Clique aqui e confira os principais trechos da conversa.

O Brasil está muito aquém na implementação de uma educação antirracista

 

O Brasil está muito aquém na implementação de uma educação antirracista. (FOTO | Reprodução).

A Lei Federal 10.639 promulgada em 2003 como consequência das lutas do movimento negro, tornou obrigatório o ensino sobre história e cultura afro-brasileira e de África, nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, nas escolas públicas e particulares. Assim sendo, o conteúdo programático inclui o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro na área social, econômica e política pertinentes à história do Brasil.

“Trabalhar a educação antirracista na escola é política pública”, diz professor

 

O professor Cleber acredita que a educação antirracista é uma forma de política pública. (FOTO/ Arquivo Pessoal).

O Ministério da Educação (MEC), junto com a Secretaria de Educação Continuada Alfabetização e Diversidade (Secad) alterou a Lei Diretrizes e Bases (LDB) e sancionou as leis 10639/03 e 11645/08, que obrigam o ensino fundamental e médio de escolas públicas e privadas a implementar o ensino de Relações Étnico-Raciais e História e Cultura Afrobrasileira e Africana no plano de ensino dos professores e livros didáticos, levando educação antirracistas para as salas de aula. Segundo a apresentação do MEC para as Diretrizes Curriculares Nacionais, entende-se que essa lei é uma ação afirmativa e tem a finalidade de “corrigir injustiças, eliminar discriminações e promover a inclusão social e a cidadania para todos no sistema educacional brasileiro”.

Romper os silêncios na educação básica e despertá-la como lugar antirracista

 

(FOTO/ Reprodução/ Revista Afirmativa).

Por Iago Gomes*

Discussões acerca de uma Educação que condicione o adjetivo antirracista à prática escolar têm sido mais comuns desde a aprovação das Leis 10.639/03 e 11.645/08, que tornam obrigatório o ensino de Cultura e História Africana, Afro-brasileira e Indígenas nas escolas de ensino fundamental e médio de toda Rede Pública e Privada. Cito mais comum, pois o pensar uma educação voltada aos povos originários e negros no território nacional não é algo novo, contemporâneo, mas remete a lutas históricas dos movimentos negros, inclusive do período oficial da colonização escravocrata e dos movimentos de povos indígenas. Também não podemos abrir mão de incluir a importância da Lei 12.711/12, a Lei de Cotas, responsável pelo aumento de pessoas negras no universo de pesquisa e retorno pedagógico à Educação. 

Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal nº 10.639/03 – obra de Nilma Lino Gomes e outras/os


(Capa/ Reprodução).



Construir uma educação voltada para a cidadania e fincada na equidade e na valorização da diversidade ainda é um grande desafio. Algumas conquistas importantes que tiveram professores/as, pesquisadores, ativistas educacionais e principalmente os movimentos negros espalhados pelo país a frente têm ajudado nessa questão.

Além da cota: historiador defende educação antirracista como ação afirmativa


O historiador Juarez Silva afirma que os resultados práticos das cotas
raciais são muito evidentes. (FOTO/ Antonio Lima/ A Crítica).

Comemorado no último dia 20, o Dia da Consciência Negra é um ‘dia de reflexão e de luta’ avalia o ativista negro e historiador Juarez Silva. Em entrevista ao A CRÍTICA, ele disse que a data não é comemorativa.