![]() |
A escola Quarup negou a prática racista por parte do seu corpo de professores. (FOTO | Pexels). |
Uma decisão judicial de condenou uma professora e uma escola particular a pagarem indenização de R$ 30 mil a uma estudante negra de 10 anos, vítima de um episódio de racismo em sala de aula. O caso ocorreu em junho de 2023 na cidade de Sertãozinho (SP), durante uma aula da 3ª série do ensino fundamental na Escola Quarup.
Segundo
o boletim de ocorrência, a professora Lucélia Aparecida Angelotti reclamou de
um odor na sala e iniciou uma inspeção entre os alunos. Ao chegar à estudante,
cheirou seus cabelos e questionou se ela utilizava algum produto químico,
afirmando que o cheiro lhe causava alergia. A professora ainda pediu que três
funcionárias também cheirassem os cabelos da menina, mas nenhuma delas
identificou qualquer odor.
A
atitude constrangeu a aluna, que chorou e foi alvo de zombarias dos colegas. A
mãe da criança só soube do ocorrido por meio da mãe de uma colega, já que a
escola não comunicou o episódio. Após o incidente, a família da estudante
solicitou transferência para outra instituição.
Ação judicial e decisão
A
família da aluna entrou com uma ação por danos morais, argumentando que a
situação foi humilhante, discriminatória e causou danos emocionais à criança,
afetando sua autoestima e desempenho escolar. A professora e a escola negaram
qualquer intenção de discriminação, alegando que a abordagem foi um mal-entendido
e visava zelar pela higiene e saúde dos alunos.
Contudo,
a juíza Daniele Regina de Souza Duarte, da 1ª Vara Cível, considerou a conduta
da professora como “desastrosa” e embasada em preconceito racial. O depoimento
da vítima foi corroborado por testemunhas, incluindo a mãe de uma colega e uma
funcionária da escola. A magistrada destacou que a postura da docente reforça
evidências de racismo estrutural.
“O caso narrado evidencia que a criança foi
submetida a um ambiente de discriminação racial, marcado por comentários e
atitudes que depreciaram sua identidade e características físicas,
especialmente seu cabelo afro”, afirmou a juíza na sentença.
A
escola também foi responsabilizada por omissão e pela relação de consumo, sendo
condenada solidariamente ao pagamento da indenização.
Escola nega racismo
Em
nota, a Escola Quarup lamentou o ocorrido, mas negou qualquer prática racista
por parte de seu corpo docente. A instituição afirmou que o inquérito policial
foi arquivado e que irá recorrer da decisão.
____
Com informações da Notícia Preta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ao comentar, você exerce seu papel de cidadão e contribui de forma efetiva na sua autodefinição enquanto ser pensante. Agradecemos a sua participação. Forte Abraço!!!