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Integrantes do Coletivo Camaradas por ocasião do Cine Gesso. (FOTO | Reprodução | Instagram). |
Por Alexandre Lucas, do blog
O Coletivo Camaradas é uma organização que tem lado e formulação política no campo teórico, quem tem construído engenharias sociais, em especial na articulação de rede na área cultural e na luta pelo direito à cidade.
Ponto
de Cultura que se identifica como organização de esquerda, de viés marxista,
que teve início em 2007, tem ao longo dos anos criado pontes de diálogos e de
escutas com o poder público, universidades, escolas e os movimentos sociais.
Tem pautado um diálogo horizontalizado e distante da orquestra das
lagartixas. O poder público que carrega
marcas históricas de colonialismo e tingimentos coronelistas, ainda tem
dificuldades de compreender o significado da república e da democracia. Nem
todos dizem amém e rezam na mesma cartilha, isso que parece ser óbvio, é
estranho, para quem não aprendeu que contradição e divergência podem ocupar o
mesmo espaço.
O
Coletivo Camaradas sempre defendeu o caminho do diálogo, quando possível com o
poder público, mas nunca desconheceu os caminhos de luta e resistência e a
dimensão da Agitação e Propaganda -AgitProp, como mecanismo de pressão e
incidência política. É uma organização que não está à venda e nem se coloca de
plantão para oportunismo.
No
Crato, tem trajetória e é uma referência de luta pela sua ousadia, autonomia e
por defender política de estado para a cultura e direito à cidade. Teve
participação ativa na luta pela
implantação do Sistema Municipal de Cultural,
Política Municipal do Cultura Viva, Plano Municipal de Cultura,
destinação dos 2% para cultura, Sítio
Urbano do Gesso, reformulação do Plano Diretor e a idealização do Território
Criativo do Gesso., além de participação ativa dos seus militantes em conselhos
e comissões setoriais, no Crato e no
Estado.
Ter
uma organização deste tipo é em qualquer lugar, representa para os movimentos
sociais uma ampliação de braços e vozes. Afinal é nos movimentos sociais que se
aprender a dar voadoras e quem nos ensina é o estado que constantemente nos
derruba com suas voadoras, quando
burocratiza o acesso dos serviços e dos recursos, quando exclui a participação
da população no planejamento da cidade, quando persegue dirigentes e movimentos
sociais, quando tenta intimidar, silenciar e criar narrativas de desqualificação
das lutas populares.
O
Coletivo Camaradas não é uma voz isolada, não anda só, tem a musculatura para
fazer a política ampla e consequente.
Não é um projeto social, é um projeto de sociedade. Não pertence a um
lugar, mas a defesa da derrubada do poder para dividir a felicidade.
Desqualificar
as lutas dos movimentos sociais é uma das metodologias usadas em larga escala
para excluir do debate e dos processos de incidência política as vozes
discordantes. Promover a escuta
qualificada e aprofundar os processos democráticos tendo como norte que a
democracia é marcada pela divergência de interesses e de lutas de classes
antagônicas, é um desafio que precisa ser pautado no campo democrático e
progressista que atualmente se configura por composições das mais diversas e
contraditórias. Governo e sociedade civil são elos de disputa e de diálogos
quando possíveis.
Historicamente
a existência dos movimentos sociais nascem da ausência do Estado. O Coletivo
Camaradas tem consciência do seu papel histórico de defesa da classe
trabalhadora.
Recuar,
diante das intimidações e retaliações, não é o caminho que vai cessar vozes e
teias de ligação com outras organizações. Seguiremos firmes sabendo em que
lugar queremos colocar a cultura e o direito à cidade: Na centralidade e
transversalidade política do Estado/município.
Seguiremos batendo continência para esperança! Que ninguém espere o silêncio das e dos Camaradas. Se fizermos silêncio é apenas uma pausa para preparar os molotvs.
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