14 de novembro de 2024

Câmara aprova urgência para projeto que amplia cotas raciais em concursos públicos

 

Imagem de uma mão de uma mulher negra realizando anotações. Aumento de cotas em concursos públicos tramitará em regime de urgência, decidiu a Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (13). (FOTO | Reprodução).

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (13), o regime de urgência para a tramitação do Projeto de Lei 1.958/2021, que estabelece a reserva de 30% das vagas em concursos públicos federais para pessoas pretas, pardas, indígenas e quilombolas.

Com autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), o projeto já foi aprovado pelo Senado em maio deste ano e pela Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara. A votação do regime de urgência teve 272 votos a favor e 140 contra.

O projeto de lei propõe aumentar as cotas raciais dos atuais 20% para 30% e estendê-las à população indígena e quilombola, que, atualmente, não são contempladas pela política de cotas raciais para concursos. A proposta abrange a administração pública direta, autarquias, fundações, empresas e sociedades de economia mista controladas pela União, e vale para processos seletivos simplificados, desde que duas ou mais vagas sejam ofertadas.

A deputada federal Carol Dartora (PT-PR), relatora do projeto, defende a iniciativa como uma medida essencial para combater exclusões históricas e acelerar o alcance da política de cotas no serviço público. Segundo ela, a ampliação da diversidade de servidores traz uma nova perspectiva para enfrentar questões políticas e sociais, além de aprimorar a eficiência, qualidade e eficácia nas políticas públicas.

Ampliação de cotas é essencial para combater desigualdade no serviço público.

Em entrevista recente à Alma Preta, Beatriz Lourenço, diretora de Incidência Política e Litigância Estratégica do Instituto de Referência Negra Peregum, enfatiza que a ampliação das cotas e sua continuidade são essenciais para combater a desigualdade racial no funcionalismo público.

É importante dizer que a avaliação que a gente tem hoje sobre as cotas é que elas dão certo, elas são uma política eficiente. Mas a desproporção racial de negros e brancos em cargos públicos é tão grande, que na quantidade que foi determinada, de 20%, ela é incapaz de resolver esse problema a curto prazo”, argumenta Lourenço.

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Com informações da Alma Preta Jornalismo.

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