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A foto mostra o líder político Kwame Nkrumah, primeiro presidente de Gana após o processo de independência do país. (FOTO | Reprodução | AFP). |
Há 68 anos, no dia 6 de março de 1957, Gana se tornou um país independente. O território, antes chamado de Costa D’Ouro e colonizado pelo Reino Unido, foi o primeiro país da África Subsaariana — ao sul do deserto do Saara — a conquistar sua independência.
O
processo emancipatório do país contou com forte envolvimento popular, incluindo
greves, protestos e boicotes. As organizações civis desempenharam um papel
crucial na resistência ao domínio colonial britânico.
No
campo diplomático, a libertação foi articulada por Kawame Nkruma, professor,
intelectual e líder político socialista-marxista, que lutou pela autonomia
plena do povo ganense.
Nascido
em setembro de 1909, Nkruma também foi um dos responsáveis por difundir o
pensamento pan-africanista no continente, movimento político que buscava a
união sociopolítica entre povos africanos.
Em
1945, o intelectual concluiu o doutorado em Antropologia na Escola de Economia
e Ciência Política de Londres (LSE), onde participou de congressos com outros
dois futuros líderes da independência do Malawi e do Quênia, Hastings Banda e
Jomo Kenyatta.
Ao
retornar à terra natal, dois anos depois, Kawame Nkruma juntou-se ao primeiro
partido político nacionalista que buscava a autonomia total de Gana, a
Convenção da Costa D’Ouro Unida (UGCC). Devido a divisões internas com os
outros membros líderes, ele fundou o Partido da Convenção Popular (CPP).
Após
dar apoio a uma greve geral de trabalhadores, o político foi preso em 1950 e,
mesmo detido durante a eleição geral, seu partido ganhou 89% das cadeiras
disponíveis no parlamento.
Com
a independência, Nkruma se tornou o primeiro-ministro independente de Gana. Ele
definiu um regime com doutrinas socialistas, apoiou a organização de movimentos
independentistas pela África e tentou criar um programa de unificação nacional
do continente, que nunca se concretizou.
Quando
líder de uma Gana independente e soberana, Nkruma escreveu uma de suas mais
importantes obras, “África deve unir-se” (1963), que defendia o desenvolvimento
unido de povos historicamente oprimidos pela colonização em detrimento aos
interesses exploratórios do Ocidente.
Nkrumah
chegou a ser decretado como presidente vitalício após uma emenda
constitucional, em 1966, mas foi deposto por um golpe militar no mesmo ano,
durante uma visita diplomática ao Vietnã.
Exilado
em Conacri, na Guiné, o líder auxiliou no processo de independência do país.
Depois, foi convidado pelo presidente Ahmed Sékou Touré para ser co-presidente
honorário do país.
A
independência de Gana não só marcou o início de uma nova fase política no país,
como também serviu de inspiração para diversos movimentos de libertação no continente
africano e no mundo.
“Nossa independência não tem sentido a menos
que esteja ligada à libertação total do continente africano”, disse Kwame
Nkrumah, líder político durante a independência de Gana.
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Com informações da Alma Preta Jornalismo.
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